quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Líder lefebvrista considera "muito difícil" acordo com o Vaticano

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Escrito por Michel Pagiossi
Dom, 09 de Outubro de 2011 13:39

Líder lefebvrista considera "muito difícil" acordo com o Vaticano





“Caríssimos irmãos e irmãs, hoje trazemos este triste artigo sobre a situação da Fraternidade São Pio X. Rezemos. (ML)”



Niklaus Pfluger, assistente geral da Fraternidade São Pio X (lefebvristas) assinalou que acha "muito, muito difícil" chegar a um acordo com a Santa Sede para ingressar na plena comunhão da Igreja Católica.

A Fraternidade São Pio X agrupa os seguidores do arcebispo Marcel Lefebvre que faleceu excomungado em 1988 por ordenar quatro bispos sem permissão do Papa.

Em uma entrevista realizada em 29 de setembro no Stuttgart (Alemanha) e publicada em 2 de outubro pelo DICI, órgão informativo lefebvrista, Pfluger assinala que "Assis III e mais ainda esta desafortunada beatificação de João Paulo II, e muitos outros exemplos, mostram claramente que a autoridade da Igreja ainda não está disposta a abandonar os falsos princípios do Vaticano II e suas conseqüências".

"De modo que –prossegue– qualquer proposta que se faça à Tradição deve nos garantir, ao mesmo tempo, a liberdade de continuar nossa obra e nossa crítica à ‘Roma modernista’. Para ser honesto, isto parece muito, muito difícil. Uma vez mais, qualquer compromisso falso ou perigoso deve ser descartado".

"Assis III" refere-se ao encontro interreligioso que se realizará nessa cidade italiana no próximo 27 de outubro, convocado pelo Papa Bento XVI ao celebrar-se 25 anos daquele realizado por João Paulo II ali também em 1986.

As declarações de Pfluger confirmam provas litográficas publicadas anteriormente por ACI Digital sobre a perspectiva negativa e as dúvidas dos lefebvristas sobre o tema do Preâmbulo doutrinal, expressas por seu máximo líder, Bernard Fellay, no último 25 de setembro.

Este preâmbulo é um documento entregue no dia 14 de setembro aos lefebvristas no qual o Vaticano estabelece as condições mínimas que deve aceitar a fraternidade para ingressar na plena comunhão da Igreja Católica.

Na entrevista, Pfluger responde a uma pergunta sobre se o preâmbulo seria "uma armadilha à fraternidade", que ele responde que "esta crítica é totalmente justificada e deve ser tomada a sério. Pois, como poderíamos eliminar a impressão de que se estaria estabelecendo um silêncio em certa medida cúmplice, conduzindo, de fato, a essa multiplicidade paralela que relativiza a verdade, quando essa é justamente a base do modernismo?"

Em sua opinião, a fraternidade tem uma posição mais forte que a de 1988 posto que "hoje a situação é muito distinta: quatro bispos e 550 sacerdotes no mundo inteiro. E as estruturas da Igreja oficial se racham cada dia mais, e mais rápido. Roma já não está posicionada ante a fraternidade como há 20 anos".

Para Niklaus Pfluger "a fraternidade cresceu constantemente ao longo de 41 anos, a pesar do argumento contundente da ‘excomunhão’".

As declarações foram feitas poucos dias depois da reunião "a portas fechadas" dos superiores desta organização no Albano, sede do distrito lefebvrista da Itália, prevista para o 7 e 8 de outubro com o fim de estudar o preâmbulo doutrinal.

O comunicado do Vaticano de 14 de setembro explica que o preâmbulo entregue aos lefebvristas "estabelece alguns princípios doutrinais e critérios de interpretação da doutrina católica, necessários para garantir a fidelidade ao Magistério da Igreja e o ‘sentire cum Ecclesia’ (sentir com a Igreja)".

Ao mesmo tempo, deixa aberta "a uma discussão legítima, o estudo e a explicação teológica de expressões ou formulações particulares presentes nos documentos do Concílio Vaticano II e do Magistério sucessivo".

O texto do Escritório de Imprensa também recorda que o Santo Padre decidiu em 2009 levantar a excomunhão que pesava sobre os quatro bispos ordenados pelo Lefebvre "como resultado da súplica dirigida pelo Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X à Sua Santidade Bento XVI no dia 15 de dezembro de 2008".

Em 4 de fevereiro de 2009 a Secretaria de Estado do Vaticano divulgou um comunicado no qual se precisa que "o levantamento da excomunhão liberou os quatro bispos de uma pena canônica muito grave, mas não mudou a situação jurídica da Fraternidade São Pio X, que no momento atual, não goza de nenhum reconhecimento canônico na Igreja Católica".

Este texto também assinalava que os quatro bispos que ordenou Lefebvre a quem se levantou a excomunhão estão obrigados ao "pleno reconhecimento do Concílio Vaticano II" –que até agora rechaçaram como se desprende das declarações expostas nesta nota e em notas anteriores de ACI Digital– e do Magistério de todos os Papas posteriores a Pio XII.

O Concílio Vaticano II é um dos eventos mais importantes na história da Igreja. Este foi realizado de 1962 a 1965 congregando a bispos de todo o mundo. O concílio produziu um corpo de doutrina que busca promover a fé católica, renovar a vida dos fiéis, adaptar a liturgia e alentar a presença dos leigos.



Fonte: ACI Digital
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]