quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lourdes: como saber se uma cura é inexplicável?

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Lourdes: como saber se uma cura é inexplicável?


Os critérios que orientam o Bureau Médico de Lourdes e o Comitê Internacional refletem em termos especializados os princípios estabelecidos pelo Cardeal Prospero Lambertini — posteriormente eleito Papa Bento XIV — num célebre tratado que regula até hoje os processos de beatificação e canonização:

1. que a doença seja grave, e impossível ou difícil de curar;

2. que a doença não esteja numa fase em que logo começa a declinar;

3. que não tenham sido tomados medicamentos, ou que estes não tenham causado efeito;

4. que a cura seja súbita ou instantânea;

5. que a cura seja perfeita;

6. que a cura não seja precedida de uma "vazão" notável ou de uma crise;

7. que a doença não volte mais.

Vendo todas estas apertadas exigências, compreende-se a certeza material — além da sobrenatural — que inspira cada proclamação canônica de um milagre. E compreende-se também a humilhação que ali sofrem os incrédulos corroídos pela metafísica naturalista e igualitária da Revolução.

É a Imaculada Conceição esmagando perpetuamente a cabeça da Serpente infernal.


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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Santa Bernadete: sofrimentos em Nevers pelo Papa e pela vitória da igreja sobre seus inimigos

Gruta de Nossa Senhora das Aguas relembrava a Gruta de Lourdes
Em Saint Gildard, Santa Bernadete ficou encarregada da enfermaria do convento.

No fundo da casa há uma imagem da Nossa Senhora das Águas, dentro de uma espécie de gruta artificial.

Santa Bernadete achava que por causa da atitude de benevolência e o sorriso, essa imagem era a que melhor lhe relembrava a Nossa Senhora como lhe apareceu em Lourdes.

A saúde de Santa Bernadete sempre foi periclitante. Com o tempo, não fez senão piorar, trazendo-lhe agonias e tormentos indizíveis. Várias vezes temeu-se que morreria logo, recebeu a Extrema unção e até proferiu os votos solenes in articulo mortis.

Em dezembro de 1876, por iniciativa do bispo diocesano e com o auxilio de outras religiosas escreveu uma carta de punho e letra ao Papa Pio IX, felizmente reinante.

Naquela época, Roma e o Vaticano estavam invadidos pelas tropas revolucionárias garibaldinas. Ainda ecoavam no mundo católico as proezas dos zuavos pontifícios defendendo a Cidade Santa contra as tropas revolucionárias de Garibaldi e do rei Vitor Emanuel.

Na carta encontramos aspectos importantes de sua personalidade:
― "Há muito que eu sou zuavo (soldado voluntário do Papa), embora indigno, de Vossa Santidade. Minhas armas são a oração e o sacrifício", escreveu.

E concluía dizendo:
― "No Céu a Santíssima Virgem deve fixar sobre vós o seu olhar com freqüência, Santíssimo Padre, pois vós a proclamastes Imaculada, e quatro anos depois, nossa boa Mãe veio à terra para dizer: 'Eu sou a Imaculada Conceição'."

E concluía:
― "Eu espero que (...) esta boa Mãe (...) se dignará pousar seu pé sobre a cabeça da maldita serpente, e assim pôr termo às cruéis provações da Santa Igreja e às dores de seu augusto e bem-amado Pontífice".


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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Santa Bernadete fugia dos que queriam vê-la

Entrada do convento Saint-Gildard em Nevers.
Entrada do convento de Nevers, onde morreu Santa Bernadete
No hospital de Lourdes como pupila e mais tarde no convento de Saint-Gildard em Nevers, como religiosa, Santa Bernadete trabalhou na enfermaria.

O trabalho lhe aprazia, pois atendia a seu profundo desejo de se consagrar aos mais pobres e desvalidos.

Tanto no hospital de Lourdes quanto no convento de Nevers a Santa não pôde evitar inteiramente as visitas mais categorizadas que queriam conhecê-la.

