sexta-feira, 2 de março de 2012

Grupo pró-aborto internacional conspirou com hospital para matar bebês gêmeos em gestação em famoso caso brasileiro

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sexta-feira, 1 de maio de 2009

Grupo pró-aborto internacional conspirou com hospital para matar bebês gêmeos em gestação em famoso caso brasileiro

— Parte 1

Matthew Cullinan Hoffman, correspondente na América Latina

RECIFE, BRASIL, 9 de abril de 2009 (LifeSiteNews. com) — Uma organização pró-aborto internacional conspirou com equipe pró-aborto de hospital para provocar o agora famoso aborto numa menina brasileira de nove anos, de acordo com testemunhas.

LifeSiteNews recebeu informação de que, ao contrário das alegações repetidas nos principais meios de comunicação do Brasil, o hospital onde ela foi originalmente internada reconheceu publicamente que a vida dela não estava em perigo na época em que o aborto foi realizado.

O aborto, que atraiu a atenção da mídia internacional quando o arcebispo local excomungou os participantes, foi executado depois que se ficou sabendo que uma menina cujo nome não foi revelado estava grávida de gêmeos depois de ter sido estuprada por seu padrasto durante vários anos. Ele confessou o crime e agora está preso.

Embora outros bispos brasileiros e até mesmo uma autoridade do Vaticano tenham se distanciado da excomunhão, relatos de testemunhas e declarações públicas feitas à imprensa indicam que os motivos dados para justificar o aborto são longe de acurados.

De acordo com o Pe. Edson Rodrigues, um sacerdote católico da cidade natal da menina de Alagoinha que estava presente durante o momento difícil, os pais da menina declararam sua oposição ao aborto em geral e ao aborto em particular proposto para sua própria menina. Contudo, depois que a menina foi internada no Instituto de Medicina Infantil de Pernambuco (IMIP), ela e sua mãe foram isoladas pela equipe do hospital, que declarou que um aborto era necessário para salvar a vida de sua filha.

Em 28 de fevereiro, "chegamos ao IMIP por volta das 15h", escreve Rodrigues numa declaração no site de sua diocese de Pesqueira. "Subimos ao quarto andar onde estavam a menina e sua mãe em apartamento isolado. O acesso ao apartamento era restrito, necessitando de autorização especial".

"Ao apartamento apenas tinham acesso membros do Conselho Tutelar, e nem tidos. Além desses, pessoas ligadas ao hospital. Assim sendo, à área reservada tiveram acesso naquela tarde as conselheiras Jeanne Oliveira, de Recife, e Maria José Gomes, de nossa cidade", continua Rodrigues.

"Com a proibição de acesso ao apartamento onde menina estava me encontrei com a mãe da criança ali mesmo no corredor. Profunda e visivelmente abalada com o fato, expôs para mim que tinha assinado 'alguns papéis por lá'. A mãe é analfabeta e não assina sequer o nome, tendo sido chamada a pôr as suas impressões digitais nos citados documentos".

"Perguntei a ela sobre o seu pensamento a respeito do aborto. Valendo-se se um sentimento materno marcado por preocupação extrema com a filha, ela me disse da sua posição desfavorável à realização do aborto. Essa palavra também foi ouvida por Robson José de Carvalho, membro de nosso Conselho Paroquial que nos acompanhou naquele dia até o hospital… Saímos, pois, do IMIP com a firme convicção de que a mãe da menina se mostrava totalmente desfavorável ao aborto dos seus netos, alegando inclusive que 'ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus'".

Na segunda-feira seguinte, o Pe. Rodrigues chegou com o pai da menina, que tinha claramente declarado sua oposição ao aborto, e dois conselheiros. O grupo tentou chegar até o quarto andar para visitar a mãe e a menina, mas foram impedidos.

O Pe. Rodrigues escreve que "quando chegamos ao primeiro andar, um funcionário do IMIP interrompeu nossa subida e pediu que deixássemos o elevador e fôssemos à sala da Assistente Social em outro prédio. Chegando lá fomos recebidos por uma jovem assistente social chamada Karolina Rodrigues".

O Pe. Rodrigues observa que, apesar do fato de que o pai não havia dado consentimento para a realização do aborto, a assistente social informou ao grupo que "com base no consentimento assinado pela mãe da criança em prol do aborto, os procedimentos médicos deveriam ser tomados pelo IMI dentro de poucos dias. Sem compreender bem do que se tratava, questionei a assistente no sentido de encontrar bases legais e fundamentos para isto. Ela, embora não sendo médica, nos apresentou um quadro clínico da criança bastante difícil, segundo ela, com base em pareceres médicos, ainda que nada tivesse sido nos apresentado por escrito".

Depois de descobrir que o pai estava presente, a assistente social insistiu em conversar com ele sozinho, sem a presença do Pe. Rodrigues ou dos dois conselheiros tutelares, de acordo com Rodrigues. Depois de 25 minutos de conversa, o pai mudou de idéia, diz Rodrigues. Ele declara que o pai mais tarde contou que ele havia sido informado de que sem o aborto, sua filha morreria, e assim era melhor abortar os gêmeos em gestação.

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero. com

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Onde estão os gêmeos?

(a pergunta que incomoda os abortistas)

Casos de maternidade precoce

Em 5 de julho de 2006, uma índia de nove anos deu à luz, por parto cesáreo, na 38ª semana, um bebê de 2,210 kg e 42 cm. O bebê nasceu na Maternidade Municipal Moura Tapajoz, em Manaus (AM)[1].

No dia 2 de dezembro de 2006, uma menina de nove anos deu à luz em um hospital público de Lima, Peru. O bebê, que nasceu com 2,520 kg e 47 cm, foi colocado na UTI por apresentar dificuldades respiratórias. "A mãe precoce receberá ajuda psicológica, e seu filho terá toda assistência de que precisar, ressaltou o ministro [da Saúde] Vallejos, após visitá-la"[2].

A mãe mais jovem do mundo, porém, foi Lina Medina, uma menina peruana de cinco anos que foi submetida a uma cesariana em um hospital de Lima em 14 de maio de 1939 e deu à luz um menino saudável de 2,7 kg chamado Gerardo[3].

Estatísticas do Brasil

Em 2006 (último ano sobre o qual o SUS dispõe de estatísticas sobre nascidos vivos), 27.610 meninas da faixa etária de 10 a 14 anos deram à luz. Desse total, 260 deram à luz gêmeos, conforme a tabela a seguir[4]:






Pelos dados acima, percebe-se que a pouca idade da mãe não impede que ela dê à luz com segurança, inclusive do meio da selva amazônica, e mesmo quando os bebês são gêmeos. Não estamos mais no século XIX, em que a cesariana era uma operação arriscada, com alta taxa de mortalidade materna, e havia um medo enorme de a criança ficar entravada diante de uma bacia estreita. Hoje o bom parto depende apenas de um bom acompanhamento pré-natal.

O triste caso de Alagoinha

Em 25 de fevereiro de 2009, na pequena cidade de Alagoinha (PE), descobriu-se que uma menina de nove anos estava no quarto mês de uma gestação de gêmeos. A menina teria sido vítima de abuso sexual por parte de seu padrasto, com quem sua mãe convivia. Ele foi imediatamente preso e levado para a Penitenciária de Pesqueira.

Na sexta-feira, 27 de fevereiro, o Conselho Tutelar resolveu encaminhar a menina para o Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP) em Recife, a fim de iniciar o acompanhamento pré-natal, depois de submetê-la aos exames no Instituto Médico Legal (IML). Chegando ao IMIP, a assistente social Karolina Rodrigues solicitou à conselheira Maria José Gomes que assinasse, em nome do Conselho Tutelar, um documento em que autorizava o aborto! Como ela se negou a fazê-lo - pois ninguém tinha vindo ao hospital para abortar – a assistente escreveu de próprio punho um documento solicitando ao Conselho Tutelar de Alagoinha um encaminhamento "no sentido de mostrar-se favorável à interrupção gestatória da menina, com base no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e na gravidade do fato". Difícil é imaginar em que artigo do ECA a assistente encontrou uma justificação legal para exterminar os dois bebês. O Conselho Tutelar teria até segunda-feira (2 de março) para responder. No entanto, na noite do mesmo dia 27, sexta-feira, o Jornal do Comercio anunciou que o aborto poderia ser realizado no sábado[5] (!). No dia 28, sábado, ao meio dia, o mesmo jornal anunciou que o aborto já contava com o "consentimento da família" (!) e que seria realizado naquele mesmo dia[6] (!). Essas notícias falsas, transmitidas para todo o Brasil pela assessoria de imprensa do IMIP, assustaram o Conselho Tutelar. Então o pároco de Alagoinha Pe. Edson Rodrigues, juntamente com a conselheira tutelar Maria José e mais dois paroquianos, enfrentou uma viagem de três horas de carro até Recife. Chegaram ao IMIP por volta das 15 horas. A menina brincava de boneca no hospital e nenhum aborto havia sido iniciado. Quanto à mãe, ela se mostrava totalmente desfavorável ao aborto de seus netos, alegando que "ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus". No entanto, ela afirmou ao pároco que tinha assinado "alguns papéis por lá". Ora, sendo ela analfabeta, e não sabendo sequer assinar o nome, havia simplesmente posto suas impressões digitais naqueles documentos, cujo conteúdo ignorava.

Retornando a Alagoinha, os conselheiros procuraram o pai biológico da menina, que vivia separado da mãe, Sr. Erivaldo, frontalmente contrário ao aborto. Ele concordou em ir a Recife na segunda-feira (2 de março) para pedir a alta da filha do IMIP. No domingo, 1º de março, os membros do Conselho Tutelar decidiram por unanimidade encaminhar ao IMIP uma solicitação de que fosse respeitada a vontade dos pais da menina, que desejam preservar a vida dos bebês.

No dia 2 de março, segunda-feira, Sr. Erivaldo foi ao IMIP juntamente com Pe. Edson e membros do Conselho Tutelar. Foram recebidos pela assistente social Karolina Rodrigues, que afirmou que tudo já estava resolvido, pois havia obtido o consentimento (?) da mãe da menina para a prática do aborto. Os conselheiros se mostraram preocupados em salvar a vida das três crianças, ao que a assistente respondeu: "Aqui não há três crianças. Só existe uma criança, o resto são apenas embriões". Além disso, ela acrescentou que a menina corria risco de vida. Os conselheiros estranharam, uma vez que já haviam tomado conhecimento de várias gestações bem sucedidas de menores em Recife. Por que aquele caso seria uma exceção? A assistente respondeu que, por não ser médica, não sabia explicar, mas que o aborto já havia sido decidido para salvar a vida da menina. Foi então que Sr. Erivaldo, que estava presente, apresentou-se como pai da menina e solicitou a suspensão do aborto e a alta da filha. A assistente então solicitou que todos saíssem e conversou a sós por meia hora com Sr. Erivaldo. Após a conversa, ele saiu mudado, dizendo que sua filha iria morrer e que, se fosse assim, melhor seria abortar as crianças. Quem o convenceu não foi um médico, nem uma equipe médica, mas uma assistente social que nem sequer havia sabido explicar aos conselheiros a razão do aborto.

O Conselho Tutelar então tentou entregar o documento em que se pedia a suspensão do aborto. A assistente não quis receber, alegando que não havia pedido coisa alguma ao Conselho (!). A conselheira então mostrou à assistente o documento por ela escrito de próprio punho solicitando o parecer do Conselho. A assistente, nervosa, pegou o documento, rasgou-o em pedacinhos e disse: "Isto não vale nada". Ao saber que a conselheira havia mostrado o documento ao pároco, a assistente respondeu: "Você não deveria ter feito isso. Eu tinha dado esse documento só para você. Não tinha que mostrar para mais ninguém". Com insistência, a assistente recebeu e protocolou o documento do Conselho e permitiu que os conselheiros visitassem a menina e a mãe. Mas esteve sempre próxima para inibir alguma pergunta que fizesse mudar o rumo das coisas.

