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12/03/2012
às 18:36
A Janela de Overton – Ou: Como fazer a opinião pública se deslocar de um ponto para outro ignorando o mérito das questões
O que esta imagem faz aí no alto? Explico.
Se vocês entrarem na Internet para pesquisar o que é “Janela de Overton”, encontrarão duas referências principais: uma delas diz respeito a um conceito de manipulação — ou, se quiserem, de “operação” — da opinião pública segundo conceitos elaborados por Joseph P. Overton, ex-vice-presidente de um think tank chamado Mackinac Center for Public Policy. Outra, relacionada com a primeira, é um romance policial de Glenn Beck, o demonizado (pelas esquerdas) âncora da Fox News, que usou o conceito para imaginar uma grande conspiração contra os EUA. Mas o que é “Janela de Overton”?
A coisa tem sido explicada por aí de modo capenga. Peguemos justamente o caso do aborto no Brasil. A maioria dos brasileiros é contra, e isso obrigou, inclusive, a presidente Dilma a contar uma inverdade na campanha eleitoral sobre a sua real opinião, que ela já havia expressado. Era favorável à legalização — chegou a empregar essa palavra — e teve de recuar.
Muito bem: a Janela de Overton registra como pensa a maioria da sociedade num dado momento sobre um determinado assunto. As posições, claro, variam do absolutamente contra ao absolutamente a favor. O pensamento da janela é o máximo que um político, a depender de sua ambição, pode sustentar publicamente. É evidente que um militante do aborto pode ser eleito deputado por eleitores abortistas — mas teria problemas para se eleger presidente da República ou senador.
Muito bem! É possível deslocar a janela para um lado ou para outro? É! Isso demanda trabalho de pessoas especializadas em manipulação da opinião pública. Notem: quando emprego a palavra “manipulação”, não estou querendo dizer “conspiração”. Empresas organizadas passam a atuar na sociedade para lhe oferecer valores que levem ao pretendido deslocamento.
Continuemos com o aborto. Mesmo quando era favorável, Dilma dizia que nenhuma mulher pode gostar da coisa em si, que é um sofrimento. O mesmo afirma sua agora ministra Eleonora Menicucci. Hás dias, o impressionante Fernando Haddad afirmou que, “como homem”, é contra — nota: creio que tentou dizer que, como político, nem tanto, sei lá… Repararam que, nessas intervenções, deixa-se de discutir o aborto para debater um outro tema? Que outro? A proposta da tal comissão o evidencia: “as condições da mulher”.
O que isso significa? Para tentar deslocar a janela de opinião do “contra” para o “menos contra”, até chegar à “neutralidade” e, quem sabe?, um dia, ao “a favor”, é preciso trabalhar algum outro valor relacionado ao tema. Para esse trabalho, entra em campo um verdadeiro exército de “especialistas em opinião pública”: assessores de imprensa, relações públicas, institutos de pesquisa, think tanks, agências de lobby. E vai por aí.
Peguemos a questão do Código Florestal, outro exemplo gritante. É evidente que a maioria da população se oporia a que famílias fossem desalojadas ou a um aqueda na produção de alimentos. Se a maioria é contra, dificilmente um político com ambições nacionais abraçará essa causa. Mas por que não outra? A da “conservação da natureza” certamente é simpática e tem condições de operar o deslocamento da janela. É o que tem conseguido Marina Silva, que conta com assessoria de imagem profissional. É o que têm conseguido ONGs americanas financiadas pelo setor agrícola dos EUA. Criminalizam os agricultores brasileiros, transformando-os em sinônimo de desmatadores. O caso mais bem-sucedido de que se tem notícia nessa área é o terrorismo feito com o tal aquecimento global. O que pode ser maior do que “salvar o planeta”?
