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Avaliação: debate dos presidenciáveis na Rede Globo em 02/10


by lucianohenrique





O evento de ontem, da Rede Globo, foi o melhor dos debates presidenciáveis até o momento. Simplesmente foram quatro blocos de candidatos questionando-se mutuamente, o que ajuda a manter o interesse. Era até difícil cochilar.

No debate anterior, da Record, Aécio havia se saído vitorioso, enquanto podíamos dizer que Dilma empatou com Marina. Agora, Aécio novamente se saiu vitorioso, mas com larga vantagem. Ele definitivamente reinou no debate e pode ter carimbado aí sua ida ao segundo turno. Já Marina desta vez perdeu para Dilma. A candidata do PSB parecia mais irritada, mas ao mesmo tempo desanimada, que o costumeiro.

O cansaço da campanha pode ser um motivo para esse cansaço. Outro motivo (mais provável) é a desconstrução feita do PT contra Marina. Simplesmente, Marina está abalada. Se isso vai ser suficiente para tirá-la do segundo turno eu não sei.

Antes de falar mais do "trio" principal, preciso tratar de forma resumida os candidatos menores, que deviam começar a ficar de fora dos próximos debates para 2018. Minha sugestão é que somente candidatos acima de 5% nas pesquisas participem desses eventos, pois os pequenos quase sempre entram para não dizer coisa com coisa e atrapalhar.

Tomemos como exemplo o Sr. Eduardo Jorge. Basicamente, ele dedicou-se a fazer duas perguntas servindo como linha auxiliar de Dilma. Na primeira, era para ele perguntar sobre corrupção, mas optou por questionar sobre mulheres que morreram em decorrência do aborto. Momento ideal para Dilma fugir da pergunta e responder outra coisa qualquer. Depois, a questionou sobre saneamento, o que permitiu que ela respondesse que a questão é "muito importante". Para retribuir a ajuda, Dilma também chamou Eduardo Jorge para lhe questionar sobre o Pronatec. E, é claro, ele disse que é tudo muito importante. Patético e vergonhoso.

Pastor Everaldo foi o verdadeiro candidato que merece ser equiparado a alguns alimentos: Bolacha Água e Sal, Tapioca sem Recheio e Polenta sem Molho. As suas respostas parecem ser elaboradas para gerar uma espécie de transe no eleitor, tamanha a vacuidade. Bem, não colou. Pelo menos, ele fez as tradicionais escadinhas para Aécio Neves, principalmente ao questioná-lo sobre a corrupção. Nesses momentos, digamos que ele foi linha auxiliar de Aécio tanto quanto Eduardo Jorge foi de Dilma. Justiça seja feita, Everaldo também se deu bem em sua fala final ao citar a proposta de Dilma por diálogo com terroristas que assassinam pessoas. Tanto que Dilma pediu direito de resposta, no que não foi atendida. Fico imaginando que raios ela diria nesse direito de resposta. Talvez fosse algo assim: "olha, Everaldo errou, pois os terroristas não assassinam as pessoas, na verdades elas se suicidam". Enfim, Everaldo não leva zero por fazer a escadinha para Aécio e dar essa estocada final em Dilma.

Dos nanicos, Luciana Genro é um espetáculo. Simplesmente não há a menor base de comparação com os outros candidatos nanicos. E olhe que todas as propostas dela são um lixo bem fétido. Como esperado, ela também fez escada para Dilma logo na introdução do debate, ao perguntar sobre corrupção, dizendo que se o PT fez corrupção "é por alianças com a direita". Ou seja, os esquerdistas são anjos que se corrompem ao visitar o inferno, onde estão os direitistas. O problema seria ela explicar como a filha de Hugo Chavez tem 800 milhões de dólares no exterior, e como a fortuna de Cristina Kirchner cresceu 687% na Argentina. Mas falemos do aspecto técnico: em termos de guerra política, em linhas gerais, ela é extremamente competente, usando recursos como polarização, retórica de conflito, lançamento de culpas, shaming, a técnica da metralhadora e até encenações teatrais. Se fosse apenas pela técnica de guerra política, eu a definiria como a vencedora do debate, mas suas propostas vazias e a falta de foco a atrapalharam. Num cômputo geral, ela ficaria em segundo lugar, atrás de Aécio.

Mas e o Levy Fidelix? Digamos que ele foi um verdadeiro desastre. Logo de cara entrou nervoso e já foi questionado por Eduardo Jorge, que o constrangeu por causa de suas respostas no debate anterior. Jorge concluiu sua pergunta dizendo que Fidelix deveria pedir desculpas ao povo brasileiro por "homofobia". Fidelix engrossou o tom de voz e disse que Jorge não teria moral nenhuma por apoiar a maconha e o aborto, lembrando que o casamento entre homem e mulher está previsto na Constituição. Jorge disse que eles iriam se encontrar na Justiça, afirmando que Fidelix envergonha o Brasil. Fidelix disse que Jorge é quem envergonha o Brasil por fazer apologia de drogas. Bate-boca mesmo.

