quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A TRANSCENDÊNCIA


A TRANSCENDÊNCIA






Imagem de N. Sra. (de Lourdes)
de Oostakker (Bélgica).

           TRANSCENDÊNCIA -- Isto é, de fora de nosso mundo. Mas, é claro, agindo em nosso mundo, aqui, onde o milagre deve ser perceptível, por nós.

Se algum dia se demonstrasse a intervenção de extraterrestres aqui na Terra, então discutiríamos o sentido da expressão "nosso mundo", se haveria que incluir nessa expressão não só os seres da Terra senão também esses extraterrestres que nos teriam visitado... Por enquanto ao menos, porém, quando dizemos "nosso mundo" referimo-nos ao homem, aos animais, plantas e demais forças do "nosso mundo" aqui, na Terra.

Com respeito aos fenômenos físicos, frisemos desde já um argumento filosófico fundamental. Qualquer ser finito, seja ele homem, anjo, demônio ou o que for..., só pode agir nas coisas materiais pondo em ação alguma força material. Porque todo efeito material é ação, reação ou concurso material do objeto que o recebe. Somente Deus pode produzir fora de Si alguma coisa completamente diferente de Si mesmo. Criar. Do nada. E o poder criador é um atributo essencialmente incomunicável. Poder divino. É claro que Deus não pode criar outro deus. Pois este seria criatura, finito..., não Deus.

NÃO O MUNDO DA FANTASIA - A ordem e a ação da natureza são maravilhosas. O sábio fica extasiado admirando a inteligentíssima programação que se encerra na atividade desde as partículas subatômicas, na fotossíntese de uma folha, na variada e complexa vida de uma abelha, num passarinho, na estrutura e dinamismo da pele humana, na cicatrização de uma ferida, etc., etc., etc. É tal a inteligência que se manifesta em todo e cada detalhe da natureza que povos primitivos, antigos e modernos, atribuíram alma racional a todos os seres: animismo.  

Pior ainda. Inclusive divinizaram todas as forças da natureza: potestades, tronos, dominações, querubins, serafins, exús, orixás...

E ainda pior. Até hoje, religiões superficiais, como o budismo, o hinduísmo etc. -puras invenções humanas sem nem sequer pretensão de Revelação, poesia divorciada da realidade, esta considerada ilusão-, identificam o mundo com Deus, as criaturas com o Criador, num absurdo panteísmo ( =Tudo é Deus) ou monismo (só existe Deus).

É claro que também não vamos perder tempo agora, nestes artigos, refutando essas quimeras nem outras da primitiva imaginação como fadas, ondinas, salamandras, larvas astrais, valquírias, gênios, lares, sin, wu, kami, asura, raksas, ifrit, djinn etc. Hoje autores fantasiosos, desequilibrados, quando não meramente espertalhões, se enriquecem aproveitando-se da superstição de pessoas simples e ingênuas. Segundo tais autores, tais quimeras vivem normalmente num mundo físico na quarta dimensão (?), mas uma ou outra vez agiriam também no "nosso mundo" de três dimensões, enchendo de espanto os homens com seus milagres malignos, mas as próprias entidades só se deixariam ver por alguns privilegiados... espertalhões. Por exemplo Perty, Kreyher, Zöllner, etc., etc. pretendem "explicar" absurdamente com essas quimeras inclusive os milagres de Cristo e seus discípulos até hoje.

Mas do ponto de vista teórico, meramente teórico, se essas entidades, ou alguma delas, existissem e agissem no nosso mundo observável, suas intervenções com todo direito deveriam ser consideradas milagres: Uma força transcendente agindo com  fatos perceptíveis no nosso mundo.

 Esse é, em parapsicologia, o exato conceito de fenômeno Supra-Normal, SN,  milagre. "Outra força": Deus, deuses, anjos, demônios, espíritos de mortos, exús, seja lá quem for.

 Sem o desespero dos que supersticiosamente acreditavam na intervenção pouco menos que contínua de "Satã e seus diabos" e antes das confusões e apriorismos dos racionalistas e seus seguidores, geralmente tal era o conceito, exato, de milagre. Poderíamos tomar ao acaso entre milhares de autores. Um manual clássico: "Milagre é um fenômeno cuja causa é um agente sobre-humano; um fenômeno insólito que parece efeito de seres inteligentes diversos do homem".

                EXCESSIVA TRANSCENDÊNCIA - As seculares discussões sobre o poder de "Satanás e seus diabos" (?) levou alguns líderes da teologia a modificar a definição correta de milagre para reservar aprioristicamente, antes do estudo dos fatos, unicamente a Deus a possibilidade de fazer milagres. 