Verdades e mentiras
Governo e políticos gastam fortunas tentando vender “idéias” à opinião pública. Quase não há pessoa pública no Brasil que não seja cliente de uma empresa — ou de várias — de assessoria e gerenciamento de imagem. O que se pretende é bem mais do que informar a sua “agenda”. O trabalho é mais amplo: trata-se de detectar um determinado sentimento da sociedade e passar a trabalhar para mudá-lo — eventualmente neutralizá-lo. Querem ver?
O tucano José Serra, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, não tocou até agora em palavras como “aborto” e “kit gay”. No PT, já se manifestaram sobre o assunto o pré-candidato do partido, Fernando Haddad; o presidente da legenda, Rui Falcão; o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) José Dirceu, entre outros. O tema passou a ser tratado pelos próprios petistas, COM A AJUDA DE SETORES DA IMPRENSA, sugerindo que o “outro lado” vai explorar esses temas em campanha e que isso, na verdade, é “uma baixaria”. O trabalho é tão bem-feito que foram buscar declarações contrárias àquela que seria à abordagem não-virtuosa dessas questões até de tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Vale dizer: meteram FHC na campanha pró-PT!
Ora, por que isso? Porque o PT tem pesquisas em mãos que demonstram que esses temas são potenciais fontes de desgaste do candidato petista. Então é preciso aplicar uma espécie de vacina, de remédio preventivo. Antes que o adversário se refira a esses assuntos, Haddad já sai gritando: “Isso é uma baixaria!”.
Nesse caso, o trabalho de manipulação da opinião pública consiste, numa ponta, em transformar o aborto numa decorrência natural dos “direitos da mulher”, desfetalizando o debate. O feto passa a ser uma mera derivação do seu corpo; se a incomoda e se ela não quer, tira-se. Também se vai insistir nas escandalosamente mentirosas 200 mil mortes de mulheres em decorrência de abortos clandestinos. Outro argumento forte, que tende a mover uma fatia dos setores mais conservadores, diz respeito à segurança pública: crianças abandonas pelos pais seriam potencialmente violentas e ameaçariam a sociedade. Na outra ponta, qualifica-se de “reacionários”, “conservadores” e “avessos ao progresso” aqueles que têm uma posição contrária, de modo a silenciá-los. Tudo dando certo, a janela se move.
Sacolinhas plásticas
Os temas variam dos mais graves, como o aborto e o Código Florestal, que dizem respeito, respectivamente, à vida humana e à segurança alimentar, aos mais bizarros — mas nem por isso menos lucrativos, como as sacolinhas plásticas nos supermercados. Ninguém convenceria de bom grado um consumidor a sair do mercado carregando compras em caixas de papelão ou em sacolas de lona. Os incômodos são muitos. Alevantou-se, como diria o poeta, um valor mais alto — e hoje base de várias teses autoritárias influentes: a conservação da natureza.
Huuummm… Em nome dela, nada mais de sacolinhas feitas de derivado de petróleo! Certo! Considerando que os brasileiros não comem plástico, aquele troço servia, leitor amigo, na sua casa e na minha, de saquinho de lixo, certo? Sem um, aumenta o consumo do outro, e o resultado tende ao empate. Os supermercados podem ganhar uns trocos não fornecendo os saquinhos, a indústria de plástico pode compensar a baixa do consumo de um produto com a elevação do consumo de outro, e só o consumidor se dana. Mas esperem! Há a sacolinha reciclável, feita, parece, com algum derivado do milho… Descobriu-se de pois que havia um único fornecedor para o produto… É mesmo?
Cuidado!
É preciso tomar cuidado para não cair na paranóia de que o mundo é uma grande conspiração; de que forças secretas se movem nas sombras e que estamos sempre sendo administrados por alguém. Não deixem que a “Janela de Overton” abra a “Janela da Conspiração” na sua cabeça. Somos sempre influenciados pelo debate público, pelas opiniões alheias, pela propaganda, pelo trabalho, sim!, dos assessores de imprensa, assessores de imagem, administradores de crise, essas coisas… Isso é normal é do mundo livre. Chata era a vida nos países comunas, onse só se podi ser influenciado pelo… partido!
