quarta-feira, 18 de abril de 2012

Ciência confirma a Igreja: “O pranto de Nossa Senhora sobre o mundo” plus 4 mais

Ciência confirma a Igreja: “O pranto de Nossa Senhora sobre o mundo” plus 4 mais


O pranto de Nossa Senhora sobre o mundo

Posted: 05 Jul 2011 03:09 PM PDT

Em ocasiões anteriores  de modo excecional publicamos matéria referente às aparições e à mensagem de Nossa Senhora de Akita, Japão.

A boa acolhida dispensada à matéria nos leva a reproduzir mais este artigo sobre o assunto.

Ela foi redigida por Diogo Waki, ele próprio descendente de japoneses que visitou Akita alguns anos atrás e escreve com conhecimento pessoal da vidente e de sua casa religiosa.

Os leitores perceberão que as partes essenciais da mensagem de Nossa Senhora se encontram reproduzidas novamente no artigo de Diogo Waski.

Se tratando de palavras de Nossa Senhora decidimos repetí-las. Elas nunca estarão demais. Confiamos na benevolência piedosa de nossos leitores.

Nosso Senhor amou Jerusalém, a cidade perfeita, alegria do mundo inteiro. Entretanto, pouco antes de Ele ser crucificado, passando perto de suas muralhas, profetizou a sua destruição, que ocorreria como castigo pelo deicídio.



Quarenta anos se passaram sem que aquela profecia se cumprisse. Até que, nos anos 70 da era cristã, a surdez do povo aos apelos e admoestações de Nosso Senhor foi punida pelo exército de Tito, general romano, depois imperador, que invadiu e destruiu Jerusalém, inclusive o Templo, não deixando pedra sobre pedra.

"Aproximando-se ainda mais, Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela, dizendo: Ó! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!... Mas não, isso está oculto aos teus olhos. Virão sobre ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados; destruir-te-ão a ti e a teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo em que foste visitada" (São Lucas, 19, 42-44).

O mundo não deu ouvidos às advertências de Fátima

Não estaremos presenciando fato análogo? Com efeito, no ano de 1917, Nossa Senhora acenou em Fátima para um prêmio e um castigo. Disse que a Primeira Guerra Mundial acabaria, mas que no reinado de Pio XI sobreviria outra pior: foi a Segunda Grande Guerra.

Afirmou ainda que, se os homens não mudassem de vida, a Rússia espalharia seus erros pelo mundo promovendo guerras e perseguições, os bons seriam perseguidos e martirizados, o Santo Padre teria muito que sofrer, várias nações seriam aniquiladas, mas que, por fim, seu Imaculado Coração triunfaria, sendo concedido ao mundo algum tempo de paz.

A condição para que esses castigos não se abatessem sobre a humanidade seria a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, a recitação do Terço e a Comunhão reparadora dos cinco primeiros sábados.

Como os homens não deram ouvidos a essas advertências, o mundo veio decaindo moral e espiritualmente, chegando hoje a abismos nunca antes imaginados.

Em Nova Orleans (EUA), novo apelo da Mãe de Deus

Em julho de 1972, uma das imagens peregrinas internacionais de Nossa Senhora de Fátima, esculpidas sob a orientação da Irmã Lúcia, verteu lágrimas diversas vezes, na cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos. Jornais do mundo inteiro estamparam com destaque o prodígio.

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira escreveu então, na "Folha de S. Paulo", um belíssimo e grave artigo intitulado Lágrimas, milagroso aviso, no qual conclamava os leitores a atenderem à Mensagem de Fátima. Dizia que Nossa Senhora estava como uma mãe que, não tendo mais o que dizer ao filho, se limitava a chorar:

"O misterioso pranto nos mostra a Virgem de Fátima a chorar sobre o mundo contemporâneo, como outrora Nosso Senhor chorou sobre Jerusalém. Lágrimas de afeto terníssimo, lágrimas de dor profunda, na previsão do castigo que virá". ("Folha de S. Paulo", 6-8-1972)

A justiça de Deus pede o castigo, mas, por desígnios misteriosos do próprio Deus, Nossa Senhora intercede por nós, implorando misericórdia. Até quando Ela poderá suster o braço de seu Filho?



Porque o Ocidente não deu ouvidos à Mensagem de Fátima...

Transcorridos cinqüenta anos das aparições de Fátima, poucos se recordavam das trágicas e ameaçadoras palavras de sua Mensagem.

Entretanto, sempre bondosa, Nossa Senhora escolheu um pequeno mas populoso país de glorioso passado católico – o Japão –, para na minúscula cidade de Akita (que em 1642 teve sua terra regada pelo sangue de 32 mártires católicos) renovar os apelos contidos na Mensagem de Fátima.

