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O mundo visto de Roma
Portugues semanal - 19 de fevereiro de 2012
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Brasil
Cultura
Familia e Vida
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- Propor formas para fortalecer a família
Santa Sé
- Uma tarefa especial com a cor do sangue e do amor
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Lançado livro que explica aspectos jurídicos de acordo entre Brasil e Santa Sé
De acordo com Sarney, o acordo evidencia um "laicismo positivo".
BRASILIA, terça-feira, 14 de Fevereiro de 2012 (ZENIT.org).- O presidente do Senado, José Sarney, participou na noite de quinta-feira, 9, do lançamento do livro Acordo Brasil-Santa Sé Comentado. A cerimônia de lançamento ocorreu no Salão Nobre do Senado. Coordenado por dom Lorenzo Baldisseri e por Ives Gandra Filho, o livro traz textos explicativos sobre o acordo assinado pelo papa Bento XVI e o então presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, em 2008.
Ives Gandra Filho, que também é ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), disse que o desafio na produção do livro foi fazer o levantamento dos aspectos jurídicos do acordo. O ministro agradeceu aos artífices do acordo e a todos os colaboradores do livro. Ele ainda elogiou a vontade política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o acordo se concretizasse.
Dom Lorenzo Baldisseri agradeceu a cessão do Salão Nobre para a cerimônia de lançamento do livro e disse que a obra é de interesse de advogados, estudantes e profissionais que lidam com relações internacionais. Ele destacou que o acordo abre horizontes de cooperação entre o Brasil e a Santa Sé. Na visão de dom Lorenzo, o lançamento do livro também é uma forma de despedida, já que nesta semana volta para o Vaticano, para assumir o cargo de secretário para a Congregação dos Bispos.
“O coração está partido, mas voltar à terra natal também traz alegria”, declarou dom Lorenzo, que está completando 39 anos fora da Itália, prestando serviços à Igreja Católica.
Sarney disse que era uma honra para o Senado receber o lançamento do livro sobre o acordo Brasil-Santa Sé. O presidente elogiou o trabalho e a persistência de dom Lorenzo na realização do livro e na luta pelo acordo. De acordo com Sarney, o acordo evidencia um "laicismo positivo".
O lançamento foi acompanhado por senadores; ministros do Supremo Tribunal Federal (STF); e pelo o arcebispo-emérito de Brasília, José Freire Falcão; do secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, além padres e freiras.
Fonte CNBB
Cultura
Um filme excelente para as famílias cristãs
"There Be Dragons (2011)
ROMA, sábado, 18 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) -. A história é convincente. No contexto da Guerra Civil Espanhola o jovem Josemaria Escrivá, se forma, cresce e funda o Opus Dei. O diretor e os atores são de grande qualidade e profissionalismo. Indumentárias e roteiro excelentes.
O filme There Be Dragons está disponível em DVD em espanhol (ou Inglês), com legendas em italiano.
Publicamos abaixo a apreciação do filme feita por Franco Olearo, fundador e animador do site: http://www.familycinematv.it/
Robert é um jornalista responsável por escrever um artigo sobre Josemaria Escrivá, cuja beatificação está próxima. Chegando em Madri, tenta entrar em contato com seu pai Manolo que não tem visto há anos. Este, primeiro relutante, decide contar a sua história para seu filho, que estava intimamente ligada com a de Santo Escrivá: passaram uma juventude feliz juntos, mas depois, a guerra civil separou os seus destinos ...
A figura de Santo Escrivá jovem surge com as suas dificuldades humanas mas também com toda a potência da sua fé com a qual consegue afrontar o período negro da Guerra Civil Espanhola e dar serenidade e esperança àqueles que estão ao seu redor.
A habilidade do diretor Ronad Joffé consegue manter alto o interesse em toda a narração de uma história rica e densa de conteúdo. O co-protagonista Manolo, um personagem fictício, aparece pouco convincente, como uma figura mais ideal do que humana.
Roland Joffe é um autor que se faz perguntas e procura respostas. Fá-lo por meio dos protagonistas dos seus filmes mais significativos, que se encontram envolvidos em situações de conflito realmente acontecidas no passado próximo ou remoto; nesse contexto eles procuram compreender, muitas vezes de modo perturbado, o que é certo ou o que é errado fazer.
Em algumas de suas obras os personagens principais são dois, para testemunhar uma maneira diferente de reagir aos acontecimentos.
Na Missão (1986), o padre jesuíta Gabriel (Jeremy Irons) e o aventureiro Rodrigo Mendoza (Robert De Niro) respondem de modo diferente à injusta imposição de remover a “sagrada experiência” realizada, feita no sinal do Evangelho, entre os índios Guarani e se Rodrigo pega as armas para lutar contra a ofensiva das tropas portuguesas, o Padre Gabriel organiza uma procissão com o Santíssimo Sacramento, seguido por mulheres e crianças.
No Grito no Silêncio (1984) que tem como cenário Camboja e as atrocidades dos Khmer Vermelhos, Sidney, um jornalista americano (Sam Waterston) decide voltar para casa, enquanto seu companheiro cambojiano Pran escolhe ficar. Sidney não tem paz por ter podido salvar a si mesmo, mas não o seu amigo e começa uma longa busca na tentativa de trazê-lo de novo à pátria.
Mais uma vez, em There Be Dragons (Encontrarás Dragões), Joffe leva o espectador para o interior de um conflito (o filme acontece principalmente durante a Guerra Civil Espanhola) e mais uma vez os protagonistas se perguntam, diante de um drama que divide as famílias e dilacera as consciências, qual é a melhor forma de se comportar?
Neste último trabalho a abordagem é diferente dos filmes anteriores: a resposta não se refere ao senso comum, à consciência do indivíduo, mas Roland Joffé encontrou as respostas que estava procurando em um contexto mais amplo: nos ensinamentos e no exemplo de São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei.
Ao mesmo tempo, como nos seus filmes anteriores, coloca ao lado de Josemaria um personagem de contraste, Manolo, um amigo de infância imaginário que logo escolhe caminhos diferentes: na sua alma atormentada se concentra o espírito de vingança, ciúme e cinismo daqueles que não encontram sentido na vida se não buscam lucro pessoal.
Em 1936, Josemaría tinha 34 anos e Joffre se limita somente a traçar breves quadros das peripécias deste jovem sacerdote e dos seus primeiros seguidores (a difícil vida numa Madri sob a ameaça dos ataques dos republicanos, a primeira aprovação do Opus Dei, a longa marcha através dos Pirenéus para ir para a zona nacionalista), mas ainda se considerando um agnóstico, o autor compreendeu muito bem a fé que sustentou JoseMaria naqueles anos e à medida que a história avança, cresce em profundidade até abraçar temas universais: o significado do perdão, o poder dilacerante do ódio e da vingança, o sentido do mal que atinge também os inocentes, os sinais com os quais acolher a providência divina, o diálogo entre diferentes religiões, a vocação sacerdotal, a vocação à santidade dos leigos.
O filme aborda todas essas questões sem tentar propor, como muitas vezes acontece em muitos filmes contemporâneos, uma sabedoria, humana filosofia de vida, mas coloca no centro do problema a relação entre o homem e Deus e vai buscar diretamente o senso sobrenatural com que devem ser abordados os grandes momentos da história nas pequenas escolhas diárias.
Em uma sequência dramática, diante da violência que atinge sacerdotes e pessoas inocentes na Madri de 1936, os jovens que acompanham Escrivá vêem a necessidade de reagir, armando-se e organizando-se numa espécie de cruzada. Josemaria lembra-lhes que a revolução que realiza um cristão é antes de mais nada aquela interior: não é possível existir ódio entre nós porque somos todos filhos de Deus, também os nossos inimigos; é necessário sermos pacificadores e orar por aqueles que estão errados.
Outro tema que percorre todo o filme é o do perdão: é lembrado pelo diretor do seminário, após uma briga que envolve Josemaría e Manolo: " A negação do perdão é a única coisa que não nos será perdoada". É o perdão que une no final do filme Manolo com seu filho no seu leito de morte, depois de anos de indiferença recíproca e o une idealmente também a Josemaria (que morreu anos antes), e que nunca tinha deixado de rezar por ele e de escrever-lhe regularmente.
O silêncio de Deus, o sentido incomensurável da dor que afeta também os inocentes é abordado várias vezes em circunstâncias diferentes do filme: de Josemaría criança, que após a morte da sua terceira irmãzinha, pergunta à sua mãe se ela já começou a odiar a Deus; da garota que foi violentada e que se pergunta se Deus não é um monstro, mas que depois decide responder com mais amor e mais oração. Mas é a babá de Josemaria (a simpática Geraldine Chaplin), que tenta compreender o sentido da providência divina: "A vida é como um fio de um desses bordados, que são tecidos com outros fios que permanecem juntos no espaço e no tempo. É difícil intuir a figura que Deus está bordando antes dele terminar o bordado."
Joffe pega esta, como também outras frases da rica biografia do Santo Escrivá, mas as reelabora criativamente dentro da sua construção, permitindo-se também alguma variação compreensível: o pai de Josemaria era um comerciante têxtil, mas no filme se torna proprietário de uma fábrica de chocolate: desta forma, a transformação de um grão numa preciosa barra de chocolate, graças à habilidade e ao trabalho duro dos trabalhadores, torna-se a metáfora de um caminho de santificação por meio do trabalho bem feito na vida cotidiana.
É graças ao conhecimento profundo que Joffe atingiu da figura do santo e da interpretação bem-sucedida de Carlies Cox que o personagem Josemaria chega a ser particularmente bem sucedido; não podemos dizer o mesmo de Manolo, personagem construído na imaginação, do qual esperávamos não a idealização do mal no estado puro, mas um personagem com traços mais humanos.
O filme tem duas horas de duração, mas a capacidade de Joffé de trabalhar entre passado e presente, com várias histórias paralela consegue manter alta a atenção do espectador até o fim, mesmo se o seu conteúdo seja tão denso e que seja fácil chegar a sentir a necessidade de vê-lo uma segunda vez.