Ela escapulia dos compromissos quanto podia sem violar a obediência e o respeito. Muitas vezes,porém, tratava-se de bispos aos quais não podia evitar.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O último adeus de Santa Bernadete a Lourdes

O hospital de Lourdes nos tempos de Santa Bernadete
Hospital de Lourdes, última residência de Santa Bernadette em Lourdes
Em 4 de julho de 1866, Bernadete tomou o trem por vez primeira e única na vida. Foi a partida de Lourdes, à qual nunca mais voltaria.

Ela sofreu muito a ruptura com seu rincão natal, mas interrogada muitas vezes, ela sempre respondia que a missão em Lourdes estava cumprida, que ela só voltaria a ver Nossa Senhora no Céu, se ela fosse direita.

Em Nevers, ela sofria de grandes saudades da gruta abençoada.

Mas, temia profundamente a multidão de curiosos que iria se aglomerar em torno dela, caso viajasse.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Bernadette decide se fazer freira em Nevers

O 'cachot', cela da prisão da delegacia: único local que sobrou para a família Soubirous na misériaNos meses seguintes às aparições, Bernadette continuou cumprindo seus deveres familiares na cela da ex-prisão, único reduto que lhes ficara para morar.

O afluxo de romeiros multiplicou imensamente seus trabalhos. Pois ela contentava a todos reproduzindo uma e outra vez os acontecimentos da gruta.

O médico aconselhou que a família deixasse essa cela infecta porque estava comprometendo a saúde da própria Bernadette e das crianças.

Mas então as coisas sorriam para a família Soubirous.

Acharam um quarto melhor, e alguns meses depois, o pai de Bernadette pode obter um moinho de farinha com o qual voltou a seu ofício e reconstituiu sua condição social.

Então, os perigos passaram a serem outros. Romeiros ofereciam dinheiro a Santa Bernadette e sua família. Muitos com boa intenção, outros não.

O moinho Lacadé, nova casa para a família SoubirousCerta feita, o menor dos irmãos aceitou ingenuamente uma moeda de ouro. Santa Bernadette mandou devolve-la lhe dando um sonoro bofe.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Bispo de Lourdes reconhece oficialmente as aparições de Lourdes

Mons Thibauld, bispo de Montpellier, foi dos primeiros a ficar convencido
D. Laurence, bispo de Lourdes no tempo das aparições
Na onda das primeiras romaria apareceram dois bispos em Lourdes. Foram Mons. Cardon de Garsignies, bispo de Soissons e Mons. Thibaud, bispo de Montpellier.

Os dois ficaram convencidos pelo relato de Bernadette e o fizeram saber ao diocesano Mons. Laurence, bispo de Tarbes.

Este instituiu uma Comissão de Inquérito em 28 de julho do mesmo ano das aparições.

Bernadette foi convocada a declarar diante dela a partir do mês de novembro.

Em dezembro de 1860, Bernadette foi chamada para um interrogatório solene.

O bispo e doze eclesiásticos sentados sobre um estrado apresentaram-lhe questões decisivas.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Santa Bernadette responde a contento aos eclesiásticos

Santa Bernadette em foto de 18 outubro 1864
Passada a tempestade dos primeiros dias, Santa Bernadette passou uma prova díficil, mas muito diferente: os inquéritos de eclesiásticos.

Fiéis de todas as condições arrumaram a gruta, abriram caminhos e montaram uma escadaria que descia até ela. Instalaram uma bacia com torneiras para recolher a água da fonte e mesas para pôr as velas, canalizaram o canal e o rio. Os albergues ficaram cheios e foi preciso construir mais.

Os milagres sucediam-se uns aos outros. Doações e ex-votos acumulavam-se na gruta e o delegado de polícia andava de olho aberto para inculpar Bernadette de falcatrua.
Procissões improvisadas, orações e cânticos eram continuas diante de Massabielle.

Eclesiásticos interrogam Santa Bernadette

Os romeiros queriam conhecer Bernadette e ouvir de sua boca a narração do acontecido. Submeteram-na a intérminos interrogatórios.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lourdes e Santa Bernadete sofrem

Missa na Gruta no centenário das aparições
No século XIX
Para Santa Bernadete não foram fáceis os dias que vieram após as aparições. Entretanto, ela em nada perdia a serena e sobrenatural disposição de alma.

