A CNBB aprovou, ontem, as novas Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) para o quadriênio 2011-2015. O Documento obteve 271 votos dos 274 votantes. Houve um voto contrário e dois em branco.
“Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida (Jo 10,10), rumo ao Reino definitivo”.
Este é o objetivo geral que abre as novas Diretrizes cujo texto é dividido em cinco partes, além de uma introdução e uma conclusão. O Documento tem cerca de 50 páginas e 130 parágrafos.
Veja, abaixo, o esquema geral das novas Diretrizes
OBJETIVO GERAL
INTRODUÇÃO
I - PARTIR DE JESUS CRISTO
II - MARCAS DE NOSSO TEMPO
III - URGÊNCIAS NA AÇÃO EVANGELIZADORA
3.1. Igreja em estado permanente de missão
3.2. Igreja: casa da iniciação à vida cristã
3.3. Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral
3.4. Igreja: comunidade de comunidades
3.5. Igreja a serviço da vida plena para todos
IV - PERSPECTIVAS DE AÇÃO
4.1. Igreja em permanente estado de missão
4.2. Igreja: casa da iniciação à vida cristã
4.3. Igreja: lugar de animação bíblica da vida e da pastoral
4.4. Igreja: comunidade de comunidades
4.5. Igreja a serviço da vida plena para todos
V - INDICAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO
5.1. O plano como fruto de um processo de planejamento
5.2. Passos metodológicos
CONCLUSÃO: COMPROMISSO DE UNIDADE NA MISSÃO
SIGLAS
Fonte: CNBB
Dom Sérgio Aparecido
Colombo
Bispo da Diocese de Bragança Paulista
Circular 09/2010.
Assunto: Eleições 2010.
Bragança Paulista, 16 de julho de 2010.
A Igreja enquanto instituição não assume opções partidárias, mas empenha-se na luta geral pela justiça, ajudando a purificar a razão e a formar a consciência das pessoas: “A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política nem deve pôr-se no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta política. Deve inserir-se nela pela via da argumentação racional e deve despertar as forças espirituais, sem as quais a justiça, que sempre requer renúncias também, não poderá firmar-se nem prosperar. A sociedade justa não pode ser obra da Igreja; deve ser realizada pela política. Mas toca à Igreja, e profundamente, o empenhar-se pela justiça trabalhando para a abertura da inteligência e da vontade às exigências do bem” (DEUS CARITAS EST, n.o 28).
Caro irmão Presbítero,
Saudações Fraternas!
Tendo em vista o Processo Político Eleitoral deste ano de 2010 e atendendo o pedido de alguns irmãos, tomo a liberdade de apresentar algumas orientações para nortear o procedimento das Paróquias, Comunidades, Pastorais, Movimentos e Grupos, quanto ao referido Processo e que devem ser compreendidas juntamente com o subsídio – “Eleições 2010: O Chão e o Horizonte”, distribuído no encerramento do Ano Sacerdotal. Igualmente anexo a esta carta circular, as orientações dos Bispos Católicos do Regional Sul I da CNBB – VOTAR BEM.
01. O Espaço (Litúrgico) do Templo não seja utilizado para a apresentação de candidatos (as) a cargos eletivos.
02. Os momentos celebrativos da Comunidade, mormente o da Eucaristia, não sejam instrumentalizados com a participação de candidatos (as) na Liturgia. Ex. Leituras, Preces, Mensagem Final...
03. Após ouvir o CPP – Conselho de Pastoral Paroquial, ou as lideranças da Comunidade, o Pároco julgue, se é oportuno, possibilitar aos membros da Comunidade, ouvir as propostas de ação política dos candidatos (as). Caso julgue pelo sim, lembre-se de que deverá abrir espaço a todos os partidos que desejarem fazê-lo.
04. O Salão Paroquial ou Centro Pastoral sejam os espaços para a apresentação dos candidatos (as), de suas propostas político-partidárias, e debate com a Comunidade, tendo como critério fundamental, o diálogo.
05. Jornais, Panfletos e “Santinhos” dos candidatos (as) não sejam distribuídos nas portas das Igrejas ao final das celebrações.