O filme foi distribuído na Espanha, Estados Unidos e América Latina e está disponível em DVD em espanhol (ou Inglês), com legendas em italiano.
*
Título Original: There Be Dragons
País: Espanha, Argentina
Ano: 2011
Diretor: Roland Joffé
Roteiro: Roland Joffé
Produção: Antena 3 Films, o Monte Santa Fe
Duração: 120
Elenco: Carlies Cox, Wes Bentley, Olga Kurylenko, Geraldine Chaplin, Dougray Scott, Rodrigo Santoro
*
Para adquirir o DVD, você pode clicar no link a seguir:
http://www.amazon.com/There-Be-Dragons-Charlie-Cox/dp/B005PM1188?tag=zenilmonvisda-21
[Tradução Thácio Siqueira]
Familia e Vida
Divórcio e filhos: novo estudo confirma a gravidade do trauma
Separação enfraquece todas as principais instituições da sociedade
ROMA, terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Nos Estados Unidos, mais de um milhão de crianças por ano são vítimas inocentes do divórcio dos pais. O divórcio machuca os pais, mas são as crianças as que mais sofrem, conforme demonstrado por pesquisas recentes.
O estudo Efeitos do Divórcio sobre as Crianças, de Patrick F. Fagan e Aaron Churchill, foi publicado em janeiro pelo Marriage and Religion Research Institute (Instituto de Pesquisas sobre Casamento e Religião).
Baseando-se numa vasta gama de pesquisas já publicadas sobre os efeitos do divórcio, o relatório analisa uma série de áreas em que o dano é evidente para as crianças. A primeira área é a da relação entre pais e filhos. Como esperado, o divórcio tem efeito negativo sobre a capacidade dos pais de interagir com os filhos.
Um estudo descobriu que o estresse causado pelo divórcio prejudica a relação entre mãe e filhos no caso de 40% das mães divorciadas. O dano é mais pronunciado quando as crianças estão na escola e na faculdade.
Em termos práticos, isto significa que, após o divórcio, as crianças recebem menos apoio emocional, assistência financeira e ajuda dos pais. Há também uma diminuição no estímulo acadêmico, na auto-estima, na afetividade e no incentivo à maturidade social. Menos momentos de lazer e mais castigos físicos são outra consequência da separação dos pais para as crianças.
O estudo revela que a maioria (cerca de 90%) das crianças permanece com a mãe depois do divórcio. Isto dificulta que o pai mantenha laços estreitos com os filhos. O estudo mostra que quase a metade das crianças disseram que não tinham visto o próprio pai durante o último ano.
Outro aspecto analisado pelo estudo de Fagan e Churchill é o efeito do divórcio na prática religiosa das crianças. "Depois do divórcio, eles ficam mais propensos a parar de praticar a fé". O declínio na prática religiosa impede as crianças de conhecerem e internalizarem os efeitos benéficos da educação religiosa: a estabilidade do casamento, a educação, a capacidade de produzir renda, a saúde física e mental.
Uma parte do estudo examinou como o divórcio afeta as atividades educativas. No ensino fundamental, por exemplo, houve um declínio imediato no desempenho escolar. No ensino secundário, filhos de famílias sólidas têm resultados significativamente melhores do que os colegas cujos pais se divorciaram. Aos 13 anos, por exemplo, há uma diferença de meio ano em habilidades de leitura entre os filhos de pais divorciados e os filhos de famílias estáveis.
Outra pesquisa revela que os filhos de casais divorciados são 26% mais propensos a abandonar o ensino médio do que as crianças criadas em famílias estáveis. Mesmo que um pai divorciado volte a casar, este novo casamento não reduz o impacto inicial negativo do divórcio sobre o desempenho escolar das crianças.
O impacto negativo do divórcio se estende à universidade. Uma pesquisa citada por Fagan e Churchill indica que apenas 33% dos estudantes de famílias divorciadas conseguem o diploma, em comparação com 40% dos seus colegas de famílias estáveis.
Dado o impacto que o divórcio tem na educação das crianças, as pessoas que sofrem esse trauma têm renda e patrimônio mais baixos do que a média, além de uma chance maior de enfrentar dificuldades financeiras.
O estudo aponta que o divórcio tem um custo econômico não só para as famílias, mas também para o governo e para a sociedade. As estatísticas mostram que filhos de famílias divorciadas são mais propensos a se envolverem em comportamentos delinquentes, brigas, roubos e abuso de álcool e drogas.
Além disso, "o divórcio perturba a estabilidade psicológica de muitas crianças", prossegue o texto. O estudo em questão cita um levantamento feito com alunos de sétima e oitava séries, que revelou que o divórcio dos pais foi o terceiro fator mais estressante em uma lista de 125 eventos. Somente a morte de um dos pais ou de um parente próximo é mais estressante do que o divórcio.
Devemos acrescentar que o impacto psicológico não é passageiro. Mesmo adultos, aqueles que sofreram o divórcio quando crianças experimentam um número maior de problemas emocionais e psicológicos do que aqueles que vêm de uma família estável.
Entre as consequências do divórcio conta-se também um número crescente de abuso e negligência de menores. Um estudo realizado no Brasil mostrou que crianças que vivem em famílias com presença de padrastos são 2,7 vezes mais sujeitas a abusos do que as crianças que vivem em famílias estáveis formadas pelos próprios pais.
A parte final do estudo explica que, ao contrário dos pais divorciados, que muitas vezes conseguem encontrar alívio após a separação, o sofrimento das crianças continua durante muito tempo depois do divórcio. Os efeitos negativos podem durar até três décadas.
Para Fagan e Churchill, "o divórcio tem efeitos que prejudicam as crianças e todas as cinco grandes instituições da sociedade: a família, a igreja, a escola, o mercado e o próprio governo".
Com o alto número de divórcios que se verificam hoje, as consequências debilitantes continuarão se manifestando nos próximos anos. Não é um pensamento reconfortante, considerando a tendência cultural que critica a família natural e procura redefinir o matrimônio.
Pe. John Flynn, LC
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Propor formas para fortalecer a família
VI Congresso Mundial das Famílias em Madri
MADRI, terça-feira, 14 fevereiro, de 2012 (ZENIT.org). - O Congresso Mundial das Famílias, que será realizado de 25 a 27 de Maio em Madrid, tem como principal característica a convocação de líderes e especialistas de todas as religiões para refletir sobre as ameaças à vida humana, à família e à educação religiosa e propor maneiras de fortalecê-las e defendê-las.
Nascido em 1997 em Praga, com o fim de trabalhar na reconstrução das famílias da era pós-comunista, este congresso continuou refletindo sobre os muitos desafios da redução demográfica, as políticas anti-vida da ONU e a instituição natural da família, através de reuniões regulares que tiveram lugar na Suíça, Polônia, México, Holanda e agora Madri.
Também se realizaram encontros regionais principalmente nos EUA e no Reino Unido, todos promovidos por um grande elenco de instituições provenientes de todo o mundo.
Na convocação para este ano, os organizadores destacam a presença confirmada do Cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família e do arcebispo ortodoxo russo, Hilarion de Volokolamsk, como um símbolo de que "a família é um dom para proteger, acima de crenças, como célula básica da sociedade. "
O programa e as inscrições estão disponíveis a todos os interessados no site do evento: http://www.congresomundial.es.
Como uma forma de continuar sua viagem para o VII Encontro Mundial das Famílias com o Papa Bento XVI que será realizado na próxima semana em Milão, os organizadores oferecem uma rota possível para os interessados: http://congresomundial.es/especial-emf-milan -2012 /.
[Tradução Thácio Siqueira]
Santa Sé
Uma tarefa especial com a cor do sangue e do amor
Palavras do Santo Padre durante a oração do Angelus
CIDADE DO VATICANO, domingo, 19 de fevereiro, 2012 (ZENIT.org) - "Este domingo é especialmente de festa aqui no Vaticano", disse o Papa Bento XVI, da janela do seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano para a habitual oração dominical do Angelus .
Um festa dupla de fato é celebrada hoje na Basílica do Vaticano: a solenidade da Cátedra de Pedro, antecipada hoje porque, como explicou o Papa, o dia 22 de Fevereiro, data da festa, será quarta-feira de cinzas; mas principalmente por causa do Consistório, realizado ontem, no qual o Papa criou 22 novos cardeais.
Com eles, disse o Santo Padre: "tive o prazer esta manhã de concelebrar a Eucaristia na Basílica de São Pedro, em torno do túmulo do Apóstolo que Jesus chamou para ser a "pedra" sobre a qual construir a sua Igreja."
Antes da oração mariana, o Papa convidou todos os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro a unir sua oração "para estes veneráveis Irmãos, agora ainda mais comprometidos em colaborar comigo na liderança da Igreja Universal e a dar testemunho do Evangelho até o sacrifício da própria vida. "
Símbolo dessa importante tarefa é a cor vermelha das suas roupas que, como explicou o Pontífice, é "a cor do sangue e do amor."
O mesmo sangue que “nesta cidade derramaram os Apóstolos Pedro e Paulo, além dos inúmeros outros mártires", acrescentou o Papa, desejando explicar este especial ministério de comunhão, de evangelização e de liderança da Igreja que corresponde ao Romano Pontífice, assistido pelos Cardeais .
"Voltamos, portanto, ao testemunho do sangue e da caridade", observou ele, referindo-se, então, como na homilia desta manhã, a Santo Inácio de Antioquia que, na sua carta aos Romanos, cumprimentava a Igreja Romana como aquela que "preside na caridade ", dando-lhe portanto um particular primado.
"A Cátedra de Pedro, representada na Basílica Vaticana por uma monumental escultura de Bernini, é símbolo da missão de Pedro e dos seus sucessores para pastorear o rebanho de Cristo, mantendo-o unido na fé e na caridade” concluiu por fim o Papa, declarando como essa seja "sim sinal de autoridade, mas daquela de Cristo, baseada na fé e no amor."