Como, então, distinguir o “meu pensamento” dessa algaravia de outros pensamentos e lobbies organizados? Bem, não tenho a receita. O que costumo recomendar é o seguinte: verifique sempre se as pessoas estão debatendo o mérito da questão ou algum tema associado, que pode até guardar algum parentesco com o assunto principal, mas que é um óbvio desvio.
Se você se pegar falando sobre o desvio, o tema paralelo, não duvide: você caiu na rede profissional dos operadores de opinião pública. Não faz tempo, o caos nos aeroportos brasileiros e o péssimo serviço oferecido por algumas companhias aéreas acabaram surgindo no noticiário como evidências do sucesso do governo petista na política de distribuição de renda, que teria levado os pobres para o avião. A questão essencial ficou de lado: por que aeroportos e companhias aéreas não se organizaram para isso? A janeja da opinião pública, é evidente, estava numa posição crítica, contrária ao governo e à bagaunça das companhias. Mas se deslocou um pouco para recepcionar a tese do “bom caos”, gerado por motivos edificantes.
Encerro
No curto prazo, governos investem somas fabulosas em propaganda, divulgando seus feitos. Aquele outro trabalho, de mudança de valores, é mais sutil. As oposições brasileiras não têm sabido enfrentar nem uma coisa nem outra.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: Janela de Overton, opinião pública
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27 Comentários
Moacir Rauber
-
12/03/2012 às 19:52
Muito bom!
A janela está em andamento quando o assunto são as drogas. O foco está sobre o tratamento dos dependentes e não de impedir que as pessoas cheguem a tanto.
Abraço
ClaudioM
-
12/03/2012 às 19:45
Aliás a questão envolvendo o Aquecimento Global está relacionada com a alta dos preços do petróleo — afinal era necessário preparar a opinião pública para o uso de fontes alternativas. Com a crise de 2008, o assunto literalmente esfriou…
ClaudioSP
-
12/03/2012 às 19:45
Querem permitir o aborto até as 12 semanas. Dê uma olhada nesse víde: http://www.youtube.com/watch?v=Ai1HmicsaSc&feature=related e me responda: você não é capaz de solidarizar-se com esse inocente do vídeo e defendê-lo da aniquilação? Se a sua resposta for não, então saiba que você pode até ser humano, mas é também um monstro.
ClaudioM
-
12/03/2012 às 19:43
São muitos os exemplos. No auge do “milagre” lulo-petista, até os lucros exorbitantes dos bancos foram vendidos como sinais de uma economia mais forte…
ClaudioSP
-
12/03/2012 às 19:39
Aprendi que para você saber do que é feita uma pessoa você não deve conhecer somente o que ela defende, mas principalmente o que ela não defende; conhecer não somente o que ela afirma, mas o que ela não afirma; conhecer não somente o que ela diz sentir, mas o que ela nega sentir… Enfim, conhecer não somente o que é evidente, mas também o que não é evidente. O que diz defender um abortista: que a mulher têm direito sobre seu corpo. O que não diz um abortista: que o ser desenvolvendo-se dentro da mulher não é parte do corpo dela e tem direito a seu corpo também. O que diz um abortista: que o embrião, feto e recém nascido ainda não são humanos por não estarem plenamente desenvolvidos. O que não diz um abortista: que a existência é feita de estágios interdependentes e que a condição humana é nata (do embrião humano nunca nascerá um avestruz etc) desde a concepção, não sendo adquirida depois da completa formação. O que diz um abortista: que defende a mulher. O que não diz um abortista: que aproximadamente metade das crianças abortadas são mulheres. Etc.
Criminosos nunca dirão que são criminosos até que isso fique evidente.
Luiz R
-
12/03/2012 às 19:38
Prezado Reinaldo,
Uma “reflexão” engraçada:
Por que naquele quadro a esquerda é representada pelo “azul” e a direita pelo “vermelho”? Não deveria ser o contrário, pelo menos no Brasil? hehe… (Calma! Sei que é norte-americano e representa as cores dos respectivos partidos).