Em seguida, Fidelix, sem juízo, resolveu questionar logo quem: Luciana Genro. Ele falou de um suposto acordo pré-debate (para o debate anterior, da Record) com o marido de Luciana Genro, que esta última negou existir. Coitadinho. Fidelix deveria saber que acordo com ultra-esquerdista só se for na base da ata, com envio por e-mail para todos. Mas o pior foi a sessão de constrangimento que Luciana lançou sobre ele, chegando a compará-lo aos nazistas, rotulando-o como apologista de discurso de ódio, desumano, inimigo das minorias e daí por diante. Restou a ele ficar na defensiva. Em termos de guerra política, Fidelix merece um zero bem redondo. Não foi assertivo, mas agressivo, atacando sem direção e, pior, ficando na defensiva em vários momentos. Em resumo, enquanto atacava, atirava para lutar nenhum. Daí se defendia, o que é sempre um erro estratégico.

Marina, em um de seus raros bons momentos, demonstrou as contradições de Dilma a respeito da autonomia do BC. Como os leitores deste blog sabem, Dilma defendeu em 2010 (a autonomia do BC) o que criticou em Marina em 2014. Ou seja, mentiu na caradura. Marina deixou bem clara esta mentira de Dilma, que deveria ser explorada de forma bem taxativa por quem for para o segundo turno contra ela. Dilma disse que Marina "confundia autonomia com independência de forma deliberada". Marina explicou que a autonomia do BC permitira o combate a inflação sem interferência, lembrando que Dilma, como jamais foi sequer vereadora, não sabe o que é autonomia. Em uma bela tacada, Dilma desconstruiu de imediato o termo nova política e disse que é um absurdo alguém que defende a tal "nova política" exigir que alguém tenha carreira para ser presidente.

Em outro momento, Marina criticou Dilma por não ter apresentado seu programa de governo, além de não ter cumprido várias de suas metas. Como sempre, Dilma negou tudo e ainda afirmou que na gestão de Marina o diretor do Ibama foi demitido e preso. Rolou um bate-boca aí. No geral, Dilma saiu-se com ligeira vantagem, pois mente com mais habilidade do que Marina consegue desmascarar. Em resposta a Everaldo, Marina usou o tempo para desmascarar uma mentira de Dilma, a de que esta última teria "dado autonomia do Ministério Público". Mas como Marina afirmou, a autonomia do MP é garantida pela constituição.

Dilma, como sempre, se destacou por suas mentiras, como, por exemplo, dizer que "Aécio quer privatizar a Petrobrás". Ele retrucou dizendo que o PSDB privatizou setores importantes e disse para o eleitor imaginar o que seriam setores como siderurgia e a telefonia nas mãos do PT (em comparação com Petrobrás e os Correios). Ele foi muito bem aí. Aécio também lembrou outra mentira de Dilma: a de dizer que ele foi demitido. Na verdade, a ata do conselho da Petrobrás diz que ele renunciou ao cargo, recebendo honrarias e elogios. Dilma tentou negar o fato dizendo que Paulo Roberto Costa havia declarado que foi avisado antes da substituição de equipe. Aécio não retrucou por completo, mas lembrou que Dilma não negou as honrarias e ainda deixou Roberto sair com todos seus direitos, ao invés de lhe aplicar demissão por justa causa (na verdade, ele deveria lembrar que a versão que vale é a da ata). Ele fez muito bem em lembrar que vai reestatizar novamente a Petrobrás, que hoje está nas mãos de uma quadrilha colocada pelo PT lá.

Por fim, Aécio. Como linha auxiliar do PT, Luciana Genro entrou para acusar o tucano do jeito de sempre, falando de termos como "privataria", "mensalão mineiro" e dizendo que o PSDB não pode falar de corrupção pois é "o sujo do mal lavado". Ela basicamente repetiu seu discurso do debate da CNBB, com uma série de ataques. Acho que Aécio às vezes "trava" diante de Luciana (até por esta é uma exímia guerreira política), e não responde a todas as acusações. Pelo menos ele concluiu a resposta chamando-a de leviana (por que ela acusou-o de ter beneficiado a família com um aeroporto), dizendo que ela não está preparada para ser candidata à Presidência. Uma pena que ele não lembrou do Mensalão do PSOL neste momento. Mas como é diante de Luciana Genro, podemos dar um desconto.

Nas outras interações, como vimos anteriormente (com Pastor Everaldo e Dilma), Aécio já havia se saído muito bem. Um outro pequeno deslize ocorreu quando ele desafiou a "nova política" de Marina, perguntando onde ela estava durante o mensalão do PT. Ela disse que mensalão também ocorreu no PSDB e Aécio não deixou o partido. Ele disse que ela, enquanto ministra do meio ambiente, nomeou vários petistas que não conseguiram se eleger.Marina retrucou dizendo que o PSDB se juntou ao PT para atacá-la.

Dilma usou um truque dizendo que o PSDB "quebrou o Brasil três vezes". Aécio deu uma ótima resposta dizendo que pegou o Brasil com 916% de inflação por ano, levando-o para 7%. Boa resposta.

Em suma, é possível notar que Dilma tem um ponto a seu favor: a quantidade de mentiras que consegue proferir em uma velocidade maior que seus adversários conseguem refutar. Por outro lado, Marina parece ter perdido aos poucos essa capacidade e não parece preparada para um embate com Dilma, ao menos neste momento. Já Aécio Neves demonstrou, nos últimos 3 ou 4 dias, uma evolução nítida. Ele só precisa perder a mania de deixar alguns ataques sem resposta.