                Santo Tomás confirmou este errado conceito, quando escreveu que o milagre é um acontecimento que se produz "fora da atividade de toda a natureza criada".

            Essa exigência, antes da pesquisa dos fatos, evidentemente impossibilita a própria pesquisa. É apriorística. Só se poderá aceitar tal afirmação depois de comprovado que "fatos no nosso mundo por força não do nosso mundo" só acontecem em ambiente divino...

            PARAPSICÓLOGOS vs TEÓLOGOS - O conceito de milagre que acabamos de expor (amplo, ou reservado a Deus) era o parecer de todos os teólogos e filósofos tradicionais, da escolástica. Coincidiam com a atual Parapsicologia. Mas... nos últimos três séculos e meio os racionalistas e seus seguidores, com seus preconceitos,  embaralharam os conceitos.

          *** E surgiram os disparates contra os milagres, na maioria dos teólogos de hoje, "modernizados" (assim chamados depois que a Igreja condenou o então chamado modernismo e modernistas).

           -- O curioso é que, em meio a suas tergiversações, facilmente os próprios teólogos "modernizados" caem em contradição, quando também aceitam,  deslumbrados, outros textos a favor da transcendência da força que realizaria o milagre. É fácil encontrar essa contradição nos seus escritos.

            Assim, na culta coletânea realizada pelo teólogo e bispo Dom João  Evangelista M. Terra, jesuíta, apesar de serem textos preferentemente de tendência racionalista e ele próprio muitas vezes sucumbir sob essa tendência, contraditoriamente reproduz e endossa exposições perfeitas da transcendência da força realizadora do milagre. Por exemplo:

             *** Contra a tese racionalista de A. Sabatier, G. Tyrrel, M. Loysy, etc., etc.: "O milagre rebaixa Deus ao nível das causas criadas"...

            - ,,,refuta, acertadamente aqui, Dom Terra: Na realidade "no milagre, não deixa Deus de ser a causa primeira, não se torna 'um elemento do mundo físico', nem 'uma causa fenomenal e particular semelhante às causas criadas', que para agir necessitam do concurso" de Deus.

            E muito bem, também aqui, destaca a transcendência, a outra força de fora do nosso mundo: "Sem dúvida, o milagre, termo da ação divina, é um fato entre outros fatos (perfeitamente perceptível, e pertencente às ciências de observação) mas sua Causa não entra por isso na trama dos fenômenos (...) "Ela conserva sua transcendência inacessível (diretamente) à experiência, e misteriosa. Na produção do fenômeno milagroso Deus não segue o processo das causas (do nosso mundo), mas age imediatamente como aconteceu na Criação".

            E é claro que também entre os modernos, embora poucos, os melhores filósofos e teólogos, coincidindo com a parapsicologia ou precisamente por se terem assomado a estas ciências de observação, continuam exigindo como elemento indispensável no conceito de milagre a transcendência da força que o realiza, seja ela a que for.

            Assim, por exemplo, no seu artigo sobre "Fantasma e Milagre", concretamente na segunda parte sob o título muito significativo "Para uma Discussão Teórico-Científica da Teologia Fundamental Hodierna", os jesuítas W. Büchel e N. Lohfink centram suas reflexões com esta definição: "Por milagre se entende um acontecimento em nosso mundo, empírico, verificável, que se deixa conhecer com certeza, e que não pode haver-se produzido por causas puramente intra-mundanas e que portanto teve de ter sido produzido por uma causa supramundana".

            E, é claro, este conceito defendido pela parapsicologia é o que passou -e eles o sublinharam- aos especialistas oriundos de qualquer campo da ciência mas que conhecem parapsicologia. Entre tantíssimos exemplos citemos o médico psiquiatra professor Dr. Beecher, da Minneapolis Clinic of Psychiatry  and Neurology: "O milagre é efeito de alguma outra força ou entidade e, por isso em essência é a teoria da existência de forças outras daquelas chamadas naturais".

            RIDÍCULO - Precisamente porque irrefletidamente, traídos pelo preconceito, não prestaram atenção a que no milagre se trata de outra força, os teólogos "modernizados", lamentavelmente a maioria dos teólogos de hoje, caem em erros crassos. Suas disquisições chegam a ridículas contradições.

            É até triste ver a típica deturpação do milagre em publicações pretensiosas, muito influentes e aceitas sem discussão pela maioria. Peço perdão aos prezados leitores por termos que perder tanto tempo com as sandices dos teólogos "modernizados". Mas é necessário dedicar-lhes esse tempo, dada a enorme difusão.

