Grupo de Resgate Anjos de Adoração - GRAA |
- Jesus não veio disputar os reinos do mundo pelas armas, mas para reinar nos corações pela Cruz
- Léon Bloy sobre os santos inocentes
- Sobre os inocentes de Belém
- Sobre Vocação
Jesus não veio disputar os reinos do mundo pelas armas, mas para reinar nos corações pela Cruz Posted: 28 Dec 2011 04:52 PM PST Dize-me, cruel Herodes: por que mandas matar e sacrificar à tua ambição de reinar tantas criançsa inocentes? Dize-me: por que te perturbas? Que temes? Temes que o Messias que acaba de nascer te roube a coroa? Assim fala S. Fulgêncio. Depois acrescenta: Esse Rei que temes, não veio combater e vencer os poderes da terra pelas armas, mas veio reinar nos corações dos homens padecendo e morrendo por seu amor. Esse amável Redentor de nossas almas veio não para fazer guerra durante a vida, mas para triunfar do amor dos homens, depois de sacrificar sua vida sobre a cruz; Ele mesmo o declara: Quando eu for elevado da terra, atrairei a mim todas as coisas. Sto Afonso de Ligório, Nascimento e Infância de Jesus Cristo |
Léon Bloy sobre os santos inocentes Posted: 28 Dec 2011 03:49 PM PST "É o rebanho dos pequenos de Deus. "Quem quer que receba em meu nome um desses pequenos" disse Jesus, "é a mim mesmo que recebe". O que pensar daquele que os degola, que os mutila, ou que inflige às suas almas puras uma tristeza mais negra do que a morte? (...) A maldição de uma multidão de crianças, é um cataclisma, um prodígio de terror, uma cadeia de montanhas sombrias no céu, com uma cavalgada de raios e trovões em seus cimos. É o infinito dos gritos de todos os abismos, é um não sei o que de altamente poderoso que não perdoa e que extingue a esperança de qualquer perdão." Léon Bloy In FARIA, Octávio. Léon Bloy. Depois de ler este relato visceral do Léon Bloy, como não pensar na terrível situação que vivenciamos hoje em que milhares são os infantes que morrem por dia, por hora, por minutos... no mundo? A estes sequer é dado o direito de nascer e, novamente, pelo seu grito impedido eles clamam justiça Àquele que já havia dito: "É a Mim que o fazeis..." Que terrível, que terrível! "Até quando, ó Senhor santo e verdadeiro, tardarás a fazer justiça, vingando nosso sangue contra os habitantes da terra?" (Ap 6,10) |
Posted: 28 Dec 2011 03:14 PM PST Ignoramos o número dos inocentes mas, segundo Macróbio, entre eles estava um filho de Herodes amamentado em Belém. E quem nos diz se o monarca assassino ainda sofreu quando soube da desgraça? Pouco depois devia ele deixar por sua vez a vida, acabrunhado de males vergonhosos; a vérmina roía-lhe os testículos, tinha os pés inchados, a respiração curta e um hálito insuportável. Sentindo-se repugnante a si próprio, tentou matar-se à mesa com uma faca. Morreu enfim ordenando a Salomé que desse a morte a numerosos jovens encerrados nas prisões. A matança dos inocentes foi o último feito de Herodes. Este assassínio em massa ao redor de um berço inocente, o sangue derramado pelo recém-nascido que devia comprar com seu sangue o perdão dos culpados, este sacrifício humano em honra daquele que será crucificado, tem um sentido profético. Milhares de inocentes deverão morrer depois da sua morte, só pelo crime de terem crido na sua ressurreição; nascia destinado a sacrificar-se pelos outros, mas eis milhares de recém-nascidos a morrerem por ele como que para expiarem o seu nascimento. Há nesta oblação sangrenta, neste morticínio de puros, um tremendo mistério. Pertenciam à geração que devia trair e crucificar a Jesus. Morrendo nesse dia, aos golpes de Herodes, não viram morrer o seu Senhor. Sua morte os salvou e os salvou para sempre. Eram inocentes e permaneceram inocentes. Seus pais e seus irmãos vivos os vingarão um dia - mas serão perdoados "porque não sabem o que fazem". Giovanni Papini, História de Cristo |