Antes de passar para a recitação do Angelus, Bento XVI confiou os novos cardeais à proteção maternal de Maria Santíssima, "para que lhes assista sempre no seu serviço eclesial e lhes sustente nas provas".
"Maria, Mãe da Igreja - orou o Papa – ajuda-me e aos meus colaboradores a trabalhar incansavelmente pela unidade do Povo de Deus e para anunciar à todos os povos a mensagem da salvação, cumprindo humildemente e corajosamente o serviço da verdade na caridade".
Salvatore Cernuzio
[Tradução Thácio Siqueira]
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Até ao derramamento do sangue
Discurso de Bento XVI durante o Consistório Ordinário Público para a criação de 22 novos Cardeais
CIDADE DO VATICANO, domingo, 19 de Fevereiro de 2012 (ZENIT.org).- Publicamos o texto do discurso do Papa Bento XVI dirigido ontem aos novos cardeais durante o quarto consistório ordinário público do seu pontificado.
***
«Tu es Petrus, et super hanc petram ædificabo Ecclesiam meam».
Venerados Irmãos,
Amados irmãos e irmãs!
Com estas palavras do cântico de entrada, teve início o rito solene e sugestivo do Consistório Ordinário Público para a criação dos novos Cardeais, que inclui a imposição do barrete cardinalício, a entrega do anel e a atribuição do título. Trata-se das palavras com que Jesus constituiu, eficazmente, Pedro como firme alicerce da Igreja. E o factor qualificativo deste alicerce é a fé: realmente Simão torna-se Pedro – rocha – por ter professado a sua fé em Jesus, Messias e Filho de Deus. Quando anuncia Cristo, a Igreja está ligada a Pedro, e Pedro permanece colocado na Igreja como rocha; mas, quem edifica a Igreja, é o próprio Cristo, sendo Pedro um elemento particular da construção. E deve sê-lo por meio da fidelidade à sua confissão feita junto de Cesareia de Filipe, ou seja, em virtude da afirmação: «Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo».
As palavras, que Jesus dirige a Pedro, põem claramente em destaque o carácter eclesial da celebração de hoje. De facto, através da atribuição do título duma igreja desta Cidade [de Roma] ou duma diocese suburbicária, os novos Cardeais ficam, para todos os efeitos, inseridos na Igreja de Roma guiada pelo Sucessor de Pedro, para cooperar estreitamente com ele no governo da Igreja universal. Estes dilectos Irmãos, que dentro de momentos começarão a fazer parte do Colégio Cardinalício, unir-se-ão, por vínculos novos e mais fortes, não só com o Pontífice Romano mas também com toda a comunidade dos fiéis espalhada pelo mundo inteiro. Com efeito, no desempenho do seu peculiar serviço de apoio ao ministério petrino, os neo-purpurados serão chamados a analisar e avaliar os casos, os problemas e os critérios pastorais que dizem respeito à missão da Igreja inteira. Nesta delicada tarefa, servir-lhes-á de exemplo e ajuda o testemunho de fé prestado pelo Príncipe dos Apóstolos, com a sua vida e morte, pois, por amor de Cristo, deu-se inteiramente até ao sacrifício extremo.
É com este significado que se deve entender também a imposição do barrete vermelho. Aos novos Cardeais, é confiado o serviço do amor: amor a Deus, amor à sua Igreja, amor aos irmãos com dedicação absoluta e incondicional – se for necessário – até ao derramamento do sangue, como diz a fórmula para a imposição do barrete cardinalício e como indica a cor vermelha das vestes que trazem. Além disso, é-lhes pedido que sirvam a Igreja com amor e vigor, com a clareza e a sabedoria dos mestres, com a energia e a fortaleza dos pastores, com a fidelidade e a coragem dos mártires. Trata-se de ser servidores eminentes da Igreja, que encontra em Pedro o fundamento visível da unidade.
No texto evangélico há pouco proclamado, Jesus apresenta-Se como servo, oferecendo-Se como modelo a imitar e a seguir. No cenário de fundo do terceiro anúncio da paixão, morte e ressurreição do Filho do Homem, sobressai, pelo seu clamoroso contraste, a cena dos dois filhos de Zebedeu, Tiago e João, que, ao lado de Jesus, ainda correm atrás de sonhos de glória. Pediram-Lhe: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda» (Mc 10, 37). Contundente é a resposta de Jesus, e inesperada a sua pergunta: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu bebo?» (Mc 10, 38). A alusão é claríssima: o cálice é o da paixão, que Jesus aceita para cumprir a vontade do Pai. O serviço a Deus e aos irmãos, a doação de si mesmo: esta é a lógica que a fé autêntica imprime e gera na nossa existência quotidiana, mas que está em contradição com o estilo mundano do poder e da glória.
Com o seu pedido, Tiago e João mostram que não compreendem a lógica de vida que Jesus testemunha, aquela lógica que deve – segundo o Mestre –caracterizar o discípulo no seu espírito e nas suas acções. E a lógica errada não reside só nos dois filhos de Zebedeu, mas, segundo o evangelista, contagia também «os outros dez» apóstolos, que «começaram a indignar-se contra Tiago e João» (Mc 10, 41). Indignam-se, porque não é fácil entrar na lógica do Evangelho, deixando a do poder e da glória. São João Crisóstomo afirma que ainda eram imperfeitos os apóstolos todos: tanto os dois que procuravam obter precedência sobre os outros dez, como os dez que tinham inveja dos dois (cf. Comentário a Mateus, 65, 4: PG 58, 622). E São Cirilo de Alexandria, ao comentar passagens paralelas no Evangelho de Lucas, acrescenta: «Os discípulos caíram na fraqueza humana e puseram-se a discutir uns com os outros qual deles seria o chefe, ficando superior aos outros. (…) Isto aconteceu e foi-nos narrado para nosso proveito. (…) O que sucedeu aos santos Apóstolos pode revelar-se, para nós, um estímulo à humildade» (Comentário a Lucas, 12, 5, 24: PG 72, 912). Este episódio deu ocasião a Jesus para Se dirigir a todos os discípulos e «chamá-los a Si», de certo modo para os estreitar a Si, a fim de formarem como que um corpo único e indivisível com Ele, e indicar qual é a estrada para se chegar à verdadeira glória, a de Deus: «Sabeis como aqueles que são considerados governantes das nações fazem sentir a sua autoridade sobre elas, e como os grandes exercem o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem quiser ser grande entre vós, faça-se vosso servo, e quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos» (Mc 10, 42-44).
Domínio e serviço, egoísmo e altruísmo, posse e dom, lucro e gratuidade: estas lógicas, profundamente contrastantes, defrontam-se em todo o tempo e lugar. Não há dúvida alguma sobre a estrada escolhida por Jesus: e não Se limita a indicá-la por palavras aos discípulos de ontem e de hoje, mas vive-a na sua própria carne. Efectivamente explica: «Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua via em resgate por muitos» (Mc 10, 45). Estas palavras iluminam, com singular intensidade, o Consistório público de hoje. Ecoam no fundo da alma e constituem um convite e um apelo, um legado e um encorajamento especialmente para vós, amados e venerados Irmãos que estais para ser incluídos no Colégio Cardinalício.
Segundo a tradição bíblica, o Filho do Homem é aquele que recebe de Deus o poder e o domínio (cf. Dn 7, 13-14). Jesus interpreta a sua missão na terra, sobrepondo à figura do Filho do Homem a imagem do Servo sofredor descrita por Isaías (cf. Is 53, 1-12). Ele recebe o poder e a glória apenas enquanto «servo»; mas é servo na medida em que assume sobre Si o destino de sofrimento e de pecado da humanidade inteira. O seu serviço realiza-se na fidelidade total e na plena responsabilidade pelos homens. Por isso, a livre aceitação da sua morte violenta torna-se o preço de libertação para muitos, torna-se o princípio e o fundamento da redenção de cada homem e de todo o género humano.
Amados Irmãos que estais para ser inscritos no Colégio Cardinalício! Que a doação total de Si mesmo, feita por Cristo na cruz, vos sirva de norma, estímulo e força para uma fé que actua na caridade. Que a vossa missão na Igreja e no mundo se situe sempre e só «em Cristo» e corresponda à sua lógica e não à do mundo, sendo iluminada pela fé e animada pela caridade que nos vem da Cruz gloriosa do Senhor. No anel que daqui a pouco vos entregarei, aparecem representados São Pedro e São Paulo e, no centro, uma estrela que evoca Nossa Senhora. Trazendo este anel, sois convidados diariamente a recordar o testemunho de Cristo que os dois Apóstolos deram até ao seu martírio aqui em Roma, tornando assim fecunda a Igreja com o seu sangue. Por sua vez a evocação da Virgem Maria constituirá para vós um convite incessante a seguir Aquela que permaneceu firme na fé e serva humilde do Senhor.
Ao concluir esta breve reflexão, quero dirigir a minha grata e cordial saudação a todos vós aqui presentes, particularmente às Delegações oficiais de diversos Países e aos Representantes de numerosas dioceses. No seu serviço, os novos Cardeais são chamados a permanecer fiéis a Cristo, deixando-se guiar unicamente pelo seu Evangelho. Amados irmãos e irmãs, rezai para que possa reflectir-se ao vivo neles o Senhor Jesus, o nosso único Pastor e Mestre e a fonte de toda a sabedoria que indica a estrada a todos. E rezai também por mim, para que sempre possa oferecer ao Povo de Deus o testemunho da doutrina segura e reger, com suave firmeza, o timão da santa Igreja.
[© Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana]
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A Igreja não existe para si mesma
Homilia de Bento XVI durante a concelebração eucarística com os 22 novos cardeais
CIDADE DO VATICANO, domingo, 19 de Fevereiro de 2012 (ZENIT.org).- Publicamos a homilia pronunciada hoje, Solenidade da Cátedra de São Pedro, na Basílica Vaticana do Santo Padre durante a concelebração eucarística com os 22 novos Cardeais.
