Banner

Jesus Início

Início


Visitas



addthis

Addrhis

Canal de Videos



    •  


    • http://deiustitia-etfides.blogspot.com.br/


    • -


    Rio de Janeiro

    Santa Sé






    domingo, 26 de fevereiro de 2012

    [ZP120226] O mundo visto de Roma

    ZENIT PRECISA DE VOCÊ! Campanha de doações 2012

    Para poder continuar sua atividade e manter a política de oferecer gratuitamente os serviços aos 500.000 leitores que fazem uso pessoal de ZENIT, neste ano precisamos arrecadar entre os leitores de língua portuguesa 90.000 dólares, ou seja, 160.000 Reais ou 70.000 Euros aproximadamente.

    Rogamos à generosidade dos leitores de língua portuguesa para nos ajudar a seguir adiante.
    Enviar uma doação é muito simples. Você pode fazer através de cartão de crédito, cheque ou transferência bancária, clicando em: http://www.zenit.org/portuguese/doacao.html
    Muito obrigado e boa leitura de ZENIT!


    ZENIT

    O mundo visto de Roma

    Portugues semanal - 26 de fevereiro de 2012

    Campanha da Fraternidade

    Brasil

    Cultura

    Familia e Vida

    • Casamento e bem comum
      Declaração dos bispos do Estado de Washington sobre a lei estadual que pretende redefinir o casamento

    Santa Sé

    Espírito da Liturgia

    Mundo

    Informe Especial

    Entrevistas

    Espiritualidade

    Angelus

    Audiência de quarta-feira

    Documentação


    Campanha da Fraternidade


    Meio milhão de agentes voluntários nas diversas pastorais
    Abertura da Campanha da Fraternidade 2012

    BRASILIA, quarta feira, 22 de Fevereiro de 2012 (ZENIT.org).- Na sede da CNBB em Brasília, às 14h desta quarta feira, ocorreu a abertura da Campanha da Fraternidade 2012. Participaram do evento Dom Leonardo Ulrich Steiner, secretário geral da CNBB e Bispo Auxiliar de Brasília; Maria Cristina dos Anjos, diretora executiva Nacional da Cáritas Brasileira; Dr. Nelson Rodrigues, Presidente do Instituto de Direito Sanitário Aplicado (IDISA); Dr. André Luiz de Oliveira, Ex-coordenador Nacional da Pastoral da Saúde e o Ministro da Saúde Alexandre Rocha Santos Padilha e toda a imprensa católica e laica. Zenit, também, também marcou presença no evento.

    Depois da saudação aos presentes, veio a prestação de contas da campanha da Fraternidade 2011, realizada por Maria Cristina dos  Anjos, a qual destacou que o gesto concreto da CF é a coleta realizada no Domingo de Ramos, que é destinada ao Fundo Nacional de Solidariedade, que fomenta projetos, forma e capacita agentes. Só no ano passado, arrecadou-se pouco mais de 5 milhões de reais.

    Em seguida, o padre Luis Carlos Dias – secretário executivo da Campanha da Fraternidade – procedeu à leitura da carta enviada pelo Papa Bento XVI, por ocasião da Campanha da Fraternidade, datada de 11 de Fevereiro de 2012, na qual, entre outros aspectos, o Papa destacou que a Saúde Pública é um dever do Estado, do indivíduo, da família e da sociedade como um todo.

    Dom Leonardo Steiner destacou a necessidade de uma maior atenção por parte do Estado, em relação à saúde dos indígenas e dos quilombolas, como também a preocupação com “a decisão governamental de cortar cerca de 5 bilhões de reais da área da saúde” para o exercício orçamentário desse ano, frustrando, assim, um dos objetivos da Emenda Constitucional nº 29, que é uma maior destinação de recursos à saúde, agravando, dessa forma, mais ainda, o problema do subfinanciamento da Saúde Pública. Pontuou, por fim, que os problemas na área da saúde são reflexos da nossa economia de mercado que muitas vezes não conta com valores éticos, morais e sociais, ressaltando que um dos ideais da Campanha da Fraternidade são os Conselhos Municipais de Saúde, que possibilitarão a participação decisiva da sociedade no controle da saúde pública.

    O Ministro da Saúde, Alexandre Rocha Santos Padilha, destacou que o desafio da saúde no Brasil é a extensão do nosso país. Nenhum dos países, que figuram como modelo de sistema de saúde, apresenta uma população como a do Brasil e não vemos países com mais de 100 milhões de habitantes que tenham assumido o compromisso constitucional que o Brasil assumiu. A nossa Constituição prevê que: “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. A Igreja católica – afirmou o ministro – sempre esteve presente na democratização do país e possibilitará, por meio das discussões nas diversas comunidades, uma reflexão séria e profunda sobre o SUS “real” da sociedade. Diversos são os desafios a serem vencidos na saúde: redução da mortalidade materna, diminuição dos acidentes de moto e carro, que ocupam de 35% a 40% dos leitos de pronto-socorros e UTIs, a epidemia do craque, bem como o envelhecimento da população em razão da urbanização. O ministro ressaltou, ainda, que algumas iniciativas legais podem ajudar a solucionar a problemática da saúde, como a criação de uma Lei de Responsabilidade Sanitária, na qual sejam previstas metas a serem alcançadas e punição aos gestores caso não as cumpram. Por fim, pontuou que o tema do subfinanciamento da saúde não se encerra na EC nº 29.

    Colocando em números a participação da Igreja na saúde brasileira, o Dr. André Luiz de Oliveira informou que nossa Igreja conta com meio milhão de agentes voluntários nas diversas pastorais: 230 mil na Pastoral da Criança, 100 mil na Pastoral da Saúde, 30 mil na Pastoral do Idoso, entre15 a20 mil na Pastoral da Aids, sem falar na Pastoral Familiar e, sem contar, também, toda a estrutura da Igreja Brasileira: 274 circunscrições eclesiásticas, 10 mil paróquias, 450 bispos, 17 mil padres, 33 mil religiosos e religiosas, 700 mil catequistas - todos esses números indicam que o tema da Campanha da Fraternidade será suscitado em muitos locais e rincões da nossa sociedade, provocando verdadeiras transformações.

    No final das exposições, Dom Leonardo – fazendo votos de que a Campanha atinja seu objetivo – convidou a todos a rezarem, pela primeira vez, a oração oficial da Campanha da Fraternidade: Senhor Deus de amor, Pai de bondade, nós vos louvamos e agradecemos pelo dom da vida, pelo amor com que cuidais de toda a criação. Vosso Filhos Jesus Cristo, em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos e de todos os sofredores, sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. Guia a vossa Igreja, para que ela, pela conversão se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, e que a saúde se difunda sobre a terra. Amém.

    Por Thácio Siqueira

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Brasil


    RIIBRA: a rede que conectará toda a Igreja do Brasil
    O Conselho Pontifício para as Comunicações foca no gigante emergente

    ROMA, segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Quinze anos depois da criação da Rede Informática da Igreja na América Latina (RIIAL), cujo sucesso é reconhecido em vários setores, o Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais propôs melhorar a comunicação interna da Igreja brasileira através da criação da Rede Informática da Igreja no Brasil (RIIBRA). As atividades começarão ainda neste ano.

    Com a expansão da RIIBRA, atende-se um desejo manifestado ao longo de muitos anos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNNB), e que a Santa Sé vem procurando realizar há três anos. Parte deste esforço foi concretizada na recente incorporação de uma oficial brasileira ao dicastério, com o objetivo de reforçar os assuntos de língua portuguesa e de ser um ponto de referência da RIIBRA e da RIIAL.

    Na CNNB, o projeto está sendo coordenado pelo padre Clóvis Andrade de Melo, que tem longa experiência em mídia no país. Melo já trabalhou na Canção Nova, gigante dos meios de comunicação católicos, que cobre quase todo o território brasileiro.

    Segundo o informativo Signis, o padre Clóvis promete que o trabalho da RIIBRA oferecerá encontros de formação em comunicação, para ajudar os sacerdotes a usarem as ferramentas já existentes e disponíveis, como as redes sociais, os sistemas interativos e a inclusão digital.

    A meta, de acordo com ele, é inserir de vez a Igreja do Brasil na rede. A RIIBRA procurará, para isto, chegar a todas as paróquias, comunidades, movimentos pastorais, instituições religiosas e iniciativas de evangelização.

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Cultura


    Basta liberdade para realizar a cidade divina?
    Um livro sobre os ensinamentos de Luigi Einaudi para enfrentar os desafios atuais

    ROMA, sábado, 25 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org). - Será que os ensinamentos do economista Luigi Einaudi, ex-Presidente da República para ajudar a resolver a crise atual?

    Qual é a relação entre liberdade econômica e a doutrina social da Igreja Católica?

    Qual o papel das economias familiares e do trabalho autônomo, o respeito pela divisão de poder e da superioridade de leis comuns?

    Onde estão as classes dominantes moralmente elevadas? O federalismo pode ser realizado na Itália? E uma federação das nações européias?

    Para responder a estas perguntas e outras sobre este assunto, Francesco Tomatis, professor titular de filosofia teórica na Universidade de Salerno escreveu o livro: "Em direção a cidade divina. O encanto da liberdadeem Louis Einaud

    Com este volume o autor propõe uma interpretação do pensamento de Einaudi destacando a constante reflexão sobre a ligação essencial entre a liberdade e o referencial à tradição religiosa cristã.

    Francesco Tomatis nasceu em Carrù (Cuneo) em 1964, colabora com "Avvenire", "La Rivista del Club Alpino Italiano", "Ousitanio Vivo”. Responsável pela edição das obras de Schelling, Nietzsche, Pareyson, publicou os livros: kenosis do logos (1994), Ontologia do Mal (1995), O argumento ontológico (1997), Escatologia da negação (1999), Pareyson ( 2003), Filosofia da montanha (2005), Como Ler Nietzsche (2006), Diálogo dos princípios com Jesus, Sócrates, Lao Tzu (2007), Liberdade do saber, Universidade e diálogo Intercultural (2009).

    ZENIT entrevistou Francesco Tomatis para saber mais...


    O que tem a ver Luigi Einaudi com a cidade divina?
    Tomatis: O título do livro, Em direção a cidade divina, retoma um artigo publicado em 1920 por Luigi Einaudi, muito significativo. Toda a visão política e econômica de Einaudi é incompreensível sem a constante referência a tensão dos homens em direção a uma cidade divina, ideal, mas também realizável na história, onde a personalidade de cada um pode livremente explicar-se em harmonia com o próximo. A cidade divina é tanto o pensamento divino de Platão como aquele cristão, tal como interpretada por Santo Agostinho. Einaudi, frequentemente se refere em seus escritos à viva cidade divina, como também ao decálogo bíblico e a Jesus Cristo como referência moral imprescindível.

    Quais são as três dimensões da liberdade que o senhor descreve no livro?
    Tomatis: Existem duas dimensões da liberdade muito conhecida, a individual, pessoal, que chega às profundezas da consciência moral, e a social, interpessoal, pública. Normalmente, é apenas entre estas duas liberdades que ocorre a disputa teórica-política, com notáveis divisões entre individualistas e coletivistas. Apesar de reconhecer e buscar o valor de ambos, de liberal atento a realidade social dos homens, Einaudi entendeu como nenhuma delas é suficiente a si própria, ou ambas em conjunto, mas apenas no contexto de uma dimensão espiritual da liberdade, por um encanto da liberdade que atrai o homem a uma abertura transcendente, constitutiva do ser humano.

    Quais são as descobertas de Einaudi que podem ser úteis hoje para compreender e superar a crise?
    Tomatis: Einaudi repetiu várias vezes, especialmente durante a primeira e a segunda guerra mundial, períodos de crise política e econômica grave, onde as crises financeiras não são superadas com a emissão de papéis: os "derivados" de hoje e também os próprios títulos de estado criado em excesso. Somente o trabalho e a economia de cada cidadão estão na base da prosperidade econômica. Acontece que as leis estatais eliminam toda forma de monopólio econômico, permitindo a livre concorrência, e evitando taxar as economias e a propriedade, e mesmo suas transferências. Também é fundamental ter uma forte presença do trabalho autônomo na sociedade, do agricultor ao profissional liberal, do artesão ao empreendedor, como um verdadeiro federalismo europeu, que não esteja vinculado à soberania nacional. A crise financeira atual e a fraqueza da União Européia demonstram que o discurso de Einaudi permanece ainda hoje inédito.