Uma dica para quem for para o segundo turno: revejam todas as propagandas eleitorais do PT, e todos os debates anteriores, e procurem não pelos argumentos, mas pelos "frames". Enfim, todas as frases de efeito que Dilma costuma dizer a todo momento, seja para atacar oponentes, seja para apregoar falsos méritos.

Entre os frames falsos incluem-se : "havia um engavetador geral da república no governo FHC", "antes não investigava, agora investiga", "hoje o Bolsa Família atende 55 milhões de pessoas" (na verdade são 11 milhões de benefícios).

A dica, enfim, é não deixar nada sem resposta, neutralizando mini-bloco por mini-bloco de discurso, em um esforço de desconstrução. Tendo feito esse tipo de pesquisa detalhada, a possibilidade de Dilma Rousseff ser derrotada no segundo turno é considerável, pelo que vimos neste debate. Potencial existe: basta aproveitá-lo.

Links para vídeos da entrevista, no site da Globo.com: 1 / 2 / 3



lucianohenrique | 3 de outubro de 2014 às 4:04 am | Tags: aécio neves, debate 2014, dilma rousseff, eleições 2014, guerra política, marina silva, petralhas, PSB, PSDB, PT | Categorias: Outros | URL: http://wp.me/pUgsw-9dg




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[Novo post] Denise Abreu mostra evidências incontestáveis da panfletagem “por fora” dos Correios para o PT




lucianohenrique publicou: " Agora veremos um vídeo gravado pouco após o meio-dia desta sexta-feira, 3/10, mostrando as evidências do gravíssimo crime eleitoral a partir do uso dos Correios para envio de material do governo sem chancela ou comprovante de que houve postagem oficia"



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Denise Abreu mostra evidências incontestáveis da panfletagem “por fora” dos Correios para o PT

by lucianohenrique





Agora veremos um vídeo gravado pouco após o meio-dia desta sexta-feira, 3/10, mostrando as evidências do gravíssimo crime eleitoral a partir do uso dos Correios para envio de material do governo sem chancela ou comprovante de que houve postagem oficial. A cortesia vem da candidata a deputada federal Denise Abreu (PEN) por São Paulo.

Aqui está o vídeo:



Belíssimo trabalho! Isso é o que se chama "pegar com a boca na botija".

Para que você entenda toda a gravidade da situação, leia a matéria da Época Negócios, que explica mais este crime eleitoral do PT de forma claríssima:


Os Correios abriram uma exceção para o PT e distribuíram em São Paulo panfletos da presidente Dilma Rousseff sem chancela ou comprovante de que houve postagem oficial. A estampa, prevista em norma da própria estatal, serve para demonstrar que houve pagamento para o envio, de forma regular, da propaganda eleitoral. Sem ela, é difícil atestar que a quantidade de material distribuído corresponde ao que foi contratado pelo partido. O número declarado de panfletos distribuídos sem chancela dos Correios foi de 4,8 milhões.

A exceção para os petistas foi aberta a partir de um comunicado interno dos Correios em São Paulo, no qual a empresa autoriza, em caráter "excepcional", a postagem dos folders na modalidade de mala postal domiciliária (MPD). A Diretoria Regional Metropolitana, responsável pelo aval, atribui a medida a um problema na impressão dos quase 5 milhões de peças. O órgão é chefiado por Wilson Abadio de Oliveira, afilhado político do vice-presidente da República, o peemedebista Michel Temer.

"Está autorizada, em caráter excepcional, na AGF (agência franqueada) Santa Cruz, a postagem de 4.812.787 folders da candidata às eleições 2014 Dilma Vana Rousseff", diz o documento "Correios Informa" do dia 3 de setembro. "Devido a erro de produção gráfica, não foi confeccionada a respectiva chancela", acrescenta o comunicado. Documento dos próprios Correios determina, como "requisito mínimo", que cada santinho enviado pela mala direta domiciliária deve ter a chancela, com a descrição do nome e do CNPJ do candidato. Também deve constar o ano das eleições e a origem da postagem, entre outras inscrições.

Os santinhos foram remetidos para a Grande São Paulo e cidades do interior até o dia 12 de setembro, com mensagens regionalizadas. "Ela já faz mais por Campinas", dizem os folhetos distribuídos na cidade, apresentando uma sorridente Dilma, ao lado de Temer e Lula. O impresso destaca realizações em programas federais como o Mais Médicos e o Brasil Sorridente. "Mais cuidados, mais investimentos, mais futuro. Campinas pode sempre contar comigo", diz Dilma na propaganda.

A presidente aparece em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o que levou o PT a determinar um reforço da campanha no Estado.

Justiça Eleitoral
A distribuição dos panfletos regionalizados sem estampa oficial fez parte dos carteiros se rebelar, ameaçando não entregá-los. Além disso, motivou denúncia das entidades que os representam à Justiça Eleitoral, que cobrou explicações à estatal.

Carteiros informaram que, ao questionarem seus chefes sobre os panfletos de Dilma, enviados em caixas aos setores dos Correios, foram orientados pelos gestores dos centros de distribuição a entregá-los como estavam.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Sintect-ACS) em Campinas enviou carta ao diretor regional dos Correios no interior paulista, Divinomar Oliveira da Silva, filiado ao PT, cobrando esclarecimentos e providências urgentes quanto à distribuição.

