Fwd: [MUNDO CATÓLICO] LITURGIA DA PALAVRA - 5o DOMINGO DA QUARESMA - B - Som !

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De: <nascimentoja@shaw.ca>
Data: 19 de março de 2012 20:18:09 BRT
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Assunto: [MUNDO CATÓLICO] LITURGIA DA PALAVRA - 5o DOMINGO DA QUARESMA - B - Som !
Responder A: MundoCatolico@yahoogrupos.com.br

 

                É de aconselhar que se leia primeiro toda a Liturgia da Palavra.

             5º DOMINGO DA QUARESMA - ANO  B !

 

            "Senhor, nós queríamos ver a Jesus !..."

 

             A Liturgia da Palavra deste 5º Domingo da Quaresma – B, é um auspicioso convite ao desejo de Ver a Jesus.

            Através dos tempos foram feitas muitas Alianças com Deus no intuito do cumprimento da História da Salvação.

            Nem sempre o povo escolhido soube ser fiel, isto é, menosprezou a convivência com Deus, cuja presença se tornou para ele um símbolo de compromisso, nem sempre agradável, porque nem sempre fácil.

            É assim a nossa natureza, viciada pelo pecado ; mas dentro do nosso coração existe sempre o desejo de ver a Deus, de estar com Deus, de possuir a Deus.

            Esta consoladora certeza deve transfigurar a nossa vida e levar-nos a vencer, com esperança, as nossas más inclinações, as nossas provações  e as contradições  do tempo presente.

            A 1º Leitura, do Livro do profeta Jeremias, diz-nos que, ao longo de toda a História da Salvação, Deus, para levar os homens a estabelecerem com Ele relações pessoais, foi concluindo alianças com o Povo de Israel, através de homens extraordinários, que serviram de mediadores.

            À humanidade decaída pelo pecado, que «vivia no terror dos deuses e do destino implacável», Deus ia assim revelando o Seu amor e os Seus desígnios de salvação.

            - "Virão dias nos quais concluirei, com a casa de Israel e com a casa de Judá, uma Aliança Nova".(1ª Leitura).

             Estas Alianças, porém, eram provisórias, mas preparavam  e conduziam a uma Aliança Nova, espiritual, definitiva e universal, que pela primeira vez, o profeta Jeremias anuncia ao Povo de Deus em ordem a um coração puro, como se pede no Salmo Responsorial :

            - "Dai-nos, Senhor, um coração puro".

             Na 2º Leitura, S. Paulo diz aos Hebreus, e hoje também a cada um de nós, que a História da Salvação, anunciada por Jeremias, veio a realizar-se pelo mais perfeito dos mediadores, Jesus Cristo, Filho de Deus e irmão de todos os homens, segundo a natureza humana por Ele assumida.

            Porque foi sancionada com o Seu Sangue, no Sacrifício Pascal, («nova aliança no Seu Sangue»), Jesus não é apenas o Mediador, mas a própria Aliança; Ele estabeleceu a comunhão perfeita dos homens com Deus.

            - "E quando atingiu a sua plenitude, tornou-Se para todos aqueles que lhe obedecem, causa de salvação eterna".(2ª Leitura).

             Realidade definitiva, esta é a Aliança Nova.

            Mas é também eterna !

            Não há necessidade de se repetir, como as antigas.

            Pela Eucaristia, feita em Sua memória(1 Cor.11/25), como Ele ordenou, a Aliança do Calvário torna-se presente em todos os lugares e tempos

            Participando nela, com fé, os fiéis unem-se ao Mistério da Nova e eterna Aliança, recebem a salvação preparada no Antigo Testamento e que será consumada pela vinda gloriosa de Cristo.

            É bom notar que é requerida a nossa obediência e a nossa participação, e não pensemos fanaticamente que já todos estamos salvos, só porque Cristo nos abriu as portas da salvação.

            O Evangelho é de S. João diz-nos claramente que só morrendo é que a semente dá origem a uma nova vida, revelando assim a sua maravilhosa fecundidade.

            Também para Jesus a morte é semente de uma vida maravilhosamente nova e fecunda.

            Graças à Sua morte redentora, os benefícios da salvação são, com efeito, comunicados a todos os homens, judeus ou pagãos, que se queiram unir a Cristo na sua morte para o pecado, tal como o grão de trigo.

            - "Se o grão de trigo  cair na terra e não morrer, fica só ele; mas se morrer, dá muito fruto. Quem tem amor à vida perdê-la-á, e quem detesta a sua vida neste mundo conservá-la-á para a Vida Eterna". (Evangelho).

             O desejo de ver Jesus, expresso com tanta esperança pelo grupo dos gregos, traduz uma aspiração que percorre os séculos.