    Basta a liberdade econômica para realizar o desenvolvimento?
    Tomatis: Não, a liberdade econômica não é suficiente. Nem mesmo a liberdade política. Ambos são necessários, no entanto, baseiam-se na liberdade espiritual, que tem nas leis morais, no decálogo bíblico e nas palavras vivas de Jesus Cristo o próprio modelo. Quase todas as "dez palavras" do velho testamento indicam ao homem o que não fazer, negando as atividades negativas. A nova lei cristã propõe o amor ao próximo. São estes os livres vínculos que permitem, deixam espaço para uma autentica liberdade pessoal, social e ao desenvolvimento para todos e para cada um.

    Qual é a relação entre o Magistério da doutrina social católica e o pensamento econômico de Einaudi?
    Tomatis: Einaudi elogiou particularmente as intervenções do magistério do papa Pio XII. Primeiramente, de "católico liberal" que se professava Einaudi, por ter sido indicado como a liberdade pessoal querida por Deus e, portanto, dever de cada cristão católico defendê-la. Além disso, pois o Papa Pio XII introduziu a idéia da Igreja Católica supranacional, superando o conceito míope do internacionalismo, que pressupõe a soberania das várias igrejas nacionais. Mesmo que presente no atual magistério eclesial o pensamento econômico einaudiano, pode ser inferido pela encíclica Caritas in veritate do papa Bento XVI. Nesta, é indicado que apenas na luz da verdade, a caridade – via mestra da doutrina social católica -, com as implicações econômicas e sociais da mesma, podem encontrar orientações; como  demonstrado em Einaudi  que somente a verdade ou a liberdade divina pode dar sentido a vida econômica - social e  a liberdade pessoal, a ética católico-liberal do dever moral  e do amor evangélico defendida por ele e tenazmente perseguida por toda a sua vida exemplar.

     Por Antonio Gaspari

    (tradução:MEM)

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Familia e Vida


    Casamento e bem comum
    Declaração dos bispos do Estado de Washington sobre a lei estadual que pretende redefinir o casamento

    ROMA, terça-feira, 21 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Reproduzimos a seguir a Declaração dos Bispos do Estado de Washington, Estados Unidos, que se opõem à mudança na definição legal do casamento e convida os cidadãos a se mobilizarem contra ela.

    ***

    O Estado de Washington apresentou um projeto de lei que pretende mudar a definição do matrimônio contida na legislação existente.

    (...) O casamento é o reconhecimento público de uma relação entre um homem e uma mulher com a implicação de certos direitos e responsabilidades por parte de ambos. Mas ele é muito mais do que isso. O casamento é considerado, a partir da fé e das tradições sociais, como o fundamento da civilização. É fato reconhecido há muito tempo que a estabilidade da sociedade depende da estabilidade da vida familiar, na qual um homem e uma mulher concebem e criam uma nova vida.

    Desta forma, o reconhecimento civil do matrimônio tem permitido a inúmeras gerações de crianças a incomparável vantagem de experimentar o amor de uma mãe e de um pai comprometidos um com o outro em uma união de vida.

    Ao definir o casamento tanto em termos de relacionamento entre um homem e uma mulher quanto considerando o seu papel crucial para garantir a sucessão de gerações, o Estado reconhece a contribuição inestimável que os casais unidos em matrimônio prestam à sociedade.

    Os casais que geram filhos fazem sacrifícios e assumem riscos e obrigações especiais para o bem da sociedade. Por esta razão, o Estado compreendeu há muito tempo o próprio grande interesse em reconhecer e apoiar essas mães e esses pais mediante um conjunto específico de leis.

    Se a definição de casamento for alterada, já não haverá leis específicas que reconheçam e apoiem a contribuição insubstituível que os casais pretam à sociedade e ao bem comum, ao chamarem à vida as novas gerações.

    A lei atual do Estado de Washington, que define o casamento como "um contrato civil entre um homem e uma mulher", não se fundamenta em um credo religioso, mas na razão e na experiência da sociedade.

    Ela reconhece o valor do matrimônio como um vínculo de relações pessoais, mas também como o único e insubstituível potencial que um homem e uma mulher possuem de conceber e alimentar uma nova vida, contribuindo assim para a continuação do gênero humano. Uma mudança na lei significaria para o Estado o não reconhecimento das contribuições únicas e dos sacrifícios feitos por esses casais, além de um posicionamento do Estado ao lado de forças que trabalham para minar a vida familiar.

    Por estes motivos, nós, os bispos católicos do Estado de Washington, conclamamos os cidadãos deste Estado a manterem a definição legal de casamento. Pedimos a cada um que reze pelos casais unidos em matrimônio e pelas famílias, e que faça todo o possível para ajudá-los.

    Convidamos a todos a entrar em contato com o senador do seu Estado e com os seus dois representantes, a fim de instá-los a defender a definição jurídica atual do casamento como união entre um homem e uma mulher.

    Arcebispo Dom J. Peter Sartain (Seattle)
    Bispo Dom Blasé J. Cupich (Spokane)
    Bispo Dom Joseph J. Tyson (Yakima)
    Bispo Dom Eusebio Elizondo (auxiliar de Seattle)

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Santa Sé


    A contribuição da Igreja católica nos Estados Insulares do Pacífico
    Bento XVI recebe o rei de Tonga

    CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012(ZENIT.org) - Bento XVI recebeu hoje o rei de Tonga, sua majestade Siaosi Tupou V, que sucessivamente encontrou o arcebispo Dominique Mamberti, secretário do Vaticano para as Relações com os Estados.

    ***

    Em comunicado público foi divulgado que: “No decorrer da cordial conversa focou-se em alguns aspectos da vida social e econômica do país, bem como na positiva contribuição da Igreja católica em vários setores da sociedade e nas atividades de promoção humana. A isto seguiu uma troca de opiniões sobre a situação internacional, com particular referência aos Estados Insulares do Pacífico”.

    O Reino de Tonga é um pequeno Estado insular do Pacífico sul, conhecido também como «As Ilhas Amigas»; localizado ao leste da Austrália, é formado por 169 ilhas do oriente vulcânico e de coral, das quais só 133 são habitadas. Ficou independente da Grã-Bretanha em 1970.

    O Rei George Tupou I é considerado o ilustre pai da moderna Tonga, foi quem a uniu politicamente e adotou o cristianismo. Suas muitas realizações incluem a independência de Toga, quando a maioria das outras nações do Pacífico eram colonizadas; o decreto de emancipação, que deu às pessoas comuns direitos que não dispunha anteriormente; e uma constituição moderna para o arquipélago.

    O legado do rei George Tupou I, que entregou Tonga a Deus em Pouono, Vava'u no início de 1800 mantém-se forte. Suas famosas palavras, “Tonga e Deus é a minha herança” continuam a ecoar pelo Reino.

    Maria Emília Marega

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Depois do pó, a ressurreição
    Bento XVI celebra as estações da quarta-feira de cinzas

    ROMA, quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Conforme a tradição, a quarta-feira de cinzas foi marcada pela celebração das "estações" romanas, uma procissão penitencial entre a Igreja de Santo Anselmo no Aventino e a Basílica de Santa Sabina.

    Na procissão, liderada pelo papa Bento XVI, participaram os cardeais, arcebispos, bispos, os monges beneditinos de Santo Anselmo, os padres dominicanos de Santa Sabina e alguns fiéis. Bento XVI presidiu a missa com o rito da bênção e a imposição das cinzas na Basílica de Santa Sabina, depois da procissão.

    O sinal litúrgico das cinzas, disse o papa durante a homilia, já estava enraizado na cultura judaica, para a qual "o costume de aspergir de cinzas a cabeça em sinal de penitência era comum, assim como vestir-se de trapos".

    As cinzas na liturgia católica, ao contrário do óleo, da água, do pão e do vinho, são um sinal "não sacramental", mas ainda assim "ligado à oração e à santificação do povo cristão".

    As cinzas nos levam "até o grande afresco da criação, que diz que o ser humano é uma unidade singular da matéria e do sopro divino, através da imagem do pó da terra moldado por Deus e animado pelo seu sopro, insuflado nas narinas da nova criatura".

    No Gênesis, o símbolo do pó passa depois por uma "transformação negativa por causa do pecado". Ela "deixa de referir-se ao ato mais criativo de Deus, todo aberto à vida, e se torna um sinal de um destino inexorável de morte: tu és pó e ao pó retornarás (Gn 3,19)".

    A terra, portanto, "compartilha o destino do homem", disse o papa, citando São João Crisóstomo, que, por sua vez, observou que tudo é imposto ao homem "de uma forma contrária ao seu estilo de vida anterior" por causa da sua desobediência.

    Acontece uma "maldição do solo", que tem "função medicinal para o homem", prossegue Bento XVI. A "resistência da terra" deve ajudar as pessoas a "permanecer dentro dos seus limites e reconhecer a sua natureza".

    Isto significa, explicou o papa, "que a intenção de Deus, sempre benéfica, é mais profunda do que a sua própria maldição", devida não a Deus, mas ao pecado, porque Deus "respeita a liberdade humana e as suas consequências, mesmo que negativas".

    Ao anunciar ao homem que ele "é pó e ao pó retornará", Deus não só anuncia a "punição justa" aos seres humanos, mas também "uma forma de salvação, que passará por dentro da terra, através do pó, ou da carne que será assumida pelo Verbo".

    O pó, as cinzas, nos recordam, portanto, a necessidade da "penitência", da "humildade", nos lembram da nossa "condição mortal", não para nos aprofondarmos no desespero, mas para reforçar em nós "a impensável proximidade de Deus", que abre caminho para a ressurreição, "o paraíso enfim recuperado".

    Como Orígenes sublinha, o homem "é novamente ressuscitado da terra" por mérito do perdão do próprio Deus, que, observou Bento XVI, "quis partilhar na pessoa do seu Filho a nossa condição, mas não a corrupção do pecado".

    "O Deus que expulsou nossos primeiros pais do Éden enviou seu Filho à nossa terra devastada pelo pecado, e não o poupou, para que nós, filhos pródigos, possamos voltar, arrependidos e remidos pela sua misericórdia, ao nosso lar verdadeiro", conclui o pontífice.

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Seguir a BENTO XVI no "TWITTER" durante a Quaresma
    A rede social, um caminho para a mensagem da Igreja

    ROMA, quinta-feira 23 fevereiro de 2012 (ZENIT.org).- Será possível viver a Quaresma seguindo a Bento XVI e os desafios contidos nas suas Mensagens deste ano pelo Twitter.

    Os temas destas mensagens aparecerão a cada dia no Twitter, diz monsenhor Paul Tighe, secretário do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais. Observa que "muitas das ideias-chave do Evangelho não são expressas em mais de 140 personagens."

    Trata-se, expicou à Rádio Vaticano, de “tuitar” a cada dia uma das idéias essenciais da mensagem dedicada ao cuidado dos outros (ver: http://www.zenit.org/article-41435?l=spanish). E o Vaticano espera que os internautas "retuiteen" por sua vez a mensagem.

    Destaca o sucesso maravilhoso do site  "pope2You", com cerca de cinco milhões de "cliques" nas primeiras duas semanas do seu início.

    O Twitter deveria ser capaz de se tornar um canal mais "direto", mais "imediato" para compartilhar o pensamento do papa, em diversas ocasiões, não apenas na Quaresma.

    É uma maneira, diz monsenhor Tighe, de "provocar" o interesse das pessoas: não é para a Igreja a sua única forma de se expressar, mas "é um caminho que se abre diante de nós."