"Ao contrário do que acontece com outros candidatos nas campanhas eleitorais, esse material da candidata Dilma está sendo distribuído aos carteiros sem qualquer chancela ou anotação que demonstre o pagamento por sua postagem, levando-nos a crer numa irregularidade eleitoral", reclamaram os carteiros por escrito, ameaçando enviar representação ao Tribunal Superior Eleitoral.

"No mínimo, é estranho o que ocorreu, por se tratar de uma candidata e do volume de material enviado. Os carteiros estão acostumados a fazer a entrega de material com chancela. Como você vai ter controle de que estão entregando 4 milhões ou dez milhões. É como entregar uma carta sem o selo", disse o coordenador-geral da entidade, Luís Aparecido de Moraes. A estatal disse que o pagamento foi à vista, com a emissão de recibos, e que a autorização "excepcional" está prevista em suas normas.

Os Correios são controlados pelo PT desde dezembro de 2010, com a nomeação por Dilma do sindicalista Wagner Pinheiro para a presidência da empresa. Ex-presidente da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, Pinheiro é filiado ao PT do Rio De Janeiro. O partido assumiu o controle da empresa após a crise postal daquele ano, tirando a cadeira do PMDB. Com Pinheiro no comando, a empresa virou feudo do PT.

Resposta
Os Correios afirmam que o envio de material de campanha de Dilma Rousseff sem registros necessários ocorreu após pedido do PT para que o material de campanha não fosse perdido. "Excepcionalmente, quando, erroneamente, o material é impresso pela gráfica sem a chancela, para que a mala direta postal domiciliária não seja inutilizada, os Correios, após análise e pedido do cliente, autorizam em caráter extraordinário a postagem", justificou em nota. O pagamento para o envio do material foi feito à vista e a empresa enviou as notas que comprovam.

Em comunicado enviado um dia após a publicação da matéria, a empresa afirmou que a entrega de material sem chancela está prevista no item 2.2.3, e seus subitens, do Manual de Comercialização e Atendimento, assim como no 3.1.1, alíneas "f" e "g" do Guia Comercial Eleições publicado pela empresa.

"A postagem de objetos nas condições citadas pela matéria ocorreu em várias situações no processo eleitoral de 2014, para candidatos de vários partidos, e, em todos os casos, os serviços foram prestados conforme previsto nas normas da empresa. Levantamento parcial demonstra que a entrega de material eleitoral nessas condições foi realizada para candidatos dos seguintes partidos: PSDB, PMDB, PT, PR, PROS, PTN, PP, PV, DEM, PT do B, PDT, PTN", diz a nota dos Correios.

O controle das remessas é realizado na entrada, com "supervisão da quantidade e do valor pago", informou a empresa. No transporte, afirma, são usadas malas e contêineres com identificação. Na entrega, haveria vistoria do recebimento da carga e de sua saída. "E as unidades de distribuição são informadas sobre a situação de exceção dos objetos."

"Os Correios foram pagos pelo serviço de distribuição do material de campanha. Por tratar-se de serviço não continuado, não cabe a celebração de contrato, sendo realizados pagamentos a cada remessa", informou, em nota, o comitê petista.

Agora, não há mais o que negar. Nenhum partido chegou tão baixo na história do Brasil em termos do uso desonesto da máquina a seu favor. E olhem que ainda estamos aguardando a delação do doleiro Alberto Youssef, que promete ser ainda mais devastadora que a de Paulo Roberto Costa.

Belíssimo o trabalho de Denise Abreu, tendo a proatividade de coletar a evidência de uma fraude inaceitável. E mais importante ainda é o diálogo da candidata com o carteiro, mostrando que muitos deles são vítimas do aparelhamento, obrigados a se rebaixarem fazendo algo que não é de sua atribuição. Uma dica aos carteiros que não estão fechados com o partido: rebelem-se.



lucianohenrique | 3 de outubro de 2014 às 4:25 pm | Tags: aparelhamento estatal, companheirada, correios, denise abreu, eleições 2014, PEN, petralhas, PT | Categorias: Outros | URL: http://wp.me/pUgsw-9dy




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[Novo post] Feldman coloca o dedo na ferida: “Brasil vive risco democrático com o PT” e cita o bolivarianismo. Petralhas estrebrucham com truques patéticos.




lucianohenrique publicou: " Hora de dialogarmos com o texto Feldman radicaliza e e Rossetto o enquadra, publicado no Brasil247, mostrando que a BLOSTA perdeu as estribeiras. Comecemos: O coordenador de campanha da candidata Marina Silva (PSB), Walter Feldman, radicalizou nes"



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Feldman coloca o dedo na ferida: “Brasil vive risco democrático com o PT” e cita o bolivarianismo. Petralhas estrebrucham com truques patéticos.


by lucianohenrique





Hora de dialogarmos com o texto Feldman radicaliza e e Rossetto o enquadra, publicado no Brasil247, mostrando que a BLOSTA perdeu as estribeiras.

Comecemos:


O coordenador de campanha da candidata Marina Silva (PSB), Walter Feldman, radicalizou nesta sexta-feira 3 ao dizer que o Brasil corre "risco democrático" se a presidente Dilma Rousseff (PT) for reeleita. A petista, classificada por ele como "autoritária", poderá fazer um "segundo mandato bolivariano", afirmou.