Veja vídeo
Video documentário: a vidente
Irmã Agnes Katsuko Sasagawa,
reproduz as palavras de Nossa Senhora.
Ela fala em japonês
e o rodapé vem em inglês.

Revelou então ali à Irmã Agnes Katsuko Sasagawa, noviça do convento das Servas do Sagrado Coração de Jesus presente na Sagrada Eucaristia, algo que não fora ainda revelado ao mundo e que pode ser aproximado da terceira parte do segredo de Fátima.

Há nesse convento uma imagem da Santíssima Virgem, esculpida em madeira por um artista japonês, inspirada na de Nossa Senhora de Todas as Nações, de Amsterdã.

Tal imagem passou a ser conhecida como Nossa Senhora de Akita. Foi junto a ela que se darão fatos místicos que talvez expliquem os últimos acontecimentos sucedidos no Japão e no mundo.

Akita, guardiã de nova advertência

No dia 3 de junho de 1624, Masakage, filho do senhor feudal da região de Akita, mandou queimar vivos nesta cidade 32 cristãos.

Talvez o fato de ter sido regada pelo sangue de mártires explique a predileção de Nossa Senhora por Akita, onde mais tarde a Mãe de Deus escolheria a Irmã Agnes para transmitir no Oriente um derradeiro apelo à conversão, porquanto no Ocidente a Mensagem de Fátima não tivera a aceitação devida.

Aliás, a ligação de Akita com Fátima é notória. Houve uma primeira aparição do anjo à Irmã Agnes, em 1969, paralela à havida em 1917 aos três pastorinhos.

O celeste emissário também rezou com ela o Terço e ensinou-lhe a mesma oração que por ocasião da segunda parte do segredo Nossa Senhora ensinara aos videntes da Cova da Iria:

"Quando rezais o Terço, dizei depois de cada mistério: 'Ó meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem'".

Contudo, diversamente de Fátima, Nossa Senhora não apareceu de forma física em Akita.

No período compreendido entre 1969 e 1982 (The Meaning of Akita, by John M. Haffert, 101 Foundation, Chronological Order of the Events of Akita, e as seguintes citações), além das aparições do anjo e dos fenômenos místicos da Irmã Agnes, sua presença se fez ali sentir através de uma imagem que lacrimejou 101 vezes, verteu sangue proveniente de um estigma da mão direita, e transpirou óleo de agradável perfume.


Outros artigos publicados sobre Akita:





Irmã Agnes Katsuko Sasagawa, vítima expiatória

Em 1969, deu-se a primeira aparição do anjo à Irmã Agnes. Em 1973, passou por uma dura provação: ela ficou inteiramente surda.

Neste mesmo ano, depois de uma visão na qual uma coorte celeste lhe apareceu em torno do tabernáculo adorando o Santíssimo Sacramento, ela recebeu na mão esquerda o estigma da Paixão de Nosso Senhor, provocando-lhe intensa dor e sofrimento.

Nossa Senhora a estava preparando para receber sua mensagem. Nos meses que se seguiram, a Santíssima Virgem comunicou-se por três vezes com a Irmã Agnes que, apesar de sua surdez, ouvia a voz de Nossa Senhora estando diante da imagem.

Primeira mensagem da Mãe de Deus

"Minha filha, minha noviça, você foi muito dócil abandonando tudo para seguir-me. A surdez a incomoda? A chaga será curada, esteja certa. Seja paciente. Esta é a última prova. A chaga lhe causa muito sofrimento? Reze em reparação pelos pecados dos homens. Cada pessoa nesta comunidade é minha filha insubstituível. Você sabe rezar a oração das Servas da Eucaristia? Então vamos rezar juntas".



Segunda mensagem

"Minha filha, minha noviça, você ama o Senhor? Se você ama o Senhor, ouça o que eu tenho a lhe dizer. É muito importante. Você deverá dizer isso ao seu superior.

"Muitos homens neste mundo afligem o Senhor. Eu desejo almas que O consolem para aplacar a ira do Pai Celestial. Eu e meu Filho desejamos almas que reparem por seus sofrimentos e sua pobreza pelos pecadores e pelos ingratos.

"Para que o mundo possa conhecer Sua cólera, o Pai Celeste está preparando um grande castigo para todos os homens. Com meu Filho, temos intervindo muitas vezes para apaziguar a ira do Pai. Eu tenho evitado a vinda de calamidades oferecendo-Lhe os sofrimentos de Nosso Senhor na Cruz, seu preciosíssimo Sangue, e almas amadas que O consolam e constituem uma coorte de almas vítimas expiatórias.