    Por Anita Bourdin

    [Tradução Thácio Siqueira]

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Advogado que denunciou o papa não apresenta provas e arquiva o caso
    Depois do escândalo midiático, a imprensa silencia diante da retirada da acusação

    ROMA, segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - A denúncia do advogado norte-americano Jeff Anderson contra Bento XVI pretendia até mesmo que o papa fosse convocado a depor nos Estados Unidos, mas terminou com a retirada do processo por parte do próprio Anderson.

    O caso "John Doe 16 contra a Santa Sé" foi apresentado em abril de 2010 e provocou grande escândalo na mídia. O papa e o Vaticano eram acusados de ter encoberto o padre Lawrence Murphy, de Wisconsin, que havia abusado sexualmente de centenas de menores entre 1950 e 1974, em uma escola para surdos em Milwaukee.

    Quando os advogados da Santa Sé pediram que as provas fossem apresentadas, Jeff Anderson considerou mais prudente retirar a denúncia. No último 10 de fevereiro, ele apresentou um pedido de arquivamento da ação, que tem efeito “imediato e sem que seja necessária uma sentença da corte”, explicou o advogado da Santa Sé, Jeffry S. Lena.

    O advogado da Igreja afirma que o processo pretendia que a Santa Sé e o seu líder, o papa, fossem responsabilizados por todas as ações dos quatrocentos mil sacerdotes que existem no mundo. Mesmo que a responsabilidade penal não fosse individual, esses clérigos dependem primeiramente dos próprios bispos ou superiores religiosos, e não do Vaticano 

    Os advogados da parte acusadora "retiraram o caso porque sabiam que iriam perder se prosseguissem", declarou Lena à agência de notícias ACI Prensa. A mesma agência informa que, em cada processo que ganhou contra a Igreja, Anderson embolsou de 25 e 40% do montante definido nos acordos. 

    Jeff Anderson não é novo em casos desse tipo. Ele apresentou em sua vida profissional mais de 1.500 processos contra instituições eclesiásticas.

    A Rádio Vaticano recordou o enfático anúncio que Anderson fizera, avisando que tinha informações que provavam a existência de “uma ação conjunta de nível mundial” dentro da Igreja, conectada aos abusos sexuais e dirigida diretamente pelo Vaticano. 

    O advogado da Santa Sé considera que a teoria da acusação foi cuidadosamente montada para levantar um escândalo midiático. “Em cima de uma teoria tão velha quanto desmentida, foi criada para os meios de comunicação uma sequência de eventos que transformou um fato gravíssimo, que é a violência sexual contra um menor, num instrumento de falsidade sobre a suposta responsabilidade da Santa Sé”.

    O representante vaticano lembra ainda o empenho da Igreja na luta contra os abusos: “Foi principalmente o direito canônico, e não o civil, que instituiu a obrigação da denúncia”. E considerou que o caso “não passa de mera instrumentalização”.

    “Não temos que esquecer”, completa o advogado de defesa, “que, muitos anos atrás, John Doe 16, um jovem indefeso e com necessidades especiais, foi objeto de terríveis abusos. E que Bento XVI deixou claro que cada abuso, seja em uma instituição pública ou privada, cometido por qualquer pessoa, do credo ou da afiliação religiosa que for, é um pecado e um crime”.

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Espírito da Liturgia


    A liturgia, obra da Trindade/2: Deus Filho (CIC 1084-1090)
    Rubrica de teologia litúrgica aos cuidados do Pe. Mauro Gagliardi

    Na segunda parte da seção sobre a liturgia como obra da Santíssima Trindade, dedicada a Deus Filho, o Catecismo da Igreja Católica apresenta os elementos essenciais da doutrina sacramental. Cristo, ressuscitado e glorificado, derramando o Espírito Santo no Seu Corpo que é a Igreja, age agora nos sacramentos e por meio deles comunica a sua graça. O Catecismo lembra a definição clássica dos sacramentos, que são: 1) "sinais sensíveis (palavras e ações)", 2) instituídos por Cristo, 3) que "realizam de modo eficaz a graça que significam" (n. 1084).Na celebração dos sacramentos, ou seja, na sagrada liturgia, Cristo, no poder do Espírito Santo, significa e realiza o Mistério pascal da sua Paixão, Morte de Cruz e Ressurreição. Tal Mistério não é simplesmente uma série de eventos do passado distante (embora não se possa ignorar a historicidade daqueles acontecimentos!), mas entra na dimensão da eternidade, porque o "ator" – ou seja, Aquele que agiu e sofreu naqueles eventos – foi o Verbo encarnado. Por isso, o Mistério pascal de Cristo "transcende todos os tempos e em todos se torna presente" (n. 1085) por meio dos sacramentos que ele mesmo confiou à sua Igreja, especialmente o Sacrifício Eucarístico.Este dom particular foi dado primeiro aos apóstolos, quando o Ressuscitado, na força do Espírito Santo, deu-lhes o seu próprio poder de santificação. E os Apóstolos também deram tais poderes aos seus sucessores, os Bispos, e dessa forma os bens da salvação são transmitidos e atualizados na vida sacramental do povo de Deus até a parusia, quando o Senhor vier na glória para cumprir o Reino de Deus. Assim a sucessão apostólica assegura que na celebração dos sacramentos, os fiéis estejam imersos na comunhão com Cristo, que os abençoa com o dom do seu amor salvífico, especialmente na Eucaristia, onde oferece a si mesmo sob as aparências do pão e do vinho.A participação sacramental na vida de Cristo tem uma forma específica, dada no "rito" que o então cardeal Ratzinger em 2004 explicou como “a forma de celebração e de oração que amadurece na fé e na vida da Igreja." O rito – ou melhor a família dos ritos que vêm das Igrejas de origem apostólica – "é forma condensada da Tradição viva [...] fazendo assim sensível, ao mesmo tempo, a comunhão entre as gerações, a comunhão com aqueles que rezam antes de nós e depois de nós. Assim, o rito é como um dom dado à Igreja, uma forma viva de parádosis [tradição] "(30giorni, nr 12. - 2004).Referindo-se ao ensinamento da Constituição conciliar sobre a Sagrada Liturgia, o Catecismo aponta as diversas formas da presença de Cristo nas ações litúrgicas. Em primeiro lugar, o Senhor está presente no sacrifício eucarístico na pessoa do ministro ordenado, porque "oferecido uma vez na cruz, oferece novamente a si mesmo através do ministério dos sacerdotes" [Concílio de Trento] e, especialmente, sob as espécies eucarísticas. Além disso, Cristo está presente com a sua virtude nos sacramentos, na sua Palavra quando é proclamada a Sagrada Escritura, e, finalmente, quando os membros da Igreja, Esposa amadíssima de Cristo, se reunem em seu nome para a oração e o louvor (cf. n. 1088, Sacrosanctum Concilium, n. 7). Assim, na liturgia terrena, realiza-se a dupla finalidade de todo o culto divino, isto é, a glorificação de Deus e a santificação do homen (cf. n. 1089).Na verdade, a celebração terrena, tanto no esplendor de uma das grandes catedrais como nos lugares mais simples, mas dignos, participa da liturgia celeste da nova Jerusalém e antecipa a glória futura na presença do Deus vivo. Essa dinâmica dá à liturgia a sua grandeza, impede que a comunidade individual se feche em si mesma e a abre à assembléia dos santos da cidade celestial, como evocado na carta aos Hebreus: "Mas vós vos aproximastes do monte Sião e da Cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste, e de milhões de anjos reunidos em festa, e da assembléia dos primogênitos cujos nomes estão inscritos nos céus, e de Deus, o Juiz de todos, e dos espíritos dos justos que chegaram à perfeição, e de Jesus, mediador de nova aliança, e do sangue da aspersão mais eloquente que o de Abel"(Hb 12, 22-24).Parece apropriado, portanto, concluir estes breves comentários com as palavras certeiras do beato Cardeal Ildefonso Schuster, que descreveu a liturgia como "um poema sagrado, ao qual realmente colocaram as mãos tanto o céu quanto a terra".  

    Por Uwe Michael Lang

    * Padre Uwe Michael Lang, CO, é Oficial da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos e Consultor do Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice. 

    [Tradução Thácio Siqueira]

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Mundo


    Chile: a Igreja lança a Quaresma da Fraternidade 2012
    Meta da campanha é apoiar os jovens em situação de vulnerabilidade

    SANTIAGO, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - A Igreja católica no Chile lançou a campanha Quaresma da Fraternidade 2012, orientada a apoiar os jovens em situação de vulnerabilidade social. De 22 de fevereiro a 1º de abril, a campanha promove o lema “40 dias para mudar histórias de jovens necessitados”.

    A iniciativa foi apresentada em coletiva de imprensa, nesta terça-feira (21), por Dom Ricardo Ezzati, arcebispo de Santiago e presidente da Conferência Episcopal do Chile, junto com o secretário executivo da campanha, Damián Cantón. Participaram no lançamento universitários do Programa Bolsas de Apoio e Formação, concedidas pela Fundação Puente, um dos projetos beneficiados pela iniciativa.

    Dom Ezzati recordou que a quaresma é uma oportunidade propícia de preparar o espírito para o grande mistério que celebraremos na semana santa, a páscoa da ressurreição. “A Igreja nos convida a viver profundamente este período de reflexão, oração e conversão, com um modo de vida austero e simples, cultivando uma especial solidariedade para com as pessoas que sofrem e passam mais necessidades”. O arcebispo acrescentou que não se trata apenas de dar o que nos sobra, mas de praticar uma “cultura do doar”, de compartilhar os nossos bens com os marginalizados, para crescermos juntos com menos desigualdade.

    O presidente da conferência episcopal chilena destacou que os bispos do país quiseram priorizar o foco da pastoral e da ação social da Igreja nos jovens com menos possibilidades de melhorar suas condições de vida.

    Damián Cantón observa que os intensos protestos de rua realizados recentemente pelos estudantes do Chile evidenciaram que os segmentos juvenis são os que mais sofrem as situações de pobreza e de desigualdade existentes no país. “Não podemos nos resignar à constatação desta grave dívida social. Como Igreja, queremos contribuir, com a generosidade de todos os crentes, para mudar a história de vida de tantos jovens deixados de lado. Nós vimos os frutos esperançadores que esses projetos dão, e isso nos anima a reavivar o nosso empenho nesta Quaresma da Fraternidade”.

    A generosa contribuição dos fiéis à campanha possibilita que os jovens mudem de fato a sua história. “Temos quarenta dias para ajudar, através das coletas nas paróquias, capelas e colégios. Também temos uma conta corrente específica para a campanha”, explicou o secretário executivo.

    A Quaresma da Fraternidade 2012 pretende arrecadar um bilhão de pesos chilenos (cerca de 3,5 milhões de reais) para apoiar projetos em todo o país.

    Do montante arrecadado, 30% se destina a projetos sociais. Desde o ano 2000, a campanha já financiou 421 projetos. Cantón explica que 82 iniciativas estão sendo executadas atualmente no Chile, o que permite trabalhar conjuntamente com 2.300 jovens.

    Entre os projetos que receberam o apoio da Quaresma da Fraternidade, encontra-se a Fundação Puente, organização privada sem fins lucrativos fundada em 1996 pelo sacerdote diocesano Andrés Moro Vargas, que acolhe, apoia e forma jovens estudantes em situação de vulnerabilidade social. O programa beneficia mais de 170 jovens de 18 a 30 anos, que cursam uma faculdade ou fazem um curso técnico em Santiago, a fim de se tornarem profissionais íntegros.

    A diretora do organismo, Carolina Farfán, afirma que o apoio da Quaresma da Fraternidade tem ajudado a “dar um melhor acompanhamento e formação aos jovens que participam do programa”.

    Para mais informações (em espanhol): www.cuaresmadefraternidade.cl.

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    A transparência faz parte das obrigações informativas do Vaticano
    Declarações do presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações

    ROMA, quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Dom Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, compartilha o seu ponto de vista sobre os novos espaços midiáticos, que incluem uma nova relação com a opinião pública.

    ZENIT conversou com ele nesta terça-feira, na Embaixada da Espanha junto à Santa Sé, depois de uma mesa redonda sobre a Jornada Mundial da Juventude em Madri.