O rapto da menina e o aborto dos gêmeos

Chocados com o que estava acontecendo no IMIP, os conselheiros fizeram contato com o bispo de Pesqueira Dom Francisco Biasin, a cuja diocese pertence a cidade de Alagoinha, e por meio dele, com o Arcebispo de Olinda e Recife Dom José Cardoso Sobrinho. Na manhã do dia 3 de março, terça-feira, Dom José telefonou para Dr. Antonio Figueira, diretor do IMIP, explicou o modo como os pais da menina, contrários ao aborto, estavam sendo tratados, e perguntou sobre o verdadeiro estado de saúde da menina. Dr. Antonio Figueira dirigiu-se à residência do arcebispo, no Palácio dos Manguinhos, onde se reuniu com uma equipe de médicos, psicólogos e juristas convocados por Dom José para estudar o caso. Constatando os abusos cometidos pela assistente contra os conselheiros e, sobretudo contra o pai da menina, Dr. Figueira telefonou para o IMIP determinando a suspensão do aborto. Declarou na presença de todos que a menina não corria risco iminente de vida e que, se os pais o desejassem, a gestação poderia ser levada a termo com os cuidados do hospital. Isso ocorreu por volta das 8 horas.

No início da tarde do mesmo dia, Sr. Erivaldo voltou para Recife a fim de encontrar-se com o serviço de assessoria jurídica da Arquidiocese. Assinou um documento solicitando a não realização do aborto e a alta da filha. Assinou também uma procuração a um advogado. Desta vez os abortistas entraram em pânico. Pois, de acordo com o Código Civil, Sr. Erivaldo, mesmo não coabitando mais com a mãe da menina, continuava a exercer o pátrio poder (agora chamado "poder familiar"), que incluía o direito de representar a filha nos atos da vida civil (cf. art. 1632 e art. 1634, V, CC). Assim o IMIP seria obrigado a dar alta à menina sem praticar o aborto. A solução encontrada foi raptar a menina e a mãe.

Quando Sr. Erivaldo e seu advogado chegaram ao IMIP, foram informados de que a menina e a mãe já não estavam mais no hospital. A mãe teria pedido alta para a filha e, como ela não corresse risco iminente de vida, o IMIP não havia podido recusar o pedido. Mas ninguém sabia (ou queria) dizer onde estavam as duas. Na verdade, membros do grupo Curumim, uma ONG pró-aborto[7], haviam estado lá, conversado com a mãe da menina e convencido a pedir alta para a filha. Mãe e filha haviam saído junto com Dra. Vilma Guimarães, ginecologista e coordenadora do Centro de Atenção à Mulher do IMIP. Para onde? Para o CISAM (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), um hospital onde, pelo menos desde 1996 se abortam criancinhas concebidas em um estupro. Sobre a pressa com que tudo foi feito, assim relata outro grupo pró-aborto: "Uma vez deslocado o atendimento, do IMIP para o CISAM, o aborto foi realizado depois de uma ação ágil e coordenada de grupos feministas e outros atores chaves que apóiam os direitos reprodutivos de mulheres em todas as fases de sua vida"[8].O aborto foi feito no dia 4, quarta-feira. Somente ao meio-dia, quando o crime já se havia consumado, a notícia foi publicada.

Os dois bebês tinham cerca de 20 semanas quando foram expulsos do seio materno. O coração batia, o cérebro emitia ondas, todos os órgãos já estavam formados. Provavelmente eles respiraram e choraram antes de morrer. Mas até hoje ninguém informou em qual lata de lixo eles foram colocados. A mãe e a menina, após o aborto, foram transferidas para um "abrigo" desconhecido e inacessível. Até o fechamento desta edição, nem o pai Sr. Erivaldo, nem o Conselho Tutelar, nem o delegado de polícia de Alagoinha tinham conseguido ter acesso àquele lugar.

Conseqüências jurídicas

O aborto é sempre crime, mesmo que a gravidez resulte de estupro. Se o crime já foi consumado, o médico que o praticou pode ficar isento de pena se tiver havido consentimento da gestante ou, quando incapaz (como é este caso), de seu representante legal (cf. art. 128, II, CP). Se, porém, o consentimento foi obtido mediante fraude (como parece ter ocorrido com a mãe) ou se faltou o consentimento (como ocorreu com o pai Sr. Erivaldo), a isenção de pena não se aplica. A conduta dos médicos se enquadra, portanto no artigo 125 (aborto sem consentimento da gestante) ou no artigo 126, parágrafo único do Código Penal (aborto com consentimento obtido mediante fraude), cuja pena é reclusão de três a dez anos. Faz-se necessária a instauração de um inquérito policial.

A estratégia abortista é manter ocultas a mãe e a criança e extrair do caso a maior aprovação possível, por meio da mentira e do engano. Prepara-se assim o caminho para a liberação do aborto no país.



Roma, 13 de abril de 2009.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz.


[1] Índia de 9 anos dá à luz uma menina em Manaus. 07/07/2006 - 09h50. Disponível em:

[2] Menina estuprada de 9 anos é mãe mais jovem do Peru. 02/12/2006 - 19h13. Disponível em: .

[3] A incrível história de Lina Medina. 11/09/2002. Correio Braziliense. Disponível em: .

[4] Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC. Disponível em: .

[5] Criança aguarda exames para realização de aborto. 27.02.2009, às 23h58, Disponível em: .

[6] Autorizado aborto em menina estuprada pelo padrasto. 28.02.2009, às 12h01. Disponível em: .

[7] O grupo Curumim recebe apoio financeiro da International Women's Health Coalition – IWHC, uma das maiores promotoras internacionais do aborto clandestino. Cf. .

[8] Aborto: Caso de Pernambuco é questão de Direitos Humanos. Comissão de Cidadania e Reprodução. Disponível em: .

sábado, 21 de março de 2009

A PROPÓSITO DE UMA EXCOMUNHÃO

Os que defendem a cultura da vida estão hoje expostos às pedradas dos açodados ativistas da cultura da morte

Ives Gandra da Silva Martins Filho *

Desde que se tornou conhecida, pela divulgação na mídia, a declaração do arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, de que incorreram na pena de excomunhão os que executaram e consentiram no aborto dos gêmeos que esperava a menina de 9 anos de Alagoinha (PE), estuprada pelo padrasto, têm faltado pedras para atirar no referido prelado e na Igreja Católica. Chocou o Brasil a notícia da gestação da menina pernambucana. Mas, em relação ao aborto praticado, o que mais choca é a distorção de fatos, de modo a se justificar a morte dos gêmeos, aproveitando-se também o episódio para se condenar a Igreja Católica por sua intransigência.

Interessante notar que os mesmos que defendem ferrenhamente a separação da Igreja e do Estado, em nome do laicismo, não admitindo que a Igreja se manifeste em defesa da vida por ocasião da discussão judicial sobre o aborto, são aqueles que, no presente episódio, vêm prescrever o que a Igreja deve dizer ou pensar sobre seus dogmas e doutrina, lembrando muito a incoerência voltariana do Tratado da Tolerância: devemos tolerar todos, menos "a infame" (a Igreja Católica).

Eis os fatos, segundo os testemunhos do Conselho Tutelar de Alagoinha e do pároco da cidade: em que pese o parecer unânime do referido conselho, contrário ao aborto, e da vontade inicialmente manifestada pelo pai e pela mãe da menina pela preservação da vida dos netos, a pressão de uma assistente social, com a transferência da menina para outro hospital, o aborto foi realizado, com a maior rapidez, para evitar discussões, sempre sob o argumento, altamente discutível, de que a gestação levaria fatalmente à morte da mãe e das crianças. E qual foi a declaração do tão criticado arcebispo? Que o crime do aborto é mais grave do que o crime do estupro, estando os que o praticaram, e consentiram na sua realização, excomungados "ipso facto".

Eis o direito aplicável à hipótese: a) Código Penal Brasileiro — ainda que seja crime, o aborto não se pune quando a gestação resulta de estupro (art. 128, II); b) Código de Direito Canônico da Igreja Católica — a excomunhão "latae sententiae" é aquela na qual incorre o fiel católico pelo simples fato de praticar o aborto, independentemente de processo e sentença expressa, em face da extrema gravidade do delito (cc. 1314, 1318 e 1398); para o fiel católico, a excomunhão significa ficar privado de receber os sacramentos (c. 1331, § 2º); pode ser levantada se estiver arrependido e houver se confessado (cc. 1355, § 2º, 1357, § 1º, e 1358, § 1º).

Ou seja, o que dom José Cardoso Sobrinho fez foi apenas esclarecer que, pelo ato que praticaram, os que provocaram o aborto da menina de Alagoinha deixaram de participar da comunhão da Igreja Católica. Podem voltar a ela? Claro, desde que arrependidos do gravíssimo pecado que cometeram e devidamente perdoados pelo sacramento da confissão.

É questão de coerência. Ninguém é obrigado a pertencer à Igreja. Mas se o faz, deve estar de acordo com sua doutrina, defendida em sua integralidade pela Igreja Católica por mais de dois milênios. Diante de tantas contemporizações, sempre se buscando atenuar as exigências do Evangelho, não é demais lembrar, como dizia um santo de nosso tempo, que não é a doutrina de Cristo que deve se adaptar às épocas históricas, mas os tempos é que se devem abrir à luz do Evangelho.

Diante de tão triste episódio, só podemos nos solidarizar com a dor imensa da menina estuprada e obrigada a abortar, lamentar o sacrifício de duas vidas humanas, e nos colocar ao lado de dom José Cardoso Sobrinho, para, junto com ele, receber as pedras que ainda continuarão a ser atiradas nele e na Igreja Católica pela intransigente defesa da vida humana.


* Artigo publicado no Correio Brasiliense em 12/03/2009.

* * É Ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

sábado, 14 de março de 2009

Médica Ginecologista Obstetra dá seu parecer sobre abort ocorrido em Recife:

Meus amigos,

- Todo o fato é terrível -- não é isso que se está discutindo -- porém acho importante fazermos algumas reflexões pois o aborto não era a única nem a melhor solução:

a) Devem ter usado Cytotec (?) -- que tem protocolo muito claro para tratamento de úlceras gástricas -- não há experiência suficiente de seu uso em meninas de 9 anos grávidas (mesmo que tenham usado outra droga -- sempre se está atirando meio no escuro pois é de se convir que é raro uma gravidez gemelar aos 9 anos) -- portanto houve risco na indução do aborto;

b) A menina não corria risco de vida agora -- não havia esta pressa nem indicação de intervenção no momento para salvar a sua vida;

c) De onde vem a estatística que ela corria o risco de 90% de morte ou de qualquer outra %? Estatística deve ser registrada em trabalho médico de pesquisa e com amostragem significativa para ter valor;

d) Haveria possibilidade que tivesse parto prematuro ou até aborto (espontâneo) -- mas, quando espontâneo, o processo é mais simples e de menor risco;

e) Se levasse a gravidez pelo menos até 22 semanas, teríamos 15 a 20% de chance de sobrevivência para os gêmeos (mesmo que fosse 10% de chance -- estaríamos tentando salvar as crianças sem aumento de risco para a mãezinha);

f) psicologicamente, esta menina foi usada como um trapo pelo homem, destruída como pessoa, percebendo-se marcada inconscientemente como algo sem valor -- e por 3 longos anos. Ao experimentar a destruição dos filhos como lixo, o inconsciente registra -- "viu, sou lixo e de mim só pode sair lixo". Sabe-se lá como se fará para recuperar todo esse novelo em sua cabecinha. Por outro lado, imagine-se: ela sentindo-se rodeada por atenção, amor, cuidado e experimentado a valorização das crianças que trazia dentro de si -- mesmo que a análise racional não fosse predominante -- poderia estar começando aí o seu resgate como pessoa integral;

g) sei de meninas que deram a luz com 10 anos e continuam muito bem após anos e anos;

h) Não sei de ninguém que morreu por causa da idade precoce com que engravidou, se recebeu acompanhamento adequado. Vou pesquisar mais e comunico a vocês se houver algum trabalho nesse sentido".

Dra. Elizabeth Kipman Cerqueira
Médica ginecologista- Obstétrica; integrante da Comissão de Ética e Coordenadora do Depto. de Bioética do Hospital São Francisco, em Jacareí, São Paulo, Diretora do Centro Interdisciplinar de Bioética da Associação "Casa Fonte da Vida" ; especialista em Logoterapia e Logoteoria aplicada à Educação.

