Primeira Parte (escopo) Os Diversos Livros da Bíblia I. A BÍBLIA: O SEU CONTEÚDO BÍBLIA: a palavra Bíblia vem do grego tà biblía, cuja tradução é 'os livros'. Esta palavra não aparece na Bíblia, no sentido em que a usamos. A Bíblia contém 46 livros no Antigo Testamento, e 27 livros no Novo Testamento. Mormente, os livros da Bíblia podem ser designados mediante uma abreviação do seu título, por exemplo, Ex para o livro de Êxodo, Lc para o Evangelho de São Lucas. Para conhecer as abreviaturas de cada livro, basta conferi-las no índice de cada Bíblia. BICOLON OU DÍSTICO: dois estíquios, ou seja, duas frases com sentido completo de uma poesia. Também chamado de bicolon. CAPÍTULO E VERSÍCULO: para facilitar a procura de uma passagem, cada livro é dividido em capítulo, que são os números maiores, e cada capítulo, em versículos, que são os números menores encontrados dentro do texto. Stephen Langton dividiu a Bíblia em capítulo, por volta de 1230, utilizando a Bíblia em Latim da Universidade de Paris. Robert Etienne, de Genebra, entre 1527 e 1555, criou o sistema de versículos. A divisão dos textos em capítulos e versículos tem uma única finalidade: ajudar que determinado texto seja encontrado de forma fácil, rápida e prática. ESTÍQUIO: apesar de não encontrarmos esta palavra em dicionários comuns da Língua Portuguesa, ela vem do grego stíchos, que significa linha singular de uma poesia; designação muito usada na poesia hebraica. A palavra colon é utilizada como sinônima de estíquio. ESTROFE: unidade literária, ás vezes repetida na poesia, formada por um ou mais estíquios e forma a idéia principal do conceito que o poema quer transmitir. HEMISTÍQUIO: é metade de um estíquio. MONOCOLON: quando um estíquio é considerado uma unidade semi-independente. Apesar de ser uma frase apenas em uma linha, a diferença do monocolon com o estíquio é que o primeiro cumpre uma função estrutural no poema (abertura, clímax, conclusão, refrão...); já o segundo, é uma linha singular numa poesia, mas sem função estrutural. POEMA: composição poética, em verso, de tamanho razoável, com enredo. Geralmente, os Salmos são composições poéticas, feitos em verso e divididos em estrofes (stanza). REFERÊNCIA BÍBLICA: a referência bíblica, geralmente, é dada da seguinte forma: Sl 1,1: livro de Salmos, capítulo1 e versículo1. Ex 20,1-5.10-15: livro de Êxodo, capítulo 20 dos versículos de 1 a 5 e depois, de 10 a 15. Mc 15,10–16,9: Evangelho de Marcos, do capítulo 15, versículo 10 ao capítulo 16, versículo 9. 1Cor 1,4-6; 1Tm 4,1-4: Epístola de Primeira Coríntios, capítulo 1, versículos de 4 a 6 e Epístola de Primeira Timóteo, capítulo 4, versículos de 1 a 4. Os irmãos separados de outras igrejas se referem aos livros da Bíblia com poucas diferenças. Por exemplo, para separar o capítulo dos versículos, eles colocam dois pontos. Para encontrar o livro da Bíblia que se quer, caso haja qualquer dificuldade, sempre, no começo de cada Bíblia, é apresentado ao leitor um índice com os nomes dos referidos livros e as páginas onde se encontram. STANZA: quando um poema é dividido, cada divisão se chama stanza. A stanza pode ser formada por uma ou mais estrofes. TETRACOLON, PENTACOLON...: é um conjunto de quatro, cinco ou mais estíquios no poema. TRICOLON: é um conjunto de três estíquios que podem formar, por exemplo, uma estrofe na poesia. 