    Parece que está havendo uma mudança de atitude nas respostas informativas do Vaticano, não é?

    Dom Celli: Eu considero que os últimos acontecimentos colocaram a Santa Sé na obrigação de refletir sobre o que significa comunicar, hoje em dia. No tema angustiante e doloroso da pedofilia, a Santa Sé adotou a postura da transparência, porque pensamos que não podemos resolver os problemas escondendo-os. A Santa Sé, diante desses acontecimentos, quer mostrar o seu desejo de dialogar corretamente com os jornalistas, com a imprensa e com a opinião pública. O papa está muito atento a isso tudo. Quando foi criado o canal do Vaticano no YouTube, ele disse que queria estar onde os homens de hoje estão. E logo abriremos um canal no Twitter, porque o papa quer que certas mensagens e valores típicos da Igreja ressoem no campo midiático. Existe um desejo de estar, dialogar, abrir-se, numa comunicação franca, honrada e serena com o mundo de hoje.

    Um tema de destaque recente foi o das finanças. Também nesta área existe essa pressão pela transparência?

    Dom Celli: O caminho que a Santa Sé vem abrindo é de grande respeito e abertura. Os jornalistas e a opinião pública nos ajudam, porque quando há um diálogo entre as partes que vivem neste mundo, todos nos ajudamos reciprocamente. Também temos que progredir neste sentido.

    O senhor diz não entender como os jornalistas crentes falam mal da Igreja sem chorar...

    Dom Celli: Quando eu falo mal da minha mãe, eu não faço isso sorrindo, mas chorando. Não significa que eu não deva dizer certas cosas, há uma corresponsabilidade. Um jornalista profundo, agudo, ajuda a Igreja, ajuda a nós, homens da Igreja, a mudar, a refletir, a ver o que podemos fazer para que a realidade eclesial seja mais comunitária, de mais comunhão, mais profunda para o Senhor e para os homens de hoje.

    Isso tem relação com o tema da Jornada Mundial das Comunicações deste ano...

    Dom Celli: Sim. O papa escolheu o tema do silêncio como parte integrante da comunicação, mas não como algo negativo. Nós temos que amadurecer este assunto, porque, numa relação entre pessoas, eu preciso escutar o outro, para que o outro ressoe no meu coração. Não é só um monólogo, é um diálogo. E ele exige uma alternância entre o silêncio e a palavra, a palavra e o silêncio.

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Inovação não apenas tecnológica
    Microempresa e valores humanos no mestrado em Comunicação e Novas Mídias no Ateneu Regina Apostolorum

    ROMA, quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Pela primeira vez, o Google e um ateneu pontifício, o Regina Apostolorum, de Roma, vão trabalhar em conjunto para formar uma nova geração de usuários da web num curso de mestrado que combina tecnologia, microempresa e valores humanos.

    Uma conferência de imprensa apresentou na manhã de hoje (23) o Mestrado em Comunicação e Novas Mídias, concebido e promovido pelo Instituto de Estudos Superiores sobre a Mulher (www.istitutodonna.it).

    Giorgia Abeltino, do Google Itália, afirmou que "o Google está envolvido em atividades de educação, com uma especial atenção voltada ao treinamento para o uso seguro e responsável da rede", precisando que "é neste contexto que se insere a participação do Google no Mestrado em Comunicação e Novas Mídias, promovido pelo Instituto da Mulher do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum".

    A internet é hoje uma fonte essencial de oportunidades para a vida social e econômica. Por este motivo, o Google pretende proporcionar demonstrações práticas para proteger as crianças e a privacidade de cada usuário, além de promover as pequenas e médias empresas. Acima de tudo, porém, o gigante digital diz que a internet deve representar o lugar da promoção dos valores e das ideias.

    Tentando responder ao apelo de Bento XVI, que em muitas ocasiões convidou a Igreja a "se abrir para as novas linguagens do mundo digital", o Instituto de Estudos Superiores sobre a Mulher, do Regina Apostolorum, contatou diretamente os gigantes Google, Microsoft e Facebook, pedindo ajuda para formar um primeiro grupo de pessoas capacitadas para usar a web com um novo humanismo, que combine tecnologia, empreendedorismo e valores humanos.

    Google, Microsoft e Facebook precisam de usuários responsáveis para tornar a web um meio útil de partilha do conhecimento, de um jeito ao mesmo tempo confiável e capaz de garantir o acesso de cada ser humano às oportunidades sociais e comerciais da rede, com transparência e ética.

    Para mais informações e inscrições: http://www.istitutodonna.it/wp-content/uploads/2012/02/Master-new-media-2-.pdf

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Cristãos perseguidos hoje
    Inaugurada uma exposição de Ajuda à Igreja que Sofre em Córdoba

    CÓRDOBA, quinta-feira 23 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) .- O Bispo de Córdoba Dom Demetrio Fernandez inaugurou nesta quarta-feira a exposição de fotografia "Cristãos perseguidos hoje", apresentada no Oratório São Felipe Neri desta cidade.

    É uma exposição organizada pela fundação pontifícia Ajuda a Igreja que Sofre, que tem um arquivo de imagem das viagens que a Associação tem feito para aqueles países onde a Igreja Católica está mais necessitada, ameaçada ou sofre perseguição.

    A exposição visa divulgar o que acontece nesses locais, bem como sensibilizar a sociedade e incentivar a oração por todos os que sofrem por sua fé, segundo explicou Amparo Llobet, representante da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre. Além disso, esta exposição destina seus benefícios a apoiar e ajudar financeiramente os projetos de ajuda pastoral.

    Enquanto isso, o bispo presidiu a abertura da exposição, manifestando que esta instituição de Ajuda à Igreja que Sofre não somente ajuda aqueles que estão além da Cortina de Ferro (já extinta) ou aos cristãos da Índia, mas também nos ajuda a nós mesmos que também somos Igreja Necessitada.

    Neste sentido, explicou que "somos Igreja Necessitada, porque necessitamos estar informados, conhecer que a Igreja está espalhada por toda a terra e que muitos cristãos (mais de 300 milhões) são perseguidos hoje por causa da sua condição de cristãos."

    "Essa intolerância afeta mais ainda os cristãos; por isso devemos ser gratos a esta fundação que lhes ajuda a compreender isto", disse.

    Depois das palavras de Monsenhor Demetrio Fernandez, os assistentes acompanharam o prelado em uma visita guiada por Amparo Llobet, pelas várias fotografias da exposição.

    [Tradução Thácio Siqueira]

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Informe Especial


    Quaresma: como e por quê?
    Uma prática que se repete desde os primórdios do cristianismo

    ROMA, quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Em preparação para a Páscoa, surgiu já nos primeiros tempos do cristianismo um período voltado a preparar melhor os fiéis para o mistério central da Redenção de Cristo.

    Esse período era de um dia apenas. Ele foi se alongando com o tempo, até chegar à duração de 6 semanas. Daí o nome quaresma, do latim quadragesimae, em referência aos 40 dias de preparação para o mistério pascal. A quaresma, para os fiéis, envolve duas práticas religiosas principais: o jejum e a penitência. O primeiro, que já chegou a ser obrigatório para todos os fiéis entre os 21 e os 60 anos de idade, exceto aos domingos, foi introduzido na Igreja a partir do século IV.

    O jejum na antiga Igreja latina abrangia 36 dias. No século V, foram adicionados mais quatro, exemplo que foi seguido em todo o Ocidente com exceção da Igreja ambrosiana. Os antigos monges latinos faziam três quaresmas: a principal, antes da Páscoa; outra antes do Natal, chamada de Quaresma de São Martinho; e a terceira, a de São João Batista, depois de Pentecostes.

    Se havia bons motivos para justificar o jejum de 36 dias, havia também excelentes razões para explicar o número 40. Observemos em primeiro lugar que este número nas Sagradas Escrituras representa sempre a dor e o sofrimento.

    Durante 40 dias e 40 noites, caiu o dilúvio que inundou a terra e extinguiu a humanidade pecadora (cf. Gn. 7,12). Durante 40 anos, o povo escolhido vagou pelo deserto, em punição por sua ingratidão, antes de entrar na terra prometida (cf. Dt 8,2). Durante 40 dias, Ezequiel ficou deitado sobre o próprio lado direito, em representação do castigo de Deus iminente sobre a cidade de Jerusalém (cf. Ez 4,6). Moisés jejuou durante 40 dias no monte Sinai antes de receber a revelação de Deus (cf. Ex 24, 12-17). Elias viajou durante 40 dias pelo deserto, para escapar da vingança da rainha idólatra Jezabel e ser consolado e instruído pelo Senhor (cf. 1 Reis 19, 1-8). O próprio Jesus, após ter recebido o batismo no Jordão, e antes de começar a vida pública, passou 40 dias e 40 noites no deserto, rezando e jejuando (cf. Mt 4,2).

    No passado, o jejum começava com o primeiro domingo da quaresma e terminava ao alvorecer da Ressurreição de Jesus. Como o domingo era um dia festivo, porém, e não lhe cabia portanto o jejum da quaresma, o Dia do Senhor passou a ser excluído da obrigação. A supressão desses 4 dias no período de jejum demandava que o número sagrado de 40 dias fosse recomposto, o que trouxe o início do jejum para a quarta-feira anterior ao primeiro domingo da quaresma.

    Este uso começou nos últimos anos da vida de São Gregório Magno, que foi o sumo pontífice de 590 a 604 d.C. A mudança do início da quaresma para a quarta-feira de cinzas pode ser datada, por isto, nos primeiros anos do século VII, entre 600 e 604. Aquela quarta-feira foi chamada justamente de caput jejunii, ou seja, o início do jejum quaresmal, ou caput quadragesimae, início da quaresma.

    A penitência para os pecadores públicos começava com a sua separação da participação na liturgia eucarística. Mas uma prescrição eclesiástica propriamente dita a este respeito é encontrada apenas no concílio de Benevento, em 1901, no cânon 4.

    O cristianismo primitivo dedicava o período da quaresma a preparar os catecúmenos, que no dia da Páscoa seriam batizados e recebidos na Igreja.

     A prática do jejum, desde a mais remota antiguidade, foi imposta pelas leis religiosas de várias culturas. Os livros sagrados da Índia, os papiros do antigo Egito e os livros mosaicos contêm inúmeras exigências relativas ao jejum.

    Na observância da quaresma, os orientais são mais severos que os cristãos ocidentais. Na igreja greco-cismática, o jejum é estrito durante todos os 40 dias que precedem a Páscoa. Ninguém pode ser dispensado, nem mesmo o patriarca. Os primeiros monges do cristianismo, ou cenobitas, praticavam o jejum em rememoração de Jesus no deserto. Os cenobitas do Egito comiam contados pedaços de pão por dia, metade pela manhã e metade à noite, com um copo d’água.

    Houve um tempo em que não era permitida mais que uma única refeição por dia durante a quaresma. Esta refeição única, no século IV, se realizava após o pôr-do-sol. Mais tarde, ela foi autorizada no meio da tarde. No início do século XVI, a autoridade da Igreja permitiu que se adicionasse à principal refeição a chamada "colatio", que era um leve jantar. Suavizando-se cada vez mais os rigores, a carne, que antes era absolutamente proibida durante toda a quaresma, passou a ser admitida na refeição principal até três vezes por semana.

    As taxativas exigências do jejum quaresmal eram publicadas todos os anos em Roma no famoso Édito sobre a Observância da Quaresma. A prática do jejum, no passado, era realmente obrigatória, e quem a violasse assumia sérias consequências.

    Os rigores eram tais que o VIII Concílio de Toledo, em 653, ordenou que todos os que tinham comido carne na quaresma sem necessidade se abstivessem durante todo o ano e não recebessem a comunhão no dia da Páscoa.

    Giovanni Preziosi

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Entrevistas


    Eu entrei no seminário com 11 anos
    Pe. Reginaldo Manzotti concede uma entrevista exclusiva ao Zenit (parte II)

    BRASILIA, sexta-feira, 24 de Fevereiro de 2012 (ZENIT.org).- O fundador e coordenador da  “Associação Evangelizar é Preciso”, Pe. Reginaldo Manzotti, concedeu uma entrevista exclusiva ao Zenit.