Carta ao O GLOBO, recebido por email

Repasso o belíssimo artigo da Helena, nossa amiga, enviada à redação de "O Globo".
Duvido que a publiquem na íntegra. Continuarão a influenciar a midia e a opinião publica para a liberação do aborto - assassinato de inocentes.
Pena que a nossa medicina não tenha logrado um tento, aguardando mais uns dois ou tres meses e salvando os gemeos. Sua mãe, púbere, e com o corpo pronto para engravidar, gestar e parir (embora com 9 anos) poderia ter a alegria de ver, brincar, e criar seus filhos. Eu mesmo realizei partos de meninas de 10 e 12 anos em meus 50 anos de obstetra e nunca precisei apelar para o aborto com o pretexto de "salvar vidas". Em pleno século XXI, com os avanços da cirurgia e das UTI s infantis isso esta alegação é mentirosa.
Aprovo totalmente as declarações da Helena Barreto de Macedo e repudio os dois crimes cometidos - o estupro e o homicídio- e a vulgaridade dos nossos dirigentes, que tem a desfaçatez e a hpocrisia de se dizerem "católicos". Tenham a coragem de pedir demissão deste título. Os fiéis católicos de verdade agradecem não ter que conviver com eles na mesma instituição.
Abraços
Vinicius Nelson - médico obstetra - CRM - RJ - 6452


À REDAÇÃO DO JORNAL "O GLOBO" - CADERNO "OPINIÃO"
A/C DOS ILUSTRES JORNALISTAS ZUENIR VENTURA E PAULO GUEDES

Helena de Farias Barreto de Macedo, esposa do leitor e assinante do jornal "O GLOBO" José Afonso Barreto de Macedo, há mais de quarenta anos, solicito o obséquio de encaminharem cópia desta carta aos Jornalistas Zuenir Ventura, e Paulo Guedes.
Desde já agradeço e coloco-me à disposição da Redação e dos Jornalistas, para eventuais esclarecimentos.
Ilustres Jornalistas.
Leio sempre os artigos desta coluna "Opinião" e admiro o conteúdo político que ela sempre contém, principalmente quando denuncia injustiças e corrupção no governo. A Democracia nos beneficia com esta prerrogativa de falarmos o que queremos e o que achamos. Só lamento que a Igreja não possa usar desta prerrogativa, mesmo quando fala apenas para os "CATÓLICOS". Se um budista, protestante, judeu ou espírita lê os seus escritos e seus pronunciamentos, não deveria se incomodar com eles. Se a Igreja condena o uso da camisinha, por exemplo, os que detestam a Igreja como Instituição, deixem ao menos, que ela fale para os seus fiéis! Mas não. Ela "incomoda", porque no fundo sabemos que ela quase sempre tem razão. Camisinhas furam e então se engravida, contrai-se HIV etc. O correto não seria praticar o sexo responsável, com seu parceiro/a numa união estável?
No Coliseu os cristãos eram devorados pelos leões para divertirem os romanos. Devem saber que hoje ainda morrem no mundo centenas de cristãos quando defendem os excluídos. (Irm. Dorothy lembram-se?) .
O Movimento Pró-Vida vai para as portas das clínicas oferecer ajuda material e psicológica às mães e tentar salvar seus bebês. Seus participantes são ameaçados de morte pelos seguranças, às vezes apanham, mas eles já salvaram centenas de vidas! São moças e rapazes que se prontificam e se empenham nessa luta. Um testemunho maravilhoso que à mídia não interessa mostrar.
Li nesta semana, vários artigos dos senhores e me entristeci ao ver como os Jornalistas (parte do povo também), andam insensíveis, na contramão da VIDA. Lutam pelo aborto, torcem por ele o tempo todo. Determinam quem deve ser eliminado e ponto final.
O governo e o Ministro da Saúde dizem que é problema de saúde pública. Matar crianças no ventre materno mudou de nome. Outros dizem que é problema de consciência de cada um. O mundo está cheio de consciências mal formadas, e aí? A Igreja não tem o direito nem de protestar?
Alguns se dizem favoráveis ao aborto apenas no caso de estupro; outros quando há má formação cerebral (anencéfalos que têm cérebro sim, porque comem, se mexem, riem, urinam etc.); outros quando há risco para a mãe (hoje quase zero diante dos recursos da medicina); outros que cada mulher possa livremente optar por fazer ou não fazer o aborto (são as deusas que decidem sobre a criação). Desculpas! Todos querem mesmo o aborto "geral". As feministas se dizem "donas dos seus corpos" (e são. Mas não são donas dos corpos dos seus filhos). O governo que não tem condições de atender os velhos e doentes, quer criar a fila do ABORTO no INSS. Legal!
O nosso Presidente, com a 1ª dama, jogava camisinhas da arquibancada do Sambódromo para os jovens transarem à vontade, com qualquer um que "pintasse" no bloco. Se a camisinha furasse e a moça engravidasse, o governo faria um aborto "legal". Que vergonha essa imagem levada mundo afora! Onde deveria haver programas de incentivo aos jovens pela maternidade e paternidade responsáveis, planejamento familiar para os casados, há o incentivo à "sacanagem" (desculpem-me o termo, é a indignação). Foram gastos (ditos na mídia), 40 MILHÕES em camisinhas e lubrificantes para os gays no carnaval. Enquanto isso, Santa Catarina espera ajuda para os desabrigados, escolas sem poderem funcionar etc., mas a Igreja não deve falar Nada, nem para os seus fiéis!
Mesmo as outras religiões cristãs que não aprovam o aborto não disseram nada. Deixaram os católicos apanharem sozinhos. Covardia pura.
A minha maior decepção é com os que se dizem "católicos" (mas na realidade não são), como o médico que realizou o aborto da menina de Alagoinha e o nosso Presidente da República. Nesse crime hediondo de um padrasto covarde, os únicos condenados foram os dois bebês (4 meses de gestação, se mexendo no útero da mãe, retirados, me parece que não por uma cesariana (porque a menina teve alta na manhã seguinte) e sim aos pedaços, cortados com uma tesoura parecida com aquela que corta frangos). Que horror! Deveria passar na TV esse filme de terror para as pessoas "acordarem". Só o bispo se indignou e comunicou à Imprensa a pena AUTOMÁTICA que o Código Canônico (da Igreja Católica) prevê para este pecado que clama aos céus, por ser o pior deles: uma mãe que sacrifica o seu filho inocente, SEM POSSIBILIDADE DE DEFESA, SEM PODER AO MENOS GRITAR POR SOCORRO. Balela! Isso é fanatismo das velhas da Igreja! Drama para comover o povo! São apenas embriões... (esperem mais uns meses e verão esses embriões se tornarem lindas criaturas de Deus chegando ao mundo!)
Nenhum de nós se fosse fruto de um estupro gostaria de ter sido abortado.
E as leis duras para os bandidos? Quem dera... Cada vez mais abrandam, criam indultos, regimes semi-abertos, porque não querem construir presídios. Com esses 40 milhões construiriam vários presídios.
Não foi o Bispo que excomungou as pessoas envolvidas. Essa excomunhão é automática para quem participa direta ou indiretamente de um aborto. Na minha visão, muitos políticos e governantes já estão excomungados (em pecado grave), há muito tempo. Só falta o Presidente assinar a lei que permitirá o aborto no Brasil para também fazer parte da "lista". Se realmente for católico, não se sentirá "confortável" sabendo que nem a unção dos enfermos (antigamente chamada de extrema-unção) poderá receber se não se arrepender e confessar seu pecado ao bispo (padre não tem poder de perdoar pecado de aborto). Quanto fanatismo da Igreja! Como ela está na idade da pedra! Será que os que querem a morte são os moderninhos?
O bispo que já é velho falou muito bem: "Um Holocausto silencioso"! Hitler matou 6 milhões de judeus e acabou a matança. No mundo matam-se 60 MILHÕES de crianças no ventre das mães POR ANO e no Brasil 1 MILHÃO POR ANO! Alguém precisa gritar e que seja a igreja, porque Cristo derramou o seu sangue na cruz, por todos (inclusive e principalmente pelos excluídos). Crença dos católicos.
É dramático? Um drama para a menina e a família? Sim. Mas o trauma de um aborto não terá sido pior? (a menina sabia que iriam tirar seus bebês e disse na sua inocência que a irmã ajudaria a cuidar deles). Os médicos dizem que ela não sabia de nada (acho que sabia ou então a imprensa inventou o que ela disse). E o risco? E o risco de uma ruptura uterina numa curetagem? E uma hemorragia? E um problema com o anestésico? NADA? Só uma cesariana daqui a dois meses seria um risco para ela? Ela estava bem, sem risco IMEDIATO de morte. Balela! Queriam o aborto.
Ouvi o médico e a enfermeira e refleti no que disseram: "Jesus quer a misericórdia". A mesma que eles tiveram pelos bebês? "Não é essa Igreja que o povo quer". Quer uma que aprove o aborto? Espere sentado. O chavão: "E se fosse sua filha?" Que cada um seja fiel ao que crê e aja com coerência na sua vida. Não se trata de faça o que eu digo e não o que eu faço.
A opção pela morte desses bebês foi a solução encontrada para o caso.
Enquanto isso, na República do Peru, outra menina de também 9 anos de idade, deu à luz a um bebê de 2,5kg no dia 07.03.2009 (sábado passado), com toda a assistência do governo e da Igreja (a única que ajuda nesta hora) e passa bem, obrigada. Viva os peruanos! Viva a cultura da morte brasileira!
Garanto que se fossem duas baleias encalhadas numa praia, centenas de pessoas estariam em volta tentando salvá-las. Esta semana vi na internet que salvaram uma vaca que caiu num poço, mas salvar dois seres humanos, criados à semelhança de Deus? Nem pensar... Isto é coisa de católicos alienados e de uma Igreja retrógada.
É como o Jornalista Paulo Guedes disse nesta semana em seu artigo: "cada macaco no seu galho!" A Igreja não impede e nem pode impedir as ações do governo, mas pode e tem o dever de defender a vida desde a sua concepção até a morte natural. Como já disse acima, Cristo derramou o Seu sangue na cruz até a última gota por todos, inclusive e principalmente pelos abortados, os excluídos da modernidade (crença católica).
Estamos à espera da Páscoa. Que o Cristo ressuscitado nos traga a paz que todos queremos. Sem mortes inocentes.
Feliz Páscoa!(para os católicos, claro!)

Helena F.B.macedo

*A MENINA GRÁVIDA DE 9 ANOS E VOCÊ*

Autora: Celia Paravato

Cuidado com o que a mídia divulga. Muita coisa tem por objetivo confundir as
pessoas para que se posicionem a favor de idéias ruins que não representam
progressos para a humanidade.

O último escândalo é com relação ao aborto de uma menina de 9 anos que foi
estuprada. Estão usando o caso desta menina para colocar as pessoas contra
aqueles que são contra o aborto. Cá estamos nós, os católicos, novamente
levando pedradas de todos os lados por conta do caso dessa menina. Será que
merecemos mesmo?

Como engenheira eu gosto muito de uma continha simples: 2 + 2 = 4. Sempre
que me mostram alguma coisa que se assemelha a isso, eu aplaudo. Mas eu
desconfio muito de coisas como "pague 2 e leve 4". Será? A dúvida sempre me
leva a bisbilhotar um pouco essa maravilhosa matemática que parece me
oferecer grandes vantagens. E não poucas vezes eu vi que atrás da
maravilhosa oferta estava uma grande armadilha para aqueles que não querem
se dar ao trabalho de fazer contas ou se aprofundar um pouco mais em busca
da verdade.

Bem, depois ouvir várias pessoas absolutamente transtornadas com essa
história, eu resolvi dar as minhas bisbilhotadas e venho aqui contar o
resultado deste meu trabalho para você. Se você é daqueles que não se
incomoda de cair no conto do "pague 2 e leve 4", pode deletar este e-mail e
passar para o seguinte. Mas se você não é, por favor, acompanhe-me.

Segundo os dados da Wikipédia (de 2000), a cidade da menina – Alagoinhas –
tem pouco mais de 13 000 pessoas. As condições de vida lá são "tão boas",
que a maioria dos habitantes parte para o além antes de completar 50 anos.
Enquanto o Brasil ostentava envergonhado um índice de analfabetismo de
13,63%, aquela cidade, incrustada em um Pernambuco com 24% de analfabetos,
carregava o ônus de ter 35% de seus habitantes....analfabetos. Dentre eles,
os pais da menina e, quiçá, ela mesma.