"Orações, penitências e sacrifícios corajosos podem aplacar a cólera de Deus. Eu desejo isto também de sua comunidade... que ela ame a pobreza, que ela se santifique e reze em reparação pelas ingratidões e ultrajes de tantos homens. Recite a oração das Servas da Eucaristia com fervor, meditando no seu significado; coloque-a em prática; ofereça-a em reparação pelos pecados. Deixe ao esforço de cada uma, de acordo com a capacidade e a posição, de oferecer-se inteiramente ao Senhor.

"Mesmo em um instituto secular, a oração é necessária. As almas que querem rezar estão na via de viver em comunidade. Sem fazer acepção de pessoa, tenha muita fé e seja ardorosa em rezar para consolar o superior.

Depois de um silêncio, acrescentou: "É verdadeiro o que você sente em seu coração? Você está realmente decidida a ser a pedra rejeitada? Minha noviça, você que deseja pertencer ao Senhor sem reservas, ser digna esposa do Esposo, faça seus votos sabendo que você deve ser pregada na cruz com três cravos. Estes três cravos são a pobreza, a castidade e a obediência. Dos três, a obediência é o fundamento. Num abandono total deixe-se moldar pelo superior. Ele saberá como entendê-la e como dirigi-la."

Terceira mensagem

Em 13-10-1973:

"Minha querida filha, preste bem atenção ao que eu tenho a lhe dizer. Você deve informar ao seu superior.

Após um tempo de silêncio, afirmou: "Como eu lhe disse, se os homens não melhorarem e não se arrependerem, o Pai infligirá uma terrível punição a toda a humanidade. Será um castigo pior do que o dilúvio, como ninguém viu antes. O fogo cairá do céu e destruirá uma grande parte da humanidade... tanto o bom como o mau, não poupando nem os sacerdotes nem os fiéis. Os que sobreviverem se sentirão tão desolados que invejarão os mortos. A única arma que lhes restará será o Rosário, o Sinal deixado pelo meu Filho. Reze o Rosário todos os dias. E reze-o pelas intenções do Papa, dos bispos e dos padres.

"O trabalho do demônio infiltrará até mesmo na Igreja, de tal forma que veremos cardeais se opondo a cardeais, bispos contra outros bispos. Os padres que me veneram serão objeto de escárnio por parte dos seus confrades, as igrejas e os altares serão saqueados, a Igreja estará cheia daqueles que aceitam compromissos e o demônio pressionará muitos padres e almas consagradas para deixarem o serviço do Senhor.

"O demônio será especialmente implacável contra as almas consagradas ao Senhor. A lembrança da perda de tantas almas é a causa de minha tristeza. Se os pecados crescerem em número e gravidade, não haverá mais perdão para eles.

"Com coragem, fale ao seu superior. Ele saberá como encorajar a cada uma de vocês e fazer suas reparações".

— "Quem é o meu superior?", pergunta a Irmã Agnes a Nossa Senhora.

— "Em ocasiões como esta você deveria ter pergunta mais importante a fazer"... – disse, em tom de repreensão, o anjo que assistia o diálogo de Maria Santíssima com a Irmã Agnes.

— "É que, além do bispo, eu tenho três superiores e por este motivo achei que era importante esclarecer isto.

"É o bispo Ito, que dirige a comunidade" — respondeu Nossa Senhora. Depois sorriu e disse: "Você ainda tem alguma pergunta? Hoje será a última vez que lhe falarei a viva voz. Doravante você obedecerá àquele que eu lhe enviar e ao seu superior".

* * *

As três mensagens acima estão contidas na carta pastoral que o bispo de Niigata e ordinário local, D. John Shojiro Ito, escreveu em 22 de abril de 1984, integralmente transcrita no livro de autoria do Padre Teiji Yasuda, O.S.V., capelão e diretor espiritual do convento.

Em casos como esse, que tratam de visões e revelações particulares, é costume da Santa Sé deixar a cargo do ordinário local (no caso o bispo de Niigata) declarar se as referidas revelações são dignas de crédito ou não.

Segundo consta na contra capa da versão inglesa do livro do Padre Teiji Yassuda e John Hafert – Akita. The tears and Message of Mary  –, e o então Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, considerou "as mensagens da Virgem como dignas de crédito". (Akita The Tears and Message of Mary, by Teiji Yasuda, O.S.V. (english version by John M. Haffert, 1989), 101 Foundation, Inc Asbury, New Jersey, USA pp. 190-199.)