Logo, logo, virá a esquerda poderá se aproveitar disso e começar a dizer que está mais light, mais blue, calminha calminha…
E assim vai fazer a janela se mover…hehe.
Luiz
jura
-
12/03/2012 às 19:35
Obrigdo Reinaldo por me fazer entender o que ocorreu em Rondônia, lá pelos idos do ano 2000. Aplicaram tão bem o conceito da “janela de overton”, que os U$100.000.000,00 mês que eram exportados de produtos madeiráveis, como dechs, assoalhos, portas, janelas, etc., hoje não passam de uns U$2.000.000,00. Houve casos em que o empresário desistiu da atividade, simplesmente por não aguentar mais a pecha de destruidor da floresta amazônica. Neste caso Deusa remelenta da floresta alcançou enorme sucesso.
grande abraço
jura
Sérgio Melo
-
12/03/2012 às 19:30
Ô Carvalho! A maioria da nossa população não sabe o que significa pão pão, queijo queijo!, vai agora entender mensagens subrepticias? Vamos todos a casa do Carvalho, e entre outras coisas, pediremos a ele que dê entrevista ao Augusto. Nesse meio tempo, oremos…
Walter
-
12/03/2012 às 19:30
Meu cunhado é supermercadista e disse que existe um lobby montado pelas as associações de supermercados e as prefeituras para a redução dos custos(é claro que molharam a mão dos prefeitos). O supermercadistas usaram a sustentabilidade como argumento para comover a população a aceitar a remoção das sacolinhas.
Ele paga R$ 0,03 a unidade pela sacolinhas de milho e as repassa para o consumidor por R$ 0,19. Redes maiores economizaram mais R$ 200 mil mensais por não precisar fornecer as benditas sacolas.
jgl
-
12/03/2012 às 19:27
Caro Reinaldo, muito obrigado por esta estupenda aula de política!!! abçs!!
Antonio
-
12/03/2012 às 19:27
Ola
Reinaldo
Muito tempo se usa este expediente, por meio de uma verdade querer a cobertar uma mentira muito, mas muito grande.
Lembremos nos tempos da inflação galopante neste país que graças a alguns políticos brasileiros (Plano Real) com sua força e coragem acabaram com a farra do pessoal que ganhava muito dinheiro à custa de todo o povo brasileiro sem precisar trabalhar tanto para tal. Tomemos um dos exemplos o cara que vendia o carro no final de semana embolsava a grana ia passar o fim de semana no Guarujá se divertir, gastar parte da grana e retornar na quarta feira comprar outro carro e novamente vender no fim de semana e a coisa seguia, a valorização do carro era diária, ocasionado pela inflação galopante.
Felismente isto acabou, mas naquela oportunidade no Jornal Nacional o ancora Cid Moreira dava a noticia da inflação, mas logo em seguida dizia ele, a taxa que remunerava a caderneta de poupança, ora a noticia boa dada após uma ruim, o que ficava era a boa a população poupadora ficava contente com o alto índice e nem percebia que tudo não passava do maior engano que se cometia que só foi percebido depois do plano real.
O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER ENXERGAR
Braflokan
-
12/03/2012 às 19:27
Os fabricantes de plásticos tem substituição parcial de produto vendido: vende menos sacolas para levar mercadorias porém vende mais sacolas de lixo.
Já os supermercados ganham 2 vezes: não gastam com sacolas para levar mercadorias e ainda por cima passam a vender mais sacolas de lixo!
Marcelo Dias
-
12/03/2012 às 19:27
Com certeza o senhor é uma daquelas pessoas loucamente lúcidas. Excelente artigo.
Pessoalmente passei a perceber esta ‘manipulação’ após a leitura do livro “Pensamento Crítico” de Carnielli e Epstein (muito bom, a propósito - recomendo).