***
Senhores Cardeais,
Venerados Irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Amados Irmãos e Irmãs!
Na solenidade da Cátedra de São Pedro Apóstolo, temos a alegria de nos reunir à volta do altar do Senhor, juntamente com os novos Cardeais que ontem agreguei ao Colégio Cardinalício. Para eles, em primeiro lugar, vai a minha cordial saudação, agradecendo ao Cardeal Fernando Filoni as amáveis palavras que me dirigiu em nome de todos. Estendo a minha saudação aos outros Purpurados e a todos os Bispos presentes, como também às ilustres Autoridades, aos senhores Embaixadores, aos sacerdotes, aos religiosos e a todos os fiéis, vindos de várias partes do mundo para esta feliz ocasião, que se reveste de um carácter especial de universalidade.
Na segunda leitura, há pouco proclamada, o apóstolo Pedro exorta os «presbíteros» da Igreja a serem pastores zelosos e solícitos do rebanho de Cristo (cf. 1 Ped 5, 1-2). Estas palavras são dirigidas antes de mais nada a vós, amados e venerados Irmãos, que sois reconhecidos no meio do Povo de Deus pelos vossos méritos na obra generosa e sábia do ministério pastoral em dioceses relevantes, ou na direcção dos dicastérios da Cúria Romana, ou ainda no serviço eclesial do estudo e do ensino. A nova dignidade que vos foi conferida pretende manifestar o apreço pelo vosso trabalho fiel na vinha do Senhor, homenagear as comunidades e nações donde provindes e de que sois dignos representantes na Igreja, investir-vos de novas e mais importantes responsabilidades eclesiais e, enfim, pedir-vos um suplemento de disponibilidade para Cristo e para a comunidade cristã inteira. Esta disponibilidade para o serviço do Evangelho está fundada firmemente na certeza da fé. De facto, sabemos que Deus é fiel às suas promessas e aguardamos, na esperança, a realização destas palavras do apóstolo Pedro: «E, quando o supremo Pastor Se manifestar, então recebereis a coroa imperecível da glória» (1 Ped 5, 4).
O texto evangélico de hoje apresenta Pedro que, movido por uma inspiração divina, exprime firmemente a sua fé em Jesus, o Filho de Deus e o Messias prometido. Respondendo a esta profissão clara de fé, que Pedro faz também em nome dos outros Apóstolos, Cristo revela-lhe a missão que pensa confiar-lhe: ser a «pedra», a «rocha», o alicerce visível sobre o qual será construído todo o edifício espiritual da Igreja (cf. Mt 16, 16-19). Esta denominação de «rocha-pedra» não alude ao carácter da pessoa, mas só é compreensível a partir dum aspecto mais profundo, a partir do mistério: através do encargo que Jesus lhe confere, Simão Pedro tornar-se-á aquilo que ele não é mediante «a carne e o sangue». O exegeta Joachim Jeremias mostrou que aqui está presente, como cenário de fundo, a linguagem simbólica da «rocha santa». A propósito, pode ajudar-nos um texto rabínico onde se afirma: «O Senhor disse: “Como posso criar o mundo, sabendo que hão-de surgir estes sem-Deus que se revoltarão contra Mim?” Mas, quando Deus viu que devia nascer Abraão, disse: “Vê! Encontrei uma rocha, sobre a qual posso construir e assentar o mundo”. Por isso, Ele chamou Abraão uma rocha». O profeta Isaías alude a isto mesmo, quando recorda ao povo: «Considerai a rocha de que fostes talhados (…). Olhai para Abraão, vosso pai» (51, 1-2). Pela sua fé, Abraão, o pai dos crentes, é visto como a rocha que sustenta a criação. Simão, o primeiro que confessou Jesus como o Cristo e também a primeira testemunha da ressurreição, torna-se agora, com a sua fé renovada, a rocha que se opõe às forças destruidoras do mal.
Amados irmãos e irmãs! Este episódio evangélico, que escutámos, encontra subsequente e mais eloquente explicação num elemento artístico muito conhecido, que enriquece esta Basílica Vaticana: o altar da Cátedra. Quando, depois de percorrer a grandiosa nave central e ultrapassar o transepto, se chega à abside, encontramo-nos perante um trono de bronze enorme, que parece suspenso em voo mas na realidade está sustentado por quatro estátuas de grandes Padres da Igreja do Oriente e do Ocidente. E na janela oval, por cima do trono, resplandece a glória do Espírito Santo, envolvida por um triunfo de anjos suspensos no ar. Que nos diz este conjunto escultório, nascido do génio de Bernini? Representa uma visão da essência da Igreja e, no seio dela, do magistério petrino.
A janela da abside abre a Igreja para o exterior, para a criação inteira, enquanto a imagem da pomba do Espírito Santo mostra Deus como a fonte da luz. Mas há ainda outro aspecto a evidenciar: de facto, a própria Igreja é como que uma janela, o lugar onde Deus Se faz próximo, vem ao encontro do nosso mundo. A Igreja não existe para si mesma, não é o ponto de chegada, mas deve apontar para além de si, para o alto, acima de nós. A Igreja é verdadeiramente o que deve ser, na medida em que deixa transparecer o Outro – com o “O” grande – do qual provém e para o qual conduz. A Igreja é o lugar onde Deus «chega» a nós e donde nós «partimos» para Ele; a este mundo que tende a fechar-se em si próprio, a Igreja tem a missão de o abrir para além de si mesmo e levar-lhe a luz que vem do Alto e sem a qual se tornaria inabitável.
A grande cátedra de bronze contém dentro dela uma cadeira em madeira, do século IX, que foi considerada durante muito tempo a cátedra do apóstolo Pedro e, precisamente pelo seu alto valor simbólico, colocada neste altar monumental. Na realidade, exprime a presença permanente do Apóstolo no magistério dos seus sucessores. Podemos dizer que a cadeira de São Pedro é o trono da verdade, cuja origem está no mandato de Cristo depois da confissão em Cesareia de Filipe. A cadeira magistral renova em nós também a lembrança das seguintes palavras dirigidas pelo Senhor a Pedro no Cenáculo: «Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos» (Lc 22, 32).
A cátedra de Pedro evoca outra recordação: a conhecida expressão de Santo Inácio de Antioquia, que, na sua Carta aos Romanos, designa a Igreja de Roma como «aquela que preside à caridade» (Inscr.: PG 5, 801). Com efeito, o facto de presidir na fé está inseparavelmente ligado à presidência no amor. Uma fé sem amor deixaria de ser uma fé cristã autêntica. Mas as palavras de Santo Inácio contêm ainda outro aspecto, muito mais concreto: de facto, o termo «caridade» era usado pela Igreja primitiva para indicar também a Eucaristia. Efectivamente a Eucaristia é Sacramentum caritatis Christi, por meio do qual Ele continua a atrair a Si todos nós, como fez do alto da cruz (cf. Jo 12, 32). Portanto, «presidir à caridade» significa atrair os homens num abraço eucarístico – o abraço de Cristo – que supera toda a barreira e estranheza, criando a comunhão entre as múltiplas diferenças. Por conseguinte, o ministério petrino é primado no amor em sentido eucarístico, ou seja, solicitude pela comunhão universal da Igreja em Cristo. E a Eucaristia é forma e medida desta comunhão, e garantia de que a Igreja se mantém fiel ao critério da tradição da fé.
A grande Cátedra é sustentada pelos Padres da Igreja. Os dois mestres do Oriente, São João Crisóstomo e Santo Atanásio, juntamente com os latinos, Santo Ambrósio e Santo Agostinho, representam a totalidade da tradição e, consequentemente, a riqueza da expressão da verdadeira fé na santa e única Igreja. Este elemento do altar diz-nos que o amor apoia-se sobre a fé. O amor desfaz-se, se o homem deixa de confiar em Deus e obedecer-Lhe. Na Igreja, tudo se apoia na fé: os sacramentos, a liturgia, a evangelização, a caridade. Mesmo o direito e a própria autoridade na Igreja assentam na fé. A Igreja não se auto-regula, não confere a si mesma o seu próprio ordenamento, mas recebe-o da Palavra de Deus, que escuta na fé e procura compreender e viver. Na comunidade eclesial, os Padres da Igreja têm a função de garantes da fidelidade à Sagrada Escritura. Asseguram uma exegese fidedigna, segura, capaz de formar um conjunto estável e unitário com a cátedra de Pedro. As Sagradas Escrituras, interpretadas com autoridade pelo Magistério à luz dos Padres, iluminam o caminho da Igreja no tempo, assegurando-lhe um fundamento estável no meio das transformações da história.
Depois de termos considerado os diversos elementos do altar da Cátedra, lancemos um olhar ao seu conjunto. Vemos que é atravessado por um duplo movimento: de subida e de descida. Trata-se da reciprocidade entre a fé e o amor. A Cátedra aparece em grande destaque neste lugar, não só porque está aqui o túmulo do apóstolo Pedro, mas também porque ela encaminha para o amor de Deus. Com efeito, a fé orienta-se para o amor. Uma fé egoísta seria uma fé não-verdadeira. Quem crê em Jesus Cristo e entra no dinamismo de amor que encontra a sua fonte na Eucaristia, descobre a verdadeira alegria e torna-se, por sua vez, capaz de viver segundo a lógica deste dom. A verdadeira fé é iluminada pelo amor e conduz ao amor, conduz para o alto, como o altar da Cátedra nos eleva para a janela luminosa, para a glória do Espírito Santo, que constitui o verdadeiro ponto focal que atrai o olhar do peregrino quando cruza o limiar da Basílica Vaticana. O triunfo dos anjos e os grandes raios dourados conferem àquela janela o máximo destaque, com um sentido de transbordante plenitude que exprime a riqueza da comunhão com Deus. Deus não é solidão, mas amor glorioso e feliz, irradiante e luminoso.