Olhando pelo lado materialista de uma nação com quase 190 milhões de
habitantes, que nos últimos 7 anos ganhou uma Bahia inteira em habitantes
(dados do IBGE), o que a vida de uma menina de 9 anos, de Alagoinhas,
significa? *N-A-D-A*. Ela nem vota ainda! Portanto só serve para lembrar às
autoridades locais coisas básicas como a obrigação de ter que lhe oferecer
escola, hospital, comida, saneamento, segurança... essas coisas todas que
qualquer um que visite o nordeste está cansado de ver que não chegam, ou
chegam muito precariamente, até uma cidade tão pequena. Lá, todo dia, deve
morrer um bando de outras menininhas, de fome, de doenças que a gente já
sabe curar e tratar muito bem, sem que nenhuma autoridade de lá, ou de
fora, quanto mais de Brasília, dê a mínima bola.

Bem, então que motivação fez com que tantos "anjos da guarda" partissem em
revoada da capital do Estado e até da Capital do País para defender e (dizem
eles) *arrancar das garras da morte* *certa* tão pobre e desvalida vítima de
nossa história com tão aguerrido empenho, embrenhando-se naqueles confins do
mundo? Terá sido um bom coração? Terá sido caridade? Terá sido humanidade?
Terá sido cidadania? Terá sido o juramento de Hipócrates?

Quem dera! Mas na verdade havia outra motivação. Uma lucrativa indústria de
morte deseja instalar-se no nosso país e essa indústria, multinacional,
riquíssima, pinçou o caso da garotinha para lançá-lo à mídia e assim causar
grande comoção popular que lhe seja favorável a entrar com tudo em nossas
terras, subvencionada pelo governo. *A indústria do aborto*.

Se você ainda não sabe, fique sabendo que o PT tem o compromisso
formal, *colocado por escrito* no atual programa de governo, de aprovar o aborto em nossas
terras. Para que isso ocorra, ele tem que derrubar as barreiras que vem
encontrando. Ele tem que calar as vozes que protestam. Foi este compromisso
que levou os "anjos da guarda" abortistas a Alagoinhas.

A estratégia da ação empreendida é clara: para calar quem é contra o aborto,
vamos criar um clamor mais alto que abafe as vozes dos nossos adversários.
Foi o que foi feito. A garota, o Bispo, são apenas peças usadas em uma
grande jogada de marketing que está prosperando, porque a grande maioria das
pessoas está presa no terreno das emoções, da pena da garotinha, e está
desatenta às coisas que estão acontecendo em paralelo.

É preciso que você saiba que entre os que são contra o aborto – em todo o
mundo ─ existem excelentes advogados, excelentes médicos e cientistas de
primeira linha, que provam, *pela ciência e pela lei,* que todo ser humano
tem direito à vida desde o momento em que é gerado na barriga de sua mãe até
o momento de sua morte natural.

Os advogados mostram que as leis que o nosso país tem que obedecer - *tratados
internacionais e a nossa Constituição* - asseguram direitos à criança já
barriga de sua mãe, como, por exemplo, *o direito à herança*. Se uma mulher
grávida fica viúva, parte dos bens que estavam em nome de seu marido são,
por lei, da criança que ela leva na barriga. Portanto, aquele cidadão
brasileiro não nascido é um HERDEIRO. Logicamente que um HERDEIRO não deve
ser assassinado por ninguém, independentemente de onde esteja (dentro ou
fora da barriga de sua mãe), como QUALQUER cidadão brasileiro. Isso é lei,
não é religião.

Os cientistas também mostram que os fetos sentem dor, guardam lembranças,
riem e sonham na barriga de suas mães. A lógica mais elementar nos diz,
claramente, que nunca fomos ou seremos um ser *não* humano. Somos, desde que
os gametas de papai e mamãe se juntaram, um ser humano. De início, bem
pequeno, mas já com todo o nosso código genético prontinho a desabrochar
para o mundo. Primeiro, um ser humano em gestação, depois, um ser humano em
desenvolvimento e, afinal, um ser humano em decadência, conforme o nosso
ciclo vital, mas sempre um SER HUMANO. Isso é ciência, não é religião.

Logicamente, os seres humanos não nascidos não podem ser cortados,
triturados, esmagados, cruelmente assassinados como se fossem um tumor. *Pois
não são uma parte má do corpo de suas mães, são uma outra pessoa que ali se
instalou apenas por 9 meses. Uma pessoa que tem vários direitos, dentre os
quais, o mais elementar é o direito à vida*. Portanto, como pessoas, devem
ser tratados com dignidade. E TODAS AS TÉCNICAS ABORTIVAS SÃO MONSTRUOSAS E
INDIGNAS, bem mais monstruosas até do que um estupro. Porque de um estupro
saímos vivos, mas de um aborto, não. Depois de um estupro coisas boas ainda
podem suceder na vida da vítima. Depois de um aborto, a vítima talvez vá
para o lixo, talvez seja queimada, ou talvez seja *vendida*, aos pedaços, a
preços altíssimos para a indústria que vive do aborto.

Você duvida que vendam partes de fetos abortados para alguém? Então dê uma
olhada na página
http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=ESTEVAO&id=deb0035 ou leia o
livro "Cobaias Humanas – a história secreta do sofrimento provocado em nome
da ciência" (Andrew Goliszek). Do original "in the name of Science" –
Editora Ediouro Publicações S/A. Segundo uma lista publicada nesse livro, em
1999 os preços de várias partes variavam de 35 dólares (a medula espinhal) a
quase 1000 dólares (um cérebro de menos de 8 semanas).

Porém, a voz mais forte contra o aborto, no mundo todo, não é a de
excelentes advogados nem a de médicos e cientistas maravilhosos. A voz mais
forte contra o aborto é a da *Igreja Católica*. Portanto, os que estão a
favor do aborto fazem de tudo e até *inventam mentiras* para colocar o povo
contra a Igreja Católica. Pois colocando a massa contra os católicos fica
mais fácil aprovar o aborto no Brasil.

É aí que entra a pobre menina de Alagoinhas: a vítima perfeita para um
grande golpe midiático construído a partir de uma grande mentira: a
afirmação de que a menina de 9 anos, estuprada e grávida de gêmeos, *NÃO
TINHA OUTRA ESCOLHA *senão fazer o aborto. Pretendem, com isso, fazer com
que as pessoas acreditem que o aborto que ela fez foi muito certo e a que
Igreja Católica é atrasada e está contra a menina. *ISSO É MENTIRA!*

Se você costuma usar a Internet, faça a seguinte experiência: Coloque no
buscador Google a seguinte frase: "MENINA DEU À LUZ". Você verá, com
surpresa, que existem *4.950.000 resultados para essa pesquisa*. *Isso
apenas em português*. São notícias de casos parecidos de outras crianças que
também engravidaram e, assistidas por médicos de verdade (e não aborteiros),
tiveram seus filhos apesar de muito novas e despreparadas para isso.

Se você mudar a pesquisa para "MENIDA DE NOVE ANOS DEU À LUZ" verá que
aparecem *565.000 resultados. *Isso mostra que é mentira a tese de que a
menina certamente iria morrer se levasse adiante a sua gravidez.

O que é certo, mesmo, é que ela ia precisar de ajuda, apoio médico, um
acompanhamento especial. Assistência. O resto, é pura especulação.

A Igreja católica não é a favor do estupro, nem a favor do sofrimento de
ninguém, mas tem a obrigação de defender a verdade. E a verdade é que uma
pessoa que faz um aborto, LEGALMENTE viola a CONSTITUIÇÃO do Brasil e o
tratado internacional chamado PACTO DE SÃO JOSÉ, que garantem a todo cidadão
brasileiro o direito de viver e de ser BEM tratado PELO ESTADO quando ficar
doente. E, CIENTÍFICAMENTE, assassina um ser humano em gestação.

*Além* disso, a fé cristã vê neste ato a violação ao quinto mandamento da
lei de Deus: Não Matar. Os cristãos acreditam que quem mata alguém, dentro
ou fora da barriga de sua mãe, comete, *além de um crime*, um pecado mortal
e isso quer dizer que VAI PARA O INFERNO, se morrer nessa condição. Essa é a
fé cristã. Essa é a lei que Deus deu a Moisés. A Igreja, com base na lei de
Deus, deixou claro que esse pecado também acontece quando a pessoa ainda
mora na barriga de sua mãe e por isso o CÓDIGO CANÔNICO estabelece que uma
pessoa que CONSCIENTEMENTE faz o aborto, ou ajuda, incentiva, paga, etc...
está *automaticamente* EXCOMUNGADA.

Há casos e casos, há exceções, há atenuantes que não comporta discutir aqui,
mas o fato é que quando o Bispo pernambucano falou que as pessoas que
levaram a menina ao aborto estavam excomungadas, ele não estava excomungando
ninguém. Ele estava lembrando uma *verdade de fé* que JÁ HAVIA ACONTECIDO no
momento em que as pessoas mataram as duas criancinhas não nascidas dentro
daquela outra criancinha estuprada.

Ele podia ter ficado calado e estava todo mundo que concorreu, pressionou,
financiou e fez o aborto excomungado do mesmo modo. Como estão todos os
aborteiros que estão por aí, todos os maridos e amantes que já obrigaram as
suas caras-metades a se desfazerem das suas barrigas indesejadas, e todas as
mulheres que já jogaram seus filhos nas lixeiras hospitalares ou não pelos
mais variados motivos *fúteis*.

*Isso é religião. Isso é fé cristã.* Por que a celeuma por causa da
excomunhão? Qual o problema de nós, católicos, professarmos publicamente
nossas crenças? Qual o problema de o Bispo declarar que A, B e C não mais
pertencem à comunhão cristã? Acredita quem quiser e quem não quiser segue
seu rumo.

É preciso ver que a religião, aqui, é apenas a cortina de fumaça bem usada
para distorcer a verdade e nos enganar a todos. Católicos e não católicos.

Com toda essa onda, o que o governo Lula pretende é colocar a opinião
pública a favor da aprovação de um projeto de lei que dá direto a qualquer
mãe de fazer aborto *sem* justificativa, em* qualquer* estágio da gravidez,
pelo SUS.

Em 07 de maio de 2008, o Projeto de Lei que tem o número 1135/91, foi
derrotado por 33 votos contra zero, na Comissão de Seguridade Social e
Família (CSSF) da Câmara dos Deputados. Como se isso não bastasse, em 09 de
julho de 2008 o mesmo projeto foi derrotado por 57 votos contra 4 na
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC), apesar de todo o
esforço do deputado José Genoíno (PT-SP) de impedir a votação. O Projeto de
Lei, porém, não foi ainda arquivado, pois em 13/08/2008 Genoíno apresentou
ao presidente da Câmara o Recurso 0201/08, solicitando que o projeto
abortista fosse apreciado pelo plenário da Câmara.

62 deputados assinaram o recurso do Deputado Genoíno. A grande maioria,
desses deputados (49,20 %), é do PT. Pelo Estado do Rio de Janeiro
assinaram: Jorge Bittar - PT; Carlos Santana – PT; Edmilson Valentim –
PcdoB; Chico Alencar – PSOL e Brizola Neto – PDT.

**

*É AÍ QUE MORA O PERIGO, nesse julgamento, que está prestes a ocorrer. Se o
Brasil não se levanta e clama CONTRA uma monstruosidade dessas, ela vai
passar. Porque há muito dinheiro envolvido no assunto*.

INTERESSA À INDÚSTRIA ABORTISTA QUE A IGREJA ESTEJA DIVIDIA E A OPINIÃO
PÚBLICA TRANSTORNADA, PARA QUE SE PENSE QUE A DESCRIMINAÇÃO DO ABORTO NO
BRASIL É UM BEM PARA TODOS OS BRASILEIROS.

MAS A VERDADE, PELA QUAL A IGREJA, ADVOGADOS MÉDICOS E TODOS OS QUE TÊM AMOR
À VIDA BRADAM É QUE TODO CIDADÃO BRASILEIRO TEM DIREITO À VIDA.

É DEVER DO ESTADO cuidar para que não haja violência nas ruas ou violência
doméstica e para que as pessoas tenham UMA BOA assistência médica,
financeira e psicológica sempre que sejam vítimas de atos violentos.

Defender o aborto é querer fugir dessa obrigação, pelo extermínio, puro e
simples, de mais um brasileiro que possa exigir isso.

O aborto não é solução de nada. O aborto é crime. O aborto é violência. O
aborto é morte. Todo ser humano tem direto à vida. É o mais básico de todos
os direitos. Temos que exigir isso, assim como temos que exigir uma
assistência médica de boa qualidade, escola, emprego, etc.... É o que a
nossa lei nos garante. Essa é a verdade.