O difícil é enfrentar a minoria raivosa com a cabeça entupida de estupidez, falsa ciência e com nenhuma habilidade ao debate, tentar te convencer que você nasceu errado. Se você argumenta contra essa turba (adestrar pulgas para um circo), você deve ser aniquilado por se tratar de mais um “alienado burguês”.
Teresinha
-
12/03/2012 às 19:26
Excelente aula! Estamos sujeitos a manobras ao menor descuido, só com educação e informação ficaríamos preparados contra essa armadilha.
Jayme Guedes
-
12/03/2012 às 19:25
Reinaldo,por esse motivo uso um verdadeiro mantra que representa o sumo da minha experiência de conviver: não sou o que digo ou dizem que sou. Não sou nem mesmo o que penso ou pensam que sou. Sou o que faço. Só minhas ações, as pegadas que que deixo no caminho, podem definir-me. Sem avaliar as pessoas por esse critério não há como escapar da manipulação que usa instrumentos sofisticados como a Janela de Overton descrita no texto.
Rolando
-
12/03/2012 às 19:23
Interessante, eu não conhecia essa tática para ganhar a opinião pública.
Rodrigues
-
12/03/2012 às 19:21
Simplesmente perfeito! Esta tática vem sendo usada como nunca antes “nestepaiz”.
Creuza Maria
-
12/03/2012 às 19:19
Perfeito, Reinaldo. Mas não seja modesto, você sabe sim como não cair nessa armadilha. Eu pessoalmente tenho a minha “arma”: Filosofia, a boa e velha prática da reflexão, do questionamnto como pressuposto para tudo.Agora nesse mundo em que vivemos, essa prática deve ser muito mais intensa porque a pasteurização e a massificação da sociedade está levando as pessoas a simplesmente a não pensarem, coisa de bárbaro, como diria Aristóteles! Reinaldo, você é ótimo!
João
-
12/03/2012 às 19:15
Belo tema. Não conhecia a tal janela. Vivendo e aprendendo!!!
Eduardo Bauru
-
12/03/2012 às 19:14
REINALDO. VOCÊ NÃO VAI COMENTAR SOBRE A ENTREVISTA DE LUIZ SANDOVAL À FOLHA ONDE AFIRMOU QUE A CEF QUERIA ACORDO COM O PANAMERICANO PORQUE SILVIO SANTOS ERA DONO DE TV???? COMENTA AI…..
Claudio Manoel
-
12/03/2012 às 19:13
Sobre a questão do aborto, a ministra das mulheres sentiu na ple o quanto custa “abraçar’ esta causa. Ao tentar discursar antes do show em homenagem às mulheres, na ultima quinta feira, levou uma sonora vaia e teve que ser retirada do palco.
Marc
-
12/03/2012 às 19:13
Reinaldo, pelo que li das alterações do Código Penal, percebi que a idade de consentimento no Brasil cairá de 14 para 12 anos, transformando o Brasil em um dos países com a idade de consentimento mais baixas do mundo.
Qual é a sua opinião sobre isso?
Abs,
mauro
-
12/03/2012 às 19:13
Um caso que me parece emblemático dessa janela de Overton é o “paper” dos ítalo-australianos defendendo o infanticídio, que você comentou, dias atrás.
É uma espécie de bode na sala: levam a coisa longe demais, conscientemente, para propiciar a defesa de trincheiras anteriores: o uso de fetos para células-tronco ou como “spare parts”, por exemplo.
Discutir essas “propostas” já equivale a dar-lhes a vitória - e a tentação a discutir a impossibilidade moral do infanticídio é quase irresistível, não é? Mas qualquer aluno do ensino fundamental 2 (é assim que se chama o ginásio hoje, né) pode rebater aquela bobajada pseudo-científica.
Aí caímos todos na armadilha e começamos a discutir aquilo, empurrando a janela mais para lá.