Posted: 28 Dec 2011 11:38 AM PST Uma das maiores aventuras da vida do católico, a meu ver, é a escolha da vocação. Com algumas exceções, este é um negócio difícil e que exige, além de uma vida realmente devota, a coragem de arriscar-se, pois a absoluta certeza do próprio chamado exigiria um esgotamento da dimensão do mistério ou a comunicação inequívoca do próprio Deus a respeito do chamado pessoal. E isto, de ordinário, não acontece. O que temos são indícios. Mas, mesmo estes, podem enganar um pouco. Às vezes, a mera admiração é má interpretada. Outras vezes, é somente o próprio senso de grandeza e heroísmo querendo optar por algo que lhe seja adequado. Neste caso, a vaidade vincula-se ao ideal de perfeição. Além destas dificuldades que são comuns a toda época - se bem que particularmente à nossa, visto que mais que nunca a nossa soberba é mostrada como um bem e os egos são a toda hora estimulados à auto-promoção - há, ainda, um fenômeno que é muito peculiar da contemporaneidade: quem quiser seguir a vida religiosa, terá de pesquisar muito bem se quiser encontrar uma boa Ordem, Congregação, Instituto ou Fraternidade. Isto se dá porque, em muitos lugares, o carisma original se perdeu, foi abandonado, foi submetido a uma "releitura", foi misturado a ideologias modernas, ou já nasceu viciado. E isto é muito sério. Antes ficar em casa, vivendo uma vida secular, do que ir a um lugar onde aprenderás heresias, onde te será incutido a desconfiança com relação a Roma, onde escutarás que a Tradição da Igreja é somente um modo de manipular o povo inculto, onde aprenderás que a História da Salvação só pode ser entendida corretamente e sem alienação se utilizas a chave hermenêutica da luta de classes, entre outros disparates. Isto, no entanto, não deve ser motivo de desistência da própria vocação. Em se tratando do assunto, nunca se deve parar na alternativa mais cômoda. Este tipo de medo que faz desistir na primeira dificuldade é absolutamente inadequado e indigno diante de um chamado de Deus. S. Bernardo de Claraval dizia que o chamado ao claustro é o maior bem que Deus pode fazer a uma alma. O que se sentem chamados à vida religiosa ou desconfiam de sê-lo devem examinar isto detidamente e encontrar, para auxílio, um bom diretor espiritual que o acompanhe. Naturalmente, a vocação não é mera escolha, mas, antes, descoberta. Isto, então, exige todo um processo de aprofundamento de si mesmo e daí é que decorre a necessidade de um outro, mais experimentado que nós, que possa nos ajudar neste trabalho. Embora tal empresa tenha a sua dificuldade, não deixa de ser, no entanto, uma aventura amorosa, muito mais bela e verdadeira do que aquelas que costumamos ver nos filmes e contos e das quais costumávamos desejar participar. Se, como eu disse, há muitos conventos e institutos que, infelizmente, debandaram para ideologias como a famigerada Teologia da Libertação - há muitas casas franciscanas, carmelitas e dominicanas que se deixaram seduzir por este canto de sereia - ou para visões equivocadas da espiritualidade, como as de matiz pentecostalista, nem por isso o candidato à vida consagrada deixará de encontrar, se procurar direito, várias outras casas que se mantêm fiéis ao ensino de sempre da Santa Igreja e que se destacam por sua sobriedade e maturidade. Como eu disse, basta procurar. E agora, só pra dar o gostinho, coloco um video vocacional dos Cônegos Regulares Premonstratenses. Embora seja a divulgação do carisma de uma Ordem específica, nela há o cerne de todo chamado à vida consagrada. Pax. |
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