O micro-mundo da política, do judiciário e da polícia de Lourdes estava dominado pelas utopias anti-cristãs da Revolução Francesa. Ele tramou vários golpes.

Do ponto de vista médico tentaram forjar um diagnóstico segundo o qual Bernadette seria uma psicopata e devia ser encerrada num manicômio. Como vimos, foi em vão. As tentativas fracassaram face à solidez moral e psíquica de Bernadette.

Vieram, então, intimidações por parte do procurador, do juiz e do delegado de polícia. Eles acenaram com metê-la no cárcere se não declarava que as visões eram uma fraude. Também não lhes adiantou de nada.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Em Lourdes, Nossa Senhora nos pede amar a Imaculada Conceição, privilégio divino exclusivo que A põe por cima de todos

Nossa Senhora de Lourdes coroada
Quanto mais nós admiramos uma pessoa, mais nós devemos amá-la.

E quanto mais nós a amamos, mais nós devemos ser propensos a admirar as qualidades que Ela tem.

Por causa disso, nos veneramos Nossa Senhora como Mãe ao mesmo tempo sumamente amável e sumamente admirável.

Nossa Senhora aparece fazendo-se admirar pelo título que Ela proclama.

Ela disse a Santa Bernadette Soubirous: "Eu sou a Imaculada Conceição".

Quer dizer, uma criatura que está numa condição inteiramente superior a todas as outras. Porque concebida sem pecado original e gozando de uma predileção toda especial de Deus.

Doentes diante da Gruta de LourdesDe outro lado, Ela pratica milagres dos mais estupendos, numa continuidade e numa importância sem igual história da igreja. E isto é porque Ela quer. Então Ela se apresenta muito à nossa admiração.

Mas, de outro lado, Ela se apresenta ao nosso amor pela sua caridade, pela sua bondade, pelo interesse na nossa salvação eterna, e pela felicidade dos homens na vida terrena.

Há aí, portanto, esses dois qualificativos que se unem. Aquilo que um falso espírito seudo-democrático e pagão gostaria de separar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Após as aparições, o torvelhino


Após as aparições, em poucas semanas a vida de Bernadette mudou radicalmente.

Antes das aparições era a digna, mas esquecida filha da família mais miserável de Lourdes. Depois, ficou no fulcro das atenções da cidade e, bastante rapidamente, da França e do mundo.

A fisionomia e a personalidade de Santa Bernadette era do tipo do plebeu digno, altivo de sua qualidade de criatura humana incorporada misticamente a Nosso Senhor Jesus Cristo pelo batismo, mas satisfeito em sua modesta condição.

Nas fotos, ela acostumava aparecer com roupas de camponesa no estilo das levadas durante as aparições. Ela vestia com decência e sensata simplicidade.

No todo manifestava uma compostura que, mais do que no traje, se patenteava no olhar sereno, firme, profundo, puro e equilibrado até o mais alto grau.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Simplicidade e Vulgaridade: uma lição da casa da família de Santa Bernadette


As fotos mostram quanta dignidade, quanta compostura afável e sóbria pode impregnar um ambiente próprio a gente pobre... de dinheiro, mas rica em alma.

Em primeiro lugar, temos a pobreza de uma família obscura... e imortal: a família de Santa Bernadette Soubirous, a vidente de Lourdes.

A sala serve ao mesmo tempo de dormitório e cozinha.

O grande leito, com seu cortinado, é pobre, mas dá uma impressão de recolhimento, estabilidade e dignidade inegáveis.

Essa impressão se comunica a todo o aposento, acentuada ainda pelas imagens populares, mas piedosas, e pela lareira espaçosa a cujo calor se acercava a família nos serões de inverno.

Santa Bernardette nasceu nessa casa, até que a miséria - teleguiada pela Providência -, levou a família de queda em queda até o hoje tão venerado "cachot".

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Chegando a Lourdes como à casa materna

Santuário à esquerda, rio Gave à direita
Chegando a Lourdes, um instinto misterioso conduz o neófito rumo à Gruta. Os cartazes são inexistentes e desnecessários. Os guardas são escassos e sem trabalho. A multidão é ordenada, composta e fervorosa. Tudo é pulcro e bem conservado.