           *** Assim por exemplo entre tantos outros, disparata o professor de teologia Pe. Bouillard em amplo artigo, e o disparate é repetido pelo também professor de teologia Pe. Charpentier: O milagre "está por cima das leis, não no sentido de que seja totalmente estranho a elas, senão no sentido de que as utiliza... Tudo ocorre como se Deus, fonte de toda vida, concedesse ao enfermo uma hipervitalidade, graças à qual a pessoa, agraciada com o milagre, repara numa fração de segundo certas lesões que talvez não teria visto nunca reparadas ou que teriam necessidade de anos inteiros para chegar a esse resultado... A cura sobrenatural não é mais que um fenômeno natural cuja rapidez e amplidão saem das regras habituais. O milagre multiplica, transforma ou cura, mas não cria (...) Não viola leis. Os determinismos seguem em pé; o que acontece é que são utilizadas por uma liberdade superior. E dominando-o desse modo é como se manifesta misteriosamente essa liberdade".

          -- Respondo: Espero que o leitor haja percebido a sarta de confusões. Quase em cada linha: 

          ***  O milagre "está por cima das leis, não no sentido de que seja totalmente estranho a elas,"...

          -- Aqui está o erro: na realidade o milagre é completamente estranho às leis da natureza. Trata-se de outra força, transcendente.

          *** ..."senão no sentido de que as utiliza".

          -- Isso não seria verdadeiro milagre, isso seria só Divina Providência, inclusive se providencia especial.

          *** "Tudo ocorre como se Deus, fonte de vida, concedesse ao enfermo uma hipervitalidade"...

          -- É poder do próprio enfermo? Da natureza? Ou é outra força não da natureza que "Deus... concede ao enfermo"? O apriorismo dos teólogos "modernizados" nem percebe a confusão infantil com a qual se expressam.

          *** ..."graças à qual a pessoa"...

          -- É ela que faz?

          *** ... "agraciada com milagre"...

          -- Foi favor recebido? Outra força? Então, não é essa pessoa que faz.

          *** ..."repara numa fração de segundo"...   

          -- Nem é necessário tal recorde de velocidade!

          *** ... "certas lesões que talvez"...

         -- Talvez? Tudo vai ficar reduzido a este monstruoso subjetivismo?

         *** ..."não teria visto nunca reparadas ou que teriam necessidade de anos inteiros para chegar a esse resultado".

         -- Também não é necessário que as forças da natureza sozinhas batessem o recorde de lentidão!

         *** "A cura sobrenatural não é mais que um fenômeno natural"...

         -- "Cura sobrenatural" = "fenômeno natural"? Só um cérebro altamente lavado não vê essa contradição. Loucura localizada: parafrenia.

         *** ... "cuja rapidez e amplidão saem das regras habituais".

         -- Tudo se reduziria a uma competição: o médico ou remédio que supere o habitual, o recordista, recebe medalha de ouro com o título de milagre!

         ***  "O milagre multiplica, transforma ou cura, mas não cria".

         -- Multiplicar num instante cinco pães para dar de comer a cinco mil homens não é criar? Transformar num instante um manco sem perna num homem normal não é criar? Curar num instante uma fratura óssea exposta onde faltava um decímetro de osso não é criar? Etc., etc., etc. Não podem ser tão idiotas..., é que nem conhecem os fatos nem os querem estudar, por pura lavagem cerebral.

        *** "Supera as forças naturais"...

        -- E não é outra força diferente da natureza? Sobrenatural?

        *** "Os determinismos seguem em pé. O que acontece é que são utilizados"...

        -- Então não seria milagre, senão Divina Providencia. Em tanta "irreflexão teológica" não conhecem nem sequer essa diferença?

        *** ... "por uma liberdade superior. E dominando-os desse modo"...

        -- Só desse modo? Só Divina Providência?

       *** ... "é como se manifesta misteriosamente essa liberdade".

       -- Uma infinita liberdade de Deus que não tem liberdade de agir por Si mesmo?

       Esperemos que algum dia a maioria dos teólogos atuais tenham humildade suficiente para reconhecer que neste tema dos milagres estão completa, ridícula e muito prejudicialmente fora dos trilhos... Precisamente porque são vítimas de uma tri-secular lavagem cerebral e absolutamente nada refletiram, absolutamente nenhum fato  estudaram, e nem perceberam que o estudo dos fatos pertence a ciência, e os estudo dos fatos mais misteriosos, como os milagres, verdadeiros ou falsos, pertence à parapsicologia...