Conclusão

A tragédia ocorrida no Japão não constitui mais um aviso para a humanidade?

É essa a questão que podemos e devemos levantar, para irmos analisando os acontecimentos que se forem desenrolando. Agiremos assim à imitação da Mãe de Deus, que à medida que se aproximavam e sucediam os episódios relativos à Paixão de seu Divino Filho, tudo conferia à luz das Sagradas Escrituras.

Diante dos fatos catastróficos que ocorrem em qualquer parte do mundo, é lícito perguntar:

Não serão os passos de Deus na História?

Não serão os prenúncios de realização das numerosas mensagens pelas quais, antes de punir, Deus nos avisa misericordiosamente?

Autor: Diogo Waki; Catolicismo, abril de 2011


Outros artigos publicados a respeito de Akita:



Tirado do blog "A aparição de La Salette e suas profecias




A conversão do hebreu Ratisbonne: obra sobrenatural que vai além das ciências humanas

Posted: 29 Jun 2011 06:29 PM PDT

Afonso Ratisbonne
Um dos fenômenos mais específicos da vida religiosa é o da conversão interior, espiritual, que para ser autêntica e sincera só pode acontecer pela graça de Deus.

É precisamente por causa disto que a conversão religiosa não é suscetível de uma explicação das ciências físicas. Os tentativos de dar uma explicação por vias psicológicas que deliberadamente abstraem do fator divino jamais produziram algo convincente ou concludente.

Tal vez a conversão do hebreu banqueiro Afonso Ratisbonne seja uma das mais rumorosas dos últimos séculos. Seu caso é digno de especial análise pois foi acompanhado muito de perto por várias pessoas qualificadas para descrevé-la.

É para compreender essa ação de Deus nas almas que reproduzimos a continuação a longa descrição desse caso histórico, tirada do blog "Luzes de Esperança".

Um jovem judeu, de uma família de banqueiros de Estrasburgo, de notável projeção social pelas riquezas e pelo parentesco com os banqueiros Rothschild, pelo meio-dia do dia 20 de janeiro de 1842, caminhava despreocupado, na aparência, por uma rua do centro histórico de Roma.

Seu nome era Afonso Ratisbonne.



Seu irmão mais velho, Teodoro, em 1827 converteu-se ao catolicismo e se fez sacerdote, rompendo com a família. As esperanças dos Ratisbonne se concentraram então em Afonso, nascido em 1814.

Sant'Andrea delle Frate, Roma: a igreja do milagre
Ele completara o curso de Direito e pensava em casar com uma jovem judia. Contava 27 anos e, antes de casar, fez uma viagem pela Itália e pelo Oriente.

Afonso era judeu de religião, embora não praticante, e nutria pela Igreja Católica entranhado ódio, sobretudo pelo ressentimento da família por causa da conversão do primogênito. Ele dizia que se algum dia mudasse de religião far-se-ia protestante, jamais católico.

Em Roma, visitou por curiosidade cultural algumas igrejas católicas, e saiu mais consolidado em seu anticatolicismo.

Encontrou também um antigo colega seu, de nome Gustavo de Bussières. Gustavo era protestante e tentava convencer Afonso de suas convicções religiosas, porém sem sucesso.

Na casa de Gustavo, Afonso conheceu um irmão deste, o Barão Teodoro de Bussières, havia pouco convertido ao catolicismo e amigo íntimo do Pe. Teodoro Ratisbonne. Tudo isso o tornava sumamente detestável aos olhos de Afonso.

Na véspera de sua partida da Cidade Eterna, Afonso foi deixar um cartão de visitas na casa do Barão, como ardil de despedida e assim evitar um encontro.

Porém, o criado italiano do Barão não entendeu o francês e o fez entrar no salão. Na conversa, o Barão procurou atraí-lo para a Fé católica. Conseguiu apenas, e com muita dificuldade, que Afonso Ratisbonne aceitasse uma Medalha Milagrosa e prometesse copiar o "Lembrai-Vos", bela oração a Nossa Senhora.

O judeu não cabia em si de raiva, pela ousadia das iniciativas do Barão, mas resolveu tomar tudo com civilidade. Ele pensava escrever um livro com o relato da viagem onde o Barão seria um personagem singular.

A 18 de janeiro, faleceu em Roma um amigo íntimo do Barão de Bussières, o Conde de La Ferronays, ex-embaixador da França junto à Santa Sé e homem de grande virtude e piedade.

Na véspera da morte, La Ferronays conversou com Bussières sobre Ratisbonne e rezou cem vezes o "Lembrai-Vos" por sua conversão, a pedido de Bussières.