Magotes de peregrinos convergem para o local das aparições. Uns rezam em grupo ou isoladamente, em voz alta ou baixa; outros cantam.

Ainda outros caminham em atitude recolhida, ou com ávida curiosidade, até o fulcro dessa unção que a tudo envolve maternalmente.

Não há algazarra nem pesado silêncio. Há uma plenitude de vida harmoniosa, impregnada de sobrenatural, que empolga.

Alguns chegam acompanhados de um sacerdote. A imensa maioria vem por iniciativa própria.

O que os levou lá? O que a graça disse na alma daquele romeno, australiano, japonês, brasileiro ou sul-africano, para virem de todos os recantos da Terra a Lourdes, com tanta consonância de espírito?

À direita de quem chega, o caudaloso rio Gave corre impetuosamente, emitindo leve murmúrio, imagem material dessa torrente de graças que ali age tão poderosa e discretamente nas almas.

À esquerda estão as numerosas torneiras onde os romeiros colhem e bebem a água da fonte aberta por Santa Bernadete por ordem de Nossa Senhora.

Logo a seguir, a Gruta das aparições. Como descrevê-la? É difícil. Nada há nela que não se pareça com mais uma concavidade lavrada na rocha pelo vento e pelas águas.

No fim da procissão das velas
Imagem no fim da procissão
Porém, olhando-a, tem-se a impressão de contemplar uma janela que abre direto para o Céu. No alto, à direita, numa espécie de túnel aberto na rocha, a famosa imagem de Nossa Senhora de Lourdes, tão simples, sem mérito artístico especial, irradiando um oceano de graças.

No canto inferior à esquerda, no fundo, a fonte que Santa Bernadete cavou com suas próprias mãos, a mando de Nossa Senhora. A água jorra límpida, incessante, com a musicalidade aconchegante de um despretensioso manancial de montanha.

Eis a água de Lourdes, eis o simples instrumento de que Nossa Senhora se serve para vencer a doença e o pecado, a lubricidade igualitária da humanidade que recusou a Civilização Cristã.

Que contraste! Que glória, que poder da Santíssima Virgem! Toda a obra de impiedade erigida em séculos de Revolução, vencida pela Rainha dos Céus e da Terra com um simples fio de água!


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

As Carmelitas de Lourdes

Santuário de Lourdes pela noite
Santuário iluminado na noite
Há uma coisa talvez mais bonita do que os milagres em Lourdes: o Convento de Carmelitas.

É um convento de contemplativas que têm o propósito de expiar e sofrer todas as doenças para obter graças para os corpos e almas das pessoas que vão lá pedir essas graças.

Elas nunca pedem a sua própria cura e aceitam todas as doenças que queiram cair em cima delas em benefício das almas que vão à Gruta de Lourdes para pedir a sua própria cura.

Então elas sofrem coisas horrorosas, elas levam às vezes uma vida inteira de sofrimentos, e às vezes morrem de uma morte prematura com objetivo especial de fazer bem para as outras almas.

Esses atos de abnegação estão tão longe da natureza humana, e causam um tal horror ao egoísmo humano, que este é um milagre maior do que todas as outras curas que se fazem em Lourdes.

E que mostra bem qual é a intenção de Nossa Senhora nas curas de Lourdes: é a de produzir milagres de caráter espiritual e moral que levam as almas para o Céu.

Por quê?

O quê é que seria Nossa Senhora, se Ela aparecesse em Lourdes para fazer bem para os corpos que perecem, e não para as almas que não perecem? Qual seria esse amor d'Ela aos homens, a não ser o principal objetivo de levar para o amor de Deus?

Diante da Gruta de Lourdes
Multidão de doentes diante da Gruta
O maior ensinamento de Lourdes não é o ensinamento apologético, aliás, tão grande e importante. Mas é esse ensinamento da aceitação da dor, do sofrimento, da derrota, do fracasso se preciso for.

Alguém dirá: "Mas é muito difícil aceitar isto. É muito difícil carregar a dor por esta forma".