        Entre os parapsicólogos, explicam muito bem p. ex. os Drs. Harris, Lunn e Rossetti: "Quando um homem levanta uma pedra que pesa cinqüenta quilos e a mantém nas mãos, nem viola nem suspende a lei da gravidade. Essa lei continua em toda sua força, como demonstra sua continuidade no sentido de peso; mas o efeito da lei é contrastado pela ação das forças  maiores dos músculos dirigidos pela vontade. De maneira similar, quando Deus opera um milagre (...) com um processo análogo àquele com o qual age a vontade humana, age sobre a natureza e influi por cima dela". Outra Força superior, transcendente.

            Para citar outro exemplo, também o grande parapsicólogo e teólogo Pe. Zacchi contrapõe a simplicidade dos fatos às disquisições dos teólogos "modernizados": Sim, o milagre "na realidade não destroi a essência íntima das coisas, não suprime suas  inclinações e atitudes essenciais, não derroga as leis reguladoras de sua atividade. O milagre implica unicamente (...) a intervenção de um dinamismo superior. Quando um cadáver, por exemplo o de Lázaro de Betania (Jo 11), recupera milagrosamente a vida, não se suprime a lei que sanciona os direitos soberanos da morte sobre todo homem nascido de mulher, não se destroem as tendências do corpo morto à decomposição das suas partes e dos seus elementos; não se suspende a impotência em que se encontra todo cadáver, abandonado a si mesmo, de reconquistar com as próprias forças esse princípio vital que o abandonou. Lázaro não haveria recuperado a vida fora daquelas circunstâncias excepcionais que ofereceram a Jesus esplêndida ocasião para, de modo tão impressionante (...) revelar aos olhos do mundo sua divina missão. Quando posteriormente a morte o golpear de novo, fora daquelas excepcionais circunstâncias, seguirá a sorte comum, e o túmulo não mais restituirá sua presa. Antes da intervenção de Jesus, o cadáver de Lázaro seguia as conseqüências da (... morte), e estava lentamente decompondo-se (...) A vida triunfou da morte, porque entrou em ação o vencedor da morte, o criador da vida. A alma torna a vivificar os frios e rígidos membros do corpo de Lázaro, porque um poder sobrenatural substitui aí a impotente natureza (...) Quando se produzem milagres, a natureza das causas criadas não muda. Ela continua com todas suas forças, tendências, exigências. Mas à atividade dessas causas vem se acrescentar a atividade de uma causa superior"

             Não se trata, também não, de derrogação das leis da natureza nem de nada parecido. É a intervenção de Outra Força, Superior. O milagre é inclusive uma confirmação das leis da natureza. A pedra cai, pela lei da gravidade, se outra força superior não o impedir, vencendo a lei da natureza. A intervenção desta outra força superior não é uma exceção da lei da gravidade.

            Em plena polêmica racionalista já o parapsicólogo e teólogo Pe. Macinai em seu livro, sob um título muito significativo no primeiro capítulo: "Natural e Sobrenatural", ridicularizava as disquisições que ainda repetem a maioria dos teólogos por influência racionalista. "A intervenção de uma causa de fora e sobre as da natureza não é uma derrogação das leis naturais (...), como não o é que um homem lance com seu braço uma pedra pelos ares. Quem ousaria dizer que neste caso o homem suspendeu uma lei da natureza? E, não obstante, o efeito produzido é superior ao que pode a natureza das pedras, e se estas tivessem inteligência e falassem deveriam confessar que interveio uma causa superior a seu reino e produzido um fenômeno impossível para a natureza delas e para as leis que a governam. De igual maneira, um ser superior a nós poderá produzir efeitos impossíveis para nós e para as leis que aqui governam, permanecendo nossa natureza a mesma que é e seguindo para se governar as mesmas leis".

            "Se estas tivessem inteligência": Com tanto preconceito e lavagem cerebral, onde ficou a inteligência dos racionalistas e seus seguidores?  

            TAUMATOFOBIA - Contra fatos não há teorias. E muito menos quando são teorias puramente sem fundamento, aéreas, sem mais "base" que preconceitos passionais, doentios, contra o mistério... Taumatofobia = medo patológico do maravilhoso.

            *** O Dr. Julien Marcuse escrevia revoltado: "O fato da cura de Pierre De Rudder não pode ser verdadeiro, seria um bofetão em todas as leis da biologia e da patologia".

            -- Pergunto: Se é fato como não pode ser verdadeiro? Negação irracional, patológica.