1. A BÍBLIA HEBRAICA INTRODUÇÃO: A Bíblia em língua hebraica, única Bíblia respeitada pelo Judaísmo, é formada por vinte e quatro livros, divididos em três seções: Torá, que significa Lei, com 5 livros; Nebiîm, que significa Profetas, com 8 livros e Ketubîm, que significa Escritos, com 11 livros. Os judeus chamam o seu Livro Sagrado de TaNaK, palavra composta pelas primeiras letras dos nomes de cada uma das seções da Bíblia Hebraica. Na Bíblia Cristã, TaNaK é o Antigo Testamento também chamado de Primeiro Testamento, Primeira Aliança ou Antiga Aliança. A diferença com a Bíblia Cristã Católica é que a mesma possui 7 livros, que são chamados, pelos católicos de Deuterocanônicos. Os irmãos separados os consideram apócrifos. Tais livros foram escritos na língua grega por judeus inspirados pelo Espírito Santo na época helenística, portanto, pós-exílica. Na Bíblia Católica, o livro dos 12 Profetas é considerado 12 livros e não 1 só como na TaNaK. A TORÁ: esta palavra, erroneamente, tem sido traduzida por Lei. Na verdade, ela não significa só Lei, mas o conjunto de Tradição, Preceitos, Estatutos, Ensinamentos, Orientações, Ordens, que, para os judeus, têm significados diferentes. A Torá corresponde ao que os cristãos chamam de Pentateuco, palavra tirada da Bíblia dos Setenta e é formada por Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, conjunto de livros que possuem as 613 mitzvotz (leis, tradições, preceitos...), algumas dadas por Moisés e algumas escritas pelo próprio JaHVéH [o Nome de Deus em hebraico é formado por 4 consoantes. O hebraico não utiliza vogais. Os massoretas as criaram apenas com o intuito de fazer com que a língua hebraica fosse aprendida com mais facilidade e desta forma, espalhasse-se pelo mundo. Por isso, neste ensaio, optei por escrever o Nome de Deus desta forma. As letras maiúsculas simbolizam as consoantes hebraicas]. O livro de Gênesis conta sobre a origem: da Criação à Torre de Babel (Gn 1-11), e a História dos Patriarcas (Gn 12–50). O conjunto formado pelos outros quatro livros – Êxodo, Levítico, Número e Deuteronômio – narra os acontecimentos do êxodo dos hebreus do Egito: do nascimento de Moisés à sua morte. Neste conjunto encontramos os seguintes códigos: - o Decálogo, também chamado de as Dez Palavras ou os Dez Mandamentos, pronunciado por JaHVéH sobre o Sinai (Ex 20,2-17 e Dt 5,6-21) [conferir minha tese de mestrado a saber: LIMA, Cleodon Amaral de. A Proibição de se Fabricar Ídolos – uma exegese de Ex 20,1-6 e de Dt 5,5-10. 2. ed. São Paulo: Rideel, 2005, 160p.]. - o Código da Aliança pronunciado por JaHVéH a Moisés também sobre o Sinai (Ex 20,22-23,19). - a Lei de Santidade: pronunciada por JaHVéH a Moisés durante a permanência do povo hebreu no deserto (Lv 17-26). - o Código Deuteronômico: segundo os críticos literários, o Deuteronômio Original encontrado por Esdras no Templo era constituído somente por este Código, do cap. 12 ao 26, considerado a parte central do livro e também chamado de Segunda Lei. Este código foi promulgado por Moisés na cidade de Moab, antes da conquistada de Canaã. OS PROFETAS: os Profetas, chamados em hebraico de Nebiîm, são divididos em dois grupos de livros no Judaísmo: 'Profetas anteriores' e 'Profetas posteriores'. - Profetas anteriores: Josué, Juízes, 1-2 Samuel, 1-2 Reis. Esse conjunto cobre o período que vai da conquista de Canaã, a destruição de Jerusalém no ano 587 a .C. e vai até o final da Monarquia. Os profetas Samuel, Natã, Elias, Eliseu, a profetisa Hulda e outros ainda durante este período desenvolvem um profetismo de base. A história