E a resposta nós temos na agonia de Nosso Senhor Jesus Cristo no Horto das Oliveiras. Quando posto diante de todo o sofrimento que estava diante d'Ele, Ele disse: "Se for possível afaste-se de mim este cálice. Mas seja feita a vossa vontade e a não a minha."

E é a posição que nós devemos ter diante de nossos sofrimentos particulares: "Se for possível, afaste-se de mim este cálice. Mas seja feita a vossa vontade e não a minha".

Veio então um Anjo consolar a Nosso Senhor. A graça nos consolará a nós também nos sofrimentos que Nossa Senhora nos manda.

Coragem, portanto, resolução, energia, compreensão do significado do sofrimento, e alegria por nós sofrermos.

Porque se sofre, é dos predestinados; são os réprobos os que não sofrem.

(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, palestra proferida em 6/2/65. Sem revisão do autor).

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Ensinamento de Lourdes: coragem, resolução, energia e compreensão do significado do sofrimento

Procissão das velas em Lourdes
Os acontecimentos de Lourdes são ricos em ensinamentos para nós, e um desses ensinamentos é a respeito do sofrimento.

De um lado, Nossa Senhora tem pena do sofrimento dos homens, atende os rogos deles e pratica milagres para livrá-los das dores.

Além do mais, Nossa Senhora que tem pena das almas, para provar que a Fé Católica é verdadeira, pratica milagres para operar conversões.

Nisso Nossa Senhora nos dá um grande ensinamento. Ela mostra, pela bondade d'Ela em Lourdes, que Ela é nossa Mãe, que Ela quer e pode praticar maravilhas por nós, e Ela as pratica. E, entretanto, a maior parte dos doentes que vão lá voltam sem terem sido curados.

Mas, há em Lourdes outro aspecto. São inúmeros doentes que vão a Lourdes, e voltam sem terem sido curados.

Por que razão Nossa Senhora opera a cura de uns e não opera a cura de outros? Qual é o mistério?

Eu creio que é um dos mais estupendos milagres de Lourdes.

Peregrinos doentes em LourdesSe a gente prestar bem atenção, passa-se o seguinte: para a grande maioria das almas o sofrimento é necessário para a santificação. Então, as doenças bem levadas são meios para a santificação.

Por meio de doenças e provações espirituais a pessoa se santifica. E quem não compreende o papel do sofrimento e da dor para operar nas almas o desapego, o amor de Deus, e a regeneração, não compreende absolutamente nada.

São Francisco de Salles chegou a afirmar que o sofrimento é verdadeiramente o 8º sacramento, de tal maneira ele é indispensável.

O Cardeal Pedro Segura y Sáenz, com quem eu estive uma ocasião, me contou o diálogo que ele teve com o Papa Pio XI. S.S. Pio XI se gabava diante dele de nunca ter estado doente. O Cardeal Segura sorriu para ele e disse: "Então Vossa Santidade não tem o sinal de predestinado".

Pio XI ficou assustado, e o Cardeal acrescentou: "Não há predestinado que não adoeça, e gravemente, sofra muito da saúde pelo menos em determinado período de sua vida. Se Vossa Santidade nunca teve nada de saúde, não é sinal de predestinado".

Dias depois, Pio XI teve um enfarte de coração fortíssimo. E da cama ele escreveu um bilhetinho ao Cardeal Segura, que guardava o bilhete. Era assim: "Eminência, já tenho o sinal de predestinado". E realmente a doença é, como o sofrimento de toda ordem, o sinal dos predestinados.

Doentes em LourdesOra, Nossa Senhora agiria contra o interesse da salvação das almas, se lhes tirasse as doenças.

Para certas almas convém tirar o sofrimento. Mas normalmente não convém. De maneira que essas pessoas vão a Lourdes e voltam sem terem sido curadas.

Prova de quanto Nossa Senhora, tão misericordiosa, acha indispensável o sofrimento para a salvação das almas.

Mas há uma coisa muito bonita: em Lourdes Nossa Senhora dá ao doente tal conformidade com a doença, que eu nunca ouvi contar o caso de uma pessoa que esteve em Lourdes e não sendo curada se revoltasse.