O governo brasileiro TEM QUE ENTENDER QUE NÓS TEMOS DIREITO DE VIVER BEM.
Todos nós. Nascidos e não nascidos, válidos, inválidos, jovens e velhos.
Quanto mais não seja, *porque nós pagamos os impostos mais altos do mundo. O
mínimo que o governo tem que nos dar, em retribuição, é o direito à vida*.

*DIA 25 DE MARÇO, ÀS 11 HORAS, NA IGREJA DA CANDELÁRIA, NO RIO DE JANEIRO *

*E DIA 28 DE MARÇO, ÀS 10 HORAS, NA PRAÇA DA SÉ, EM SÃO PAULO,*

*VAMOS LEMBRÁ-LO DISSO.*

É um DEVER cívico de todo Brasileiro.

* - Celia Paravato (54) é Engenheira Eletrônica formada pela UFRJ,
pós-graduada em finanças pelo IBMEC, servidora aposentada do Banco Central
do Brasil, mãe de 3 filhos

sexta-feira, 13 de março de 2009

Declaração da Cúria Metropolitana da Arquidiocese de Olinda e Recife

Considerando a ampla divulgação do caso recente, ocorrido nesta cidade de Recife, de uma menina de apenas 9 anos de idade que foi submetida a um aborto, esta Cúria Metropolitana declara:

  1. Todos os esforços desta Arquidiocese foram no sentido de salvar a vida das TRÊS crianças.
  2. Nossa Santa Igreja Católica sempre condenou todas as violações graves da lei de Deus (p. ex. injustiças, homicídios, pedofilia, estupro, etc.) mas colocou em evidência quais são as violações mais graves, sobretudo o aborto que é a supressão de uma vida de um ser humano inocente e indefeso. Para cumprir mais eficazmente sua missão de convencer os fiéis a observarem esta lei de Deus, a Igreja estabeleceu a penalidade medicinal da excomunhão latae sententiae, isto é, que se incorre automaticamente pelo simples fato de cometer o delito.
  3. Não foi, portanto, o Arcebispo Dom José Cardoso que excomungou alguém. Depois do fato consumado, o Arcebispo simplesmente mencionou a lei vigente que se encontra no Cân. 1398 do Código de Direito Canônico: "Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae".
  4. Esta excomunhão, aplicada, automaticamente, aos adultos, - portanto, não à menina de 9 anos - tem como finalidade a conversão de quem praticou o aborto, pois é missão da Igreja levar todos à salvação, já realizada por Nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, não é uma exclusão definitiva da nossa Santa Igreja Católica, desde que os envolvidos se arrependam de seus atos.
  5. Esta disciplina foi estabelecida pela nossa Santa Igreja em todos os tempos. Recordamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica no nº 2271 (promulgado oficialmente pelo Papa João Paulo II): "Desde o século I, a Igreja afirmou a maldade moral de todo aborto provocado. Este ensinamento não mudou. Continua invariável. O aborto direto, quer dizer querido como um fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral".
    O Papa cita em seguida as palavras do documento DIDACHÉ do I século: "Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido".
    Em seguida, o Catecismo da Igreja Católica cita as seguintes palavras do Concílio Vaticano II: "Deus, Senhor da vida, confiou aos homens o nobre encargo de preservar a vida, para ser exercido de maneira condigna ao homem. Por isso a vida deve ser protegida com o máximo cuidado desde a concepção. O aborto e o infanticídio são crimes nefandos". E acrescenta: "O inalienável direito à vida de todo indivíduo humano inocente é um elemento constitutivo da sociedade civil e de sua legislação".
    Recordemos enfim as palavras dirigidas pelo Papa Bento XVI no passado dia 9 de fevereiro ao novo Embaixador do Brasil junto à Santa Sé: "Desejo reiterar aqui a esperança de que, em conformidade com os princípios que zelam pela dignidade humana, dos quais o Brasil sempre se fez paladino, se continuem a fomentar e divulgar os valores humanos fundamentais, sobretudo quando se trata de reconhecer de maneira explícita a santidade da vida familiar e a salvaguarda do nascituro, desde o momento da sua concepção até o seu termo natural. Pari passu, no que diz respeito às experiências biológicas, a Santa Sé vem promovendo incontinênti a defesa de uma ética que não deturpe e proteja a existência do embrião e o seu direito de nascer".

Recife, 10 de março de 2009
assinaturapadrecicero

Pe. Cícero Ferreira de Paula
Chanceler e Professor de Direito Canônico

A Polemica de Recife: O Anonimato

Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
13 Mar 2009


Todo o Brasil está envolvido numa polêmica impactante e inflamada pela emoção, onde se encontram várias pessoas em torno de uma menina de 9 anos e dos seus filhos (gêmeos) de 15 semanas de vida interrompida violentamente pelo aborto.

Sabemos que para uma pessoa, independentemente das suas circunstâncias, um nome é uma identificação importante para ela e para as outras pessoas que se relacionam com ela. Por razões legais - proteção da identidade de menores de idade - essa mãe-menina foi sempre apresentada de costas pela mídia nacional e internacional, e ninguém que teve conhecimento desse infeliz e duro momento da sua vida pelos meios de informação sabe como ela se chama; pelo menos para a população brasileira envolvida na polêmica de Recife essa menina de 9 anos passará a ser mais uma pessoa do grupo dos anônimos.

Entre as dores causadas por essa polêmica no íntimo queria trazer à consideração uma que talvez tenha sido intensa e irradiante, mas pouco refletida por causa da força emocional dos argumentos e também devido aos tons alarmantes das manchetes e das notícias veiculadas na televisão e na internet. Refiro-me à dor do anonimato, pois não nada mais doloroso para uma pessoa, especialmente que está no princípio da sua caminhada de vida, do quer ser mais um número na estatística da violência - estupro e aborto -, além de ser mais um caso para ser discutido pelos políticos e pelas ONGS favoráveis ao controle da natalidade por meio do aborto.
A menina de Alagoinhas com os seus gêmeos mortos não mereceriam ser vistos jamais dessa forma anônima, pois tal visão por parte da mídia e de todas as pessoas que estão discutindo "o caso" relega essas criaturinhas de Deus ao plano inferior de todo ser humano, possuidor de uma dignidade elevada e intransferível: ser alguém merecedora de respeito, de amor e de valorização pelo que é em si mesma, e não pelo que aconteceu com ela e com seus filhos.

Povo brasileiro, receptivo por natureza, acolhedor de tantos povos que aqui, nesse maravilhoso e imenso continente, encontre novamente esta sua vocação natural, que é a de reconhecer a identidade própria dos seus semelhantes bem como dos estrangeiros que aqui chegam a trabalho ou até para fazer turismo. O brasileiro naturalmente se dirige para pedir uma informação de um modo muito peculiar: "irmão, amigo, meu querido, etc.", pois é o estilo nacional de relacionar-se, que infelizmente está se perdendo e a polêmica de Recife demonstra mais uma vez esta dor do anonimato.

A emoção inflamada sempre bloqueia a razão, e com o passar dos dias ainda se encontra levantada a poeira da discussão do "caso da menina de 9 anos", a pessoa "cruel do Arcebispo de Recife" (como se ele fosse mais uma peça do tabuleiro de xadrez e não tivesse sua identidade, não tivesse coração, sensibilidade e não sofresse com tudo isso), e ninguém, a não ser quem preserva e protege o seu bom senso, quer refletir sobre esta dor profunda de ser tratado como um anônimo e como um tema polêmico.

O POVO, jornal que quer informar e formar os seus leitores, recorreu a mim para escrever um artigo sobre a questão que remexeu no espírito dos brasileiros, especialmente dos católicos, e como muito se falou e se escreveu, limitei-me a aborda-la dessa forma, porque uma coisa é absolutamente certa e valiosa: para DEUS não existe anônimos sobre a face da terra e esta verdade consoladora surge como uma luz poderosa para clarear a polêmica de Recife.

"EU TE CHAMEI PELO TEU NOME; TU ÉS MEU", lemos nas páginas da Sagrada Escritura, e a chamada divina foi dirigida a uma menina de 9 anos e aos seus gêmeos para que essas três pessoas fizessem os políticos, os médicos, os padres e bispos, os intelectuais, os estrategistas de campanhas pró-morte e pró-vida, os comunicadores de massa, etc. pensarem na dor de quem não é mais tratado como gente no nosso país.

FONTE: CNBB

quinta-feira, 12 de março de 2009

O ímpeto cego de uma repórter abortista

O site do jornal "O Globo" publicou uma reportagem de Cleide Carvalho sobre o caso de uma garotinha gaúcha de 11 anos que acaba de dar à luz a uma menina, numa caso semelhante ao ocorrido em Pernambuco. Mas com desfechos completamente diferentes! Provavelmente porque no caso ocorrido no sul do país não houve a perminiciosa influência das ONG's abortistas.

Leia a reportagem clicando aqui.

Chama a atenção o título da matéria: "Burocracia pode ter condenado menina de 11 anos estuprada em Iraí, no RS, a levar gravidez adiante".

O primeiro ponto que grita aos olhos é a afirmação de que a garotinha foi "condenada" a levar essa gravidez adiante.

Qual o motivo dessa "condenação"? Risco de vida? Não houve e o médico responsável afirma que as duas passam bem. Uma criança de 11 anos não compreende o que está acontecendo? Não parece ser esse o caso, a garota sabe muito bem a - utilizando uma expressão da própria - "relíquia" que tem em suas mãos. Dificuldades financeiras? Sempre aparece alguém que ajuda. E se for impossível, doa. Ao invés de matar a criança, entregue ela para uma instituição que a encaminhará para a adoação. Mas, segundo a família, a garota não quer nem saber dessa hipótese.

Mas ao ler a reportagem completa, nota-se facilmente que o texto não tem absolutamente relação nenhuma com a manchete! Pois na chamativa a repórter dá a entender que os responsáveis pela menina entraram com pedido para a realização do aborto, e não conseguiram por conta da burocracia. Mas vamos ver, pelo texto da própria repórter, que não foi nada disso que aconteceu!

A reportagem traz depoimentos do promotor Adriano Luís de Araújo e do delegado Antonio Maieron.

O primeiro afirma que "Em nenhum momento a discussão sobre aborto surgiu. Não tenho conhecimento de orientação médica, nenhum documento que diga que ela corre risco e que justifique o aborto, nem manifestação da família. Desconheço que alguém tenha pedido".

Na mesma linha, diz o delegado que "É uma gravidez de risco, mas a guardiã não tinha interesse, em nenhum momento chegou a falar em interromper a gravidez da menina. Ela ficou sabendo em dezembro, cobrou do marido e ele sumiu de casa. Ninguém se manifestou sobre aborto, talvez pelo estágio da gravidez, que entrava no quinto mês".

Ou seja, não houve burocracia ou desinformação nenhuma impedindo o aborto da criança no ventre de sua jovem mãe. Foi, nitidamente e conforme está registrado na própria reportagem de Cleide Carvalho, desejo dos responsáveis pela garota que essa gestação fosse levada adiante.

Corroborando isso, há ainda uma outra notícia no site G1. Nesssa reportagem está registrado o depoimento dos familiares afirmando que "a menina faz questão de cuidar da própria filha e descartam a possibilidade de encaminhamento para adoção. 'Nem dar (o bebê) ela não quer, diz que vai ser a relíquia dela, que ela mesma vai cuidar', conta a irmã de criação de 25 anos, que mora na mesma casa."

E o médico que realizou o parto e está acompanhado a garota garante que mãe e filha passam muito bem.

Gostaria realmente de enteder de onde a repórter Cleide Carvalho tirou a informação de que não houve um aborto por culpa da burocracia ou da desinformação. Não é isso que se depreende lendo a reportagem...

Muito mais do que apoiar a "opção" pelo aborto, essa repórter parece defender que tal procedimento deve ser obrigatório em casos como esse. O problema é que no ímpeto cego de defender tal coisa, a repórter se esqueceu até de manter a coerência entre a manchete e o texto de sua matéria.

Luiz Henrique Corrêa Mortágua

Menina de 11 anos dá à luz no RS

Reparem: a notícia não fala que nasceu um monstro fruto de um trágico estupro, ou um câncer, mas um bebê, um ser humano. É porque é assim mesmo, somos humanos do início ao fim, e não são contextos que não podemos controlar que nos altera a dignidade. Por coerência, os defensores do aborto no Caso Alagoinhas deveriam protestar contra a vida desse bebê e pedirem a "interrupção" da vida deste agora mesmo.

