L'OSSERVATORE ROMANO
Vatican
Durante a audiência geral de quarta-feira de Cinzas Bento XVI introduziu o caminho quaresmal
Rumo a uma nova aurora
Hoje entramos no tempo dos quarenta dias. Dias que representam os momentos salientes da fé do povo de Deus, durante os quais somos chamados a confrontar-nos com a «ambivalência» que caracteriza «também a condição da Igreja a caminho no deserto do mundo e da história», até chegar à «nova aurora criada pelo próprio Deus». O Papa introduziu assim o período especial que a Igreja se prepara para viver na expectativa da Páscoa de ressurreição. A Quaresma foi o tema central da reflexão proposta aos fiéis que hoje, 22 de Fevereiro, quarta-feira de Cinzas, participaram no encontro semanal da audiência geral, realizada na sala Paulo VI.
Foi no entrelaçamento contínuo entre passado e presente, entre o tempo «da especial proximidade de Deus», mas «também da tentação», do opor-se do «messianismo de poder, de sucesso», ao «messianismo de amor, de dom de si», que Bento XVI inseriu a actualidade do significado da «Quadragésima», que a partir de hoje os cristãos são chamados a viver. O Papa quis, antes de tudo, sublinhar o significado simbólico do número «quarenta», que volta a propor-se constantemente na vida da Igreja, a partir da história de Noé. Porém não se trata, explicou o Sumo Pontífice, de um número que representa um tempo cronológico «cadenciado pela soma dos dias», mas que «exprime o tempo da expectativa, da purificação, da volta ao Senhor, da consciência de que Deus é fiel às suas promessas». E propondo de novo os episódios ligados ao transcorrer deste tempo, narrados pela Sagrada Escritura, o Papa indicou as numerosas analogias vividas no mundo de hoje, no qual o deserto das tentações de Cristo é representado pela aridez, pela pobreza de vida e de valores, pelo secularismo e pela cultura materialista, que «fecham a pessoa no horizonte mundano do existir, subtraindo-o a qualquer referência à transcendência». O Papa fala de um céu obscuro, porque «coberto com as nuvens do egoísmo, da incompreensão e do engano». Não obstante isto, a certeza cristã de que «até da rocha mais dura Deus pode fazer brotar a água viva que sacia e restabelece», deve sustentar-nos no caminho rumo ao «mundo claro de Deus».
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1. | Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. | |
2. | Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo: | |
3. | Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus! | |
4. | Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! | |
5. | Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! | |
6. | Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! | |
7. | Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! | |
8. | Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! | |
9. | Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! | |
10. | Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! | |
11. | Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. | |
12. | Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós. |
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]