Pelo contrário, as pessoas voltam enormemente resignadas, satisfeitas de terem ido fazer sua visita a Lourdes, e verem outras que foram curadas.

Há até casos de pessoas que vêm da Índia, da América, sei lá de onde para serem curadas, e que vendo ao lado outras que têm mais necessidade de serem curadas, pedem a Nossa Senhora isto: que eu não seja curado contanto que aquele seja curado.

Quer dizer, uma pessoa que aceita a doença e o sofrimento em benefício do outro é um verdadeiro milagre de amor ao próximo por amor de Deus. Um milagre moral arrancado ao egoísmo humano, e que é milagre mais estupendo do que uma cura propriamente dita.

(Fonte: Plinio Corrêa de Oliveira, palestra proferida em 6/2/65. Sem revisão do autor).

terça-feira, 13 de setembro de 2011

18ª e última aparição ― quinta-feira, 16 de julho

A última aparição aconteceu com um intervalo de algumas semanas em relação à anterior.

O chamado de Nossa Senhora surpreendeu Bernadette ao anoitecer, quando ela se encontrava em oração na igreja paroquial.

A Gruta tinha sido fechada com uma cerca de madeira, por ordem das autoridades hostis à aparição.

Bernadette passou então com sua tia Lucile e algumas amigas para o outro lado do rio Gave, diante da Gruta. Todas se ajoelharam e rezaram.

Após alguns instantes, as mãos de Bernadette afastaram-se em sinal de maravilhada surpresa, como por ocasião da quinzena de aparições.

Terminado o êxtase, e voltando à casa, ela confidenciou:
― "Eu não via a cerca nem o Gave. Parecia-me estar na gruta, na mesma distância das outras vezes. Eu via somente a Virgem".

Esta última aparição ocorreu na festa de Nossa Senhora do Monte Carmelo.

Sintomaticamente, em 13 de outubro de 1917, depois do milagre do sol em Fátima, Nossa Senhora se mostrou revestida do hábito da Ordem do Carmo.


Foi a última despedida na Gruta. Santa Bernadette Soubirous somente voltaria a ver Nossa Senhora 21 anos depois, em Nevers, no dia 16 de abril de 1879, quando deixou esta terra de exílio para contemplá-la eternamente no Céu!

TODAS AS APARIÇÕES. CLIQUE AQUI


terça-feira, 6 de setembro de 2011

17ª aparição — quarta-feira, 7 de abril


A Virgem chamou Santa Bernadette durante a noite de 6 de abril. Tendo-se espalhado que a vidente iria à Gruta, 1200 pessoas já a aguardavam quando ela chegou por volta das 6h.

O êxtase durou 45 minutos.

O Dr. Dozous e outros constataram durante 15 minutos o "milagre do círio":

Bernadette juntou as mãos sobre o fogo de uma vela, como para protegê-lo do vento. A chama encostava na pele das mãos e saía entre seus dedos.

― "Está se queimando!", bradou alguém. Mas a vidente prosseguia insensível.


O médico verificou depois que ela não tinha sofrido qualquer queimadura.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

16ª aparição — quinta-feira, 25 de março


A COROAÇÃO DAS APARIÇÕES

Durante 20 dias, Bernadette não retornou à gruta. Nesse período as curas iam se multiplicando. Ao mesmo tempo iam se arrefecendo as resistências do pároco.

Santa Bernadette voltou a sentir o chamado de Nossa Senhora nas primeiras horas da festa da Anunciação, 25 de março.

É a data que o eminente doutor marial São Luis Maria Grignion de Montfort considera a mais importante para os devotos e escravos da Santíssima Virgem.

Então ela foi à Gruta de Massabielle.

Esta foi, sem dúvida, a aparição culminante da série de Lourdes.

Como sempre, Santa Bernadette puxou o terço. Pouco depois entrou em êxtase. Ela própria nos conta o que se deu entre ela e Nossa Senhora.


"Depois dos quinze dias, eu lhe perguntei de novo seu nome, três vezes seguidas.

"Ela sorria sempre.