Amados irmãos e irmãs, a nós, a cada cristão, está confiado o dom deste amor: um dom que deve ser oferecido com o testemunho da nossa vida. Esta é de modo particular a vossa missão, venerados Irmãos Cardeais: testemunhar a alegria do amor de Cristo. À Virgem Maria, presente na comunidade apostólica reunida em oração à espera do Espírito Santo (cf.Act 1, 14), confiamos agora o vosso novo serviço eclesial. Que Ela, Mãe do Verbo Encarnado, proteja o caminho da Igreja, sustente com a sua intercessão a obra dos Pastores e acolha sob o seu manto todo o Colégio Cardinalício. Amen!
[© Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana]
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A "bondade" dos padres de amanhã depende muito da "qualidade" dos educadores de hoje
Termina a semana de estudos para formadores em seminários
ROMA, terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - A "bondade" dos padres de amanhã depende muito da "qualidade" dos educadores de hoje, e o seminário se confirma como o local indispensável para uma formação sacerdotal adequada aos desafios dos tempos, especialmente em um mundo culturalmente globalizado.
Estas são as conclusões obtidas no final da segunda semana de estudos para os formadores em seminários, organizada de 6 a 10 de fevereiro pelo Centro de Formação Sacerdotal da Pontifícia Universidade da Santa Cruz (Santa Croce) e focada no tema O ministério da direção nos seminários.
A iniciativa, que coincidiu com o simpósio dos bispos e dos superiores religiosos em matéria de abuso sexual, este realizado na Universidade Gregoriana, é uma clara manifestação do interesse da Igreja em responder à base dos problemas: a formação dos candidatos.
O encontro contou com cerca de setenta educadores em seminários de todo o mundo, homens da cúria, bispos responsáveis pelas vocações e professores universitários com experiência em formação sacerdotal. O diálogo vivo permitiu esclarecer aspectos específicos e trocar experiências valiosas, que podem atender aos desafios do mundo contemporâneo.
Discernimento vocacional e seleção de candidatos
O relatório sobre "Discernimento de idoneidade para as ordens religiosas" foi confiada ao Secretário da Congregação para o Clero, Dom Celso Morga, que explicou de que maneira um freio nas deserções que ocorrem no sacerdócio pode ser conseguido com uma reflexão melhor sobre as condições dos candidatos, levando-se em conta "a mobilidade cultural, as expectativas sociais ou econômicas, os condicionamentos de família e os conflitos que podem surgir de uma pastoral ideologizada".
Devemos também discernir adequadamente todos os "fatores internos", que têm a ver com "a rigidez de personalidade, a falta de saúde física ou mental, os enganos intelectuais ou os desenganos amorosos, as conversões drásticas, o egocentrismo, a fragmentação na educação religiosa, a falta de auto-controle ...".
Com os dados em mãos, o bispo constatou que em toda a Igreja, desde os anos 1980, houve "um aumento sustentado no número de sacerdotes" e uma atenção privilegiada "para a maior qualidade da sua seleção", tanto que, na prática, chegam a ser ordenados sacerdotes "apenas um terço dos seminaristas".
Dom Agostino Superbo, arcebispo de Potenza, na Itália, e vice-presidente da Conferência Episcopal Italiana, delineou os critérios para a seleção dos candidatos ao sacerdócio, que devem integrar as exigências institucionais (disponibilidade para uma doação total ao Evangelho, qualidades humanas e qualidades intelectuais para um serviço abnegado oferecido aos outros, personalidade aberta) com o bem do próprio jovem, "que deve ser o protagonista da sua própria biografia".
No discernimento vocacional é imprescindível, portanto, considerar "as famílias e as comunidades cristãs das quais o candidato procede, em um diálogo regular", e respeitar tanto a "fase preliminar", que prepara para o seminário, quanto o uso prudente de "uma pausa formativa", que ajude a "superar as dificuldades e a amadurecer os critérios".
Identikit do reitor e do formador
"Homem de Deus, completo e bem preparado, com vontade de se dedicar integralmente, com um amor inegável por Cristo e pela Igreja, transparente, mais pai do que pedagogo, paciente e bondoso, reto de espírito", são as características que um reitor de seminário deve ter para realizar a sua função corretamente, de acordo com Dom Paolo Rabitti, arcebispo de Ferrara-Comacchio, também na Itália, que aproveita a própria experiência ao longo dos anos.
O reitor também deve manter uma "total interação com o bispo, o respeito pelo presbitério, o amor exigente e paternal para com os educadores" e ser "atuante na formação permanente".
Quem ofereceu o identikit do formador em seminários foi o arcebispo de Tacna e Moquegua, no Peru, Dom Marco Antonio Cortez Lara, que falou de "um homem firme na fé, com uma forte identidade sacerdotal, com uma personalidade madura , pleno de certeza da sua própria vocação, aberto aos contatos humanos, culto, prudente e sábio". Em síntese, "íntegro", de modo a ser "crível para os jovens" e capaz de atraí-los "mais pelo testemunho de uma vida alegre e autêntica do que pela disciplina ou pelos ensinamentos teóricos".
Os formadores devem, portanto, ser capazes de "trabalhar com paixão e com verdade" nos vários aspectos da pastoral, em contato com as reais necessidades dos fiéis, e assim transformar o seminário em um local de encontro "de todos os sacerdotes diocesanos, jovens e idosos, aberto a todos os carismas da Igreja".
A atmosfera do seminário
O seminário "não é um lugar de passagem, mas um tempo para se preparar para o sacerdócio, capaz de interligar facilmente a sua "vida em comum com a caridade pastoral e com a fraternidade sacerdotal futura". Por isto, as suas regras devem ser "imutável, aceitas e compartilhadas, mas não esmagadoras, porque os valores educativos não se impõem, mas convencem", como ilustrou, por sua vez, o bispo auxiliar de Milão, Dom Mauro Delpini.
Grande parte das atividades do seminário e dos seus formadores depende ainda do fluxo das relações externas e da comunicação interna em todos os níveis de decisão, como explicou o professor José María La Porte, decano da faculdade de comunicação institucional, identificando ao mesmo tempo a importância de construir a confiança e de evitar o funcionalismo.
"A lealdade, a eficácia e a alegria" são o resultado das capacidades de escutar, de trabalhar em equipe, do valor dado às coisas pequenas e simples e da disposição para enfrentar os problemas como uma oportunidade e não como um incômodo. Já a verdade nos relacionamentos interpessoais "é o que fará com que cada palavra e cada gesto se torne um veículo de fraternidade em uma vida comum caracterizada por fatos de caridade, e não uma mera escola de hipocrisia revestida de diplomacia".
Um foco de atenção também deve ser identificado nas estruturas que acolhem os seminaristas, como explicou o professor Fernando Puig: "O ambiente externo da casa deve promover o exercício das virtudes humanas, que são próprias do ministério sacerdotal", principalmente através do "desapego dos bens temporais" e da capacidade de "tomar conta deles, valorizá-los e colocá-los a serviço dos outros".
A perspectiva da Cúria Romana foi apresentada pelo cardeal Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica, a quem foi confiada a sessão de abertura, e pelo secretário do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, Dom Juan Ignacio Arrieta, que falou da autoridade como um serviço da Igreja, destacando entre as qualidades dos pastores "a fidelidade, a prudência e a bondade".
Eduardo Torres
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"Sem filhos não tem futuro!"
O apelo de Bento XVI por famílias numerosas
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012(ZENIT.org) – Ao final da Audiência geral, o papa Bento XVI lançou seu apelo de apoio às famílias numerosas, representadas na Sala Paulo VI, pela Associação Nacional das Famílias Numerosas.
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“No contexto social atual – afirmou Bento XVI – os núcleos familiares com muitos filhos são um testemunho de fé, de coragem e de otimismo, porque sem filhos não tem futuro!”.
O Papa então encorajou a promoção de “adequadas intervenções sociais e legislativas para proteção e apoio às famílias numerosas, porque estas famílias constituem uma riqueza e uma esperança para todo o país”.
Na saudação final Bento XVI citou os fiéis da Diocese de Pozzuoli, acompanhados pelo Bispo, Dom Gennaro Pascarella. Agradecendo os membros desta comunidade “pelo testemunho de fé”, o Papa manifestou a esperança que “as comunidades paroquiais e as diversas realidades eclesiásticas sejam cada vez mais local de formação espiritual e de autentica fraternidade”.
O Pontífice por fim saudou os Cardeais Stanislaw Dzwisz e Stanislaw Rylko e as outras Autoridades da Delegação vinda para apresentar-lhe a reprodução da Porta Santa da Basílica de São Pedro que será colocada no museu do Beato João Paulo II em Wadowice.
(Tradução:MEM)
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Os verdadeiros cristãos rejeitam o conformismo
No seu discurso aos seminaristas romanos, o Papa chama a atenção sobre o poder do dinheiro e da mídia
ROMA, quinta-feira, 16 de fevereiro, 2012 (ZENIT.org) - Uma Igreja que se destaque no mundo pela sua fé e um mundo livre das opressões de hoje como o poder descontrolado do dinheiro. Estes são alguns dos desejos pronunciados pelo Papa Bento XVI durante a sua visita ao Seminário Maior de Roma.
O Santo Padre foi ao Seminário por causa da Festa de Nossa Senhora da Confiança, que acontece no próximo sábado. Recebido pelo Cardeal Vigário de Roma, Agostino Vallini, e pelo reitor do Seminário, padre Concetto Occhipinti, Bento XVI deu uma lectio divina sobre uma passagem da carta de São Paulo aos Romanos.
Assistiram ao discurso do Papa, além dos seminaristas maiores, aqueles do Seminário Menor, do Almo Colégio Capranica, do Colégio Diocesano "Redemptoris Mater" e do Seminário de Nossa Senhora do Divino Amor.
O núcleo do pensamento paulino articulado pelo Papa está no anticonformismo cristão. O apóstolo das gentes escreve, de fato: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando a vossa mente, a fim de poderdes discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito" (Rm 12 1-2).