06. Os jornais e Boletins paroquiais sejam instrumentos para a Divulgação do Ensino Social da Igreja a respeito da Política que visa à dignidade da pessoa humana e a busca do bem comum, sem identificação partidária.
07. A partir da proposta do Evangelho e do Magistério da Igreja, os presbíteros lembrem-se da exigência de evangelizar o mundo da política e assim colaborar para a formação da consciência política dos membros da Comunidade (Documento de Puebla, no. 515).
08. Reiteramos as disposições do Código de Direito Canônico: Cân. 287 §1o e 2o, sobre a participação ativa dos Clérigos nos partidos políticos e na direção de associações sindicais. Nenhum Clérigo incardinado, ou com uso de ordem nesta Diocese está autorizado a inscrever-se em partido político, sindicato, ou ser candidato, visto não se configurarem às situações previstas no §2o do Cân. 287.
09. Todos os Clérigos estão sujeitos às disposições dos Câns. 1339 §1o, 2o e 3o, e 1371 §2o.
10. Os clérigos devem promover sempre a paz e a concórdia, fundamentadas na justiça, Cân. 287 §1o.
11. Os leigos e leigas que na Comunidade Crista exerçam algum ministério, ao se candidatarem a cargos eletivos, coloquem-no à disposição do pároco.
Sob a proteção da Mãe de Deus e Mãe da Igreja participemos na construção de uma sociedade justa e solidária.
__________________________
Dom Sérgio Aparecido Colombo
Bispo Diocesano
“Como aquele que serve”
Circular 05/2010.
Assunto: Ano Litúrgico – Tempo Comum.
Bragança Paulista, 03 de maio de 2010.
Caríssimo irmão Presbítero,
Saudações em Cristo!
O Ano Litúrgico celebra o Mistério Pascal de Cristo, compreendido como santificação do tempo em favor de toda a Igreja, “Povo de Deus e Sacramento Universal de Salvação” conforme a Eclesiologia do Vaticano II – Lumen Gentium. É no tempo marcado pelo ritmo das estações (tempo cronológico) que se renova a Nova e Eterna Aliança como tempo de graça e de salvação (tempo Kairológico). É o Mistério de Cristo que a Igreja evoca e celebra no transcorrer de um ano, desde a encarnação, até o seu retorno glorioso. “Dentro da pedagogia do ano litúrgico, a riqueza do conjunto de celebrações, textos bíblicos, sacramentos e sacramentais, a Igreja oferece-nos a possibilidade de vivenciarmos a ‘Páscoa do Cristo na Páscoa da gente e a Páscoa da gente na Páscoa de Cristo’. É importante lembrar que este mistério acontece também na vida das pessoas, homens e mulheres, crianças como nós e que hoje a Igreja proclama Santos e Santas, mas não nasceram assim, foram construindo sua história de santificação pela graça divina e pela participação no projeto do Reino de Deus” (Liturgia em Mutirão II – subsídios para a formação – CNBB, p.67).
O Tempo Comum se caracteriza como um tempo de crescimento e cultivo do Mistério de Cristo no período de 33 ou 34 domingos, estruturado em duas partes: semanas que ocorrem depois do Batismo de Jesus até a Quarta-Feira de Cinzas e da Segunda-Feira depois da solenidade de Pentecostes, até o inicio do Advento. Neste ano, caminhamos com Jesus, iluminados pelo evangelista Lucas, que nos apresenta os pequenos e pobres, como lugar preferido do encontro com Jesus. Em cada um dos acontecimentos presentes em seu evangelho, “Deus vai revelando o mistério de Jesus e nós vamos sendo convidados a aderir mais profundamente, mais apaixonadamente à sua pessoa e à sua causa. Nos acontecimentos cotidianos da vida e da caminhada de Jesus, vamos percebendo o Mistério maior que está presente também em nossa vida, tanto nos acontecimentos extraordinários como também naqueles que nos parecem banais e rotineiros. Em todos eles, é Deus que está presente, é Deus que nos chama, nos fala, nos toca, nos convida ao seguimento de Jesus, nos envia como testemunhas das realidades em que vivemos... Cada domingo é assim uma visita de Deus para nos renovar, para libertar o seu povo, para nos unir mais a ele e entre nós” (Uma só coisa é necessária – Lc 10, 42 – Roteiros Homiléticos do Tempo Comum, Ano C – junho/Agosto de 2010, p.9).