Esses eram os antecedentes em volta de Afonso Ratisbonne naquele dia 20 de janeiro.

Mas, eis que na rua encontra o Barão de Bussières que estava indo para a Igreja de Sant'Andrea delle Fratte para combinar as exéquias do falecido conde de La Ferronays.

Ratisbonne decidiu acompanhá-lo, mas de mau humor, criticando violentamente a Igreja e zombando das coisas católicas.

Na igreja, o Barão entrou brevemente na sacristia para tratar do assunto das exéquias.

Afonso ficou percorrendo uma das naves laterais, impedido que estava de passar para o outro lado da igreja, pelos preparativos em curso para as exéquias do Conde na nave central.

Busto de Ratisbonne lembra a conversão milagrosa
E eis o que aconteceu segundo o diário do próprio Barão Teodoro de Bussières:

Quinta-feira, 20 de janeiro de 1842:

Ratisbonne não deu sequer um passo rumo à verdade, sua vontade permanece como sempre, ele não deixa de ridiculizar tudo e parece se importar somente das coisas terrenas. Perto do meio-dia ele entrou em um café na Piazza di Spagna para ler os jornais.

Lá ele encontrou o meu cunhado, Edmund Humann, eles conversaram sobre as notícias do dia, com uma irreverência e uma facilidade que excluía qualquer preocupação séria.

Parece que a Providência queria dispor as coisas de modo a excluir até a possibilidade de dúvida quanto ao estado de espírito de Ratisbonne pouco antes de a graça inesperada de sua conversão.

Cerca de meio-dia e meia, saindo do café, ele encontrou seu amigo de escola, o barão A. de Lotzbeck e começou a conversar com ele sobre os assuntos mais frívolos.

Ele falou da dança, do prazer, da esplêndida festa dada pelo príncipe T. Em verdade, se alguém tivesse dito a ele naquele momento: dentro de duas horas você vai ser católico, ele certamente o teria julgado louco.

Por volta de uma hora. Eu tinha de combinar algumas coisas na igreja de S. Andrea delle Fratte para a cerimônia fúnebre do dia seguinte. Mas encontrei Ratisbonne descendo pela Via Condotti.

Ele aceitou vir comigo, iria me aguardar alguns minutos e, em seguida, iríamos passear juntos. Entramos na igreja. Ratisbonne percebeu os preparativos para um funeral, e perguntou para quem seria feito.

"Para um amigo que acabo de perder, e que eu amava muito, M. de Laferronnays", respondi.



Ele então começou a andar pela nave e seu olhar frio e indiferente parecia dizer: "Esta é certamente uma igreja muito feia." Deixei-o do lado da epístola na igreja, à direita de um pequeno compartimento destinado a receber o caixão, e fui para o mosteiro.


Veja vídeo
Igreja do Miracolo
Sant'Andrea delle Frate, Roma
Eu tinha apenas algumas palavras para dizer a um dos frades, porque eu queria uma tribuna preparada para a família do falecido. Eu me demorei não mais do que 10 ou 12 minutos.

Quando voltei para a igreja, de início não achei Ratisbonne. Mas logo o vi ajoelhado em frente ao altar lateral de São Miguel Arcanjo. Fui até ele, toquei-lhe três ou quatro vezes sem que ele percebesse minha presença. Finalmente, ele se virou para mim, o rosto banhado em lágrimas, com as mãos juntas, e me disse com uma expressão que nenhuma palavra vai render: "Oh, como este senhor [M. de Laferronnays] orou por mim!"

Fiquei petrificado de espanto, naquele momento senti aquilo que as pessoas sentem na presença de um milagre. Eu levantei Ratisbonne, acompanhei-o, ou melhor, quase o levei para fora da igreja, e perguntei-lhe qual era o problema, e onde ele queria ir.

"Leva-me onde quiserdes", respondeu ele, "depois que eu vi, eu obedeço".

Insisti para que me explicasse o que queria dizer, mas não conseguia por causa de uma emoção forte demais. Ele tirou de seu peito a Medalha Milagrosa, e a cobriu de beijos e lágrimas. Eu tentei trazê-lo de volta para si, e não obstante as minhas insistentes perguntas, não recebia dele senão exclamações interrompidas por soluços:

"Oh, como eu sou feliz! Oh, como é bom o Senhor! Que plenitude de graça e felicidade! Como é lamentável o lote daqueles que não sabem!" Então ele começou a chorar ao pensar em hereges e descrentes.

Finalmente, ele se perguntou se não estava louco. "Mas não", acrescentou ele, "eu estou em meu perfeito juízo. Meu Deus, meu Deus, eu não estou louco, não. Todo mundo sabe que eu não sou louco!"