"Por fim ousei uma quarta vez, e foi então que ela, com os dois braços ao longo do corpo [como na Medalha Milagrosa], levantou os olhos ao Céu e depois me disse, juntando as mãos na altura do peito,

"que ela era a Imaculada Conceição

"Então eu voltei de novo à casa do senhor pároco, para lhe contar que ela me tinha dito que era a Imaculada Conceição.

"Ele me perguntou se eu estava bem segura. Respondi que sim, e que para não esquecer essa palavra eu a tinha repetido durante todo o caminho".

Santa Bernadette não sabia o significado de "Imaculada Conceição", cujo dogma o Bem-Aventurado Papa Pio IX proclamara poucos anos antes, deixando prostrados os partidários da Revolução e empolgando os devotos de Nossa Senhora no mundo inteiro!

O pároco custou a conter as lágrimas.

― "Ela quer mesmo a capela", murmurou Santa Bernadette.

A partir desse momento, o sacerdote mudou de atitude.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

15ª aparição: última da "quinzena"

15ª aparição — quinta-feira, 4 março

A quinzena de aparições concluiu-se no dia 4 de março. Desta vez reuniram-se entre oito e vinte mil pessoas, segundo as versões. Havia avidez de um milagre.

Lourdes, vitral da basílica superiorO delegado de polícia revistou a gruta e as proximidades, à procura de alguma espécie de fogo de artifício que servisse para simular uma aparição, mas nada encontrou.

Santa Bernadette foi amparada por um grupo de guardas que continha a multidão. O êxtase durou quase uma hora, sem que acontecesse algo excepcional.

No fim, Santa Bernadette disse: "Oh, sim, Ela vai voltar. Mas agora já não é mais necessário que eu vá à gruta. Quando ela voltar, então será necessário que eu retorne à gruta. Ela far-me-á saber".

* * *

A "quinzena" terminou assim.

Entretanto Nossa Senhora voltou a aparecer na gruta para Santa Bernadette em mais três ocasiões.

Foi nestas vezes que a série de manifestações extraordinárias de Nossa Senhora atingiu seu ponto culminante.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

14ª aparição: pároco zomba dos pedidos

14ª aparição — quarta-feira, 3 de março

Três mil pessoas se apinhavam em torno da gruta. Santa Bernadette rezou por muito tempo. Mas se levantou com os olhos repletos de lágrimas, e clamou: "Não me apareceu".

No mesmo dia, após a aula, sentiu um convite interior de Nossa Senhora. Retornou à gruta, e desta vez A viu.

Pároco de Lourdes, Pe Dominique Peyramale
Pe. Peyramale, pároco de Lourdes
na época das aparições
Bernadette cumpriu a ordem do pároco:

"Eu lhe perguntei seu nome, por parte do senhor pároco. Mas ela não fazia outra coisa senão sorrir. Voltando, fui à casa do senhor pároco para dizer-lhe que tinha cumprido a missão, mas que não tinha recebido outra resposta senão um sorriso. Então ele me disse que ela zombava de mim, e que eu faria bem de nunca mais voltar. Mas eu não podia me impedir de ir".

Fechando a questão, o Pe. Peyramale orientou:

"Se a Senhora deseja realmente uma capela, que diga seu nome e faça florescer a roseira da Gruta".

No inverno, isso equivalia a pedir um absurdo.

domingo, 14 de agosto de 2011

Na festa da Assunção de Nossa Senhora

Assunção, detalhe iluminura s. XV.
Columbia University, UTS MS 049

"A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial"

Com essas imorredouras palavras, o Santo Padre Pio XII definiu o dogma da Assunção da Santíssima Virgem ao Céu em corpo e alma, solenemente proclamado no dia 1º de novembro de 1950, pela Constituição dogmática "Munificentissimus Deus".

A solene proclamação desse augusto dogma veio coroar séculos de devoção a Nossa Senhora enquanto tendo sido levada aos Céus em corpo ressurreto e alma.

Na difusão desta verdade e desta devoção a Idade Média deu um contributo fundamental.
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1.Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.
2.Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
3.Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
4.Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
5.Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
6.Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
7.Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
8.Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
9.Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
10.Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
11.Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
12.Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]