            A sua figura domina o horizonte da história e atrai a atenção e o respeito dos que crêem e dos que não têm fé.

            Muitos contemporâneos nossos desejariam encontrar a sua face e ouvir a sua voz; os jovens, especialmente, usam o nome de Jesus como desafio à sociedade que contestam; torna-se sinal de contradição e de união, de libertação e de salvação das taras da nossa sociedade, convite a redescobrir a sua face e a sua mensagem :

            - "No meio de vós esta alguém que não conheceis".

             Jesus Cristo não é apenas um homem; é o Filho vivo de Deus.

            Não basta reconhecê-lo como Salvador e Libertador; cabe a cada um de nós formular respostas precisas sobre as nossas atitudes a seu respeito.

            Cristo é verdadeiro Deus; este dogma é a alma de todos os dogmas (Niceia, ano 325), significa que a infinita riqueza e a infinita plenitude da vida, do amor, da ternura e da piedade daquele que se revela na Bíblia como Deus vivo, estão presentes nele.

            Ele é, "a força e o poder de Deus"(Rom.1,16) operantes num homem; é o Deus-connosco, um Deus no contexto da história humana.

            Nele está a fonte infinita do amor, da paz,  da alegria e da confiança.

            Se Jesus é Deus, descobrimos  até que ponto Deus nos amou !

            Cristo é plena e totalmente verdadeiro homem(Calcedónia, 45) : encontramos a humanidade de  Cristo em todas as páginas dos Evangelhos.

                - Jesus tem fome e sede (Mt.4,2;21,18).

               - Jesus está sujeito à fadiga.(Jo.4,6).

                - Jesus faz amizades, chora por Lázaro (Jo.11,35).

                - Jesus tem compaixão pelas multidões (Mt.10,36).

                - Jesus aproxima-se dos homens com simplicidade e autoridade; os pecadores e os doentes encontram nele  compreensão e conversão.

                - Jesus retoma, dia-a-dia, a sua opção pela missão que o Pai lhe confiou, a começar pelas tentações no deserto até à suprema decisão no Getsémani.

            Cristo é indissoluvelmente Deus-homem: é impossível separar a divindade de Cristo da sua Ressurreição e da sua actuação durante a sua vida terrena; tinha razão o centurião ao exclamar junto da Cruz :

            - "Verdaeiramente, este era o Filho de Deus!"(Mt.27,54).

             A Cruz é o momento em que os homens, cujos olhos mergulham continuamente na vaidade e na banalidade, podem, ultrapassando todas as defesas deste mundo, contemplar o verdadeiro Salvador.

            É desconcertante o meio que Deus esolheu para trazer a salvação ao homem : jamais os homens se habituarão com o sofrimento e a morte de um inocente.

            Jesus é o grão de trigo que foi sepultado nestra terra,  para que do seu lado aberto brotasse uma vida nova, uma vida diferente.

            Diante de Jesus, que cura os doentes, que pronuncia palavras sublimes ou faz prodígios, há quem se escandalize e quem se comova,  há os que se convertem e os que ironizam.

            Diante de Jesus morto na Cruz só há silêncio : ele nos amou até morrer por nós.

            Cada um de nós se encontra sozinho diante do mistério de Cristo : "Deus morreu e nós o traspassámos".

            A fé cristã recebe da Cruz de Jesus a sua forma característica : dizer sim à aventura de perder a própria vida, dizer sim a um amor autênctico.   

             Aceitando voluntariamente a morte, em filial e amorosa obediência ao Pai e aos Seus Planos de salvação, Jesus «deu-nos a vida imortal», no cumprimento do plano da História da Salvação.

                            ..............................................

            Diz o Catecismo da Igreja Católica :

            1002. – Se é verdade que Cristo há-de ressuscitar «no último dia», também é verdade que, de certo modo, nós já ressuscitámos com Cristo. Graças ao Espírito Santo a vida cristã é desde já, na Terra, uma participação na Morte e Ressurreição de Cristo :Pelo Baptismo fostes sepultados com Cristo e também ressuscitados com Ele, devido à fé que tivestes na força de Deus que O ressuscitou dos mortos(...). Uma vez que ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do Alto, onde Cristo Se encontra sentado à direita de Deus.(Col.2,12; 3,1).

            1005. – Para ressuscitar com Cristo, temos de morrer com Cristo, temos «de exilar-nos do corpo para habitarmos junto do Senhor»(2 Cor.54,8). Nesta «partida»(Fil.1,23) que é a morte, a alma separa-se do corpo. Voltará a juntar-se a ele no dia da ressurreição dos mortos.

 

                                  

                                    Se o grão de trigo morrer dará fruto .  Quem tem amor à vida, perdê-la-á...

 

 

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