    Publicamos para os nossos leitores a segunda parte dessa entrevista. Para ler a primeira parte da entrevista podem acessar clicando aqui.

    ***

    Padre Reginaldo o senhor gosta de dizer que faz momentos de evangelização e não “shows”.

    Olha, eu acredito muito na catequese. Não é um chavão, mas é um posicionamento meu: Um povo catequizado é um povo evangelizado, um povo evangelizado é um povo comprometido. E eu acredito que isso se deve muito à minha formação no seminário.

    As vezes, fora do Brasil, existem pessoas que não entendem a nossa cultura e esse modo de evangelizar.

    Olha, eu entrei no seminário com 11 anos. Tive uma vida dentro do seminário. A solidez da minha filosofia, a solidez da minha teologia... Eu digo sempre para os seminaristas: estudem muito! Eu digo muito para os compositores de música: mais do que compor, estudem para ter conteúdo nas músicas.

    Então, eu percebi que quem critica o Brasil fora são pessoas que não nos conhecem. Você não pode pensar que, por exemplo, do ponto de vista de um europeu se dará a mesma abertura ou a mesma sensibilidade de um brasileiro.

    E qual é a nossa característica?

    Nós somos brasileiros. Nós somos daqueles que não vemos com os olhos. Nós vemos com as mãos, nós precisamos tocar. A nossa religiosidade é muito expressiva como religiosidade popular; nós precisamos de procissões, é da nossa cultura essa forma de expressar. Quando nós encontramos alguém não estendemos a mão, nós abrimos o braço para acolher.

    Então, isso não pode faltar na nossa fé. Nós não podemos copiar o modelo europeu de evangelização porque o nosso povo é de sangue quente, o nosso povo é de calor humano, o nosso povo é de abraço.

    E foi isso que tentou levar para os eventos?

    Então, isso eu percebi e tento levar para os eventos. A roupagem pode ser diferente, mas o conteúdo, ele é fiél porque o conteúdo não é meu. Eu posso colocar no pacote, no embrulho, eu posso até colocar uma fita mais interessante, mas o conteúdo do presente é único, é da Igreja. E isso pra mim é precioso, isso é inegociável.

    Qual foi o motivo que fez o senhor entrar no seminário com 11 anos?

    Olha, eu entrei com 11 anos. O que me motivou foi a figura muito forte do pároco da minha paróquia, Cônego Sétimo Giancollo, um homem culto, comprometido, devotado ao sacrifício, um homem zeloso pela liturgia. E ele despertou em mim um desejo: puxa, esse homem é um exemplo! Deus se usou dele para despertar em mim esse interesse.

    Eu vim de uma família católica: meu pai vicentino, minha mãe do apostolado da oração. E é bem verdade que eu, com 11 anos, eu não tinha capacidade de discernimento, essa certeza de que eu “sei que vou ser padre”. Eu sentia uma inquietação. Com 11 anos eu encontrei uma revista e tinha uma propaganda de um seminário. Sem consultar minha mãe e nem falar pro meu pai, pois eu era o filho mais novo, o caçula, eu mandei uma carta.

    E os seus pais?

    Para grande surpresa da minha mãe, em outubro, aparece um padre alemão que, como promotor vocacional, foi me fazer uma visita. O problema é que eu não tinha contado para os meus pais. Quando eu cheguei da escola e o padre tava lá, foi uma surpresa para todos. Mas, no outro ano, em março, eu já estava no seminário.

    Tive crises, tive que fazer um discernimento, tive que reconfirmar minha decisão, tive que fazer um processo de maturidade da vocação, mas isso é importante. Há alguns erros sobre isso.

    Quais?

    Primeiro erro: as pessoas acharem que vão para o seminário e de lá vão sair padre. Não. Seminário é processo de discernimento. Segundo: os padres estão meio que “acuados” hoje. O estigma que carregam no mundo é um estigma muito negativo: de pessoas problemáticas. Pelo contrário, eu tenho passado para a juventude algo diferente, que eu sou realizado como padre. Se eu nascesse de novo padre eu seria. E fico muito feliz quando escuto jovens de todo o Brasil que dizem assim: “padre, eu estou entrando no seminário”. Eu dou o maior apoio. “Padre, a partir do senhor, eu pensei em ser padre”. E eu quero ser um exemplo. Eu tenho minhas dificuldades, mas que bom que posso estimular na juventude o desejo do sacerdócio.

    E é possível isso hoje?

    E é possível sim. E eu acredito que o seminário é fundamental. Não sei se o seminário menor, mas os anos que se passam no seminário são preciosos. E se a pessoa entrou no seminário e não foi padre, tenho certeza de que será um bom cristão e um bom cidadão. Não foi de nenhum modo um tempo inválido para a sua vida. Todo o contrário. E serão luz no mundo.

    O senhor criou um obra de evangelização: “Evangelizar é Preciso”. Como ela trabalha?

    A obra Evangelizar é Preciso trabalha na gratuidade e na ajuda dos colaboradores. E gostaria de frisar bem isso: o padre Reginaldo Manzotti não cobra chachê para as suas apresentações. E eu rodo o Brasil e a única coisa que as pessoas ajudam é na ajuda de custo para hotel, comida e transporte. O padre Reginaldo não cobra cachê de apresentação. É na gratuidade.

    Segundo: não aceitamos venda de bilheteria. No máximo levar 1kg de alimento, 1 litro de leite, ou um agasalho, ou alguma coisa que vai ajudar a comunidade local.

    Terceiro: são 1060 emissoras de rádio. Não cobramos 1 real sequer porque é na gratuidade. Temos programas de televisão. As vinculações não cobramos nada. O nosso interesse não é ganhar dinheiro na evangelização, mas chegar no coração da família humana. Por que? Porque pelo rádio e pela televisão nós despensamos a pedida de licença pro síndico, pro porteiro.

    E como as pessoas podem ajudar?

    Então, como as pessoas podem ajudar? São pessoas que nos escutam, por exemplo hoje, nós tivemos 1 milhão de acessos na internet: http://www.padrereginaldomanzotti.org.br/. Hoje, além do Brasil, temos Japão, Estados Unidos, Europa, em diversos locais... E tudo na gratuidade.

    Então, as pessoas que se interessarem em ajudar essa obra que é para a Igreja. Não é o padre Reginaldo Manzotti. É para a Igreja! Podem entrar no site e tem lá: quero me tornar um associado, ou ligar: (41) 8401-0909 e no dígito 1 deixa seu nome e telefone e nossa equipe retorna a ligação.

    Padre, obrigado pela entrevista. Poderia deixar a sua benção para o Zenit?

    Eu gosto muito do trabalho que vocês fazem. Zenit tem um trabalho maravilhoso e há anos que eu o recebo e leio todos os dias. A minha benção para Zenit e toda a sua equipe: que Deus lhes abençoe!

    Por Thácio Siqueira

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    O homem e a mulher a quem a Igreja é chamada a evangelizar na África
    Dom Lúcio Andrice Muandula, presidente da Conferência Episcopal de Moçambique

    ROMA, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012(ZENIT.org) - Publicamos a seguir a segunda parte da entrevista com Dom Lúcio Andrice Muandula, Bispo de Xai-Xai e presidente da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM). 

    ***

    Quais são os principais frutos do II Simpósio dos Bispos da Europa e da África?

    Dom Lúcio: Este Simpósio, além de outros encontros que temos realizado em grupos menores, é já a realização de uma expectativa grande, aquela de não trabalharmos cada um por sua conta. 

    Há muita gente da África que vem a Europa, mas muitas vezes, aliando ao projeto de evangelização outros interesses, para conseguir coisas pessoais, não só para as comunidades. Assim como muitos missionários vão para a África, com interesses já desenhados a partir daqui, com uma mentalidade de evangelização própria, sem dar espaço a um diálogo.

     O sentarmos e falarmos juntos deste tema de evangelização, para mim, é o começo da realização deste projeto de comunhão; muito mais factual muito mais palpável na medida em que eu estou a ouvir neste encontro, quais são as características ou as necessidades fundamentais da Europa, mas ao mesmo tempo eles estão a ouvir quais são as nossas.

    Do que a África precisa?

    Dom Lúcio: Muitas vezes se pensa que o que a África precisa é de meios materiais, de dinheiro, também precisamos disso; somos países em vias de desenvolvimento, não temos muitos meios. Estou a pensar nos quilômetros que tenho de andar em estradas de terra batida; naturalmente preciso de uma viatura para percorrer600 km dentro da minha diocese e muitas vezes esta viatura depois de 4 ou 5 anos já não pode mais fazer nada e preciso de outra.

    Nisto a Europa tem nos ajudado muito, mas sinto que já estamos a passar deste plano de uma ajuda material para o plano da ajuda no âmbito de uma evangelização mais concreta. Daquilo que é o mandato do Senhor - Ide, ensinai, fazei para mim discípulos e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo - como dizia na minha reflexão, isto é emergi-los na realidade da vida divina, para que possam participar desta vida.

    Vejo que estamos a dar passos muito palpáveis e é bonito perceber que começamos a dialogar, a nos ouvirmos uns aos outros.

    O Papa Bento XVI, disse em seu discurso aos representantes da Fundação JPII para o Sahel que a “África é para a Igreja o continente da esperança”. Como o Senhor acolhe estas palavras?

    Dom Lúcio: Eu acolho com muita alegria. O Papa, muito atento a realidade humana, tem sempre dito coisas bonitas, não só sobre a África, mas eu como africano devo falar daquelas coisas que ele diz a respeito da África.

    O Papa não está muito preocupado, e dizia no encerramento do último Sínodo dos Bispos para a África, que não é propriamente de dinheiro e de bens materiais que a África precisa, mas é de encontrar Cristo.

    Cristo que diz: Levanta-te e anda e devolve à África a dignidade que a África precisa para caminhar. De fato, a África é uma fonte de riqueza neste momento, falemos da madeira, estamos sofrendo como no Brasil o desflorestamento. Temos vários recursos no subsolo e não obstante tudo isso, continuamos na pobreza. A pergunta é: Onde toda essa riqueza vai terminar? Justamente porque estamos paralisados.

    E o Papa fala de devolver a dignidade aos africanos, para que possam levantar-se e caminhar, e saber usar os recursos que tem para uma vida melhor.

    E quais são os desafios em devolver a dignidade ao povo africano?

    Dom Lúcio: Há muita corrupção na África, mas penso que o Evangelho ajuda muito, por isso na minha reflexão eu dizia que a evangelização e o desenvolvimento caminham juntos.

    O que serve dar uma enxada hoje para cultivar a terra se amanhã não serve mais e não tenho nada para cultivar? A coisa melhor é ajudar o povo a fazer suas próprias enxadas, a ir para frente.

    Para isso, falta uma ajuda que vai além dos bens manterias; na formação, no encorajamento, no estar juntos, justamente o que falei sobre o Brasil na minha intervenção. Estamos a falar sobre as ajudas concretas que um continente pode dar ao outro. Temos uma experiência que estou tentando por de pé com a Conferência regional dois dos Bispos do Amazonas.

    Eles pediram alguns padres para enviar e eu dizia que são poucos os que tenho. Mas uma coisa é possível - um Bispo brasileiro tem dois sacerdotes e eu também tenho dois - me mande os dois e eu também mando dois.

    Os meus virão enriquecidos do Brasil, de uma mentalidade nova, de um modo de estar com as comunidades novo e também os brasileiros vão voltar enriquecidos. Então, mais do que trocar bens materiais, penso que seja possível, e eu propus isto na Assembléia Plenária, não só no que se refere aos sacerdotes, mas também aos leigos.

    Porque é que o Brasil, sobretudo o Amazonas, usa muito a mandioca, e faz muitas coisas, de cozinhar e nós morremos de fome porque não temos comida, só temos mandioca.