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http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL1039563-5598,00 MENINA+DE+ANOS+DA+A+LUZ+NO+RS.html


Padrasto é suspeito de ter abusado de enteada e ser pai da recém-nascida.
Mãe e filha passam bem e devem ficar três dias em observação.

Uma garota de 11 anos deu à luz uma menina na quarta-feira (11), em Tenente Portela (RS). O bebê nasceu com 2,8 quilos e 45 centímetros, de cesárea. As duas passam bem. A jovem mãe teria sido violentada pelo padrasto, de 51 anos. Ele está preso e é suspeito de ser pai da recém-nascida.

O ginecologista e obstetra Claudio José Furini, que fez o parto, disse que a gestação já havia completado oito meses e meio. "Sob o ponto de vista médico, está tudo ótimo com a mãe e com a filha. A menina parece feliz com a maternidade, já pegou o bebê no colo", afirmou.

Mãe e filha deverão ficar internadas, em observação, durante pelo menos três dias. Depois, devem retornar juntas para casa, em Iraí (RS). Familiares afirmam que a menina faz questão de cuidar da própria filha e descartam a possibilidade de encaminhamento para adoção. "Nem dar (o bebê) ela não quer, diz que vai ser a relíquia dela, que ela mesma vai cuidar", conta a irmã de criação de 25 anos, que mora na mesma casa.

O padrasto, que é pedreiro, foi denunciado por estupro. Ele se apresentou à polícia na terça-feira (10) e foi encaminhado a um presídio.

*(Com informações do Zero Hora)

quarta-feira, 11 de março de 2009

A menina, o aborto e a excomunhão

Esclarecimentos sobre um fato recente


O estado da questão

Durante um bom número de dias, a mídia televisiva, falada e escrita tem dado especial destaque ao caso doloroso da menina de 9 anos, estuprada pelo padrasto em Alagoinha (Pernambuco), bem como à excomunhão em que teriam incorrido os responsáveis pelo aborto dos gêmeos, concebidos pela menina em decorrência do estupro.

O noticiário e os comentários da mídia, de modo geral, enfatizaram a severidade do Arcebispo do Recife, por "ter excomungado" a mãe da menina e os médicos que realizaram o aborto; e, ao mesmo tempo, criticaram a suposta benignidade que o arcebispo teria mostrado em relação ao estupro.

Baste citar, como exemplo disso os dois textos seguintes:

- "O arcebispo Cardoso Sobrinho, que excomungou a mãe da menina" (pé da foto do prelado publicada num jornal de grande difusão)

- "D. José defende não excomungar o padrasto da menina de nove anos que a estuprou" (manchete de mais de meia página em importante jornal).

Pois bem. Nenhuma dessas duas afirmações é exata. Ambas contêm um erro, objetivamente são uma inverdade. Não se pretende aqui julgar a intenção nem a boa fé dos jornalistas que fizeram essas afirmações: como qualquer ser humano, podem precipitar-se e errar por ignorância. Mas parece necessário –a bem da verdade – facilitar algum esclarecimento especializado a respeito.


O Arcebispo de Recife excomungou alguém?


A resposta é: não. D. José Cardoso Sobrinho não puniu ninguém com excomunhão. Limitou-se a declarar que a mãe e os médicos diretamente responsáveis pelo aborto tinham incorrido numa pena automática prevista pela lei da Igreja. Com efeito, o cânon 1398 do Código de Direito Canônico vigente diz assim: «Quem provoca o aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae» (o que significa, na linguagem jurídico-canônica, "por sentença dada pela própria lei", ou seja, é uma pena tipificada no Código em que se incorre automaticamente ao cometer o delito).


Significado das penas eclesiásticas


Antes de explicar em que consiste a excomunhão, parece-me necessário lembrar que as penas eclesiásticas (penas canônicas), têm – à diferença das penas da legislação comum – uma significação pastoral. Concretamente, visam, como tudo no direito da Igreja, o bem das almas, a salvação das almas (a salus animarum), que é o fim da Igreja, um fim espiritual. Essas penas têm, portanto, como finalidade proteger, salvaguardar, evitar que seja lesada a integridade espiritual e moral da comunidade dos fiéis católicos, e procurar o bem espiritual do próprio culpado, movendo-o ao arrependimento e à expiação.

Tenha-se em conta, além disso, que as penas canônicas:

a) São aplicadas pela autoridade ou pela lei da Igreja exclusivamente aos fiéis católicos, uma vez que são os únicos sujeitos sobre os quais a Igreja tem jurisdição (Neste sentido, nem a lei nem a autoridade da Igreja podem interferir para nada nas atuações delituosas de membros de outras religiões, ou de pessoas sem nenhuma religião);

b) No direito, em geral, todas as "penas" consistem numa "privação" de bens (o Código Penal brasileiro prevê, p.e., como todos os Códigos penais, penas de privação de liberdade, de bens materiais, etc.). No caso da Igreja, ela só pode aplicar penas que privem de alguns "bens" próprios da Igreja, não da sociedade civil (p.e. privar dos Sacramentos, de funções de ministros sagrados, de cargos eclesiásticos, etc.).


Em que consiste a excomunhão?


Em primeiro lugar, a excomunhão é uma das três únicas penas que podem ser aplicadas automaticamente (latae sententiae) pela própria lei. Chamam-se, desde tempo imemorial, "penas medicinais" ou "censuras" (ver Código de Direito Canônico, cânones 1131 a 1135).

Têm o nome de "medicinais" precisamente porque visam despertar a consciência do fiel que delinqüiu para a gravidade de sua atuação, e movê-lo assim ao arrependimento. E ao mesmo tempo, como dizia acima, visam defender a integridade da fé e da moral da comunidade católica.

Como se vê, as "censuras" têm uma finalidade eminentemente espiritual. Mais ainda, se a excomunhão não foi declarada pela autoridade, pode até ficar restrita ao âmbito da consciência do fiel que nela incorreu (e que dela deverá tratar com seu confessor ou superior eclesiástico). Naturalmente, no momento em que o excomungado se arrepende pode obter com toda a facilidade, sem necessidade de nenhum processo judicial, a absolvição da censura e do pecado, seguindo as normas do direito (Ver cânones 1356 a 1358) .

Esta pena, prevista para pouquíssimos casos especialmente graves, consiste, segundo o cânon 1131, na proibição de:

1) exercer qualquer participação ministerial em cerimônias de culto (p.e., no caso dos leigos – que é o que agora se contempla –, ficam proibidos, enquanto não for absolvida a censura, de ser acólitos, ser ministros da Comunhão, ou leitores na Missa, etc.);

2) receber os sacramentos (Crisma, Penitência, Eucaristia, Unção, etc.);

3) exercer ofícios ou encargos eclesiásticos (p.e., ser juiz eclesiástico, administrador da Cúria, dirigente de uma pastoral paroquial ou diocesana, etc.).

Nota 1: Dado que o direito canônico indica que toda lei penal deve ser interpretada em sentido estrito, restritivo, a excomunhão não proíbe assistir à Missa (sem comungar, porém), nem participar junto com outros fiéis de orações e devoções que não constituam "cerimônias de culto": por isso, subsiste a liberdade de participar, p.e., da prática coletiva de devoções não-litúrgicas, como o terço, de novenas, vigílias, etc.; também se pode continuar a ser membro de sociedades religiosas (mas sem ocupar cargos nelas).

Nota 2: Na mente da Igreja, a pena de excomunhão não pressupõe em absoluto que o excomungado esteja excluído da salvação eterna. No direito penal, a Igreja julga atos externos e impõe penalidades externas (por isso, é doutrina comum que a pessoa excomungada que, depois de incorrer na pena, se arrepende sinceramente do pecado com propósito de se confessar, fica na hora em estado de graça diante de Deus). Este é o sentido do velho princípio que diz que, em matéria de direito, de internis non iudicat Ecclesia (A Igreja, no seu direito – que é um âmbito diferente do Sacramento da Penitência –, não julga o interior da alma).


Duas manifestações do espírito pastoral da lei eclesiástica


A) Condições para poder incorrer em pena eclesiástica :

a) ter a idade penal canônica: 16 anos completos;

b) existência de uma lei que puna o ato delituoso. Não pode haver arbitrariedade. O princípio geral – que só em casos gravíssimos, insólitos e urgentes, admitiria exceção (ver Cânon 1399) –, é o seguinte : nulla poena sine lege poenali (nenhuma pena pode ser aplicada se não está contemplada em lei penal prévia);

c) que esse ato delituoso seja "pecado grave": ou seja, um pecado em matéria grave, cometido com plena advertência e consentimento deliberado. Se, de acordo com a moral católica, avaliando-se o grau de responsabilidade de uma conduta ou pecado, este ato não pode ser considerado moralmente grave, não se incorre na pena.

B) O direito da Igreja, no caso das três censuras previstas no cânon 1331 (excomunhão, interdito – semelhante à excomunhão, mas com menos conseqüências – e suspensão de ordens e funções, no caso de bispos, padres ou diáconos), estabelece situações em que os que cometem o ato delituoso não incorrem na pena (limitamo-nos agora aos leigos, pois há diversas penas previstas para clérigos; p.e. um padre que viola o segredo da Confissão, fica excomungado latae sententiae):

a) não incorrem na pena os menores de 16 anos, como já víamos;

b) não incorre quem, sem culpa, ignorava estar violando uma lei, ou ignorava que havia uma pena anexa à lei. Se o ignorava em boa fé, não incorreu mesmo na pena (coisa que o direito comum, na sociedade civil, não admite);

c) não incorre quem agiu impelido por medo grave, ainda que seja "relativo" (ou seja, medo que talvez não afetaria outros, mas afeta o interessado por circunstâncias pessoais), ou sob forte ímpeto emocional (de paixão), mesmo que isso não tenha impedido totalmente a deliberação da mente e o consentimento da vontade.

Sobre essas isenções, tão amplas e benignas, ver os cânones 1323 e 1324 do Código de Direito Canônico.


Por que não foi excomungado o estuprador?


Depois do que já foi considerado, a resposta parece bastante óbvia.

Como é natural, a Igreja não multiplica as excomunhões para todos e cada um dos crimes possíveis. Seria absurdo que previsse uma excomunhão para todos os delitos que o Código penal brasileiro contempla, alguns deles tão graves ou mais do que o crime de aborto (p.e. assassinar uma mãe e o bebê que carrega no colo, crime recentemente acontecido).

Além disso, um bispo não dispõe, por assim dizer, de um estoque ilimitado de excomunhões para ir impondo-as arbitrariamente em qualquer caso grave. Também os bispos estão submetidos à lei eclesiástica e devem obedecê-la: princípio da "legalidade" penal.

Por que, então, o aborto sim, e o assassinato, ou o estupro, ou o roubo à mão armada, ou o incêndio doloso, etc., não são punidos na lei geral da Igreja com excomunhão? Porque todos os fiéis católicos sabem, perfeitamente e sem a menor dúvida, que se trata de pecados graves, de crimes inclusive horrendos, abomináveis. Não há perigo, portanto, de que a consciência dos católicos seja, neste ponto, confundida ou desorientada. Ou seja, não há um perigo de engano ou de dano para a fé ou a moral da comunidade católica.

Um exemplo claro disso. Quando se deu, em São Paulo, o lamentável caso da Escola Base, em que uma precipitação desinformada de uma parte da mídia televisiva e escrita divulgou uma calúnia que resultou na destruição moral, psíquica e financeira de toda uma família inocente, a Igreja não fulminou nenhuma excomunhão contra os jornalistas responsáveis pela divulgação da calúnia: o povo cristão não precisava disso, pois ficou evidente – ao se conhecer a verdade dos fatos – que aquela atuação de órgãos e elementos da mídia fora uma falta gravíssima.

Pelo contrário, hoje em dia um pecado gravíssimo como o aborto – que, moralmente, não admite exceções –, pelo fato de ser defendido como lícito por juristas, professores, médicos, legisladores, e até mesmo aprovado pelas leis comuns, pode induzir os fiéis católicos ao equívoco de que "o que é legal é lícito, é moral". Por isso, a penalização eclesiástica do aborto é uma atitude de zelo pastoral da Igreja, destinada a alertar, a manter incontaminada a consciência cristã em um tema de grande importância em que facilmente os fiéis poderiam ser levados a engano.