 Marcuse,  como todos os racionalistas, discute completamente fora do tema. Suponhamos que se inventasse um novo remédio sensacional, especialíssimo, que injetada conseguisse curar instantaneamente toda a doença de Pierre De Rudder. Aquele sensacional remédio não estaria contra a biologia e contra a patologia. Seria simplesmente outra força, superior aos agentes biológicos e patológicos que estavam levando Pierre De Rudder à morte, irrecuperavelmente..., se não interviesse essa força superior. No caso, em vez daquele tão imaginário remédio (?!), a Outra Força, transcendente, foi  Deus.  

"OUTRA FORÇA, TRANSCENDENTE" - Como efeito dessa campanha tri-secular contra os milagres e que lamentavelmente ainda é alentado "dogmaticamente" (?) pela maioria dos teólogos, é claro que muitos médicos simplesmente vão concluir com um "cura completamente inexplicável nos nossos conhecimentos atuais". Outros muitos dirão: "Hoje não sabemos explicar, mas se explicará no futuro", ou frases outras igualmente sem compromisso, por não dizermos completamente imbecis...

*** "O fato da cura de Pierre De Rudder não pode ser verdadeiro..."

-- Respondo: São fatos. Poderíamos citar outros muitos milagres do mesmo tipo que o de Pierre De Rudder. Hoje a parapsicologia exige, ao menos se espera de quem queira chamar-se cientista, que se aceitem os fatos, que se olhe a realidade.  Sem preconceitos: As teorias se tiram dos fatos, não os fatos das teorias. Contra fatos não há teorias.

- Na realidade, o cientista, perante a realidade, não pode admitir reparos senão abertamente sublinhar a frase de um diretor de uma clínica especializada em ortopedia: "Na enfermidade descrita em Angélica Morel (... e tantos outros casos), que tal deformação se tenha normalizado (...), é de fato um milagre".

Isso é o que entendemos por milagre, fato ou fenômeno supra-normal. E assim indiscutivelmente foram considerados estes fatos pelos maiores e mais conscienciosos especialistas consultados em Oostakker, em Lourdes, em Anaya, nos processos de canonização...

*** Dizia Marcuse: "... porque seria um bofetão em todas as leis da biologia e da patologia".

--Pergunto: Por que as testemunhas e os especialistas os consideram fenômenos supranormais, milagres? Porque honestamente compreendem com toda clareza que nenhuma lei da biologia ou da patologia, nenhuma força da natureza pode explicar esses fatos. Curar uma perna nessas condições, num instante, é certamente uma espécie de criação. Criar, só o Criador pode. Supõe um poder infinito. Por isso são absurdas as disquisições dos racionalistas e seus seguidores.

E AINDA OS RACIONALISTAS -- e agnósticos, e materialistas, e teólogos protestantes liberais, e teólogos católicos modernistas e "modernizados"... insistem como ressume e endossa o Pe. Xavier Léon-Dufour S.J.:

*** Recentemente, em 1973, "Bella Weissmahr fez que os defensores do milagre beijassem a lona, nocauteados. Pondo-se contra os que relutavam a tirar de Deus o papel exclusivo e imediato na produção do milagre, outros teólogos se empenharam em precisar corretamente a maneira de Deus agir no mundo. Está superada a dicotomia 'milagre se é ação de Deus, não milagre se agem as forças da natureza´. Na realidade não é mais que uma aceleração por Deus das forças da natureza". Assim, tão simples. Palavra da teologia moderna.

--Respondo: Que Deus na sua Especial Divina Providencia se sirva das forças da natureza, "acelerando-as"... é verdade. Muitas vezes. Mas no fundo aquela generalização racionalista não deixa de ser uma ridícula contradição. Essa aceleração já não seria natural. Seria no mínimo uma "ação conjunta": da natureza e especial ação de Deus. Em alguns casos poderíamos nessa "aceleração" ou "ação conjunta" perceber o modo pelo qual Deus agiu.

Mas há outros muitos milagres, efeito de uma Força superior à natureza ou, também, agindo de modo contrário às leis da natureza.

Mesmo aqueles milagres que mais se relacionam com as forças da natureza: a natureza pode realizar esse efeito, mas não dessa maneira, ou não tão rapidamente... Como e de onde e com quanta precisão consegue o organismo tantos materiais que não possui, para fabricar instantaneamente uma perna? É uma criação.

Do ponto de vista da definição de milagre, que até agora, neste e nos artigos  anteriores é o ponto que frisamos, guardemos, pois, com precisão esta característica essencial: no milagre age outra força, transcendente, de fora do nosso mundo.       

           

"O FATO DA CURA DE PIERRE DE RUDDER"
 

Pierre De Rudder após a
recuperação da perna.

