Por Helber Clayton
Já havia lido no livro "Formação de Discípulos", de Prado Flores, uma análise muito bem elaborada da pedagogia do Mestre Jesus de Nazaré, de como ensinava pelo poder do exemplo e uma analogia dos seus atos aos dos generais israelitas, que costumavam marchar à frente do seu exército fazendo uso do comando "ajarai" (atrás de mim).
Agora, a leitura dessa maravilhosa Instrução Geral me traz novamente a lembrança do testemunho mais-que-perfeito para o conceito de vida de oração. Lembro-me também daquele termo usado ao chamar seus discípulos: "vinde após mim"(Mt 4,17). De fato, se repararmos bem, foi talvez este o lema principal da vida de Cristo, pois tudo que ensinou por palavras, vivificou pelo exemplo.
Restringindo o exemplo somente à oração, ao se dizer que a atividade cotidiana de Jesus "brotava" da oração, lembro-me que Ele é o próprio "Verbo" de Deus que se fez carne; é Ele a verdadeira "Oratio Divina", quer dizer, a resposta de Deus à necessidade urgente de redenção do gênero humano; gerado em razão do amor pela criatura feita à sua imagem e semelhança. Cristo é o diálogo vivo de Deus com o homem; mediador da Nova Aliança(Hb 12,24); Ele mesmo é o caminho para o Pai(Jo 14,6ss).
Para a prática da minha alma, que insiste em querer atingir a estatura da maturidade de Cristo(Ef 4,13) devo lembrar sempre que o meu Mestre se retirava para o deserto ou para o monte para orar, se levantava muito cedo, permanecia até altas horas ou passava a noite inteira em oração, tomava parte nas preces públicas, não se esquecia de dar graças pelo alimento e ainda cantava hinos.
Para o meu bem devo também eu, enquanto puder, lembrar de estar de pé para o Louvor da Manhã; ou para alguma Vigília da Noite; sempre que puder, à Prece do Entardecer; abençoar, dar graças, em todo tempo, antes de tudo; cantar salmos, hinos e cânticos espirituais...(Ef 5,19).
Nesta instrução aprendo, que, pelo exemplo de Cristo, não é a oração que deve brotar da vida, mas a vida é que deve brotar da Oração.
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]