Pe. Francisco Faus

São Paulo, março de 2009

Escândalo forjado para relançar o aborto no Brasil


Luis Dufaur
7/3/2009
Blog Valores Inegociáveis

Bastou que o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, relembrasse o que todos sabiam - isto é, que as pessoas engajadas num aborto provocado ficam excomungadas segundo o Direito Canônico - que começou uma gritaria concertada dos abortistas que fingem nada saberem da religião católica.

O caso se prestava para a demagogia abortista: uma menina de apenas 9 anos, concebeu de um padrasto que abusou dela.

O crime repugnante não suscitou indignações proporcionadas. A fim de contas, o abortismo, o "vale tudo", o "proibido proibir", o "inventem perversões sexuais novas" da Revolução de Maio de 68, formam uma coisa só.

O rasgar de vestiduras foi quando o arcebispo de Olinda relembrou o que todos os abortistas estão fartos de tripudiar: os que assassinam uma criança no ventre materno caem fora da Igreja, na mesma hora de praticar o ato infame.

"A lei de Deus está acima de qualquer lei humana. Então, quando uma lei humana, quer dizer, uma lei promulgada pelos legisladores humanos, é contrária à lei de Deus, essa lei humana não tem nenhum valor", esclareceu o arcebispo de Recife.

Todas as pessoas que participaram do aborto, com exceção da mãe-criança, não pertencem mais à Igreja. "Para incorrer nessa penalidade eclesiástica, é preciso maioridade", acrescentou D. Sobrinho.

A diretora do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), Fátima Maia, uma das excomungadas, bancou não ter arrependimento. Como se justificasse a violência de assassinar uma criancinha por nascer indefesa, ela alegou: "abomino a violência e teria feito tudo novamente".

A incoerência ovante é de praxe nos sórdidos ambientes do aborto. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que acostuma destratar a religião, qualificou a excomunhão "lamentável". É o ministro do Meio-Ambiente, Carlos Minc, se disse "revoltado".

Por sua parte, o presidente Lula que conta com grandes apoios no clero progressista criticou o arcebispo de Olinda e Recife que defendeu a boa posição católica.

Em Vitória (ES), Lula argüiu que "a medicina está mais correta que a igreja", informou a "Folha de S.Paulo". Como se o assassinato da criança inocente estivesse mais certo que a Igreja de Jesus Cristo e da sua moral de origem divino, e que espelha plenamente o Direito Natural.

O presidente que vinha de distribuir a esmo preservativos no sambódromo do Rio durante o Carnaval, ainda disse, segundo "O Estado de S.Paulo": "Como cristão e católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja Católica tenha um comportamento conservador como esse". Se a moral da Igreja está errada por ser conservadora, qual é a moral que postula o presidente?

Por sua vez, o presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, cardeal Giovanni Battista Re, julgou "justa" a excomunhão dos médicos que praticaram dito aborto.

Toda a verdade sobre os fatos: o relatório abafado

A grande imprensa que abriu espaço para as vozes seudo-católicas, anti-católicas e anti-vida, entretanto, abafou relatório indispensável para se compreender bem o acontecido.

Ele foi lavrado pelo pároco de Alagoinha (PE) a cidade onde se deu o fato lutuoso, Pe. Edson Rodrigues (padreedson@hotmail.com). O documento pode ser lido na íntegra no site de apologética Veritatis Splendor.

Nele, o pároco narra que a avó da criança morta se opunha ao aborto da filha - afirmava "ninguém tinha o direito de matar ninguém, só Deus". Também a Conselheira Tutelar Maria José Gomes recusou assinar termo autorizando esse "crime abominável, vergonha para a humanidade" (S.S.Joao Paulo II, Rio de Janeiro, 04/10/97).

Dois dias depois, o sacerdote encontrou todo mudado no IMIP, Instituto Médico Infantil de Pernambuco.

Ele descreve uma série de fatos irregulares e um trabalho para fazer a cabeça da avó, analfabeta mas responsável legal.

Dom José Cardoso Sobrinho convocou, então, uma equipe de médicos, advogados, psicólogos, juristas e profissionais para estudar a legalidade ou não do acontecido. Na reunião estava presente o Sr. Antonio Figueiras, diretor do IMIP que, constatando o abuso das atitudes da assistente social ligou ao hospital e mandou que fosse suspensa toda e qualquer iniciativa que favorecesse o aborto.

Foi então a vez de uma ONG chamada Curumim, feminista pró-aborto, que acompanhada de dois técnicos da Secretaria de Saúde de Pernambuco, convenceram a mãe a assinar um pedido de transferência da criança para outro hospital, o CISAM, onde o aborto foi praticado. Nesse hospital, o pároco foi impedido de entrar em contato com a família .

O Pe. Edson está convencido se tratar de "ato de manipulação da consciência".

O abortismo precisava forjar um caso assim para relançar as tentativas de impor a extensão das causais do aborto a um Brasil que não quer isso.

O governo petista precisava... A mídia sensacionalista também...

Coincidências demais...

É hora de rezarmos e nos prepararmos porque a ofensiva anti-vida vem apelando a recursos suspeitos e medularmente anti-católicos.

O Estado cínico

Cláudio Fonteles

EX-PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

A discussão sobre o aborto assume grande relevo porque necessariamente diz com o tipo de sociedade em que almejamos viver: a sociedade amorosa, fraterna, solidária ou a sociedade do egoísmo, do abandono, da violência. E, porque a discussão é assim posta, assim devendo ser, efetivamente, o Estado, como a sociedade politicamente organizada, tem que enfrentar a questão e não, cinicamente, reduzi-la à esfera de opção individual.

A mulher e o embrião, ou o feto, se já alcançado estágio posterior na gestação, que está em seu ventre, são as grandes vítimas do cinismo estatal.

A mulher porque ou por todos abandonada - seu homem, sua família, seus amigos - ou porque, e o que é pior por assim caracterizar um estado de coisas, teme venha a ser abandonada pelo homem, pela família, pelos amigos.

A mulher porque incentivada, e estimulada, pela propaganda oficial e privada a desfazer-se da vida, presente em seu ser, como se a vida fosse um estorvo, um empecilho, um obstáculo que deve ser eliminado em nome, hipocritamente do direito à liberdade de escolha.

Não há liberdade de escolha quando a escolha é matar o indefeso.

O embrião, ou o feto, porque vida em gestação, mas, repito, vida-presente não se lhes permite a interação amorosa, já plenamente, ainda que no espaço intra-uterino, com sua mãe, e com os demais, caso esses não adotem a covarde conduta do abandono da mulher.

O Estado brasileiro consolidou em seu ordenamento jurídico "mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher", editando a lei nº. 11.340/06, conhecida como a lei "Maria da Penha".

Vamos ler alguns artigos dessa importante lei:

- "Poderá o Juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento (art. 23, I);

- Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário: fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas (art. 26, II);

- A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no limite das respectivas competências: centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar; casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de violência doméstica e familiar; programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar (art. 35, I, II e IV)"

Ora, se assim o é, justamente para que a integridade física da mulher seja protegida, por que, cinicamente, o Estado brasileiro detém-se aqui e, em relação à mulher, que está grávida, que acolhe em si a vida, estimula-a a matar, também a abandonando?

Por que o Estado brasileiro, repito cínico, pela omissão e pela frouxa, errônea e irresponsável justificativa de inserir-se o tema na órbita privada, não tira, como tirou o tema da violência doméstica, portanto também privada, dessa estrita órbita e à mulher gestante não lhe oferece todos os mecanismos oferecidos à mulher fisicamente agredida, para que, assim claramente amparada, a mulher, em ambas as situações, tenha o direito de viver e fazer viver a vida que consigo traz?

Aguarda-se o governante municipal, estadual e federal que tenha coragem de defender a vida-mulher e a vida-embrião, ou a vida-feto, que a primeira acolhe em seu ventre.

Quarta-feira, 11 de Março de 2009 - 00:00

Dr. Francisco Passos da Maternidade Evangelino Rosa ou "Não temos nada a ver com isso

Depois do caso ocorrido no Recife da menina de 9 anos estuprada pelo padrasto e em que foi realizado o aborto contra a vontade do seu pai biológico que estava acompanhando o caso de perto, o Dr. Francisco Passos, diretor da Maternidade Evangelino Rosa de Teresina-PI, colocou a boca no trombone. Somente hoje, 11 de março de 2009, forneceu duas entrevistas por meio da televisão, uma pela Rede Antares que é transmitida pela TV Brasil e outra pela Rede Antena 10, transmitida pela TV Record sobre a questão do aborto dito legal.

O Dr. Francisco Passos explicou ao público que existe uma equipe de triagem abortista no local pago pela estrutura pública para oportunizar o nascimento de bebês, isso no caso de violência sexual contra meninas e mulheres. Verificado o estupro, mesmo sem Boletim de Ocorrência (BO), eles sugerem o aborto aos familiares. O Dr. Passos explica que não exige o BO, primeiramente, porque alguns familiares não denunciam o estuprador.

De fato, os profissionais de atendimento à vítima de estupro tomam conhecimento de casos em que o estuprador é o irmão, o tio ou algum parente próximo daquela família que não o denuncia e, para alegria do algoz, eles se omitem junto com a vontade egoísta dos que estão ali atrás de um aborto. Com a cara mais limpa do mundo, o Diretor da Maternidade Evangelino Rosa explica "não temos nada a ver com isso".

O mais interessante, é que, sendo o estuprador protegido nesses casos, alguém que surgiu de uma relação violenta, mas que não teve absolutamente nenhuma culpa do ocorrido, tem de pagar pelo crime cometido pelo pai: os inocentes bebês que porventura começam a crescer no ventre dessas mulheres. Para eles, a maternidade disponibiliza um aborto chamado AMIU (Aspiração Manual Intra-Uterina), onde as crianças são sugadas (eles chamam as crianças de "conteúdo uterino") através de uma fina cânula com lâminas nas extremidades e, passando pelas afiadas facas, são trituradas nesse corredor da morte, até saírem aos pedaços do ventre materno.

A não exigência do BO pela maternidade é horripilante: cada vez mais há proteção ao estuprador e cada vez menos às crianças no ventre materno. O Dr. Passos informa de casos em que a mulher mente para conseguir o aborto na maternidade, no entretanto, ele repete: "não temos nada a ver com isso".

Apóia-se, para essa atrocidade absurda, em uma Norma Técnica que, como já foi bem explicado, não tem número, não tem data de entrada em vigor, não é dividida em artigos e parágrafos e nem precisou ser publicada no Diário Oficial. Uma Norma Técnica não é uma lei, não é uma portaria. Não tem a solenidade de que costuma se revestir um ato administrativo, mas é nesse fiasco que o Dr. Francisco Passos com ajuda do Secretário de Saúde Assis Carvalho e do Governo Wellington Dias se fundamenta para matar bebês inocentes à revelia da Constituição Federal e do Código Penal do Brasil.

As instituições de Direito do Estado fecham os olhos para isso. Para o fato de um abortório dentro da Maternidade Evangelino Rosa ferir o preceito de moralidade pública previsto no caput do art. 37 da CF/1988. Se todos os casos em quem não houver punição, organizarem-se no Brasil instituições que trabalhem para maior eficiência da impunidade, teríamos de tolerar agências de "furto legal": das esposas para com os maridos (vice-versa) e dos filhos para com os pais, pois, nesses casos, previstos no art. 181 do CP, aquele que furta não vai punido.

Do mesmo modo, médicos que fazem abortos no caso de estupro, aos olhos da lei penal, não deixam de cometer crimes (apesar de não serem punidos após o fato consumado). Mas, obviamente, o cometimento de crimes, sejam punidos ou não-punidos, exigem a instalação de um inquérito policial para se verificar se, realmente, no desencadear dos acontecimentos, alguns dos médicos e envolvidos não seriam passíveis de sanção penal.

O que mais é assustador em toda essa história é a grande chacota com a dignidade da vida humana e com as leis do país, enfim, a ousadia atrevida de homicidas abençoados pela mídia vendida e pela corrupção das consciências do país. O relato do Dr. Francisco Passos em meio público, mereceria apuração para saber o que está acontecendo por trás de um centro de atendimento à violência contra a mulher: omissões ao agressor dessa mesma mulher, conivência com crimes de todos os naipes, tortura de inocentes.