    Uma família brasileira pode passar seis meses a ensinar outras famílias a usar melhor o que tem, usar melhor a fruta. Eu vi que no Brasil usam muitas frutas para fazer suco e nós temos frutas a apodrecer.

    Ajudar não significa mandar muita comida para Moçambique, mas ir lá, viver com os africanos, ajudá-los a superar. E também que os africanos possam ir ao Brasil e levar alguma coisa de próprio; ensinar aos outros como é que nós vivemos, o sentido de viver como comunidade; este respeito pelo corpo, que estamos a falar, como nos relacionamos uns com os outros.

    Tudo isso enriquece uma cultura e outra, então, penso que o diálogo não deve ser mudo, onde trocamos simplesmente bens, mas deve ser um diálogo aberto e sincero. Onde também trocamos valores. Prefiro este tipo de diálogo onde há trocas de bens onde não se tira também a nossa dignidade. Apesar de não termos muitos bens materiais, temos um coração. Temos algo interior que podemos também partilhar e colocar a disposição dos outros.

    E penso que este é o caminho que o Papa está a nos propor, quando fala da relação entre um continente e o outro. Há sempre algo de riqueza que podemos dar aos outros.

    Ouvimos falar muito sobre a vida comunitária e fraterna na África, enquanto na Europa ouvimos falar sobre o individualismo. Essa é a riqueza que o Africano trás para o Europeu?

    Dom Lúcio: Penso que sim, essencialmente sim, este viver juntos. O africano não é capaz de definir-se como um ser isolado dos outros, defini-se sempre em relação com os outros. Não é capaz de dizer eu sou rico e contentar-se de ser rico, enquanto os outros estão na pobreza.

    Não estou a dizer que somos todos iguais na África. Há quem tem um pouquinho mais, e se calhar, entrou com a tal globalização e com a corrupção, a mania de acumular bens.

    Antigamente não era assim, nas aldeias não é assim. Há muito mais solidariedade. Por exemplo, está a chover muito na minha diocese, quando sai havia casas completamente alagadas, gente com medo das cheias como tivemos no ano 2000. Graças a Deus, parece-me que não vamos chegar àqueles níveis em que a cidade de Xai Xai ficou submersa, e casas ficaram destruídas.

    É bonito perceber que, ao mesmo tempo em que estendemos a mão a gritar socorro, pedindo a ajuda de quem tem, particularmente da Europa, os vizinhos, aqueles mais próximos, as comunidades por mais pobre que sejam, são os primeiros que acolhem.

    Na nossa Caritas Diocesana, incentivamos muito isto. A entre ajuda, um pouco querendo interpretar o Ato dos Apóstolos; os primeiros apóstolos, no dia de Pentecostes, já que falamos do Espírito Santo, eram assíduos a escuta da palavra. Alimentamo-nos da palavra para compreender como é que Deus pensou a relação entre nós, a tal fraternidade.

    E diz que eram assíduos à comunhão fraterna, o que é esta comunhão fraterna? Nós insistimos em dizer às comunidades de não ser indiferentes à dor do outro. Há crianças que ficaram órfãs porque pai e mãe morreram com o HIV, o que fazemos? Tem famílias que acolham na própria família, já tendo 5 ou 6 filhos, acolhem mais 2 ou 3 para ajudá-los a crescer. Esta não é só solidariedade humana, mas é, de fato, fraternidade. A fraternidade supõe que temos um pai comum, e somos irmãos, e vêm em Deus este pai comum, que nos obriga a estarmos atentos uns aos outros, a nos ajudar.

    Depois, a assiduidade a eucaristia e assiduidade a oração, mas, sobretudo queria vingar esta assiduidade a comunhão fraterna. Nós nos ajudamos mais do que se ajuda aqui no ocidente.

    Se morrer alguém em um destes prédios, não só nos damos conta que passou um mês e já não vemos aquela pessoa, mas os vizinhos estão ali e não foram avisados e mesmo que avisados, não vão ao funeral. É diferente na África, a aldeia toda pára porque morreu alguém e vamos ao funeral, mesmo se não nos falávamos, é importante que eu participe do funeral e não devo faltar.Se tiver alguém doente, todos nós paramos, nos preocupamos. O tal desequilíbrio da sociedade - se um não está bem, todos nós não estaremos bem - é preciso ajudá-lo a superar aquela situação.

    Penso que há muito mais comunicação e isso a África pode, encontrando espaço na Europa, também dar aos outros. E não dá, muitas vezes, e passa pouco desta mensagem, justamente, porque aquilo que eu dizia antes, há quem olha para o outro, numa atitude em relação ao outro de quem vem de um país subdesenvolvido, não tem nada a oferecer; tem é a receber de nós. Então, também não espero que me diga nada.

    Este encontro está a provar o contrário, que a preocupação dos Bispos da Europa neste momento é de dizer - bom , sim, nós vemos que nas nossas paróquias onde estão alguns africanos estão a ajudar-nos a reencontrar Deus. Como é que podemos melhorar esta relação? Como é que podemos crescer nesta direção?

    E nós também notamos que pela África também tem um maior interesse, não só mandar dinheiro, mandar coisas, mas o ir até lá, até a África. Através do voluntariado e de tantas outras formas, e os missionários são uma testemunha disso. Desde os tempos passados, que eles vão para a África e evangelizam, alguns são prisioneiros em África, no sentido de não conseguirem deixar o continente. Justamente porque descobriram que se trata de troca de dons espirituais, humanos e de valores. Se sentem bem lá, sentem-se em casa e menos integrados aqui na Europa quando voltam de férias ou para ficar definitivamente.

    Maria Emília Marega

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    O homem e a mulher a quem a Igreja é chamada a evangelizar na África
    Entrevista com Dom Lúcio Andrice Muandula, presidente da Conferência Episcopal de Moçambique

    ROMA, quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) – Dom Lúcio Andrice Muandula é Bispo de Xai-Xai e Presidente da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM). Ele esteve em Roma para o encontro internacional “Em direção à cura e à renovação” e para o II Simpósio dos Bispos da África e Europa sobre “A evangelização hoje:Comunhão e colaboração pastoral entre a África e a Europa”. 

    ***

    O senhor poderia falar sobre “o homem e a mulher a quem a Igreja é chamada a evangelizar na África”, tema de sua apresentação no Simpósio?

    Dom Lúcio: Tratei deste tema porque me foi pedido, mas não faz propriamente parte do meu âmbito de formação. Na verdade, todos nós temos que ser um pouco antropólogos porque somos missionários. À luz deste tema, percebi que não se poderia conhecer o destinatário do evangelho sem perceber a alma do povo africano e acho que as religiões tradicionais africanas têm algo que nos indica e nos chama a atenção para como o homem africano está em contato com o mundo, com os outros e também com Deus, de alguma maneira.

    Como o homem africano está em contato com o mundo?

    Dom Lúcio: Nos anos em que andei a fazer meus estudos de filosofia, percebi que a afirmação de Descartes - cogito, ergo sum - era uma afirmação importante para definir um pouco aquilo que o homem ocidental é. É um ser que pensa e nós, os africanos, não nos definimos muito como o ser que pensa; também pensamos, na consciência, na inteligência; tudo isso conta, mas nos definimos em relação aos outros, eu sou porque convivo com os outros, estou com os outros. E é ai onde a centralidade do corpo humano encontra espaço, não posso ser se não tenho corpo.

    Isso tem muitas consequências, o cuidado que se tem do próprio corpo, do corpo dos outros e é daí também que muitas coisas que em outros mundos não são tabu, para nós são tabu. Certo que com a globalização, está também a entrar, penso, por exemplo, no modo como se está na praia aqui na Europa, o modo como nos vestimos; não digo que não existe em Moçambique, existe também por causa da tal globalização. Mas se vamos para o interior, ninguém sai vestido assim estando numa praia. Tem a ver com o modo como eu olho para o meu próprio corpo, como mostro meu corpo, porque é esta parte de mim mesmo que está em relação comum com todos. Não há um fechamento, mas há um cuidar mais do corpo do quanto se cuida noutras culturas.

    Certo, todos nós cuidamos do corpo como aspecto da nossa saúde física, mas falo aqui também de um cuidado que tem neste elemento a parte espiritual. Porque através do corpo, mesmo aquele que é coxo ou aquele que é estropiado, enquanto tiver um corpo não se lamenta tanto do que se lamentaria por estas partes, porque tem a possibilidade do contato com o outro e com o mundo que o rodeia. Também poder dirigir-se a Deus através dos antepassados que é o mais comum entre as religiões tradicionais africanas.

    Qual seria a novidade do Cristianismo para o sofrimento?

    Dom Lúcio:Penso que a grande novidade é o mistério da cruz, onde temos um corpo despojado, digamos, de tudo aquilo que dignifica a veste humana, no caso de Jesus Crucificado. E não obstante isso, continua a entrar em diálogo com os seus ou com a humanidade e com Deus. Esta frase pequena de Jesus pronunciada do alto da cruz  - Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem -  é um momento de também dialogar com esta questão. Questão que causa esta dor ao próprio corpo e por outro lado é um voltar-se para Deus.

    Jesus fala ao Pai com toda essa dimensão humana do ser que se pronuncia através do próprio corpo e que olhando para o seu corpo ferido pede, também por aqueles que causam essa dor, o perdão. Mas também é um corpo que não deixa de comunicar-se com os outros, os dois que estão crucificados, um de um lado e outro do outro, junto à cruz de Jesus. O bom malfeitor, no fim, reconhece o mal que está a cometer e recebe o perdão para si. Pede para participar, digamos, desta vida nova que Jesus vem trazer.

    Eu olho para este mal feitor, ferido também ele, um pouco como o povo africano; ferido nas suas tantas dores, pode encontrar a salvação. É a grande novidade que o Cristianismo pode levar. Justamente por isso, a evangelização não atingiu a alma de tantos dos africanos. De manhã, vão à igreja nos domingos e a tarde vão a uma seita ou correm para uma igreja de tipo pentecostal; porque lá se reza pelos doentes, impõem-se as mãos, procuram descobrir a razão pela qual a pessoa está doente ou inventam razões pelas quais a pessoa está doente.

    O que as religiões tradicionais africanas oferecem?

    Dom Lúcio: Justamente por que o homem africano se centra no seu corpo, quando tem dores de cabeça que não passam, não aceita que seja uma simples hemicrania, não se contenta com os medicamentos. Vai atrás do motivo espiritual. O que é que a nível do meu ser não esta bem? Ou a nível da minha relação com os antepassados, com a natureza que me circunda? Há alguma coisa que não esta a correr bem, daí que ele vai à religião tradicional; consultar o adivinho, o curandeiro, para saber o que não está bem e poder reparar. Recriar este equilíbrio de que eu falava na minha reflexão na conferência.

    Então, o corpo é muito importante, mas o Cristianismo está acima disto, até porque há autores da antropologia africana que afirmam que Jesus pode ser visto também como um antepassado que guia o seu povo. Neste sentido, dos grandes antepassados da cultura africana, que são uma luz no modo como enfrentam os sofrimentos, no modo como enfrentam os desafios da vida, são uma luz para outros irmãos africanos e Jesus pode ser visto assim. Seria um limitar, digamos, aquilo que Jesus é na sua essência vê-lo somente como simples antepassado mais velho que nos guia, mas se pode a partir daí entrar para estes aspectos de sua divindade que provou o sofrimento da nossa humanidade; e que nos abre a porta para participarmos da vida divina, superando todas as contrariedades e vicissitudes que experimentamos neste mundo.

    Um caminho para a Nova Evangelização seria reavivar os dons do Espírito Santo?

    Dom Lúcio: A Igreja nasce do Pentecostes, e o Espírito como diz o livro do Ato dos Apóstolos, está presente em toda a ação da Igreja e se estende pelo mundo inteiro. O espírito está no centro, e o Senhor mesmo diz no Evangelho segundo São João, vou mandar-vos o Paráclito, aquele que vos há de confortar, de guiar, e vos há de ensinar o que deveis dizer e quando deveis dizer. Portanto, não é uma novidade que o Espírito tem que estar no centro. Quando João Paulo II começou a falar muito de Nova Evangelização, acentuou dois aspectos - nova evangelização nos seus métodos e no seu vigor - e penso que estas duas características são fundamentais.