Quando a delirante agitação foi se acalmando, com um olhar sereno e eu diria quase transfigurado, Ratisbonne estendeu seus braços em volta de mim e me abraçou, me pediu para levá-lo a um confessor; queria saber quando ele poderia receber o Santo Batismo sem o qual ele não podia viver, suspirava de felicidade pelos mártires, cujos tormentos ele tinha visto retratados nas paredes da igreja de S. Stefano Rotondo.

Ele me disse que não poderia dar explicação alguma sem a permissão de um padre, "porque aquilo que eu tenho a dizer", acrescentou, "é algo que não posso dizer nem devo dizer senão de joelhos".

Levei-o imediatamente à igreja do Gesù para ver o Pe. Villefort, que he pediu para se explicar. Então Ratisbonne, estendeu a medalha, beijou-a, mostrou-nos, e exclamou: "Eu a vi, eu a vi!"

E a emoção voltou a embargá-lo. Mas logo ele recuperou a calma e se exprimiu nestes termos:

Eu passei um breve tempo na igreja, quando de repente eu senti uma agitação de espírito indescritível. Ergui os olhos: diante de mim o prédio todo tinha desaparecido, só tinha uma capela, por assim dizer, onde se concentrou toda a luz. E no meio desse esplendor apareceu para mim em pé sobre o altar, grande, cheio de majestade e de doçura, a Virgem Maria, tal como ela é representada na minha Medalha.

Uma força irresistível me atraiu para ela. A Virgem me fez sinal com a mão que deveria ajoelhar e, em seguida, ela parecia dizer: assim esta bem! Ela não falou uma palavra, mas eu entendi tudo.

Ratisbonne fez esta breve narração parando com freqüência como para tomar fôlego e reprimir a emoção que tomava conta dele. Ouvimos com uma reverência sagrada, misturada com alegria e gratidão, maravilhados com a profundidade das vias do Senhor e os tesouros inefáveis de Sua misericórdia.

Uma frase nos impressionou mais do que as outras pela profundidade do mistério: "Ela não falou uma palavra, mas eu entendi tudo".


Afonso Ratisbonne tornou-se sacerdote
e apóstolo da conversão dos judeus
Aliás, agora basta ouvir a Ratisbonne. A fé católica emana de seu coração como um perfume precioso do vaso que a contém, mas não pode confiná-la. Ele falou da Presença Real como um homem que acreditava que com toda a energia de seu ser, mas a expressão é muito fraca, ele falava como aquele que teve uma percepção direta.

Ao deixar o Padre Villefort, fomos dar graças a Deus, em primeiro lugar em Santa Maria Maggiore, nossa cara basílica da Santíssima Virgem, e depois na de São Pedro.

É impossível transmitir uma idéia do transporte de Ratisbonne quando esteve nessas igrejas.

"Ah", dizia ele, apertando minhas mãos, "agora eu entendo o amor dos católicos por suas igrejas, e a devoção que os leva a embelezá-las e adorná-las! Como é bom estar aqui! Querer-se-ia nunca deixá-las! Aqui não estamos mais na terra, é o vestíbulo do céu ..."

Diante do altar do Santíssimo Sacramento, a Presença Real de Jesus o impressionava de tal maneira que ele ficaria quase fora de si se não fosse afastado logo e levado para longe. Ficava aterrorizado pela idéia de comparecer perante o Deus vivo maculado como estava pelo pecado original. Apressou-se a se refugiar na capela da Virgem.

‒ "Aqui", ele me disse: "não posso ter medo. Sinto-me sob a proteção de uma misericórdia ilimitada".

Ele rezou com grande fervor diante do túmulo dos santos Apóstolos. A história da conversão de Paulo, que eu lhe narrei, o fez derramar lágrimas abundantes.

Ele ficou admirado pelo poderoso afeto, aliás póstumo, para usar sua própria expressão, que o unia a M. de Laferronnays, e pretendia passar a noite ao lado de seus restos mortais, pois, dizia ele, este era seu dever imposto pela gratidão. Mas o padre Villefort, vendo que ele estava exausto de fadiga, contrariando este desejo piedoso, aconselhou-o prudentemente a não permanecer além das 22 horas.

Em seguida, Ratisbonne nos disse que na noite anterior não havia sido capaz de dormir, que ele tinha sempre diante dos olhos uma grande cruz, de uma forma peculiar, sem a imagem de Cristo que ficava constantemente diante dele.

‒ "Eu fiz", disse ele, "esforços incríveis para afastar essa visão, mas todos foram infrutíferos".