Não há nada de radical nisso. É apenas o óbvio. Quem estudou a trajetória de devastação econômica, com saqueamento de estados, censura de mídia e implantação de coletivos não-eleitos para esmagar o Congresso sabe que o plano do PT é exatamente igual ao plano que já deu certo em países como Venezuela e Argentina. O primeiro, por exemplo, já não é quase uma civilização mais, com racionamento de alimentos, economia destruída e violência endêmica (Caracas é a capital mais violenta do mundo). A Argentina caminha rapidamente para isso. Feldman até pegou leve. Aqui segue dica de como desconstruímos todo o discurso petista em prol do bolivarianismo.


"Corremos risco democrático", declarou o ex-tucano em teleconferência promovida pela consultoria GO Associados. Ele dise ainda que Dilma tenta limitar a liberdade de imprensa no País e que um eventual segundo mandato da petista corre o risco de ter "características bolivarianas".

Ótimo. Eu só quero ver como vai reagir o PSB, que participa o Foro de São Paulo, cujos líderes organizam implementações bolivarianas. Aliás, uma coisa: não é que o segundo mandato petista "corre o risco" de ter "características bolivarianas". Ele já tem. Ela só não conseguiu implementar tudo o que quis, mas está tentando, como o decreto para que os coletivos não-eleitos esmaguem o Congresso, que ainda não foi derrubado. A próxima meta deles é censura a mídia usando eufemismos cínicos e canalhas como "democratização dos meios de comunicação" e "regulação econômica dos meios de comunicação". Censura na cara dura.


Segundo ele, Dilma tenta transformar o governo em uma estrutura de perseguição. O governo tem afastado, segundo Feldman, os investidores nacionais e internacionais, que temem pela "segurança da democracia" brasileira e da "estabilidade" do País. Já Marina, se for eleita, diz, trará uma "ventania de confiança no mercado interno e internacional".

De novo: não é que "tenta transformar". Ela já transformou o governo nessa estrutura, haja vista a baixaria que a OAB tem feito com Joaquim Barbosa, negando a reativação de seu registro apenas por que ele condenou mensaleiros.


As declarações foram rebatidas com veemência por Miguel Rossetto, que se licenciou do ministério do Desenvolvimento Agrário para coordenar a campanha de Dilma. "Esta declaração é uma vergonha. Desrespeita a democracia e o povo brasileiro", disse. Rossetto ressaltou que "nem a ditadura baniu a esquerda, o PT e o povo da vida democrática".

Para o líder petista, "Walter Feldman deveria pedir desculpas imediatamente" por suas afirmações. "Responderemos a essas declarações com uma grande vitória democrática no domingo", anunciou.

A declaração de Rossetto é pura palhaçada. Não passa do truque de shaming a partir de recursos desonestíssimos. Tirar o PT do poder pela via democrática não tem nada de "banimento de esquerda" nem de "banimento do povo", até por que o PT não representa a esquerda (há vários outros partidos de esquerda, e raros tão totalitários quanto o PT) e muito menos representa o povo (que é muito mais do que a "companheirada" de sindicatos, ONGs e grupos que vivem mamando nas tetas do estado).

Ah, em relação à "vitória democrática" no domingo? Bem, o PT tem apresentado casos de aparelhamento estatal completamente anti-democráticos. Se o PT vencer, é uma vitória de tiranetes, que tem corrompido a democracia do Brasil com aparelhamento estatal e uso de coletivos não-eleitos para o maior rol de baixarias que a extrema-esquerda é capaz de conceber. A vitória da oposição é um fôlego para a democracia.

Por fim, é o PT que devia se desculpar por estar implementando uma ditadura em nosso país, quebrando todos os contratos sociais dignos de uma civilização sadia.

Ao candidato Aécio: agora abriu a porteira! E esperamos declarações ainda mais contundentes desafiando o bolivarianismo vindas por parte do PSDB.



lucianohenrique | 3 de outubro de 2014 às 5:42 pm | Tags: democracia, dilma rousseff, ditadura, eleições 2014, guerra política, marina silva, petralhas, PT, walter feldman | Categorias: Outros | URL: http://wp.me/pUgsw-9dG




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domingo, 28 de setembro de 2014

[Ditadura do Foro de São Paulo] nova mensagem de Edvania C. Fiorese

Edvania C. Fiorese
Edvania C. Fiorese27 de setembro de 2014 18:36
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[Novo post] A direita que não tem um plano A, não pensa em planos B ou C, mas sempre se contenta com o plano Z




lucianohenrique publicou: " Durante esta eleição, a direita usou algumas variantes de discurso, que incluem: "Entre Dilma e Marina, ninguém, pois ambas são do Foro" e "Entre Dilma, Marina e Aécio, ninguém, pois Aécio é socialista fabiano". É brincadeira? Todavia, de acordo co"



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A direita que não tem um plano A, não pensa em planos B ou C, mas sempre se contenta com o plano Z


by lucianohenrique





Durante esta eleição, a direita usou algumas variantes de discurso, que incluem: "Entre Dilma e Marina, ninguém, pois ambas são do Foro" e "Entre Dilma, Marina e Aécio, ninguém, pois Aécio é socialista fabiano". É brincadeira?

