Testemunhos de conversao
Testemunho Eucaristico de Augusto
“No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se e disse: ‘Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo’” (Jo 1,29).
Amados:
Quero aqui dar um testemunho digno de fé. Trata-se de uma experiência pessoal vivida no dia 27 de julho de 2003, domingo, durante a Missa das 19:00 hs.
É sabido que o número 3, na Bíblia, significa confirmação. Assim foi quando Jesus disse a Pedro por três vezes para que este apascentasse Seu rebanho na terra (Jo 21,15-17).
Eu havia tido duas experiências anteriores muito fortes com o Senhor.
Na primeira, quando tinha quatro anos de idade, minha mãe levou-me até a igreja onde eu fora batizado (Igreja de Santa Margarida Maria – Lagoa – Rio de Janeiro). Lá, ela me mostrou um crucifixo grande, belíssimo (está lá até hoje), e me apresentou a Jesus Cristo, dizendo que era daquela forma que ocorrera sua morte. Mas que Ele já não estava maia morto, pois havia ressuscitado.
Perguntei-lhe o que era ressuscitar, e ela então explicou que era quando alguém morria e voltava a viver. Disse-me ainda que Jesus nunca mais iria morrer novamente.
Naquele exato momento, veio-me uma certeza inabalável – a de que eu vou ressuscitar igualzinho a Jesus. Uma fé que ninguém jamais conseguiu destruir – a de que Jesus é a minha ressurreição e o autor da minha vida eterna.
A segunda foi no final do ano de 1990. Caminhava eu sozinho pela rua, eram cerca de 20:00 hs e o mês de novembro estava começando (era mais ou menos dia 3 de novembro). De repente, senti as pernas bambas. Tive que apoiar-me em um muro para não cair no chão. Ao mesmo tempo, senti como se fosse uma forte golfada (a garganta chegou a arder), como se uma grande bola de ferro tivesse sido arrancada ou do esôfago ou da traquéia. Pensei que tinha tido um derrame, ou que tivesse vomitado, mas confirmei que nada disso havia ocorrido9. Tudo estava normalíssimo comigo.
Senti-me atraído para a Igreja como um ímã. Ao fazer a oração do “Pai-Nosso”, chorava feito criança. Tudo foi confirmado mais tarde através de uma palestra do Padre Jonas Abib, pela Rádio Canção Nova, e num curso de experiência de oração feito em minha paróquia – eu havia recebido a efusão do Espírito Santo, nos mesmos moldes que vemos ocorrer nas Escrituras, sem saber o que havia acontecido comigo.
A tal “bola de ferro” é explicada nessas duas passagens:
“37 No último dia, o mais importante da festa, Jesus falou de pé e em voz alta : “Se alguém tiver sede venha a mim e beba. 38 Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva”. 39 Referia-se ao Espírito que haviam de receber aqueles que cressem nele. De fato, ainda não tinha sido dado o Espírito, pois Jesus ainda não tinha sido glorificado” (Jo 7,37-39);
“13 Jesus respondeu: “Quem bebe dessa água tornará a ter sede; 14 mas quem beber da água que eu lhe der jamais terá sede. A água que eu lhe der será nele uma fonte que jorra para a vida eterna” (Jo 4,13-14).
“Água viva”, para a samaritana, significa a água que corre da fonte. Para Jesus é a verdade e a graça, que ele, o Messias (Jo 4,26), dará aos que nele crerem (Jo 7,37s; Ap 21,6; 22,17). Em João 7,37-39, aludindo à solene libação de água nas cerimônias deste dia e a Is 12,3, Jesus repete publicamente o convite feito antes à samaritana (4,10-15). Ele dará a verdade e a graça do Espírito Santo, após a sua ressurreição e ascensão.
Essa água, jorrando, foi que me transmitiu a sensação da “bola de ferro”.
A terceira experiência é a que ocorreu no último dia 27 de julho e a que me refiro no começo. Durante a Missa, na hora da consagração do Pão e do Vinho, eu vi claramente, sem disfarces, sem subterfúgios, um cordeiro morto sobre o altar. A visão foi real e forte. Tocou-me de uma forma tão profunda que não consigo nem mesmo explicar.
Nosso pároco, Padre Milton, deu a comunhão sob as duas espécies aos Ministros. Eu não conseguia ver hóstia e vinho, mas Carne e Sangue.
Quando recebi a comunhão, quando a Ministra de nome Arlete me mostrou a hóstia dizendo: “O Corpo de Cristo”, veio-me uma voz ao ouvido: “A Carne do Cordeiro”.
O que tem ocorrido desde então é que quando o sacerdote exibe a Hóstia e o Cálice, dizendo “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”, vejo claramente sangue pingando da Hóstia para o Cálice. E isto acontece todas as vezes.
Os paramentos do Padre, por conseguinte, considerando-se a túnica, a alva e a estola, já me vêm como vestes de preparação para o sacrifício. Um sacrifício que Cristo ofereceu na Ceia e consumou na Cruz.
O que fica de tudo isto?
Há uma dupla perspectiva em São João ao chamar Cristo de “Cordeiro de Deus”: uma sacrificial e outra vitoriosa e pascal. Por um lado, Cristo é comparado ao cordeiro que é levado ao matadouro e imolado pelos pecados do Povo para granjear o perdão de Deus. Neste sentido, é chamado também de “Servo de Javé”, e é submetido a todo tipo de crueldade, sem abrir a boca, apresentando-se como homem das dores, sem forma e beleza, desprezado e condenado, assumindo as nossas fraquezas. Esta imagem é muito forte e passou para a piedade popular com especial apelo e emoção. Nossos pobres se sentem como este Cristo, cordeiro imolado, que partilha de suas dores, mudo e sem abrir a boca, mas sem defeito, sem pecado e inocente.
Por outro lado, este cordeiro, embora manso e de peito transpassado, se encontra de pé, vitorioso e pascal, segurando a flâmula da ressurreição e atestando o poder de Deus sobre a morte. Ele é exaltado sobre seus inimigos, sendo aclamado como “rei dos reis e senhor dos senhores” (Ap 17,14; 19,16). Investido de poder divino, julga até os seres celestes e é seguido por um séquito de santos, virgens e mártires, que cantam seus louvores e glorificam seu nome.
Esta é a imagem que São João traça de Jesus no fim do primeiro século, em meio às perseguições que os primeiros cristãos tiveram que enfrentar. E esta é a mensagem que a Bíblia transmite: o cristão de todos os tempos terá que imitar Jesus, o Cordeiro de Deus, sacrificando-se pelos pecados dos homens, mas tornando-se, pela força de Deus, vitorioso e pascal.
Um novo ano está começando, cheio de mistério e interrogações. O que ele nos reserva? Só Deus o sabe. Mas podemos imaginar que, por um lado, teremos que enfrentar o poder das trevas, mas temos, por outro, a certeza da proteção e vitória do Crucificado.
A partir de agora, todos os compêndios teológicos que venham a negar a presença real do Cordeiro Imolado sobre o altar não terão nenhum efeito sobre mim e minha fé cristã. O Senhor mesmo me deu a visão. Deus mo revelou, confirma nas Escrituras e contra fatos não há argumentos.
Senhor, nosso Deus, grande e bom, dai-nos a graça de seguir Jesus, o vosso Cordeiro. Que os sofrimentos não nos desesperem e que vossa proteção aumente nossa pobre fé. Amém.
Paz e bem!
AUGUSTO CÉSAR RIBEIRO VIEIRA
Piabetá - RJ
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]