Algumas horas depois, observando casualmente o reverso da Medalha Milagrosa, ele reconheceu a mesma Cruz!


Afonso (em pé) e seu irmão Teodoro, sacerdotes
Enquanto isso, eu estava muito impaciente querendo voltar a ver a família Laferronnays. Eu levava notícias consoladoras para eles no momento em que se despediam dos restos venerados daquele que eles choravam.

Entrei na câmara mortuária em um estado de agitação, quase se poderia dizer de alegria, que chamou a atenção de todos os presentes porque compreenderam que eu tinha algo gravemente importante para comunicar. Todos eles me acompanharam até uma sala adjacente, e eu às pressas relatei o acontecimento.

Eu tinha trazido boas novas do Céu. As lágrimas de dor em um momento foram transformadas em lágrimas de gratidão. Aqueles pobres corações aflitos podiam agora suportar com perfeita resignação cristã o mais cruel dos sacrifícios que cobra a morte, o último adeus aos restos daquele que eles tinham amado...

Mas eu estava ansioso para voltar a ver o filho que o Céu tinha acabado de me dar. Ele me implorou para não deixá-lo sozinho porque precisava de um amigo em cujo coração derramar as profundas emoções daquele dia.

Perguntei-lhe uma e outra vez as circunstâncias da visão milagrosa. Ele próprio não sabia explicar como ele passou do lado direito da igreja para a capela que está à esquerda, sendo que entre a capela e o local onde estava se encontravam os preparativos para o serviço fúnebre.


Busto no local da conversão.
Tudo o que ele sabia era que se viu de repente de joelhos, prostrado diante desse altar.

De início, ele pôde ver claramente a Rainha do Céu em todo o esplendor de sua beleza imaculada, mas seu olhar não conseguiu suportar o brilho daquela luz divina.

Três vezes ele tentou olhar mais uma vez a Mãe de Misericórdia, e três vezes só foi capaz de elevar seus olhos até suas mãos abençoadas, a partir das quais brotava uma torrente de graças em forma de feixes luminosos.

‒ "Ó meu Deus", exclamou ele, "mas eu, que meia hora antes estava blasfemando ainda! Eu, que sentia um ódio tão violento contra a religião católica!... Mas todos os que me conhecem sabem muito bem que, humanamente falando, eu tinha os mais soberbos motivos para continuar a ser um judeu... Minha família é judaica, minha noiva é judia, meu tio é um judeu... Ao me tornar católico, eu rompo com todos os interesses e todas as esperanças que tenho na terra e, entretanto, eu não sou louco, vê-se claramente que eu não sou louco, que eu nunca fui louco! Portanto, devem acreditar em meu testemunho".

(Fonte: Theodore de Bussières, "La conversione di Alfonso Maria Ratisbonne", Ed. Amicizia Cristiana, 2008, Chieti, 63 p., páginas 18-25.)


As civilizações perdidas da Amazônia e a evangelização dos indígenas

Posted: 21 Jun 2011 06:45 AM PDT

Reconstituição artística

Após dez anos de pesquisas arqueológicas no Alto Xingu, cientistas do Brasil e dos EUA constataram que, antes de Colombo, os índios da região moravam em conglomerados comparáveis a algumas cidades da Grécia ou da Idade Média.

Há 2.000 anos, essas cidades de até 50 hectares eram dotadas de muros, praças e centros cerimoniais, e estavam ligadas por uma densa rede de estradas.



Excavações no Alto Xingu
Seus habitantes desmatavam, construíam canais, tinham roças, pomares, tanques para criar tartarugas, pescavam em larga escala e faziam uso contínuo e sistemático da terra.

As conclusões desses trabalhos foram publicadas numa série de artigos reputada "Science", revista da Associação Americana para o Progresso da Ciência (American Association for the Advancement of Science ‒ AAAS).

Na região amazônica de Beni, Bolívia, arqueólogos haviam observado de avião o traçado muito bem definido de canalizações e divisórias de roças, bem como a existência de intrigantes "terras negras", que só podiam provir da adubação.

Os trabalhos tiveram dificuldades para avançar devido à hostilidade dos ambientalistas.

Para o escritor científico Charles C. Mann, autor de "1491", obra que ganhou o prêmio da U.S. National Academy of Sciences para o melhor livro do ano (2005), os ambientalistas temiam que o trabalho científico trouxesse um desmentido ao "prístino mito".

O livro premiado sobre cidades perdidas
Segundo esse mito ideológico e teológico, antes da descoberta e evangelização de América, os índios viviam num relacionamento edênico com a selva amazônica.