            O santuário de Oostakker, na Flandres Oriental, é manifestação da devoção secular da Bélgica à Imaculada. Oostakker alcançara muita fama pelos milagres de cura pela intercessão de Nossa Senhora de Lourdes, lá venerada. Oostakker é chamada "Lourdes em Flandres". As curas prodigiosas começaram em 1874. Em 1876 o pe. Scheerlink já publicava 25 casos de curas incontestavelmente milagrosas. E dez anos mais tarde o pe. Denis publicava 49. Ali ocorreu o milagre da cura de Pierre De Rudder.

            O ACIDENTE - Pierre-Jacques De Rudder era de Jabbeke, na Flandres Ocidental. De Rudder, de 44 anos, deteve-se a conversar com dois conhecidos, os irmãos Knockaert, que estavam derrubando árvores perto do castelo do seu empregador, visconde De Bus. Ofereceu-se a ajudar. Estava tirando galhos de uma planta. Atrapalhava o trabalho dos dois irmãos uma árvore que caíra em lugar errado. Empurravam com alavancas. Mas a árvore escorregou e caiu sobre Pierre De Rudder, triturando a perna esquerda de um decímetro abaixo do joelho até o peito do pé inclusive. Tíbia e perônio, quebrados. Os ossos do terço superior da perna esquerda ficaram separados três centímetros dos correspondentes ossos dos dois terços inferiores.

          No processo consta o testemunho dos dois lenhadores. Consta também o testemunho do médico de Oudenbourg, Dr. Affenaer.

          O Dr. Affenaer imobilizou a perna e manteve o conjunto com uma bandagem amidoada. Várias semanas depois, ao retirar o aparelho imobilizador, porque o ferido sofria exacerbadamente, não houvera nenhum progresso. Pelo contrário: os fragmentos de ossos, desprovidos do seu periósteo, estavam banhados em pus. Chaga com longa ulceração, purulenta e gangrenada. Chaga também no peito do pé. O médico foi radical: retirou um seqüestro (fragmentos necrosados de osso). A perna balançava abaixo do joelho.

            Pierre De Rudder ficou um ano na cama. Quando se levantou, só podia caminhar apoiando-se em duas muletas sem que de modo nenhum a perna doente tocasse no chão, pois a dor -como em outras muitas oportunidades- seria dilacerante.

            O empregador, visconde Albérico De Bus de Gisignies, leva o manco aos melhores especialistas de Bruxelas, dentre eles ao famoso Dr. Thiriart, cirurgião do rei da Bélgica; ao Dr. Verriest, Presidente da Associação Médica de Bélgica, que introduziu no aparelho amidoado imobilizador uma abertura ao nível da chaga para que fossem mais simples os curativos e a limpeza do pus. E a outros médicos...

            Não há possibilidade de recuperação, especialmente por falta de periósteo, do qual depende a formação do calo ósseo necessário. O balanceamento da perna danificara e infeccionara cada dia mais a chaga purulenta, facilitando o necrosamento dos ossos nos extremos da fratura. Os médicos com muita dificuldade conseguiam circunscrever a gangrena às chagas da perna. Todos os médicos que o trataram depuseram no processo.

            O doente tinha de lavar suas feridas duas ou três vezes por dia. Foram passando os meses, os anos, oito anos. Agora só amputando a perna à altura do joelho havia alguma possibilidade de salvar-lhe a vida. Poucas possibilidades. A amputação naquela época e na situação da perna, muito provavelmente só aceleraria a morte do miserável sofredor Pierre De Rudder.

            No processo constatou-se que havia inumeráveis testemunhas. Médicos e particulares.

            MÉDICOS -- Destaquemos as freqüentes observações do Dr. Van Hoestenberghe, que também teve de retirar vários seqüestros; o Dr. Verriest o examinou quatro vezes em 1874, sete anos após o acidente, poucos meses antes que Pierre De Rudder fosse ao santuário de Na. Sra. de Lourdes em Oostakker. Uma semana antes da peregrinação, o Dr. Houtsaegher examinou o doente, e concretamente fez constar as observações do balanço desordenado da perna, inclusive ficando o calcanhar para a frente e os dedos para trás. Na véspera da viagem, o Dr. De Visch faz constar no seu relatório as chagas purulentas e fétidas, uma mais profunda abaixo do joelho e outra mais extensa no peito do pé, como também o movimento de torção e o balançar da perna em todas as direções, podendo dobrar-se sobre si mesma.

            PARTICULARES -- Jabbeke é uma vila onde todos se conhecem. Pierre De Rudder precisamente pela sua angustiante situação era conhecidíssimo. Inspirava a compaixão de todos. Tudo público e notório, constatadíssimo.