Sem dúvida, sublinhou o Santo Padre, que da Igreja Católica se fala muito hoje, porém, é lícito esperar "que se fale também da nossa fé, da fé exemplar da Igreja de Roma" e pediu para que se reze por esta intenção.
Um convite particular dirigido aos seminaristas foi sobre a Liturgia, um dom especial para o sacerdote, permitindo-lhe "ser penetrado e imerso na realidade divina" a tal ponto que toda a vida e todos os pensamentos do sacerdote estejam “"imbuídos da realidade de Deus" e se transformem em liturgia.
Atualizando as palavras de São Paulo, Bento XVI explicou que a medida do anticonformismo do cristão de hoje, se manifesta no seu afastar-se de dois “forte poderes” : o poder do dinheiro e da mídia.
Ambos poderes são "necessários" e "úteis", disse o Papa, no entanto, são "tão abusíveis que se tornam o oposto das suas verdadeiras intenções."
Particularmente o dinheiro, longe de "promover o bem-estar" da coletividade, torna-se um "poder que oprime o homem", um verdadeiro ídolo, “a Mamona, a verdadeira divindade falsa que domina o mundo. E tudo isso pelo conformismo da submissão a esse poder."
A esta visão reducionista do homem, Bento XVI respondeu com uma vigorosa e firme exortação: "Sejamos inconformistas! Não nos submetamos ao ter, mas usemo-lo como meio, com a liberdade dos filhos de Deus".
Quanto ao poder da mídia, o Bispo de Roma alertou sobre "o risco da aparência" que, no final, "se sobrepõe à própria realidade, se torna mais importante e o homem não segue mais a verdade do seu ser mas quer, acima de tudo, aparecer em conformidade com essas realidades."
Para os cristãos, pelo contrário, não importa essa aparência, nem ser “moldados e elogiados”, porque eles nunca serão escravos desta "necessidade de prazer e de falar como a massa pensa que deveria ser."
O mundo não deve ser "oprimido pela opinião da aparência", pela qual "o mundo virtual torna-se mais verdadeiro e mais forte" por causa do escurecimento "do mundo real e da criação de Deus."
O "não-conformismo do cristão", pelo contrário, "nos redime e nos restitui à verdade" e "não é contra o mundo, mas é o verdadeiro amor do mundo."
A verdadeira obediência que um seminarista e um sacerdote devem ter é, portanto, somente à Deus e à Igreja, seguindo o exemplo de Maria, "pessoa nova, transformada, sacrifício vivente", cujo "sim" é "todo o seu ser."
Terminada a sua oração, o Santo Padre ficou para o jantar com os seminaristas, como de costume, antes de retornar ao Vaticano.
[Tradução Thácio Siqueira]
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Jesus se faz "leproso" para nos purificar
Bento XVI recorda que a cura mais importante é a cura do pecado
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) – Recém-passada a Jornada Mundial dos Enfermos, na festa litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, e fazendo referência ao Evangelho deste domingo (Mc 1,40-45), o papa Bento XVI voltou a falar do significado espiritual da doença.
Se no domingo anterior testemunhamos várias curas milagrosas, Jesus agora está em contato com a lepra, ou "a forma de doença considerada naquela época a mais grave de todas, a ponto de tornar uma pessoa ‘impura’ e excluí-la das relações sociais", observou o Santo Padre.
Jesus, porém, ao encontrar um leproso em uma aldeia da Galileia, tem um comportamento diferente. Quando o doente diz: "Se quiseres, podes me curar", Jesus não se afasta, mas, impulsionado pela participação íntima na sua condição, estende a mão e o toca, superando a proibição legal, e diz: "Quero. Sê purificado".
Nesta nova cura milagrosa e nas palavras de Cristo, está presente "toda a história da salvação, está encarnada a vontade de Deus de nos curar, de nos purificar do mal que desfigura e que arruína o nosso relacionamento", disse o Santo Padre.
Este ato de Jesus destrói "todas as barreiras entre Deus e as impurezas humanas, entre o sagrado e o seu oposto", continuou Bento XVI. Embora o mal esteja sempre presente, "o amor de Deus é mais forte" e derrota até mesmo o mal "mais contagioso e terrível". É como se Jesus “tivesse 'se tornado leproso' para que fôssemos purificados”.
Bento XVI mencionou a experiência de São Francisco de Assis com os leprosos. O santo padroeiro da Itália, em seu testamento, recorda: "Quando eu estava em pecado, parecia muito amargo ver os leprosos, e o próprio Senhor me conduziu até eles e eu tive deles misericórdia".
O santo, em seguida, fala de como a sensação de amargura se transformou em "doçura de alma e corpo". Ao abraçar um leproso, Francisco realiza a cura da sua "lepra espiritual", do seu orgulho, e se converte ao amor de Deus. "Esta é a vitória de Cristo, que é a nossa cura profunda e a nossa ressurreição para a vida nova!", comentou o Santo Padre.
Na invocação a Maria, o papa recordou a exortação "atemporal" que Nossa Senhora fez a Santa Bernadete: o convite à oração e à penitência.
"Através da sua Mãe, é sempre Jesus que vem até nós, para nos livrar de todas as doenças do corpo e da alma. Deixemo-nos tocar e nos purificar, e tenhamos misericórdia para com os nossos irmãos", concluiu o papa.
Lucas Marcolivio
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Pêsames do Papa pelas vítimas do incêndio da prisão de Comayagua em Honduras
Telegrama a Dom Camilleri, Bispo de Comayagua
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira 17 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) -. O cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, enviou, em nome do Santo Padre o Papa Bento XVI, ao bispo de Comayagua, um telegrama de condolências pelas numerosas vítimas do incêndio acontecido na prisão de Comayagua, Honduras.
O telegrama, endereçado a monsenhor Roberto Camilleri OFM, bispo de Comayagua, disse: "Sua Santidade Bento XVI, profundamente entristecido ao saber da triste notícia do grave incêndio ocorrido no centro penitenciário de Comayagua, que causou numerosas vítimas, eleva fervorosos sufrágios ao Todo-Poderoso pelo eterno repouso dos difuntos".
Além disso, roga a monsenhor Camilleri "para que tenha a bondade de transmitir as condolências do Papa às famílias dos falecidos, junto com as expressões de sua proximidade espiritual e o forte desejo de uma recuperação rápida e completa dos feridos no lamentável acidente."
E conclui o telegrama: "Com estes sentimentos, o sumo pontífice, invocando a proteção amorosa de Nossa Senhora de Suyapa, envia com afeto a reconfortante bênção apostólica, como sinal de consolação e de esperança neste tempo de tristeza. Enquanto lhe dou certeza das minhas orações neste momento de dor por todos os afetados por esta tragédia, aproveito a oportunidade para expressar os sentimentos da minha fraterna consideração."
Mundo
"Cada um tem o seu carisma, mas somos todos instrumentos de evangelização"
Dom John Tong, presidiu celebração na Jornada da Vida Consagrada em Hong Kong
ROMA, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012(ZENIT.org) – Dom John Tong, Bispo de Hong Kong, nomeado Cardeal pelo Papa Bento XVI, presidiu celebração na Jornada da Vida Consagrada.
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A Agência Fides informou que segundo o Kong Ko Bao (boletim diocesano em versão chinesa), cerca de dez sacerdotes e religiosos concelebraram com Dom Tong e mais de 200 religiosos e religiosas renovaram seus votos diante do Bispo de Hong Kong, reafirmando o desejo de serem instrumentos do Senhor através da dedicação de suas vidas. Em seguida, ouviram os testemunhos vocacionais de três religiosos/as.
Cada um tem o seu carisma, mas somos todos instrumentos de evangelização do Senhor: assim, Dom John Tong, Bispo de Hong Kong, exortou os religiosos e religiosas durante a celebração da Jornada da Vida Consagrada, que presidiu na Igreja de Cristo Rei, dia 02 de fevereiro.
O Hong Kong Catholic Church Directory 2011 informou que a Diocese tem 357.000 fiéis e conta 63 sacerdotes religiosos chineses e 177 estrangeiros, pertencentes a 16 congregações ou institutos religiosos, 344 religiosas chinesas e 145 estrangeiras, pertencentes a 28 congregações ou institutos, 27 irmãos religiosos chineses e 27 estrangeiros de 9 congregações. A eles, somam-se 15 seminaristas maiores de 5 congregações, 22 noviços e 7 noviças. Além disso, 30 paróquias e 119 escolas são administradas por religiosos, muito ativos na evangelização, na pastoral e nos campos educativo e sanitário.
Dom John Tong que recentemente também participou do Seminário - Os desafios que a Igreja encontra hoje nos campos pastoral, político, econômico e social – para os sacerdotes diocesanos e religiosos da diocese de Hong Kong, receberá a púrpura cardinalícia no próximo Consistório, dia 18 de fevereiro.
Maria Emília Marega
Informe Especial
Engana-se quem pretende abalar o Papa
Nota da Assessoria de Imprensa da Santa Sé quanto à publicação de documentos sobre o Vaticano
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Reproduzimos a nota do padre Federico Lombardi, SJ, sobre o vazamento de documentos que pretenderiam “criar confusão e desconcerto e facilitar uma visão negativa do Vaticano”. A nota, difundida nesta segunda-feira pela Rádio Vaticano, define a história de um suposto complô contra Bento XVI como “um delírio, uma loucura”, que “não merece ser levada a sério”.
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Hoje precisamos de nervos de aço, porque ninguém mais pode se assombrar com nada. A administração dos Estados Unidos teve seu wikileaks, e agora o Vaticano sofre seus próprios leaks, ou vazamentos de documentos que pretendem criar confusão e desconcerto e facilitar uma visão negativa do Vaticano, do governo da Igreja e, mais amplamente, da Igreja como tal.