O que deveria ser feito era pedir ao editor e aos autores que passassem por exames psicológicos, para ver se ainda são senhores de suas razões. Se não forem, deveriam ser civilmente interditados. Se forem, deveriam ser processados por apologia ao crime. São as únicas coisas a fazer: debater com eles é dar-lhes a vitória.
Eduardo
-
12/03/2012 às 19:12
Reinaldo, o trecho a respeito de sacolinhas retrata o que de fato tem acontecido, como se a maioria dos produtos vendidos pelos supermercados não estivessem embalados em…plástico. Apenas um detalhe está incorreto. As sacolas feitas de derivado de amido ( ácido polilático misturado com poliéster alifático ) podem ser compostáveis ( por sinal compostagem não existe no Brasil ) e biodegradáveis. Mas não são recicláveis. As sacolas plásticas convencionais e as aditivadas ( oxibiodegradáveis ) são recicláveis juntamente com os plásticos convencionais e podem ser fabricadas a partir de plásticos convencionais reciclados. Mais informações sobre plásticos biodegradáveis em http://www.i-ideais.org.br
Memyself
-
12/03/2012 às 19:11
Fantástico, Reinaldo! Ler seu blog é sempre, sempre aprender a pensar melhor. Derivando: já estou recebendo e-mails de gente que não conheço, conclamando a lutar contra a legalização do aborto. A janela pode ser bem mais difícil de mover do que pensa o pt e sua escumalha amestrada.
Hélio Pimentel
-
12/03/2012 às 19:05
Sobre as sacolinhas…
No tempo das sacolinhas, meu lixo era jogado nelas e as caixas de papelão dos supermercados eram recicladas. Agora, meu lixo é jogado em caixas de papelão.
Pergunto:
1. O que provoca maior impacto nos lixões? Um saco plástico ou uma caixa de papelão (muito mais volumosa).
2. O impacto do aumento do consumo de papelão será compensado pela diminuição da produção dos sacos plásticos?
3. Quando as caixas de papelão não são suficientes, os sacos “de lixo” comprados (mais grossos e usados uma única vez) não são mais poluentes que os sacos plásticos gratuitos?
Sergio Hora
-
12/03/2012 às 18:58
Um belíssimo esclarecimento!
Sempre é bom lembrar que no caminho deste deslocamento, a par do trabalho lícito de assessores de imprensa, relações públicas, publicitários etc., operam também, e a soldos muitas vezes exuberantes, os JEGs.
Para os de boa fé, areia das mais movediças.
Cris Azevedo
-
12/03/2012 às 18:58
REI
O que fazer aqui? Chamamos a policia?
Congresso não cumprirá rito de MPs determinado pelo STF, diz Vaccarezza
Para líder do governo, ‘qualquer um que entenda do parlamento sabe que isso vai acontecer’
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,congresso-nao-cumprira-rito-de-mps-determinado-pelo-stf-diz-vaccarezza,847427,0.htm
Muito bem, a Constituição virou papel higiênico, e faz tempo!
Fernão Silva Pinto
-
12/03/2012 às 18:48
Muito bem colocada a questão da sacolinha. É um exemplo de como a mídia engole, sem processar, o que os operadores de imagem impingem à sociedade.
Anônimo de Todo Dia
-
12/03/2012 às 18:47
Parece que os únicos que não possuem assessoria são os políticos da oposição. Aliás, possuem o Gonzales…
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A JANELA DE OVERTON
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qua, 6 de julho, 2011
O termo "Janela de Overton" foi dado em homenagem a Joseph P. Overton, que era vice-presidente do Centro Mackinac para políticas públicas nos anos 90 e criou um modelo que mostra como as opiniões públicas podem ser mudadas intencionalmente e de forma gradual por um pequeno grupo de pensadores ("Think tank"). Ou seja, idéias que antes pareciam impossíveis são plantadas na sociedade e, com o tempo, se transformam até mesmo no oposto do que era antes. Imaginemos qualquer causa politico/social (educação, aborto, descriminalização de drogas, não interessa). Para cada causa há um espectro de idéias que vai de um extremo a outro (do pensamento mais radical ao mais liberal). A Janela de Overton é o leque de idéias "aceitáveis" na sociedade, ou seja, a posição da sociedade num dado espectro.