DRAMÁTICA PEREGRINAÇÃO - Todos os médicos, como também o visconde Albéric De Bus e seu filho visconde Christian De Bus sempre desaconselharam e até ridicularizaram a pretensão de Pierre De Rudder de participar de uma peregrinação ao Santuário de Na. Sra. de Lourdes em Oostakker para pedir a cura.

Só uma jovem, prima do jovem castelão de quem viria a ser esposa, indiretamente animava Pierre De Rudder com um compreensivo sorriso. Quando já viscondessa De Bus chamou seu pobre ex-empregado. Queria, caridosa, ver o estado da perna. Escreve nas suas memórias: "Então ele tirou as faixas, todas impregnadas de pus e sangue. Insuportável odor se desprendia (...) As duas partes do osso quebrado traspassavam a pele e estavam separadas por uma chaga supurante de três centímetros de comprimento".

           Comovida, a viscondessa De Bus convenceu seu marido a possibilitar a viagem, não porque esperasse a cura, senão para proporcionar a tão sofredor doente um consolo espiritual, como ela mesma fará constar na sua peregrinação desta vez ao próprio Santuário de Lourdes, na França.

No dia da peregrinação a Oostakker, oito anos e dois meses após a fratura, o guarda-barreira Pierre Blomme o acolhera na sua casa, para que descansasse um pouco do seu esgotamento. Porque Pierre De Rudder, da sua casa à estação do trem, teve de caminhar duas horas, apoiado nas suas muletas e ajudado pela esposa, para percorrer somente dois quilômetros e meio. O Sr. Blomme viu o balançar da perna nua, sentiu o cheiro fétido das chagas purulentas e da gangrena etc.

Outro guarda-barreira, Sr. Balthazar De Jaegher, que como todos conhecia Pierre De Rudder muito bem, ajudou-o a subir no trem às 6 da manhã e viu, uma vez mais, a perna balançando.

Testemunhos do chefe da estação, Sr. De Cuyper, que também conhecia muito bem Pierre De Rudder. Testemunhos dos companheiros de viagem. Sentou-se no trem junto a Jean Duclos e sua mãe. Todos, mais uma vez, viram dona Colete, a esposa de Pierre De Rudder, ajudando-lhe a trocar as bandagens, e observaram a horrorosa situação da perna.

Em Gand-Sud, Pierre De Rudder tem de ir de carro puxado a cavalo. O carreteiro debochou do balançar da perna: "Eis aí um que vai perder sua perna", mas o deboche torna-se um misto de indignação e compaixão quando vê o pus e o sangue escorrendo sobre a carruagem.

E em Anvers o encarregado do ônibus até Oostakker, Sr. Louis Van Huller, ajuda o doente a colocar-se deitado ao longo de um banco, e constata a dificuldade insuperável que Pierre De Rudder tem em manejar sua perna "flexível".

POR FIM, EM OOSTAKKER - Há que caminhar um pouco. No caminho, detém-se para descansar e reza fervorosamente perante o Crucificado no velho Calvário. Está esgotado. Sua mulher, Colete, oferece-lhe um pouco de água que acaba de pegar na fonte da gruta, para reanimá-lo e possibilitar-lhe dar mais uns poucos passos.

Pierre-Jacques De Rudder está agora diante da gruta de Na. Sra. de Lourdes em Oostakker-lez-Gand. Reza. Quase chora. Confia muito filialmente na Mãe Celeste. Segundo o costume popular quer dar três voltas ao redor do montículo da gruta. O esforço é extraordinário. Já deu duas voltas. Apoiado penosamente nas muletas, e amparado pela esposa, Colete, e por um desconhecido caridoso. E não consegue mais. Consumido pela fadiga extrema, desiste. Deixa-se cair sobre um banco. Reza. Expectativa. Sorrisos irônicos de uns. Lágrimas de compaixão de outros.

E... Pierre De Rudder se levanta, caminha sem muletas entre os bancos dos peregrinos até o pé da imagem de Nossa Senhora, se ajoelha. Só então percebe que caminhara até lá, só então percebe o instantâneo desaparecimento da gangrena, da supuração... Instantânea recuperação dos ossos, da carne... E das forças. Pula, dança, corre cheio de alegria e agradecimento. A esposa cai quase desmaiada de emoção.

IMEDIATA CONSTATAÇÃO MÉDICA --.Em companhia da esposa e de várias testemunhas, Pierre De Rudder vai ao vizinho castelo da Marquesa Alph De Courbourne, dona da gruta, construída às expensas do seu pai. No castelo os médicos tocam, examinam... Médicos e particulares, todos constatam sob as duas pequenas marcas cicatriziais -que Pierre De Rudder conservará toda a vida- e testemunham "o fato da cura de Pierre De Rudder... (que) não pode ser verdadeiro"!