Todavia, de acordo com a Janela de Overton, sempre é possível tomar decisões diante das opções apresentadas para nós, sempre buscando a melhor. Veja este artigo de Reinaldo Azevedo sobre a janela de Overton, que parece ser muito pouco conhecida pela direita.

Se olharmos por essa perspectiva, Marina pode ser um plano B tanto para os petistas como para nós, da direita, se isso não for tão bom para o PT como seria a eleição deles próprios. Alguns dizem que "é assim mesmo que os dialéticos pensam", mas na verdade essa é a única forma de pensar estrategicamente.

Há uma mania de parte da direita de criticar os acertos da esquerda, como o pensamento dialético. À Lenin é atribuído algo como "estratégia das tesouras" (embora eu nunca tenha encontrado fontes a esse respeito), mas vejo que se o líder socialista tratou disso apenas descobriu o óbvio: sempre existem planos B quando o plano A não dá certo.

O fato é que os socialistas, quando implementam uma ditadura, expurgam o pensamento de direita e permitem uma dissidência vinda apenas de outros partidos de esquerda, o que dá a impressão de existir "divergência de ideias" e, portanto, uma "democracia".

Só que mesmo que nós não lutemos por um totalitarismo, deveríamos pensar do mesmo jeito. Quer dizer, saber que se temos um plano A em mãos, devemos ter um plano B, assim como devemos lutar para que no caso do plano A não dar certo, é melhor contarmos com o plano B. Mas se tanto plano A como B não vingarem, ainda podemos pensar em um plano C. E assim, sucessivamente, para cada questão, para cada disputa, para cada eleição.

Infelizmente, a direita acostuma-se a pensar na base do "tudo ou nada". Mas aí já é suficiente lembrarmos de ditados populares dizendo-nos "quem tudo quer, tudo perde".

Como eu defendo que a direita passe a pensar de forma mais estratégica, faço minha contribuição com sugestões de planos A, B e C para a direita nestas eleições:
Plano A: vitória de Aécio, que derrubará o decreto 8243
Plano B: vitória de Marina, derrubar decreto 8243
Plano C: mesmo com vitória de Dilma, derrubar decreto 8243 e travar o projeto petista de censura de mídia

Caso tudo dê certo e o plano A seja implementado, há um risco a ser tratado: o da direita "relaxar" por termos vencido o mal maior (o PT) e esquecer de que há muito a ser feito, especialmente na busca de consolidarmos um partido que defenda as bandeiras de direita para 2018 ou 2022. Mas acredito que podemos sem muita dificuldade lutarmos contra esse "relaxamento", por isso este é o melhor plano. Alias, se criarmos um partido de direita com força para vencer, este se tornaria nosso plano A e o PSDB/DEM viraria um plano B. (Note que pela Janela de Overton, ou "estratégia das tesouras", a esteira pode rolar...)

Já o plano B serve para o caso de Aécio não ter condições de vencer, e impõe alguns riscos hoje mais relacionados ao PT, principalmente pelo PSB ser parte do Foro de São Paulo. Mas neste caso, não vejo uma elite psicopática ao lado de Marina, portanto é mais fácil para nós derrubarmos as implementações totalitárias já estabelecidas e evitar novos projetos neste sentido. Outro risco, assim como vimos anteriormente, é o de descuidarmos pelo fato do PT ter perdido.

No caso de irmos para o plano C significa que tanto o plano A como o plano B não deram certo. Aqui o problema é maior: o PT já implementou seu decreto 8243, vai lutar pela censura de mídia e tem um batalhão de pessoas prontas para facilitar-lhes a vitória nestes aspectos. No plano C, devemos realmente melhorar nossa capacidade de luta contra as implementações totalitárias deles. Sem a censura de mídia e o decreto 8243, as coisas vão se complicar para o PT, pois ele precisará esconder as consequência de seu bolivarianismo, que tem causado sérios danos à nossa economia. A derrubada destes projetos totalitários deve aumentar a taxa de rejeição para o PT em 2018.

Existe um plano D? Claro. Basta o PT ganhar e ficarmos nos preocupando com várias outras questões laterais, esquecendo-nos de priorizar a luta pela liberdade de imprensa e pelos três poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário), ou seja, o sustentáculo de nossa democracia.

Como se percebe, A, B e C não são iguais, mas enquanto o alfabeto vai avançando, as opções vão ficando piores para nós. Se mudarmos a forma de pensar, partindo para um pragmatismo político, começaremos a trabalhar com opções, sempre, e assim conseguiremos mais resultados cumulativos, pois sempre podemos ir "puxando" as coisas para o nosso lado, assim como os esquerdistas já fazem. Para isso, é preciso largar o purismo. Fazer isso não passa da "sinistra" estratégia das tesouras, que nada mais é do que mais um filtro de pensamento estratégico hoje usado pela esquerda.