Quando um Think tank tem de promover uma idéia que está fora do que a opinião pública considera razoável, ela "puxa" a janela na sua direção. Assim, através da sua ação na mídia, vai introduzindo no discurso público idéias a princípio consideradas radicais, impossíveis de implementar, mas que, com a exposição do público a essas ideias, o que era inaceitável passa a ser tolerável, e o que era aceito pode até passar a ser rejeitado.
Podemos ver esse mecanismo em ação agora mesmo, ao assistirmos a uma massificação/exploração da homossexualidade pela mídia, assim como fizeram nos anos 90 com o culto à marginalidade (e uso a palavra em seu sentido mais amplo, do que está à margem). Colheremos bons e maus frutos disso, mas não amadureceremos como sociedade, assim como não amadurecemos em relação às classes sociais, pois não há debate ou esclarecimento, apenas imposição e tomadas de lado. Sem entrar na questão de certo ou errado (isso seria desvirtuar todo o post e olhar pro dedo, em vez de olhar pra Lua), dá pra perceber uma saturação de personagens homossexuais nas novelas, assuntos relativos ao tema nos telejornais, como que empurrando goela abaixo da sociedade algo que até então era tabu, num equivalente psicológico do que seria um "tratamento de choque". Tratamentos assim podem até curar os sintomas, mas à custa de recalques e traumas que ficarão adormecidos, apenas esperando um gatilho para explodir.
Existem tantos outros tantos exemplos de manipulação, mas os mais dramáticos são os que levam um país inteiro a uma guerra.
Todo mundo sabe que a guerra do Iraque foi baseada numa mentira (as tais "armas de destruição em massa") mas o que poucos sabem é que tudo seguiu um script de um relações-públicas de guerra contratado pelo governo dos EUA para controlar todas as informações que apareceriam na mídia (e controlar, assim, a percepção das pessoas). Esse homem é John Rendon. Suas ações foram além de plantar notícias: ele também criou, a pedido da CIA, forças dissidentes DENTRO do Iraque a fim de que depusessem o governo desse país na base da violência. Então se você acha que o enforcamento de Saddam Hussein foi planejado e executado "soberanamente" por iraquianos... bem, se você é um cara que acredita em tudo o que vê na TV, provavelmente deve achar que o David Copperfield é um Avatar!
Rendon também participou do 11 de setembro, trabalhando para o Pentágono no Office of Strategic Influence, cuja missão era plantar notícias falsas e esconder suas origens. Outra missão era monitorar e participar de fóruns e chats em lingua árabe (lembrem que a única "confirmação" de que Osama Bin Laden foi morto foi feita num desses fóruns em que a Al Quaeda supostamente participa. A mensagem poderia ter sido escrita até por mim, mas a mídia comprou essa informação como verídica, assim como tem comprado tudo o que o governo americano diz que é pra ser).
Abro um parênteses pra lembrar que esse ano Obama se reuniu com os principais executivos da internet (Google, Apple, Facebook, Twitter, Yahoo, entre outros). Supostamente o jantar era pra falar sobre a geração de empregos, mas diante dos fatos descritos acima fica difícil acreditar que o presidente dos EUA se encontraria com os principais outsiders da mídia controlada pra falar de algo tão prosaico.
"Ei, garoto! Sabe aquele recurso de identificar as pessoas nas fotos do Facebook? Eu vejo aí o início de uma grande amizade!"