Mas, infelizmente, o Ministério Público (MP) do Estado está omisso propositalmente para com esses fatos. Várias reuniões em torno dessa barbaridade até sua ampla implantação foram realizadas com o MP. E com a aquiescência dos únicos meios que existem para proteger o cidadão da violência institucionalizada. Nossos tributos, agora, estão financiando essa sujeira.

Obviamente, toda a equipe médica envolvida diretamente nesses abortos na Maternidade Evangelino Rosa de Teresina está excomungada juntamente com o Dr. Francisco Passos, nenhum Bispo precisa dizê-lo abertamente, pois isso ocorre de modo automático, com a consecução das barbaridades: é previsão legal do Direito Canônico 1398, "quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae". Das mulheres que realizaram o aborto, familiares e "amigos" que a ajudaram nesse macabro desfecho, os maiores de 16 anos também se encontram excomungados segundo o cân. 1323, "não é passível de nenhuma pena, ao violar lei ou o preceito (…) quem ainda não completou dezesseis anos de idade".

A Excomunhão é um pena que revela a gravidade do fato ocorrido. Matar diretamente uma vida humana inocente é abafar a expressão de um ser único e irrepetível que nunca mais poderá existir. Como todos os pecados gravíssimos, com o arrependimento do delinqüente e sua confissão, sua culpa é perdoada.

Isso fica registrado para os fiéis a Deus, no entanto, aqueles que há muito tempo se acham o próprio deus não sabem o significado disso assim como não enxergam a monstruosidade dos seus atos, a covardia em torturar inocentes crianças. Rezemos por esses cegos.

Nota Pastoral de Dom Keller

Dom Antonio Carlos Rossi Keller, bispo de Frederico Westphalen (RS) e orientador espiritual do Veritatis Splendor, entregou hoje pela manhã a seguinte nota a todos os sacerdotes de sua diocese, para que seja lida nas missas do próximo fim de semana:

Nota Pastoral
Dom Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen

Frente aos últimos acontecimentos, amplamente e de certa forma, irresponsavelmente noticiados pelos meios de comunicação de todo o país e de outros países, envolvendo uma criança de 9 anos de Alagoinhas (PE) e de outra criança, esta de 11 anos, de Iraí (RS) em território de nossa Diocese, venho por meio desta Nota Pastoral esclarecer que:

1. Para a Igreja, o aborto voluntário, diretamente provocado, é sempre gravemente ilícito. O cânon 1398, que prevê a pena de excomunhão "latae sententiae" (ou seja, sem necessidade da intervenção da autoridade judicial da igreja, pelo próprio fato de se ter cometido o delito com plena responsabilidade) não faz nenhuma exceção quanto aos motivos do aborto. A pena de excomunhão atinge a todos os que, conscientemente, intervêm no processo abortivo, quer com a cooperação material (médico, enfermeira, etc.), quer com a cooperação moral verdadeiramente eficaz: pais e todos aqueles que forçam a concretização do crime. No caso específico de Alagoinhas (PE), a menor grávida não tem nenhum tipo de responsabilidade, por incapacidade de decisão e pelo que agora se entende, segundo o testemunho do pároco do lugar, também os pais da menor foram fortemente pressionados,e até mesmo enganados a respeito da gravidade do estado de saúde da menor, por alguns funcionários da estrutura pública onde foi realizado o aborto. Portanto, quase que certamente os pais da menor não incorreram em tal pena, já que foram pressionados psicologicamente a autorizar tal ato.

2. O Exmo. Sr. Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, OC não excomungou ninguém. Tão simplesmente recordou aquilo que é o ensinamento tradicional da Igreja nestes casos, ou seja, aquilo que já foi explicado no item anterior: todos aqueles que atuam, de forma voluntária e consciente no crime do aborto, estão fora da comunhão da Igreja.

3. Sua Excia. Revma. também explicou o sentido da pena de excomunhão, que é a privação dos bens espirituais e a limitação do exercício dos direitos como católicos. A pena existe para que se entenda a gravidade do mal cometido, e para que quem a comete possa refletir e pedir perdão a Deus pelo mal realizado, bem como para punir também o escândalo produzido pela atitude errada. A finalidade da pena é, portanto, a de um remédio espiritual.

4. O que de fato causa espécie em toda esta polêmica é a atitude daqueles que defendem o aborto, que exigem todo o direito de expressar suas opiniões e conceitos, mas não aceitam que a Igreja, fundamentada na Doutrina de Cristo e de Seu Evangelho, possa exercer também o mesmo direito. Esta é a liberdade de expressão que predomina em muitos destes grupos de pressão.

5. Finalmente, em relação ao caso ocorrido em nossa Diocese, ou seja, a da criança de Iraí (RS), os fatos tomaram outros rumos, graças a Deus. Em primeiro lugar, preservou-se a vida da criança gerada. Em segundo lugar, socorreu-se a menor que engravidou, oferecendo-se a ela e a seus familiares o conforto e a atenção psicológica, social e espiritual. Nossa Igreja Diocesana, especialmente as Paróquias de Iraí e de Tenente Portela, estarão atentas e próximas desta família, tão duramente provada.

6. Em relação aos que violentaram estas crianças, é importante dizer que cometeram um pecado gravíssimo. Estão também eles afastados da Comunhão Eclesial, efeito do pecado grave. Devem igualmente arrepender-se do mal realizado às meninas e do escândalo e, só no caso de arrependimento sincero e através do sacramento da Penitência, poderão retornar à Comunhão eclesial. São pecados e penas diferentes, mas igualmente graves.

7. Peço a toda a Comunidade Diocesana orações para que esta situação toda possa nos fazer compreender o valor e a importância do respeito à vida, tanto daquelas crianças que ainda não nasceram, como daquelas que já estão neste mundo. Uma sociedade que não respeita suas crianças está fadada à barbárie, que se manifesta tanto nos abortos como também nas diversas formas de violência infligidas às crianças. Neste ano, em que a Campanha da Fraternidade nos fala da Segurança Pública e da necessidade da conversão em relação à violência, como católicos, não podemos admitir que nossas crianças, mesmo aquelas não nascidas, sejam desrespeitadas em seus direitos mais fundamentais.

8. Finalmente, peço aos senhores padres que leiam esta Nota Pastoral nas Santas Missas Dominicais do final de semana dos dias 14 e 15 de março, III Domingo da Quaresma.

Frederico Westphalen, 07 de março de 2009.
+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo Diocesano

Truque besta

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 10 de março de 2009

O sr. presidente da República mostra-se escandalizado, chocado, abalado até o fundo de seus sentimentos éticos mais nobres quando a Igreja discorda de sua singela opinião de que para proteger uma criança deve-se matar duas.

Se ele fosse ateu, budista ou membro da Seicho-no-Ie, tudo o que os católicos poderiam fazer diante de seu discurso abortista seria resmungar. Mas ao defender o aborto como dever moral ele insiste em enfatizar que o faz "como cristão e católico", o que o enquadra, sem a mais mínima possibilidade de dúvida, na categoria dos heresiarcas. Heresia, para quem não sabe, não é qualquer doutrina adversa à da Igreja: é falsa doutrina católica vendida como católica – exatamente como o discurso presidencial contra Dom José Cardoso Sobrinho.

Mas, no fundo, isso não faz a menor diferença. Por seu apoio continuado e impenitente aos regimes e partidos comunistas, Lula já está excomungado latae sententiae faz muito tempo e não precisa ser excomungado de novo. A excomunhão latae sententiae, isto é, "em sentido amplo" decorre automaticamente de ações ou palavras, independentemente de sentença oficial e até mesmo de aviso ao excomungado. Na mesma categoria encontra-se a sra. Dilma Roussef. A presença de qualquer um desses dois num templo católico – quanto mais junto ao altar, na condição de co-celebrantes – é uma ofensa intolerável a todos os fiéis, e só o oportunismo de um clero corrupto até à medula explica que ela seja tolerada e até festejada entre sorrisos de subserviência abjeta. Neste caso, como em todos os similares, a covardia e a omissão não explicam tudo. Alguém manda nos covardes e omissos, e este alguém não é nada disso: é ousado e ativíssimo a serviço do comunismo.

Quanto ao exército inteiro dos que se fingem de indignados junto com o sr. presidente – e ainda o apóiam nesse paroxismo de hipocrisia que é o "Dia Nacional de Luta contra a Hipocrisia" –, seu papel no caso é dos mais evidentes. Os estupros de crianças, cujo número crescente escandaliza e choca a população, são constantemente alegados por essa gente como pretextos para debilitar a autoridade dos pais e submeter as famílias a controles governamentais cada vez mais invasivos. A ONU, os partidos de esquerda, a mídia iluminada, os educadores progressistas e uma infinidade de ONGs – as mesmas entidades que promoveram o feminismo, o divórcio, o gayzismo e todos os demais movimentos que destruíram a integridade das famílias – posam hoje como os heróicos defensores das crianças contra o risco permanente de ser estupradas por seus próprios pais. Toda a credibilidade dessas campanhas advém da ocultação sistemática de um dado estatístico inúmeras vezes comprovado: a quase totalidade dos casos de abuso sexual de crianças acontecem em casas de mães solteiras, cujo namorado – ou namorada – é o autor preferencial desse tipo de delitos. Na Inglaterra, os filhos de mães solteiras sofrem 73 vezes mais abusos fatais – e 33 vezes mais abusos sérios sem morte – do que as crianças criadas em famílias completas. Nos EUA, 55 por cento dos assassinatos de menores de idade acontecem em casas de mães solteiras. Raríssimos casos de abusos de menores acontecem em lares íntegros, com um pai e uma mãe regularmente casados. A presença de um pai é, hoje como sempre, a maior garantia de segurança física para as crianças. Aqueles que removeram esse pai, entregando as crianças à mercê dos amantes de suas mães, são diretamente culpados pela epidemia crescente de violência contra crianças, e são eles mesmos que tiram proveito dela, arrogando-se cada vez mais autoridade para solapar a da família constituída e colocar um número cada vez maior de crianças sob a guarda de assistentes sociais politicamente corretos.

A seqüência dialética é de uma nitidez impressionante. Tese: a pretexto de proteger mulheres e crianças, procede-se à demolição da autoridade paterna, bem como dos princípios morais que a sustentam; antítese: nas famílias desfeitas – surpresa! –, proliferam os estupros e a gravidez infantil; síntese: o aborto é elevado à categoria de obrigação moral, e em seu nome o Estado condena a religião como imoral e desumana e se autoconstitui em guia espiritual da sociedade.

Pensando bem, é um truque simples, até besta. Mas o tempo decorrido entre a tese e a síntese torna invisível a continuidade do processo aos olhos da multidão.


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1.Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.
2.Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
3.Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
4.Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
5.Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
6.Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
7.Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
8.Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
9.Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
10.Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
11.Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
12.Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

12/03/09 - 08h37 - Atualizado em 12/03/09 - 08h37

Menina de 11 anos dá à luz no RS

Padrasto é suspeito de ter abusado de enteada e ser pai da recém-nascida.
Mãe e filha passam bem e devem ficar três dias em observação.

Do G1, em São Paulo, com informações do ClicRBS*

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Uma garota de 11 anos deu à luz uma menina na quarta-feira (11), em Tenente Portela (RS). O bebê nasceu com 2,8 quilos e 45 centímetros, de cesárea. As duas passam bem. A jovem mãe teria sido violentada pelo padrasto, de 51 anos. Ele está preso e é suspeito de ser pai da recém-nascida.

O ginecologista e obstetra Claudio José Furini, que fez o parto, disse que a gestação já havia completado oito meses e meio. "Sob o ponto de vista médico, está tudo ótimo com a mãe e com a filha. A menina parece feliz com a maternidade, já pegou o bebê no colo", afirmou.

Mãe e filha deverão ficar internadas, em observação, durante pelo menos três dias. Depois, devem retornar juntas para casa, em Iraí (RS). Familiares afirmam que a menina faz questão de cuidar da própria filha e descartam a possibilidade de encaminhamento para adoção. "Nem dar (o bebê) ela não quer, diz que vai ser a relíquia dela, que ela mesma vai cuidar", conta a irmã de criação de 25 anos, que mora na mesma casa.

O padrasto, que é pedreiro, foi denunciado por estupro. Ele se apresentou à polícia na terça-feira (10) e foi encaminhado a um presídio.

*(Com informações do Zero Hora)

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1.Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.
2.Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
3.Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!
4.Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
5.Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
6.Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
7.Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
8.Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
9.Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
10.Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus!
11.Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
12.Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]