quinta-feira, 22 de março de 2012

Em Orissa continua o ódio contra os cristãos

L'OSSERVATORE ROMANO

Religião

Cidade do Vaticano, 22 de Março de 2012.
No mês passado mais duas pessoas foram mortas

 Em Orissa continua o ódio contra os cristãos

Bhubaneswar, 21.

 «Os extremistas hindus sentem-se impunidos e por isso aumentam ainda mais as ameaças»: é a análise do presidente do  Global Council of Indian Christian (Gcic), Sajan George, sobre alguns episódios de violência que provocaram a morte em Orissa, nos últimos  14 meses de seis cristãos. As últimas vítimas, mortas em 2012, são Nayak Suryakant, da comunidade  anglicana do povoado de Bakingia (no distrito de Kanhamal), e Goresa Mallick, católico da aldeia de Salimagocha (no distrito de  Ganjam), assassinados respectivamente nos dias 6 e 3 de Março.

Portanto, não diminui a tensão no Estado da Índia que, de 2007 a 2008, foi o epicentro de ataques a aldeias cristãs, concluídos com um trágico balanço de mais de cem mortos e milhares de habitações e lugares de culto reduzidos a ruínas. O nível de atenção e preocupação permanece muito alto. Segundo a organização que tutela os direitos dos cristãos, os processos que envolvem os presumíveis culpados dos homicídios muitas vezes demoram demais e na maioria dos casos terminam também com a absolvição: «Os grupos extremistas sentem que gozam de absoluta impunidade e assim intimidam os membros da comunidade cristã», que constitui uma presença «incómoda» num território onde há muito tempo se agita o sentimento nacionalista de grupos políticos que se inspiram no Hindutva.

«Lentidão e pouca atenção», observa-se em especial, pareceriam ser as características que distinguem as práticas judiciárias, das quais beneficiariam precisamente os grupos extremistas. Sobre o preocupante clima de violência falou também um pároco, Prabodh Pradhan, da igreja de Nossa Senhora do Rosário em Raikia que, numa intervenção publicada pela agência Fides, frisou: «Este é o sexto homicídio de cristãos no distrito de Kandhamal durante os últimos 14 meses. É uma questão deveras alarmante».

Os hindus extremistas acusam os cristãos das várias confissões de promover sobretudo  o proselitismo, em detrimento da sua comunidade religiosa. Homens e mulheres convertidos ao cristianismo são discriminados e tornam-se objecto de verdadeiras violências em Orissa e alhures. É o  recente caso por exemplo, de uma jovem –  Rekha – mencionada pela mesma agência. Há alguns meses ela descobriu a mensagem de Jesus Cristo e abraçou-a na sua vida. Porém, a sua conversão não foi aceite pelos seus pais hindus, nem por outros membros da comunidade da sua aldeia, Nutangram, nos arredores de Calcutá, no Estado de Bengala ocidental. «A história é sintoma do modo como as conversões ao cristianismo são malquistas e até  impedidas na sociedade indiana», observam fontes locais. Outro caso teve lugar em Karnataka: a polícia prendeu um pastor baptista, K. Manohar, depois que alguns extremistas hindus fizeram irrupção numa assembleia de culto, espancando os fiéis e acusando-os de conversões «forçadas e fraudulentas».

O arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar, John Barwa, numa declaração nos meses passados, recordou que «a violência contra os tribais e os dalits da comunidade cristã viola o direito fundamental à vida, à liberdade e à igualdade, garantido pela Constituição indiana. As forças extremistas hindus usaram as conversões religiosas como um problema ou um truque para a mobilização política, instigando formas horríveis de violência e discriminação contra os cristãos». A violência, acrescenta o prelado, «deixou as famílias sobreviventes com um sentido de erradicação. A destruição de numerosas igrejas e salas de oração privaram as vítimas sobreviventes do seus direito à prática religiosa. Em muitos lugares a comunidade cristã não é capaz de praticar livremente a sua fé e assim reduz-se a uma condição de cidadania de segunda categoria».

 
22 de Março de 2012
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1.Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.
2.Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
3.Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
4.Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
5.Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
6.Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
7.Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
8.Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
9.Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
10.Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
11.Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
12.Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]