É preciso ter calma e sangue frio, além de muito uso da razão, coisa que nem todos os meios de comunicação tendem a fazer. Trata-se de documentos de natureza e peso diversos, nascidos em tempos e situações diversas: alguns são discussões sobre a melhor gestão econômica de uma instituição com muitas atividades materiais como é o governo da Santa Sé; outros são notas sobre questões jurídicas e normativas em fase de discussão e sobre as quais é normal que haja opiniões diversas; outros são memoriais delirantes que ninguém com a cabeça no lugar considerou sérios, como um recente documento a respeito de um complô contra a vida do papa.
Uma informação séria deveria saber distinguir as questões e compreender o seu diferente significado. É obvio que as atividades econômicas devem ser geridas sabiamente e com rigor; é claro que o IOR e as atividades financeiras devem integrar-se corretamente com as normas internacionais contra a lavagem de dinheiro. Estas são, evidentemente, as ordens do Papa. Por outro lado, é evidente que a história do complô contra o Papa, como afirmei imediatamente, é um delírio, uma loucura, e não merece ser levada a sério. É claro que há algo de triste no fato de filtrarem com deslealdade documentos do interior para o exterior a fim de criar confusão. Existe responsabilidade de uma parte e também da outra. Em particular da parte que proporciona esse tipo de documentos, mas também de quem se ocupa em usá-los para fins que não são, certamente, o amor pela verdade. Devemos resistir e não nos deixar absorver pelo abismo da confusão, que é o que os mal-intencionados desejam. Devemos permanecer capazes de raciocinar.
Em certo sentido, e esta é uma antiga observação da sabedoria humana e espiritual, a existência de ataques mais fortes é sinal de que algo importante está em jogo.
Diante da grande série de ataques contra a Igreja, devidos ao tema dos abusos sexuais, a resposta foi um empenho sério e profundo de renovação visível. Não foi uma resposta de curto alcance, mas de purificação e renovação. Agora assumimos a situação e implementamos uma forte estratégia de tratamento, renovação e prevenção para o bem de toda a sociedade. Ao mesmo tempo, é sabido que está em curso um empenho sério para garantir uma verdadeira transparência do funcionamento das instituições vaticanas também do ponto de vista econômico. Foram publicadas novas normas. Foram abertos canais de relações internacionais para este controle. Agora, vários dos documentos recentemente difundidos tendem a desacreditar todo este empenho. Paradoxalmente, esta é mais uma razão para prosseguirmos com decisão sem nos deixar impressionar. Se tantos atacam, é porque o assunto é importante. Engana-se quem pretende abalar o Papa e os seus colaboradores neste empenho.
Quanto às supostas lutas pelo poder em face do próximo conclave, convido todos a observarem que os pontífices eleitos neste século foram personalidades de altíssimo e indiscutível valor espiritual. É claro que os cardeais procuraram e procuram eleger quem mereça o respeito do povo de Deus e possa servir à humanidade do nosso tempo com grande autoridade moral e espiritual. A leitura em perspectiva de lutas internas pelo poder depende em grande medida da tosca moralidade dos que a provocam e dos que a fazem, os quais, frequentemente, são incapazes de ver outra coisa. Quem crê em Jesus Cristo sabe que, à margem do que se diz ou se escreve hoje nos jornais, as verdadeiras preocupações dos responsáveis pela Igreja se voltam aos problemas graves da humanidade de hoje e de amanhã. Não é em vão que acreditamos e falamos da assistência do Espírito Santo.
Entrevistas
Sou padre na rádio, sou padre no palco, sou padre na música, sou padre escrevendo livro
Pe. Reginaldo Manzotti concede uma entrevista exclusiva ao Zenit (parte I)
BRASILIA, sexta-feira, 17 de Fevereiro de 2012 (ZENIT.org).- O fundador e coordenador da “Associação Evangelizar é preciso”, Pe. Reginaldo Manzotti, concedeu uma entrevista exclusiva ao Zenit.
Uma das figuras religiosas que mais se destaca no Brasil, nos meios de comunicação, padre Reginaldo Manzotti é natural de Paraíso do Norte, no interior paranaense. Nascido em 1969, foi ordenado sacerdote aos 25 anos. Atualmente, é pároco da Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba, e coordena a Associação Evangelizar é Preciso, que objetiva evangelizar pelos meios de comunicação.
Apresentador de diversos programas de rádio, transmitidos em mais de 1060 emissoras no Brasil e fora do Brasil; também com programas na televisão, transmitidos por 90 emissoras, chegando a uma audiência de mais de 40 milhões de pessoas.
Publicamos para os nossos leitores a primeira parte dessa entrevista.
Padre Reginaldo, é difícil evangelizar no Brasil, o maior país católico do mundo?
O Brasil é um país onde as pessoas são católicas, mas existe um diferencial. É um país tradicionalmente católico, que não significa necessariamente, um país verdadeiramente católico. Essa é uma distinção importante porque eu encontro muitas pessoas às quais pergunto: você é católico? E a pessoa diz: venho de uma família tradicionalmente católica; mas isso não significa que a pessoa esteja respondendo para mim que ela seja uma pessoa de vida eclesial, de vida sacramental.
De onde surgiu seu interesse evangelizador?
Na virada do milênio o Papa João Paulo II disse uma frase que me inquietou o coração. Eu era neo sacerdote. Ele disse: “Evangelizar com novo ardor e com novos métodos”. Aquilo foi como um ácido que caiu no meu coração, que me inquietou, me incomodou e me provocou. No sentido de que: como é que eu posso evangelizar, e realmente levar as pessoas que são de tradição familiar católica a um comprometimento católico? Esse foi o meu discernimento.
E depois?
E logo depois, saiu uma outra frase, também do beato João Paulo II que para mim foi importante, que diz assim: “há muitos batizados e poucos evangelizados”, foi quando eu percebi a necessidade, em um primeiro momento aqui em Curitiba, de começar um trabalho numa rádio, onde fui convidado.
Experiência de Deus?
Deu tão certo esse programa, porque se chama: experiência de Deus. Eu acredito que é a partir de uma experiência, ontológica, antropológica e teológica com Jesus Cristo que a pessoa tem a sua mudança de vida. É a partir de uma experiência que Paulo fez com Jesus que ele se transformou num grande apóstolo. Eu percebo que o Brasileiro precisa ser levado a essa experiência única e singular e a partir daí há a mudança.
Então, o que provocou sua sede de evangelização?
Então, a minha experiência de evangelização foi provacada pelo próprio apelo do Papa e dentro daquilo que Deus me deu, e que aqui não é falsa humildade, Santa Teresa diz: “aquilo que Deus nos deu reconheçamos como dom de Deus e sejamos humildes em valorizar os dons de Deus.” Deus me deu uma facilidade de falar. Então, por que não usar essa facilidade da comunicação para aquilo que para nós é fundamental: o depósito da fé?
E a música?
Depois a música. Eu estava começando com a minha primeira paróquia, minha primeira experiência como sacerdote, enquanto pároco, e foi quando percebi que quando as pessoas sabiam as músicas na missa elas rezavam melhor. Daí me veio a idéia de gravar um CD. O meu primeiro CD foi para o povo, de músicas já conhecidas na Igreja, para que o povo cantasse e interagisse mais. Foi quando percebi que a música era um instrumento valiosíssimo da evangelização. E Deus me deu uma graça que eu não esperava, que foi a graça de compor músicas, que até então eu não tinha feito.
E a obra foi crescendo...
Então, Deus foi generoso comigo abrindo muitos caminhos. De uma rádio, hoje nós estamos com 1060 emissoras no Brasil. Isso mostra o que? Isso não mostra a força do padre Reginaldo, mas mostra o quanto o povo está sedento da experiência de Deus, o quanto o povo está procurando a verdade.
E a sua conexão com o Santo Padre?
Toda semana eu leio o L’Osservatore Romano. Gosto muito das catequeses do Papa Bento XVI. Eu acredito que o Papa Bento XVI é um homem de profundo conteúdo e altamente “antenado”, desculpe a palavra, altamente ligado com as coisas atuais. Ele tem batido muito numa tecla chamada: “verdade e autenticidade da fé”. E o que eu tenho procurado no programa Experiência de Deus e nos momentos de evangelização através da música – alguns chamam de show, mas eu, pessoalmente não gosto da palavra show, eu gosto de chamar de momentos de evangelização pela música – eu tenho procurado levar as pessoas a essa autenticidade e verdade da fé. Até o processo de purificação.
Eu sou Igreja, eu sou sacerdote na mídia, eu sou padre na rádio, eu sou padre no palco, eu sou padre na música, eu sou padre escrevendo livro. E por que digo isso? Porque eu tenho, a partir dali, percebido que os jovens estão retornando. Foi quando senti a necessidade de atingir outros campos da mídia, como por exemplo internet, facebook, twitter, redes sociais... e quando eu vi o Santo Padre, o Papa, com um tabloide na mão tuitando eu vi-brei. Quando eu vi na sexta-feira santa, no ano passado, pela primeira vez na história, o santo padre, o Papa, ir para um canal de televisão como a RAI e responder perguntas num programa aberto ao público eu vibrei demais. Por que? Porque ele está dando o exemplo dessa necessidade de dialogar com o mundo, de dar uma resposta aos problemas atuais.
Então...
Então, esse interesse pela evangelização, eu o sinto no meu coração como uma resposta ao próprio apelo de Deus.
Por exemplo, agora em Aparecida. A mídia do Brasil disse que o Papa vinha para freiar os comunicadores. E aí veio o Papa e, com os bispos, no documento de Aparecida, tem a coragem de dizer que a Igreja esteja num estado permanente de missão. Gente, o que é isso, senão estar num estado permanente de missão, estar em novos aerópagos!!! Meu coração vibrou!