O "pai" das relações-públicas foi Edward Bernays. Ele cuidou da propaganda por detrás do golpe de estado na Guatemala, em 1954, onde a CIA tirou do poder um regime democraticamente eleito, e também ajudou a criar um sentimento de guerra contra a Alemanha na 1ª guerra (1917). Sua fama foi feita no final dos anos 1920, quando ele conseguiu inverter uma percepção negativa da sociedade (mulheres fumarem era algo grosseiro e masculino) para algo positivo (glamour, elegância) com a campanha dos cigarros Chesterfield. Ele também é o responsável pela percepção de que a cerveja é uma "bebida leve e moderada". Em 1928 ele lançou o livro "Propaganda", que se tornou a bíblia da indústria da publicidade e dos governos ocultos. Não por acaso foi o livro de cabeceira de Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista (apesar de Edward ser judeu).
Barack Obama é o maior exemplo de um produto de sucesso das relações públicas. Ele saiu do nada para a presidência dos EUA através puramente da imagem e do discurso, uma imagem - e discurso - vendidos não só para os EUA, mas para o mundo todo, e que geralmente não condiz com suas atitudes (A base de Guantânamo continua lá pra provar). Quem produziu Barack Obama? A resposta visível é o marketeiro dele, Ben Self (que por sinal trabalhou na campanha da Dilma). Mas não responde a QUEM interessa fazer Barack Obama. Esse é um mistério que só pode ser entendido quando acrescentamos um elemento atualmente invisível à nossa sociedade: aqueles que controlam a sociedade.
Edward Bernays fala explicitamente em seu livro "Propaganda":
"Se entendermos os mecanismos e as motivações da mente de grupo, é agora possível controlar e reger as massas de acordo com nossa vontade, sem seu conhecimento."
Em um livro posterior, Edward cunhou o termo "engenharia do consentimento" para descrever sua técnica de controle de massas:
"A manipulação consciente e inteligente dos hábitos organizados e opiniões das massas é um elemento importante na sociedade democrática (...) Aqueles que manipulam este mecanismo oculto da sociedade constituem um governo invisível que é o verdadeiro poder do nosso país (...) Em quase todo ato de nossa vida diária, seja na esfera da política ou dos negócios, na nossa conduta social ou no nosso pensamento ético, nós somos dominados por um número relativamente pequeno de pessoas (...) que compreendem os processos mentais e padrões sociais das massas. São eles que puxam os fios que controlam a mente do público."
Quem controla a mídia controla o poder. É por isso que nosso querido governo nunca desistiu da idéia de controle total da imprensa, mas nisso têm enfrentado violenta oposição da Band e da Globo. Se a história nos ensinou alguma coisa, é que vai ser preciso criar um factóide (algo dramático, de apelo popular) pra se criar, no calor dos eventos, uma censura que não pareça uma censura. Ou seguir o caminho que já está tomando, de ir aumentando o controle do judiciário e ir estrangulando, por meio de processos e proibições (como a do Estadão) o jornalismo inquisitivo, de denúncia. Por outro lado, engana-se quem pensa que a mídia está contra o governo. Porque, ironicamente, a mídia só se torna relevante em seu poder de convencimento quando está aliada ao poder, e o poder está representado pelo governo, que está repre$entado/sustentado na mídia. Essa simbiose pode ser observada na relação estreita da Globo com todos os governantes brasileiros, independente de ideologia.
Um belo exemplo de inversão completa do espectro está na manipulação em massa da esquerda brasileira, que apenas 15 anos antes era intolerante ao extremo com corrupção e falta de ética DA DIREITA, e prometiam fazer diferente, mas uma vez no poder conseguiu implantar em seus eleitores/apoiadores a idéia de que conchavos, propinas e corrupção fazem parte do jogo político, e que é a única forma de se manter a governabilidade. Isso não foi construído do dia para a noite, e sim ao longo do gerenciamento da mídia dos VÁRIOS escândalos em que eles se meteram. Algo que nunca conseguiriam sem o poder e carisma de seu relações-públicas Luís Inácio Lula da Silva ("o cara") que, quando quer fazer publicidade ou apagar algum incêndio, dá entrevistas exclusivas à Rede Globo, que outrora criticava.
Referência:
Designorado: a importância dos extremos;
Edward Bernays: The father of spin
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