    Qual é a novidade na Evangelização?

    Dom Lúcio: A evangelização é a mesma, não vamos mudar os conteúdos da evangelização, nem os destinatários, que é a humanidade inteira, mas é possível melhorar a metodologia e por isso, neste Simpósio, a questão era - a que homem nos dirigimos na África-.

    A Nova Evangelização não pode ter o mesmo estilo na África, na Europa, na Ásia ou na América Latina; tem que ter uma coloração diferente que se adapta às questões concretas de cada lugar, ao homem concreto que está no lugar. Na tentativa sempre de levar Cristo à sociedade, à humanidade, porque é aquilo que queremos comunicar. É levar o homem contemporâneo a entrar em contato com Cristo, a acolher a graça de Deus que Ele nos comunica e entrar em comunhão com Deus. São João expressa isso melhor na sua primeira carta, diz: Aquilo que nós vimos, ouvimos e tocamos do verbo encarnado - é isso que nós comunicamos - para que estejaisem comunhão. Ea nossa comunhão é com Deus através de Cristo a quem nós acolhemos.

    Penso que a missão evangelizadora é esta, e a nova evangelização se não levar a isso, levar a outras práticas, que imitam outras religiões, neste caso as religiões pentecostais, não condiz. Agora, que se fala pouco do Espírito Santo na Igreja Católica em alguns ambientes, sim, é preciso recuperar este dado fundamental.

    A evangelização não é uma obra humana, é uma obra divina, e Deus se faz presente através de seu espírito e Jesus falou tanto desta realidade. Aliás, no Evangelho segundo São João diz que: Antes de mandá-los, soprou para eles, como a dar esta força do Espírito Santo, assim como o Pai me mandou eu também vos envio. Então, o Espírito Santo está no centro da nossa missão e, muitas vezes, estamos esquecidos disso e inventando as nossas metodologias. Pensando que tudo é uma questão das nossas organizações, mas não é.  A verdadeira evangelização parte de uma missão recebida de Deus, e Deus nos dá também os meios necessários para realizarmos esta missão para a qual nos manda.

    Por Maria Emília Marega

    [A segunda parte da entrevista será publicada na sexta-feira, 24 de fevereiro]

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Espiritualidade


    Quaresma: o tempo do coração
    Evangelho do primeiro domingo da quaresma

    ROMA, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org)

    Gen 9,8-15
    Deus disse a Noé e aos seus filhos: Eis que estabeleço a minha aliança covosco e com os vossos descendentes depois de vós, com todo ser vivente que está convosco, aves, gado e animais selvagens, com todos os animais que saíram da arca, com todos os animais da terra. Estabeleço a minha aliança convosco: nenhuma outra carne será destruída pelas águas do dilúvio, nem o dilúvio devastará mais a terra.

    I Pd 3,18-22
    Amados, Cristo morreu pelos pecados de uma vez por todas, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito.

    Mc 1,12-15
    Naquele tempo, o Espírito conduziu Jesus ao deserto e ele ali permaneceu durante quarenta dias, tentado por satanás. Vivia em meio às feras e os anjos o serviam. Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o evangelho de Deus e dizendo: O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo: convertei-vos e crede no Evangelho.

    Movido internamente pelo mesmo Espírito que conduziu Jesus, o crente batizado permanece quarenta dias no deserto com o Senhor, para se preparar para o dom da alegria pascal.

    Profundamente necessitado de silêncio e de serenidade, ele anseia por uma Palavra verdadeira, que o reencaminhe rumo à harmonia consigo mesmo e com os outros e o faça amar a vida juntamente com eles, na certeza consoladora de que, para além da morte, contemplará o esplendor da face do Cristo Ressuscitado durante toda a eternidade: Ele é "o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim" (Ap 22:13). Ele é a realização pessoal da aliança que Deus fez com o homem, graças à qual toda pessoa é criada "à imagem e semelhança de Deus" (Gen 1,27).

    A quaresma não é apenas um tempo do calendário, mas o tempo do coração, "o tempo completo" (Mc 1,15), como Jesus proclama hoje.

    É o "kairós", o tempo pessoal e definitivo da abundância da vida (Jo 10,10), o tempo da alegria inalienável e própria de Jesus, que vem da auto-realização no amor e na obediência à vontade do Pai .

    "O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo: convertei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1,15). É o anúncio de um caminho em direção à meta mais desejável que existe: a felicidade duradoura nesta vida, que se tornará bem-aventurança eterna na outra.

    Que o tempo esteja completo é coisa cujo significado se assemelha ao anúncio do nascimento: nasce algo que já se trazia por dentro, e, se o acolhemos como um dom de amor a ser cuidado o tempo todo, a nossa vida não conhecerá mais a tristeza da solidão.

    "A alegria é o sinal infalível da presença de Deus", afirmava Leon Bloy, querendo dizer que a sua fonte, que jorra sem parar no profundo do coração, é o encontro diário com o Senhor Jesus.

    Temos aqui um testemunho importante sobre isto: um doente terminal de aids, na Casa Dom da Paz, das Missionárias da Caridade, pediu o batismo. Quando o padre pediu dele uma expressão de fé, o doente murmurou: "O que eu sei é que eu sou infeliz, e que as irmãs são muito felizes, mesmo quando eu as insulto e cuspo nelas. Ontem eu finalmente perguntei o motivo dessa felicidade. Elas me responderam: Jesus. Eu quero esse Jesus, para ser feliz também" (Cardeal Timothy Dolan, Homilia na Jornada de Oração pelo colégio cardinalício, 17 de fevereiro de 2012).

    O ser humano é concebido como um ser-para-a-alegria, e isso fica provado quando vemos que todas as crianças são espontaneamente felizes diante da face da mãe. Eu poderia dizer que isso acontece por causa do fato ontológico de que elas já conhecem a face da mãe há nove meses, porque Deus Pai-Mãe, que em Cristo "os escolheu antes da criação do mundo" (Ef 1,4), olha para elas desde a concepção com o seu rosto inefável de amor radiante, e nunca voltará o olhar para nenhum outro lugar até que o vejamos diretamente "como ele é" (1 João 3:2): "alegria completa na tua presença, doçura sem fim à tua direita" (Salmo 16, 11).

    Pe. Angelo del Favero

    ***

    O pe. Angelo del Favero, cardiologista, co-fundou em 1978 um dos primeiros Centros de Ajuda à Vida nos arredores da Catedral de Trento, na Itália. Tornou-se carmelita em 1987, ordenou-se sacerdote em 1991 e foi conselheiro espiritual no santuário de Tombetta, perto de Verona. Atualmente se dedica à espiritualidade da vida no convento carmelita de Bolzano, na paróquia de Nossa Senhora do Monte Carmelo.


    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Angelus


    "Um convite a ter fé em Deus"
    Angelus de Bento XVI no I Domingo da Quaresma

    CIDADE DO VATICANO, domingo, 26 de febbriao 2012 (ZENIT.org). – Apresentamos as palavras proferidas hoje durante a recitação da oração do Angelus pelo Papa Bento XVI aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

    ***

    Queridos irmãos e irmãs!


    Neste primeiro domingo da Quaresma, encontramos Jesus que, depois de ter recebido o batismo no rio Jordão por João Batista (cf. Mc 1,9), é tentado no deserto (cf. Mc 1:12-13). A narração de São Marcos é concisa, desprovida de detalhes que lemos nos outros dois Evangelhos de Mateus e de Lucas. O deserto do qual se fala tem diversos significados. Pode indicar o estado de abandono e solidão, o "lugar" da fraqueza do homem, onde não há apoios e seguranças, onde a tentação se faz mais forte. Mas também pode indicar um lugar de refúgio e abrigo, como foi para o povo de Israel na fuga da escravidão egípcia, onde  é possível experimentar, de maneira particular, a presença de Deus. Jesus "esteve no deserto quarenta dias, tentado por satanás" (Mc 1,13). São Leão Magno diz que "o Senhor quis sofrer o ataque do tentador para defender com a sua ajuda e para ensinar com o seu exemplo" (Tractatus XXXIX, 3 De ieiunio quadragesimae: CCL 138 / A Turnholti, 1973, 214-215) .


    O que pode nos ensinar esse episódio? Como lemos no livro da Imitação de Cristo, “o homem nunca é totalmente livre da tentação, enquanto viver ... Mas é com paciência e verdadeira humildade, se tornará mais fortes do que qualquer inimigo" (Liber I, c. XIII , Cidade do Vaticano 1982, 37), a paciência e a humildade de seguir o Senhor todos os dias, aprendendo a construir a nossa vida não fora dele como se não existisse, mas Nele e com Ele, porque é a fonte da verdadeira vida. A tentação de remover Deus, de colocar ordem sozinho em nós mesmos e no mundo contando apenas com as próprias habilidades, está sempre presente na história humana.


    Jesus proclama que "o tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus" (Mc 1,15), anuncia que Nele acontece algo novo: Deus se fez homem, de uma forma inesperada, com uma proximidade única e concreta, plena de amor;  Deus se encarna e entra no mundo como homem para tomar sobre si o pecado, para vencer o mal e reconduzir o homem ao mundo de Deus. Mas este anúncio é acompanhado pela exigência de corresponder a esse dom tão grande. Jesus, de fato, acrescenta: "convertei-vos e crede no evangelho" (Mc 1,15); é um convite a ter fé em Deus e a converter todos os dias nossas vidas a Sua vontade, orientando, para o bem, todas as nossas ações e pensamentos.O tempo da Quaresma é um tempo propício para renovar e melhorar o equilíbrio do nosso relacionamento com Deus, através da oração cotidiana, dos atos de penitência,  e das obras de caridade fraterna.


    Supliquemos com fervor Maria Santíssima para que acompanhe o nosso caminho quaresmal com sua proteção e ajude-nos a imprimir em nosso coração e em nossa vida as palavras de Jesus Cristo, para convertermos a Ele. Confio, por fim,  as vossas orações pela semana de Exercícios Espirituais que nesta noite iniciarei junto aos meus Colaboradores da Cúria Romana.

    (Tradução:MEM)

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Audiência de quarta-feira


    A oração de Jesus, na iminência da morte
    Catequese de Bento XVI

    CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Apresentamos, na íntegra, a catequese do Papa Bento XVI, realizada na quarta-feira, 15 de fevereiro.

    ***

    Queridos irmãos e irmãs

    A oração de Jesus, na iminência da morte

    Na nossa escola de oração, na quarta-feira passada falei sobre a oração de Jesus na Cruz, tirada do Salmo 22: «Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?». Agora, gostaria de continuar a meditação sobre a oração de Jesus na Cruz, na iminência da morte, hoje pretendo reflectir sobre a narração que encontramos no Evangelho de são Lucas. O evangelista transmitiu-nos três palavras de Jesus na Cruz, duas das quais — e primeira e a terceira — são preces dirigidas explicitamente ao Pai. A segunda, ao contrário, é constituída pela promessa feita ao chamado bom ladrão, crucificado com Ele; de facto, respondendo ao pedido do ladrão, Jesus tranquiliza-o: «Em verdade te digo, hoje estarás comigo no Paraíso» (Lc 23, 43). Assim, na narração de Lucas estão entrelaçadas sugestivamente as duas orações que Jesus em agonia dirige ao Pai e o acolhimento da súplica que lhe é dirigida pelo pecador arrependido. Jesus invoca o Pai e ao mesmo tempo ouve o pedido deste homem que muitas vezes é chamado latro poenitens, «o ladrão arrependido».