No dia seguinte e no outro... todos os médicos que antes examinaram e trataram do doente, agora vêem e tocam "o fato da cura..."

Em Jabbeke o Dr. Affenaert examina a perna de Pierre De Rudder tanto mais meticulosamente, quanto mais resiste a acreditar na cura daquela perna quebrada. Por fim tem de reconhecer: "Você está inteiramente curado. Sua perna há sido fortemente consolidada. Ela está como a de uma criança, e não como a de um homem cuja perna há estado quebrada. Os meios humanos eram impotentes a permitir-lhe caminhar; mas o que não podiam fazer os médicos pôde Maria".

PRECISA MAIS TESTEMUNHOS? Em toda a cidade, invencível curiosidade e emoção. O pároco, Pe. Slock, celebrou uma novena de Missas cantadas em ação de graças. A igreja ficou cheia naqueles nove dias. Contavam-se 500 participantes numa população de 2.000 pessoas.

O Pe. Alfred Deschamp, jesuíta e doutor em medicina, recolherá inúmeros testemunhos no seu inquérito. O próprio Sr. bispo de Bruges, Mons. Faict, cinco dias depois do milagre, passa por Jabbeke e examina em companhia do pároco a perna milagrosamente curada.

"Após sua cura -diz a viscondessa De Bus- nós o conservamos quinze anos como trabalhador" rude e sólido, a quem era preciso  mandar que moderasse sua atividade e total dedicação, "e o encontrávamos quase sempre rezando seu terço. Ele edificava a todos". Com a autorização da viscondessa De Bus, Pierre De Rudder, aproveitando os dias de folga, realizou alegremente quase quatrocentas peregrinações a Oostakker para agradecer sua cura a Deus e a Nossa Senhora.

"O fato da cura de Pierre De Rudder..." continuou sendo verificado durante muitos anos.

Novas constatações, 18 e 19 anos depois da cura, foram realizadas pelo Dr. Royer, de Lens-Saint-Rémy, e pelos especialistas Drs. Clement De Piquet, da Áustria, e Van Ysendyck, da Bélgica. "Não pode ser verdadeiro", mas é. Indiscutivelmente. Os três constatam que "a tíbia da perna esquerda apresenta uma face interna tão lisa como a da direita, sem calo, sem a menor diferença, sendo que na crista (na parte externa) apresenta uma muito ligeira depressão ao nível da cicatriz", "uma depressão redonda, do tamanho de uma moeda (...), onde estava a fratura".

"A MARCA" - Pierre De Rudder atendeu inclusive ao chamamento feito pelos médicos de Lourdes, agora Lourdes da França. E descobriram "a marca" (ou 4 marcas), essa espécie de rubrica que sempre é posta nos milagres de Lourdes para a verificação posterior:

1) Pierre De Rudder não recuperou o tendão do polegar do pé, mas apesar disso o polegar funcionava perfeitamente!

2) A perna esquerda ficou exatamente do mesmo tamanho que a direita, apesar do seqüestro de quatro centímetros de osso que o médico retirara quando do primeiro atendimento ao acidentado, apesar dos pedaços de osso necrosado que o médico retirou várias vezes, apesar da parte do osso que o acidente triturara e que ficou sem periósteo, apesar dos pedaços de osso que se perderam por supuração, apesar da grandíssima surpresa que se reservava para 22 anos depois...

3) Na época da cura de Pierre De Rudder não podia haver verificação por radiografia, que não existia então. Mas 22 anos mais tarde, por iniciativa do Pe. Callewaert, reitor do Seminário Maior de Bruges, foi realizada pelo Dr. Seligmann, professor do Ateneo Real. E descobriram outra "marca": os ossos haviam soldado justapostos. Na extensão de um decímetro os ossos da tíbia e do perônio estavam justapostos no sentido antero-posterior. Os ossos superiores estavam na frente. Apesar disso a perna tinha exatamente o mesmo tamanho e a mesma verticalidade que a perna direita! Pierre De Rudder absolutamente não mancava.

4) E ainda mais outra "marca": Em qualquer restauração natural de fratura de ossos, o cálcio vai lentamente formando um calo ósseo, até juntar após muito tempo os fragmentos. No caso de Pierre De Rudder os fragmentos soldaram-se diretamente um ao outro, sem o calo ósseo característico.

Pe. Oscar G. Quevedo S.J.

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1.Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.
2.Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
3.Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
4.Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
5.Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
6.Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
7.Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
8.Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
9.Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
10.Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
11.Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
12.Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]