Uma das suas características é a gratuidade dos seus eventos. Nunca cobra cachê. Para ajudar a obra ou entrar em contato com o padre Reginaldo é só acessar:http://www.padrereginaldomanzotti.org.br/
Por Thácio Siqueira
[Primeira parte da entrevista]
Análise
Viagem de Bento XVI à América: entre a fé e a esperança
Cardeal Ouellet analisa o significado da visita papal
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Segundo o cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, o papa vai ao México e a Cuba para fortalecer a fé de um povo ameaçado hoje pelo secularismo.
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Em entrevista concedida ao periódico vaticano L'Osservatore Romano, publicada nesta terça-feira (14), o cardeal Ouellet afirma que “a presença do papa em Cuba e no México terá um significado que vai além de qualquer avaliação cultural ou política, porque a sua finalidade principal é confirmar e fortalecer a fé da imensa maioria dos povos da América Latina”.
“É claro que não devemos perder de vista os contextos e as circunstâncias desta visita pastoral. A peregrinação do papa quer acima de tudo levar o anúncio de Cristo, esperança do continente. Neste sentido, a presença dele vai antecipar de alguma forma o Ano da Fé na América Latina”.
O papa exortou os povos latino-americanos a renovarem a sua vocação à esperança nesta época em que o protagonismo emergente da América Latina se consolida no mundo. O cardeal complementa que esse protagonismo faz com que “se espere da região uma contribuição importante para a superação da grave crise atual, concentrada principalmente nos Estados Unidos e em alguns países europeus. Mas a principal contribuição da América Latina ao mundo é a sua originalidade histórico-cultural, de uma fé inculturada na vida dos povos, simbolizada por excelência no rosto mestiço de Nossa Senhora de Guadalupe. Sem ela, não se falaria da América Latina como continente da esperança”.
O caminho a percorrer até uma integração aceitável entre os vários povos do continente, no entanto, ainda é longo.
O cardeal Ouellet destaca que “a América Latina traz na própria história uma vocação de unidade, fundamentada na proximidade geográfica dos seus países, com línguas e cultura em comum, com acontecimentos históricos em comum e, principalmente, com a fé católica, que caracteriza toda a sua vida. Isto se manifesta no profundo senso de irmandade que é vivido entre os latino-americanos. A integração econômica e política vem dando passos muito importantes nas últimas décadas na América Latina, mas continua insuficiente e ainda enfrenta muitos obstáculos e resistências. Ela corre o perigo de fracassar se permanecer no nível dos intercâmbios comerciais ou das retóricas políticas. São necessárias bases mais sólidas, além de um espírito continental que só pode se manifestar se houver um senso de identidade renovado, uma unidade dos povos animada pela vitalidade da fé católica”.
Como a Igreja pode encarar os desafios da pobreza, do analfabetismo, da insegurança social, das ameaças contra a vida ainda não nascida, além da corrupção, da violência e do tráfico de drogas?
O cardeal reconhece que estes problemas sociais são, “sem dúvida, muito graves e urgentes”. “A missão da Igreja abrange todas as necessidades dos indivíduos, das famílias e dos povos. Não pode faltar um compromisso dela em todos os âmbitos, principalmente na responsabilidade dos leigos, que são os protagonistas dos movimentos de solidariedade, de paz e de justiça, incentivados pelo testemunho evangélico dos religiosos e pelos ensinamentos e orientação dos seus pastores. Nós temos que fazer mais e melhor, dentro das diretrizes traçadas pela encíclica Caritas in veritate, e com a convicção de que a solução para os problemas sociais não vem das ideologias do mundo, que são sempre parciais e decepcionantes, mas da caridade criativa, perseverante e concreta, que ajuda as pessoas e muda as estruturas injustas”.
Flash
Oração preparatória para a visita do Papa ao México
Todos os católicos do mundo são convidados a rezar pelo êxito da visita
ROMA, sexta-feira 17 fevereiro de 2012 (ZENIT.org) -. Já se publicou a oração de preparação para a visita do Papa Bento XVI ao México, para que se reze pelo êxito pastoral de uma viagem na qual os povos da América Latina serão confirmados na sua fé pelo Pontífice.
Como é sabido, a viagem apostólica, que se realizará do 23 ao 28 de março, foi anunciada oficialmente pelo papa no passado dia 12 de dezembro durante uma missa concelebrada na Basílica de São Pedro, para agradecer a Deus o bicentenário da independência dos países latino-americanos.
Ali também se rezou à oração a Nossa Senhora de Guadalupe: http://www.benedictomexico.mx/visita-a-mexico/noticias/116-oracion-a-nuestra-senora-de-guadalupe&Itemid=75
Desta vez, os católicos de todo o mundo poderão se juntar às intenções do Papa e da Igreja do "continente da esperança e do amor", com esta oração:
"Deus nosso, que na Vossa providência quisestes fundar vossa Igreja sobre a rocha de Pedro, o chefe dos Apóstolos, olhai com bondade para o nosso Santo Padre Bento XVI, e já que o constituistes Sucessor de Pedro, concedei-lhe que seja para o vosso povo princípio e fundamento visível da unidade na fé e da comunhão no amor. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém ".
Angelus
A Cátedra de Pedro é sinal de autoridade, mas de autoridade de Cristo
Palavras do Papa durante a oração do ângelus no VII domingo do Tempo ordinário
CIDADE DO VATICANO, domingo, 19 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org).- Publicamos as palavras do Papa hoje, solenidade da Cátedra de São Pedro, durante a oração do Ângelus do Santo Padre dirigida aos fiéis reunidos na praça de São Pedro.
[Antes do Ângelus]
Queridos irmãos e irmãs!
Este domingo é particularmente festivo aqui no Vaticano, por causa do Consistório, que aconteceu ontem, no qual criei 22 novos cardeiais. Com eles, tive a alegria, esta manhã, de concelebrar a Eucaristia na Basílica de São Pedro, ao redor da Tumba do Apóstolo que Jesus chamou para ser a "pedra" sobre a qual construir a sua Igreja (Mt 16,18).Por isso, convido todos vocês a unirem também a vossa oração por esses veneráveis irmãos, que agora estão ainda mais empenhados em colaborar comigo na direção da Igreja Universal e a dar testemunho ao Evangelho até o fim da própria vida. Isto significa a cor vermelha das vestes deles: a cor do sangue e do amor. Alguns deles trabalharão em Roma, a serviço da Santa Sé; outros são pastores importantes nas Igrejas diocesanas; outros são distintos pela longa e importante atividade de estudo e ensino. Agora fazem parte do Colégio que mais diretamente auxilia o Papa no seu ministério de comunhão e de evangelização: os acolhemos com alegria, recordando aquilo que disse Jesus aos doze apóstolos: "Quem quer ser o primeiro entre vós, será servidor de todos. Também o Filho do Homem de fato, não veio para ser servido, mas para servir e dar a própria vida para o resgate de muitos" (Mc 10,44-45).
Este evento eclesial se coloca-se na festa da Cátedra de São Pedro, antecipada para hoje, porque no dia 22 de fevereiro, data da festa, será a quarta-feira de cinzas, início da Quaresma. A cátedra é a poltrona reservada ao bispo, da qual é derivado o nome catedral, a igreja na qual o bispo preside a liturgia e ensina o povo. A Cátedra de São Pedro, representada no fundo da Basílica Vaticana por uma monumental escutura de Bernini, é simbolo da especial missão de Pedro e dos seus Sucessores de pastorear o rebanho de Cristo conduzindo-o unido na fé e na caridade. Desde o inicio do segundo século, Santo Inácio de Antioquia atribuia à Igreja de Roma um singular primado, saudando-a, na sua carta aos romanos, como aquela que "preside a caridade". Tal especial papel de serviço atribuido à Igreja Romana e ao seu bispo provém do fato que nesta cidade foi derramado o sangue dos Apóstolos Pedro e Paulo, além de numerosos mártires. Retornemos, assim, ao testemunho do sangue e da caridade. A Cátedra de Pedro, portanto, é sinal de autoridade, mas daquela de Cristo, baseada sobre a fé e sobre o amor.
Caros amigos, confiemos os novos cardeais à materna proteção de Maria Santíssima, para que os assista sempre no seu serviço eclesial e os sustente nas provas. Maria, Mãe da Igreja, ajude a mim e aos meus colaboradores a trabalhar incansavelmente pela unidade do Povo de Deus e para anunciar a todas as gentes a mensagem de salvação, cumprindo humildemente e corajosamente o serviço da verdade na caridade.
[Tradução CN]
Audiência de quarta-feira
"Jamais nos encontraremos fora das mãos de Deus"
A catequese de Bento XVI durante a Audiência Geral
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos o resumo da catequese de Bento XVI aos fiéis e peregrinos reunidos hoje, na Sala Paulo VI, para a Audiência Geral.
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Queridos irmãos e irmãs,
O Evangelho de São Lucas nos transmite três palavras de Jesus na Cruz. A primeira é um pedido de perdão para os seus algozes: «Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem». Deste modo, Jesus cumpre aquilo que ensinara no Sermão da Montanha: «Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam». A segunda palavra de Jesus na Cruz é a resposta ao pedido do “bom ladrão”, um dos homens que estavam crucificados com Ele: «Ainda hoje estarás comigo no Paraíso». Jesus está ciente de entrar diretamente na comunhão com o Pai e de abrir de novo ao homem a estrada para o Paraíso de Deus. A última palavra de Jesus é um grito de derradeira entrega a Deus, num ato de total abandono: «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito». Ao colocar-Se inteiramente nas mãos do Pai, Jesus nos comunica a certeza de que por mais duras que sejam as provas, jamais nos encontraremos fora das mãos de Deus, as mesmas que nos criaram, sustentaram e acompanham no caminho da vida, com um amor infinito e fiel.
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Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os fiéis brasileiros vindos de Curitiba, a quem exorto a aprender do exemplo da oração de Jesus, uma oração cheia de serena confiança e firme esperança no Pai do Céu, que nunca nos abandona. Que as Suas Bênçãos sempre vos acompanhem! Ide em paz!
© Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana
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Cardeal fala sobre o Filme "Bella": Um Filme Conectado a Vida...
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