A unidade dos cristãos
dever e responsabilidade de todos
O restabelecimento da unidade é "um dever e uma grande responsabilidade". Por isso é preciso o "compromisso laborioso" de todos os cristãos. Também porque o restabelecimento da fraternidade entre os discípulos de Cristo é uma "meta" importante, para o bem de toda a "família humana". Afirmou o Papa presidindo, na tarde de quarta-feira, 25 de Janeiro, na basílica de São Paulo fora dos Muros, à tradicional celebração das segundas Vésperas da festa da Conversão do Apóstolo, no final da quadragésima quinta semana de oração ecuménica.
"Quando imploramos o dom da unidade - explicou o Papa na homilia - fazemos nosso o desejo expresso por Jesus: "para que todos sejam um só"". Por isso - acrescentou - "a oração pela unidade é participação na realização do projecto divino para a Igreja". Ressaltando a presença no rito de representantes de outras Igrejas e comunidades eclesiais, o Pontífice frisou que "mesmo experimentando a situação dolorosa da divisão, nós cristãos podemos e devemos olhar para o futuro com esperança", porque "a vitória de Cristo significa a superação de tudo o que nos impede de partilhar a plenitude de vida com Ele e com os outros.
O Papa explicou também que "unidos em Cristo", somos chamados a "partilhar a sua missão": levar a esperança onde dominam a injustiça, o ódio e o desespero. Mas infelizmente, as divisões tornam menos luminoso o testemunho dos cristãos na sociedade. E se "na cultura hoje dominante, a ideia de vitória com frequência anda associada a um sucesso imediato", sob o ponto de vista cristão "a vitória é um longo e, aos nossos olhos, nem sempre linear, processo de transformação e de crescimento no bem. Ela verifica-se segundo os tempos de Deus e exige de nós fé profunda e perseverança paciente".
Por conseguinte - observou Bento XVI - "também a nossa expectativa para a unidade visível da Igreja deve ser paciente e confiante", enquanto só "nesta predisposição encontram pleno significado a oração e o compromisso pela unidade dos cristãos".
(©L'Osservatore Romano - 28 de Janeiro de 2012)
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A voz livre da Igreja
LUCETTA SCARAFFIA Otema é óbvio - a Igreja que invade os espaços públicos de liberdade - e óbvio é também o ponto de vista do panfleto de Sérgio Romano e Beda Romano La Chiesa contro. Portanto, teria sido mais correcto intitulá-lo Contro la Chiesa. Sendo um panfleto, o livro apresenta as características do género: superficialidade das fontes (tanto históricas como bioéticas) e inexactidão das notícias, como no caso daquelas relativas à Comissão nacional de bioética italiana, para as quais um simples controle teria evitado muitas inexactidões.
O volume revela imediatamente uma xenofilia consolidada: assim Beda Romano enfrentou horas de diálogo com a secretaria da Comissão bioética francesa, que é uma fonte muito partidária - talvez entrevistar o cientista que o presidiu durante anos, Didier Sicard, o ajudasse a fazer um discurso mais crítico - mas nunca se encontrou com um membro do respectivo organismo italiano. Por sua vez, Sérgio Romano escreve que a separação entre Estado e Igreja obteve bom êxito em todos os países europeus, mas não na Itália, baseando-se numa interpretação muito parcial, tanto do Ressurgimento como da Concordata.
Mas o livro apresenta também aspectos novos: a comparação histórica das relações entre Estado e Igreja nos vários países europeus, e sobretudo na segunda parte - mais nova e interessante - a abordagem das questões bioéticas, sem examinar os problemas morais e filosóficos subjacentes, mas analisando a realidade dos comportamentos diante das questões técnico-científicas em debate. Para cada país, Beda Romano escolhe aprofundar o tema no qual, na sua opinião, este se demonstrou mais evoluído: os transplantes de órgãos na Espanha, os Pacs para as convivências entre pessoas homossexuais na França, a inseminação artificial na Dinamarca, a clonagem no Reino Unido e a eutanásia na Suíça. Na opinião dos autores, talvez o país ideal seja aquele onde todos estes "vértices de progressismo" estejam reunidos. Mas a Itália é o contrário, porque não encontra lugar em qualquer classificação de "bons", de "modernos" e de "científicos".
Naturalmente, a culpa - com escassa originalidade - é atribuída à Igreja, conhecida por obscurantismo desde os tempos de Galileu na sua realidade institucional e nos efeitos maléficos sobre a burguesia italiana. Com uma referência ao discurso sobre a falta de modernização italiana, por causa da Contra-reforma: outro lugar-comum que, nas últimas décadas, a investigação histórica rejeitou amplamente.
É realmente tão difícil pensar que as aplicações das tecnociências ou a aceitação jurídica das uniões homossexuais não constituem um teste de modernidade, mas levantam problemas antropológicos porque transformam a nossa cultura, e portanto é bom que sejam objecto de reflexão e debate, e talvez de uma suspensão prudente de juízo? Assim pensam muitos filósofos leigos e cientistas, católicos e não católicos. Não pensam assim, ao contrário, as indústrias farmacêuticas, os pesquisadores que querem uma celebridade rápida e fundos para as suas actividades.
Sem dúvida, a Igreja católica é a única instituição mundial que ousa expressar um juízo crítico sobre uma tendência "progressista" intencionalmente superficial, a única que ousa denunciar as possíveis consequências negativas destas inovações. Que ousa, em síntese, estimular um debate, fazer meditar e exigir respostas autênticas. E é curioso que precisamente devido a este seu ser livre e pensante - sobre alguns temas, a única voz crítica que pode fazer-se ouvir no mundo inteiro - é acusada de obscurantismo e de incapacidade de enfrentar a modernidade.
Com efeito, todos os intelectuais que abordam tais questões com olhar crítico - por exemplo, além de Jonas e Habermas, Testart e Agacinsky - permanecem fatalmente limitados num âmbito restrito de interlocutores, muitas vezes só intelectuais que falam a sua língua. A Igreja, ao contrário, fala de modo mais fácil e faz-se ouvir em toda a parte. Perturbando, e não pouco, o retrato de uma modernidade feliz que progride sem mancha, tão amado por muitos.
(©L'Osservatore Romano - 28 de Janeiro de 2012)
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1. | Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. | |
2. | Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo: | |
3. | Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus! | |
4. | Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! | |
5. | Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! | |
6. | Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! | |
7. | Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! | |
8. | Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! | |
9. | Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! | |
10. | Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! | |
11. | Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. | |
12. | Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós. |
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]