Lembramos que alguns aspectos do Mistério de Cristo, da vida de Maria e dos Santos ocorrem nos domingos do tempo comum: Santíssima Trindade, Nascimento de João Batista (quando coincide com o domingo), São Pedro e São Paulo Apóstolos, Assunção de Nossa Senhora, e como tais requerem solenidade.
A vivência do tempo comum no torne autênticos discípulos missionários de Jesus Cristo, servindo à causa do Reino, como Jesus, amando e servindo nossos irmãos, atraindo-os para Ele. Deixemo-nos conduzir pelo Espírito.
Orientações Litúrgico/Pastorais.
01. O domingo é a páscoa semanal e por isso, muitos elementos da Festa da Páscoa podem ser retomados durante o ano: uso do Círio Pascal, Aspersão no Ato Penitencial, uso do Incenso...
02. Relembramos que o Glória não é um hino trinitário, mas cristológico. Não pode ser substituído por outro cântico. Quando a Comunidade não conhece uma melodia adequada para o mesmo, deve ser recitado.
03. A HOMILIA não pode ser um discurso moralista e cansativo, mas momento de educação da fé, introdução à mistagogia com uma teologia fundada na prática de Jesus.
04. A Comunidade reunida em cada domingo precisa CANTAR O MISTÉRIO CELEBRADO no tempo. Como já lembrou o Papa Bento XVI, não vale qualquer cântico. O Hinário Litúrgico da CNBB, fascículo 3, oferece rico repertório. Os cânticos estão disponibilizados em CDs, pela Editora Paulus, para cada domingo. Vamos consultá-los.
05. A Dignidade da Palavra de Deus exige a proclamação do Ambão – mesa da Palavra, do Lecionário próprio do tempo. É uma ofensa proclamá-la de folhetos, papéis ou outros descartáveis. A Bíblia não é o Livro da liturgia da Palavra. Lembro que o Salmo, parte integrante da Liturgia da Palavra precisa ser proclamado do Ambão. Insisto para que as Paróquias e Comunidades preparem equipes de leitores e salmistas e assim, todos os que estão na Assembléia encantem-se com a proclamação da Palavra. Data show jamais substitua a mesa e a proclamação da palavra.
06. Valorizar mais as Orações Eucarísticas com prefácio próprio.
07. A aclamação memorial (Misterium Fidei) não comporta cantos devocionais. Usar uma das três fórmulas propostas pelo Missal Romano.
08. Valorizar a FRAÇÃO DO PÃO. A mesma não pode ser feita durante os cumprimentos no abraço da paz.
09. O cântico da Comunhão deve retomar o evangelho do domingo, o que garante a unidade das duas mesas: Palavra e Eucaristia.
10. ZELAR PELO ESPAÇO CELEBRATIVO. Ele deve revelar o mistério. Altar, Cruz, Ambão, Cadeira Presidencial, Livros Litúrgicos, Velas, Flores, Lugar da assembléia, Lugar dos Ministros e Acólitos, devem manifestar simplicidade, nobreza e a beleza do mistério, favorecendo a participação de todos.
11. As situações locais e acontecimentos da vida do povo pedem espaço na Assembléia Litúrgica. Objetos que lembrem situações concretas podem ter um lugar no espaço celebrativo e devem fazer parte da procissão de entrada. Ex. bandeira da paz, instrumento lembrando o dia do trabalhador, fotos lembrando os mártires, os apóstolos, cajado lembrando o pastor...
12. Os meses temáticos: vocacional, da Bíblia, missionário devem ser celebrados na dinâmica do ano litúrgico.
13. Cuidar para que os avisos finais sejam passados com clareza e objetividade. Muitas vezes não dizem nada, não convencem.
14. O subsídio da CNBB, Uma só coisa é necessária – Lc 10, 42, Roteiros Homiléticos do Tempo Comum, Ano C – junho/agosto de 2010, apresenta os passos para a preparação das celebrações litúrgicas. Cf. p. 13-15.
Fraternalmente,
Dom Sérgio Aparecido Colombo
Bispo Diocesano
“Como aquele que serve”
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]