Resumindo, uns dizem que Marina é plano B do Foro. Ora, se é plano B, então é melhor para nós do que o plano A. E a mesma coisa vale para Aécio,que seria o plano C do Foro. Se é plano C, é melhor para nós que o plano B, assim como o plano B é melhor para nós que o plano A. Isso, é claro, até o dia em que tivermos um plano A, o que não temos. Mas se não pensarmos pragmaticamente assim, não teremos plano A, B ou C. Daí corremos o risco de termos que nos contentar com o plano Z para nós, que é a manutenção do PT no poder, com total liberdade para implementar uma ditadura.



lucianohenrique | 27 de setembro de 2014 às 9:26 pm | Tags: eleições 2014, esquerdismo, estratégia, foro de são paulo, guerra política, jogos políticos, planejamento, PSB, PSDB, PT | Categorias: Outros | URL: http://wp.me/pUgsw-98N




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[Novo post] As finalidades e os efeitos da Santa Missa




Thais publicou: "Em sua encíclica Mediator Dei, o venerável Papa Pio XII presenteou todo o povo cristão com um verdadeiro tesouro doutrinal, explicando com precisão e eloquência o que é a sagrada liturgia e em que consiste o sacrifício da Santa Missa. É na segunda part"



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Nova publicação em Kerigma, A proclamação da Palavra








As finalidades e os efeitos da Santa Missa


by Thais



Em sua encíclica Mediator Dei, o venerável Papa Pio XII presenteou todo o povo cristão com um verdadeiro tesouro doutrinal, explicando com precisão e eloquência o que é a sagrada liturgia e em que consiste o sacrifício da Santa Missa.

É na segunda parte deste documento, de modo particular, que Sua Santidade, a partir das sentenças dogmáticas do imortal Concílio de Trento, desenvolve o seu Magistério sobre a celebração eucarística.

Ele começa por explicar a sua natureza: "O augusto sacrifício do altar não é (...) uma pura e simples comemoração da paixão e morte de Jesus Cristo, mas é um verdadeiro e próprio sacrifício, no qual, imolando-se incruentamente, o sumo Sacerdote faz aquilo que fez uma vez sobre a cruz, oferecendo-se todo ao Pai, vítima agradabilíssima"01. Substancialmente, o sacrifício do Calvário e o sacrifício eucarístico são o mesmo sacrifício. Quando o sacerdote sobe ao altar e, emprestando a Cristo a sua língua e a sua mão02, oferece a Santa Missa por todos os homens, está fazendo não só a mesma coisa que Jesus fez naquela ceia derradeira03, mas também aquele ato de entrega realizada no madeiro da Cruz. A diferença é que, enquanto no Calvário Jesus se entregou de modo cruento, isto é, derramando o Seu sangue, na última ceia e nos altares de nossas igrejas este sacrifício é oferecido sem derramamento de sangue ("incruentamente"). Preleciona Pio XII:


"Na cruz, com efeito, ele se ofereceu todo a Deus com os seus sofrimentos, e a imolação da vítima foi realizada por meio de morte cruenta livremente sofrida; no altar, ao invés, por causa do estado glorioso de sua natureza humana, 'a morte não tem mais domínio sobre ele' (Rm 6, 9) e, por conseguinte, não é possível a efusão do sangue; mas a divina sabedoria encontrou o modo admirável de tornar manifesto o sacrifício de nosso Redentor com sinais exteriores que são símbolos de morte. Já que, por meio da transubstanciação do pão no corpo e do vinho no sangue de Cristo, têm-se realmente presentes o seu corpo e o seu sangue; as espécies eucarísticas, sob as quais está presente, simbolizam a cruenta separação do corpo e do sangue. Assim o memorial da sua morte real sobre o Calvário repete-se sempre no sacrifício do altar, porque, por meio de símbolos distintos, se significa e demonstra que Jesus Cristo se encontra em estado de vítima."04

Assim, é importante explicar: durante a celebração da Santa Missa, Jesus não está, por assim dizer, "sofrendo de novo" o Calvário, experimentando a agonia da coroa de espinhos ou carregando novamente todo o peso da cruz. A entrega feita no sacrifício eucarístico, no entanto, é a mesma: o oferente é o próprio Jesus – "é Ele mesmo quem preside invisivelmente toda Celebração Eucarística"05 – e trata-se da mesma vítima: "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo"06. A diferença de modo entre as duas é apenas acidental, não muda a substância do sacrifício.

Pela transubstanciação, estão presentes debaixo das espécies do pão e do vinho Jesus Cristo em corpo, sangue, alma e divindade. Por força do sacramento, no pão está o Seu corpo e, no vinho, o Seu sangue; mas, pela realidade dos fatos, Jesus todo está presente tanto no pão quanto no vinho.É assim porque, estando Ele ressuscitado e no Céu em corpo glorioso, não pode mais ser separado. O uso do pão e do vinho como matéria deste sacramento, no entanto, significa esta "cruenta separação" do Seu corpo e do Seu sangue, ocorrida na Cruz.

Pio XII também indica que não só o ministro e a vítima dos dois sacrifícios são "idênticos", mas também os fins.

O primeiro deles é a glorificação de Deus (latrêutico). Trata-se da "adoração". A típica atitude de adoração consiste em pôr-se de joelhos diante de Deus, rebaixando-se diante d'Ele e reconhecendo-se um nada. Na Cruz, Jesus adorou o Pai de modo perfeitíssimo. "Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de um escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz"07.