    Meditemos sobre estas três preces de Jesus. Ele pronuncia a primeira imediatamente depois de ter sido pregado na Cruz, enquanto os soldados dividem entre si as suas vestes, como triste recompensa do seu serviço. Num certo sentido, é com este gesto que se encerra o processo da crucifixão. São Lucas escreve: «Quando chegaram ao lugar chamado Calvário crucificaram-no, a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem!”. Depois, lançaram a sorte para dividirem as suas vestes» (23, 33-34). A primeira oração que Jesus dirige ao Pai é de intercessão: pede o perdão para os seus algozes. Com isto, Jesus cumpre pessoalmente quanto tinha ensinado no sermão da montanha, quando disse: «Digo-vos, porém, a vós que me escutais: amai os vossos inimigos, fazei o bem a quantos vos odeiam» (Lc 6, 27), e também tinha prometido àqueles que sabem perdoar: «A vossa recompensa será grande e sereis filhos do Altíssimo» (v. 35). Agora, da Cruz, Ele não só perdoa os seus algozes, mas dirige-se directamente ao Pai, intercedendo a favor deles.

    Esta atitude de Jesus encontra um «imitador» comovedor na narração da lapidação de santo Estêvão, primeiro mártir. Com efeito Estêvão, já próximo do fim, «de joelhos, bradou com voz forte: “Senhor, não lhes atribuas este pecado”. Dito isto, adormeceu» (Act 7, 60): esta foi a sua última palavra. É significativo o confronto entre a prece de perdão de Jesus e a do protomártir. Santo Estêvão dirige-se ao Senhor ressuscitado e pede que a sua morte — um gesto definido claramente com a expressão «este pecado» — não seja atribuída aos seus lapidadores. Na Cruz, Jesus dirige-se ao Pai e não pede só o perdão para os seus crucificadores, mas oferece também uma leitura de quanto está a acontecer. Com efeito, segundo as suas palavras, os homens que O crucificam «não sabem o que fazem» (Lc 23, 34). Ou seja, Ele põe a ignorância, o «não saber», como motivo do pedido de perdão ao Pai, porque esta ignorância deixa aberto o caminho para a conversão, como de resto acontece nas palavras que pronunciará o centurião quando Jesus morre: «Verdadeiramente, este homem era justo» (v. 47), era o Filho de Deus. «Permanece uma consolação para todos os tempos e para todos os homens o facto de que o Senhor, quer a respeito daqueles que realmente não sabiam — os algozes — quer de quantos sabiam e O condenaram, põe a ignorância como motivo do pedido de perdão — vê-o como porta que pode abrir-nos à conversão» (Jesus de Nazaré, II, 233).

    A segunda palavra de Jesus na Cruz, citada por são Lucas, é de esperança, é a resposta ao pedido de um dos dois homens crucificados com Ele. Diante de Jesus, o bom ladrão toma consciência de si mesmo e arrepende-se, compreende que está diante do Filho de Deus, que torna visível a Face do próprio Deus, e pede-lhe: «Jesus, lembra-te de mim quando estiveres no teu reino» (v. 42). A resposta do Senhor a este pedido vai muito além da súplica; com efeito, Ele diz: «Em verdade te digo, hoje estarás comigo no Paraíso» (v. 43). Jesus está consciente de entrar directamente em comunhão com o Pai e de reabrir ao homem o caminho para o Paraíso de Deus. Assim mediante esta resposta dá a esperança firme de que a bondade de Deus pode tocar-nos até no último instante da vida, e a prece sincera, mesmo após uma vida errada, encontra os braços abertos do Pai bom, que espera a vinda do filho.

    Mas meditemos sobre as últimas palavras de Jesus moribundo. O evangelista narra: «Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a terra, até às três horas da tarde. O sol eclipsou-se e o véu do templo rasgou-se ao meio. Dando um forte grito, Jesus exclamou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!”. Dito isto, expirou» (vv. 44-46). Alguns aspectos desta narração são diferentes em relação ao contexto oferecido em Marcos e Mateus. As três horas de escuridão em Marcos não são descritas, enquanto em Mateus são ligadas a uma série de vários acontecimentos apocalípticos, como o tremor de terra, a abertura dos sepulcros e os mortos que ressuscitam (cf. Mt 27, 51-53). Em Lucas, as horas de escuridão têm a sua causa no eclipsar-se do sol, mas nesse momento verifica-se inclusive a laceração do véu do templo. Deste modo, a narração lucana apresenta dois sinais, de certo modo paralelos, no céu e no templo. O céu perde a sua luz, a terra desaba, enquanto no templo, lugar da presença de Deus, se rasga o véu que protege o santuário. A morte de Jesus caracteriza-se explicitamente como evento cósmico e litúrgico; em especial, marca o início de um novo culto, num templo não construído por homens, porque é o Corpo do próprio Jesus, morto e ressuscitado, que congrega os povos, unindo-os no Sacramento do seu Corpo e Sangue.

    A prece de Jesus neste momento de sofrimento — «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito» — é um brado forte de confiança extrema e total em Deus. Tal oração expressa a plena consciência de não estar abandonado. A invocação inicial — «Pai» — recorda a sua primeira declaração, quando tinha doze anos. Então, permaneceu por três dias no templo de Jerusalém, cujo véu agora se rasgou. E quando os pais lhe manifestaram a sua preocupação, respondeu: «Por que me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?» (Lc 2, 49). Do início ao fim, o que determina completamente o sentir de Jesus, a sua palavra, o seu gesto, é a relação singular com o Pai. Na Cruz, Ele vive plenamente no amor esta sua relação filial com Deus, que anima a sua oração.

    As palavras proferidas por Jesus, após a invocação: «Pai», retomam uma expressão do Salmo 31: «Nas tuas mãos entrego o meu espírito» (Sl 31, 6). Estas palavras não são uma simples citação, mas manifestam ao contrário uma decisão firme: Jesus «entrega-se» ao Pai num gesto de abandono total. Estas palavras são uma prece de «entrega», cheia de confiança no amor de Deus. A oração de Jesus diante da morte é dramática, como o é para cada homem, mas ao mesmo tempo está imbuída da calma profunda que nasce da confiança no Pai e da vontade de se entregar totalmente a Ele. No Getsémani, quando começou a luta final e a oração mais intensa e estava para ser «entre nas mãos dos homens» (Lc 9, 44), o seu suor tornou-se «como gotas de sangue que caíam na terra» (Lc 22, 44). Mas o seu Coração obedecia totalmente à vontade do Pai, e por isso «um anjo do céu» veio confortá-lo (cf. Lc 22, 42-43). Ora, nos últimos instantes, Jesus dirige-se ao Pai, dizendo quais são realmente as mãos às quais Ele entrega toda a sua existência. Antes de partir em viagem rumo a Jerusalém, Jesus tinha insistido com os seus discípulos: «Prestai bem atenção ao que vou dizer-vos: o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens» (Lc 9, 44). Agora que a vida está para O deixar, Ele sela na prece a última decisão: Jesus deixou-se entregar «nas mãos dos homens», mas é nas mãos do Pai que entrega o seu espírito; assim — como diz o evangelista João — tudo se cumpre, o supremo gesto de amor é levado até ao fim, ao limite e mais além.

    Caros irmãos e irmãs, as palavras de Jesus na Cruz nos últimos instantes da sua vida terrena oferecem indicações exigentes para a nossa oração, mas abrem-na inclusive a uma confiança segura e a uma esperança firme. Jesus, que pede ao Pai para perdoar quantos O crucificam, convida-nos ao difícil gesto de rezar também por aqueles que são injustos para connosco, que nos prejudicaram, sabendo perdoar sempre, a fim de que a luz de Deus possa iluminar o seu coração; e convida-nos a viver, na nossa oração, a mesma atitude de misericórdia e de amor que Deus tem por nós: «Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido», recitamos diariamente no «Pai-Nosso». Ao mesmo tempo Jesus, que na hora extrema da morte se confia totalmente nas mãos de Deus Pai, comunica-nos a certeza de que, por mais duras que sejam as provas, difíceis os problemas, pesado o sofrimento, nunca estaremos fora das mãos de Deus, das mãos que nos criaram, que nos sustêm e que nos acompanham no caminho da existência, porque guiadas por um amor infinito e fiel. Obrigado!

    Saudação

    Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os fiéis brasileiros vindos de Curitiba, a quem exorto a aprender do exemplo da oração de Jesus, uma oração cheia de serena confiança e firme esperança no Pai do Céu, que nunca nos abandona. Que as Suas Bênçãos sempre vos acompanhem! Ide em paz!

    © Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top


    Documentação


    "A saúde vai muito além de um simples bem estar corporal"
    A mensagem de Bento XVI por ocasião da Campanha da Fraternidade 2012

    CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos a mensaem do Papa Bento XVI ao presidente da Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil por ocasião da Campanha da Fraternidade de 2012.

    ***

    Ao Venerado Irmão 
    Cardeal Raymundo Damasceno Assis
    Arcebispo de Aparecida (SP) e Presidente da CNBB

    Fraternas saudações em Cristo Senhor!


    De bom grado me associo à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que lança uma nova Campanha da Fraternidade, sob o lema «que a saúde se difunda sobre a terra» (cf. Eclo 38, 8), com o objetivo de suscitar, a partir de uma reflexão sobre a realidade da saúde no Brasil, um maior espírito fraterno e comunitário na atenção dos enfermos e levar a sociedade a garantir a mais pessoas o direito de ter acesso aos meios necessários para uma vida saudável.

    Para os cristãos, de modo particular, o lema bíblico é uma lembrança de que a saúde vai muito além de um simples bem estar corporal. No episódio da cura de um paralítico (cf. Mt 9, 2-8), Jesus, antes de fazer com que esse voltasse a andar, perdoa-lhe os pecados, ensinando que a cura perfeita é o perdão dos pecados, e a saúde por excelência é a da alma, pois «que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?» (Mt 16, 26). Com efeito, as palavras saúde e salvação têm origem no mesmo termo latino salus e não por outra razão, nos Evangelhos, vemos a ação do Salvador da humanidade associada a diversas curas: «Jesus andava por toda a Galiléia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo o tipo de doença e enfermidades do povo» (Mt 4, 23).

    Com o seu exemplo diante dos olhos, segundo o verdadeiro espírito quaresmal, possa esta Campanha inspirar no coração dos fiéis e das pessoas de boa vontade uma solidariedade cada vez mais profunda para com os enfermos, tantas vezes sofrendo mais pela solidão e abandono do que pela doença, lembrando que o próprio Jesus quis Se identificar com eles: «pois Eu estava doente e cuidastes de Mim» (Mt 25, 36). Ajudando-lhes ao mesmo tempo a descobrir que se, por um lado, a doença é prova dolorosa, por outro, pode ser, na união com Cristo crucificado e ressuscitado, uma participação no mistério do sofrimento d’Ele para a salvação do mundo. Pois, «oferecendo o nosso sofrimento a Deus por meio de Cristo, nós podemos colaborar na vitória do bem sobre o mal, porque Deus torna fecunda a nossa oferta, o nosso ato de amor» (Bento XVI,Discurso aos enfermos de Turim, 2 de maio de 2010).

    Associando-me, pois, a esta iniciativa da CNBB e fazendo minhas as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de cada um, saúdo fraternalmente quantos tomam parte, física ou espiritualmente, na Campanha «Fraternidade e Saúde Pública», invocando ­ pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida ­ para todos, mas de modo especial para os doentes, o conforto e a fortaleza de Deus no cumprimento do dever de estado, individual, familiar e social, fonte de saúde e progresso do Brasil tornando-se fértil na santidade, próspero na economia, justo na participação das riquezas, alegre no serviço público, equânime no poder e fraterno no desenvolvimento. E, para confirmar a todos estes bons propósitos, envio uma propiciadora Bênção Apostólica.

    Vaticano, 11 de fevereiro de 2012.

    PAPA BENTO XVI

    © Copyright 2012 - Libreria Editrice Vaticana

    Envie a um amigo | Imprima esta notícia

    top



    Nenhum comentário:

    Apoio




    _


    Immaculata mea

    In sobole Evam ad Mariam Virginem Matrem elegit Deus Filium suum. Gratia plena, optimi est a primo instanti suae conceptionis, redemptionis, ab omni originalis culpae labe praeservata ab omni peccato personali toto vita manebat.


    Cubra-me

    'A Lógica da Criação'


    Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim




    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

    Ave-Maria

    A Paixão de Cristo