deuteronomista constitui uma unidade literária independente, escrita sob a Tradição presente no livro do Deuteronômio. A escola deuteronomista utiliza uma quantidade de documentos colocados em um quadro literário, formando um conjunto único, famoso pelo seu estilo amplo e pela sua teologia: a infidelidade à aliança com JaHVeH provoca a ruína; só JaHVeH permanece fiel às suas promessas. - Profetas posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os "Doze Profetas Menores". Dividido, como vemos, em quatro oráculos proféticos, maiores, sendo que, um bloco maior, de doze livros, é considerado um único livro, e todos de valor inigualável. Da metade do Século VIII até 400 a .C., esses profetas deixaram suas mensagens e as temos todas por escrito. - Isaías, o primeiro desses oráculos proféticos, viveu cerca de 740 a 685 a .C. O livro do Profeta é dividido pela crítica literária em três unidades literárias: Primeiro Isaías ou Proto-Isaías (1-40), que muitos acreditam ter sido escrito pelo próprio Profeta, antes do Exílio da Babilônia; Segundo Isaías ou Dêutero-Isaías (41-55), uma releitura realizada por algum discípulo de Isaías, provavelmente, escrito na época do Exílio ou no final do mesmo, início do Século VI. É nesta unidade literária que encontramos os Quatro Cânticos do Servo Sofredor, a saber, respectivamente, Is 42,1-9; 49,1-7; 50,4-11; 52,13-53,12. Enfim, o Terceiro Isaías ou Trito-Isaías (56-66), fruto de discípulos de Isaías, provavelmente, pertencentes à escola isaítica ou tradição isaítica. - Jeremias: as passagens em prosa, de estilo deuteronomista, podem ter nascido das penas de um secretário do Profeta. Entre os oráculos de Jeremias, o que se destaca são as Confissões de Jeremias, que manifestam o seu drama interior (cf. Jr 11,18-12,6; 15,10-21; 17,12-18; 18,18-23; 20,7-18). - O livro do profeta Ezequiel termina com uma unidade literária que a crítica literária chama de Torá de Ezequiel (Ez 40-48), que propõe um projeto para a reconstrução do Templo e a reorganização do culto no pós-exílio. - O conjunto dos "Doze Profetas Menores" recebe o epíteto "menores" porque, cada um dos doze, tem muito poucos versículos. Dos doze, o mais antigo é o livro do profeta Amós, escrito por volta do ano 400 a .C. OS ESCRITOS: os Escritos, chamados em hebraico de Ketubîm, são divididos em três grupos de livros. 2. A SETENTA OU SEPTUAGINTA 3. O NOVO TESTAMENTO II. A BÍBLIA E O CÂNON DA ESCRITURA III. A BÍBLIA E A SUA TRANSMISSÃO 1. OS MANUSCRITOS 2. OS PRINCIPAIS MANUSCRITOS DA BÍBLIA HEBRAICA 3. OS PRINCIPAIS MANUSCRITOS DA SETENTA 4. OS PRINCIPAIS MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO IV. A LÍNGUA DA BÍBLIA E DA SUA VERSÃO MAIS ANTIGA 1. A LÍNGUA DA BÍBLIA 2. A LÍNGUA DA VERSÃO MAIS ANTIGA DA BÍBLIA V. A BÍBLIA SUBMETIDA À CRÍTICA LITERÁRIA 1. A CRÍTICA TEXTUAL 2. A CRÍTICA DAS FONTES 3. A CRÍTICA HISTÓRICA 4. A CRÍTICA LITERÁRIA VI. A LISTA DOS MANUSCRITOS ENCONTRADOS NO DESERTO DE JUDÁ VII. A LITERATURA ANTIGA JUDAICA E CRISTÃ NÃO CANÔNICA 1. LISTA DOS PRINCIPAIS APÓCRIFOS DOS ANTIGO TESTAMENTO 1) LITERATURA APOCALÍPTICA 2) LITERATURA TESTAMENTÁRIA 3) HISTÓRIA E LENDA 4) LITERATURA SAPIENCIAL 5) SALMOS E ORAÇÕES 2. LISTA DOS PRINCIPAIS APÓCRIFOS DO NOVO TESTAMENTO 1) EVANGELHOS APÓCRIFOS 2) ATOS APÓCRIFOS 3) CARTAS APÓCRIFAS 4) LITERATURA APOCALÍPTICA Aguardem!!! Em breve, haverá CONTINUAÇÃO. Eu farei considerações em cada item |
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]