Durante a Santa Missa, por mais que se tenha um sacerdote ou uma assembleia indigna, Jesus está oferecendo a mesma adoração perfeita que ofereceu no madeiro da Cruz. Ainda que todos os seres humanos e todos os anjos juntos cultuassem a Deus, não conseguiriam jamais superar o valor desta oferta do próprio Deus. Por esse motivo, é impossível comparar o augusto Sacrifício do altar com as chamadas "celebrações da Palavra". Se por um lado estas celebrações comunitárias são importantes em lugares com carência de padres, por outro, é realmente muito triste que a sua frequência indevida acabe por obscurecer as diferenças substanciais entre a Missa e uma simples "reunião fraterna". Na Missa, o padre age in persona Christi; na celebração da Palavra, ao invés, ainda que a comunidade faça parte do Corpo Místico de Cristo, não há como ocorrer a consagração do pão e do vinho, uma vez que "o povo (...) não pode de nenhum modo gozar dos poderes sacerdotais"08.

A segunda finalidade da Missa é eucarística, ou seja, dar a Deus ação de graças. O homem, que tudo recebe de Deus, tem-lhe uma dívida de ação de graças que não poderia jamais pagar, a menos que o Senhor mesmo não se fizesse homem e sanasse esta dívida por ele. "A Eucaristia é um sacrifício de ação de graças ao Pai, uma bênção pela qual a Igreja exprime seu reconhecimento a Deus por todos os seus benefícios, por tudo o que ele realizou por meio da criação, da redenção e da santificação. (...) Este sacrifício de louvor só é possível através de Cristo: Ele une os fiéis à sua pessoa, ao seu louvor e à sua intercessão, de sorte que o sacrifício de louvor é oferecido por Cristo e com ele para ser aceito nele"09.

O terceiro fim deste memorial é propiciatório, isto é, oferecer uma expiação pelos nossos pecados. Com o pecado, o homem ofende a Deus e Este, por sua vez, espera do homem, além do arrependimento, a reparação de sua ofensa. Se os sacrifícios oferecidos pelos antigos "simplesmente devolviam a Deus as coisas que Ele mesmo havia criado: touros, ovelhas, pão e vinho", na Santa Missa, "irrompe um elemento novo e maravilhoso: pela primeira vez e todos os dias, a humanidade pode já oferecer a Deus um dom digno dEle: o dom do seu próprio Filho, um dom de valor infinito, digno de Deus infinito"10. Só desta forma os crimes cometidos pelo homem contra Deus podem ser plenamente satisfeitos.

Por fim, a quarta finalidade da Missa é impetratória: Jesus "nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade"11. Nos altares de nossas igrejas, Jesus continua colocando-se entre a humanidade e o Pai e pedindo a Ele as graças necessárias para nossa salvação.

Para lograr os efeitos da redenção de Jesus, no entanto, é preciso que o homem se abra a Deus. Por isso, ensina Pio XII, "é necessário que depois de haver resgatado o mundo com o elevadíssimo preço de si mesmo, Cristo entre na real e efetiva posse das almas"12. Para ilustrar que, mesmo oferecendo o Santo Sacrifício por todos os homens, apenas alguns muitos verdadeiramente aproveitam de sua eficácia, o Santo Padre faz uma bela analogia: "Pode-se dizer que Cristo construiu no Calvário uma piscina de purificação e de salvação e a encheu com o sangue por ele derramado; mas se os homens não mergulham nas suas ondas e aí não lavam as manchas de sua iniquidade, não podem certamente ser purificados e salvos"13.

Para tanto, urge que os fiéis participem "do santo sacrifício eucarístico, não com assistência passiva, negligente e distraída, mas com tal empenho e fervor que os ponha em contato íntimo com o sumo sacerdote (...), oferecendo com ele e por ele, santificando-se com ele"14.

O protagonista da Sagrada Liturgia é Jesus, que oferece ao Pai o dom precioso de Si mesmo. Não é a comunidade que está no centro da Missa; a ação principal não está sendo realizada nem pelo sacerdote nem pela assembleia, mas por Jesus. Para participar ativamente da Santa Missa, os fiéis devem ser motivados a perscrutar o que se passa no altar, e não inventar jograis, danças ou outras coisas que, em última instância, acabam desviando o foco de toda a ação litúrgica da Cruz.
Artigo recomendado
"Christus Passus" nella dottrina eucarística di San Tommaso d'Aquino
Referências
Carta Encíclica Mediator Dei, sobre a Sagrada Liturgia, n. 61
Cf. São João Crisóstomo, In Joan. Hom., 86, 4
Cf. Mt 26, 1-16; Mc 14, 1-11; Lc 22, 7-23
Carta Encíclica Mediator Dei, sobre a Sagrada Liturgia, n. 63
Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1348
Jo 1, 29
Fl 2, 6-7
Carta Encíclica Mediator Dei, sobre a Sagrada Liturgia, n. 76
Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 1360 e 1361
Trese, Leo John. A fé explicada. Trad. Isabel Perez. 7. ed. São Paulo: Quadrante, 1999. P. 320
Hb 5, 7
Carta Encíclica Mediator Dei, sobre a Sagrada Liturgia, n. 70
Ibidem
Carta Encíclica Mediator Dei, sobre a Sagrada Liturgia, n. 73



Via Christo Nihil Praeponere



Thais | 28/09/2014 às 12:58 am | Tags: Missa, sacrificio | Categorias: Uncategorized | URL: http://wp.me/p3yA87-1jw




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