Pertencendo eles, porém, ao gênero humano, é natural que fizessem o que os homens fazem e sempre fizeram: construir casas, cidades e estradas, plantar, criar animais para se alimentar, tecer para se vestir e acumular para garantir o sustento de seus filhos.

Muitas das observações dos cientistas já haviam sido parcialmente publicadas, e as fotos podem se obter na Internet.

O antropólogo Carlos Fausto e a lingüista Bruna Franchetto, ambos do Museu Nacional, estiveram entre os pesquisadores no Alto Xingu; como também o arqueólogo americano Michael Heckenberger, da Universidade da Flórida, autor principal do estudo.

Para Heckenberger, o planejamento urbano amazônico pré-Colombo era mais complicado que o da Europa medieval, e incluía, segundo Fausto, "uma distribuição geométrica precisa".

A diferença das cores patenteia a adubação das terras em tempos remotos
Ficou assim comprovado que a Amazônia pré-colombiana viu florescer remarcáveis concentrações urbanas.

Na plenitude de sua expansão, a civilização do Xingu incluía 50 mil habitantes, dotados de autoridades políticas e religiosas que governavam as cidades menores a partir das principais.

Algumas de suas estradas – que podiam ter entre 20 e 50 metros de largura – foram identificadas como tendo cinco quilômetros de extensão. Para atravessar alagamentos foram construídas pontes, elevações de terreno e canais para canoas.

Também foram erigidas barragens que formavam lagos artificiais, sinais que mostram o grau de civilização daquele conjunto humano.

Os pesquisadores detectaram perto de 15 grupos principais de aldeias, espalhados numa superfície de dois milhões de hectares.

As cidades tinham formas geométricas, muros e fosos protetores, visíveis após o desmatamento
As tradições orais dos índios kuikuro – habitantes da região que, segundo Fausto, "têm um nome para cada uma das aldeias" – orientaram as pesquisas e foram confirmadas pelos achados. Existiram, portanto, civilizações política, religiosa, econômica e culturalmente definidas.

O arqueólogo Heckenberger sublinha que aquilo que até agora se supunha ser "uma floresta tropical virgem", de fato é uma região altamente influenciada pela ação humana.

Segundo o arqueólogo, o planejamento urbano amazônico pré-histórico era mais complicado que o da Europa medieval. "Lá você tinha a "town" [vila] e a "hinterland" [zona rural] sem integração. Aqui estava tudo junto", diz.

Mapa satelital das "cidades jardim" no Alto Xingu
"A organização espacial xinguana também denota uma hierarquia política entre vilas que remete às cidades-estado gregas. Cada "aglomerado galáctico" era um centro independente de poder, que provavelmente mantinha relações com outros aglomerados.

"Você não encontra uma capital da região", diz Carlos Fausto. "O maior nível de organização é a vila cerimonial".

Embora o escopo dos trabalhos no Alto Xingu e no Beni fosse apenas científico, eles acabaram por mostrar que o mito de uma floresta intocada é um sonho ideológico anti-histórico.

Uma propaganda da qual o ambientalismo e o comuno-tribalismo são useiros e vezeiros quer fazer crer que o próprio da cultura dos índios da Amazônia é de viverem como selvagens, vagando nus pelo mato e incapazes por natureza de constituir uma civilização.

Segundo tal propaganda, essa forma de vida selvagem seria uma fase da evolução do macaco ao homem.

Localização de "civilizações perdidas" já detetadas na Amazônia.
Fonte: "Washington Post"
E, mais ainda, os civilizados teríamos sido "desviados" da evolução "boa" pela civilização.

Agora se pode, a partir de dados científicos, sustentar com tranqüilidade que a lamentável situação em que vivem certos índios não é decorrente de uma fatalidade cultural imposta pela "evolução", mas sim uma decadência de povos que tiveram uma cultura mais alta.

Obviamente, esta constatação é um convite para ajudar esses índios a se recuperarem, inclusive do ponto de vista civilizatório.

As descobertas patenteiam um princípio que sempre orientou a obra missionária da Igreja: embora pagãos e decaídos, os índios são seres humanos beneficiados pelos frutos infinitos da Redenção conquistados por Nosso Senhor Jesus Cristo no alto da Cruz.

Assim, também a eles se aplica o mandamento evangélico: "Ide e evangelizai todos os povos".

É portanto injusto e anticristão atribuir-lhes uma condição de entes integrados na floresta, privados de entrar em contato com a civilização, de progredir e receber a pregação da Palavra de Deus; em suma, de se tornarem parte da grei abençoada da Santa Igreja Católica.

Marcas das antigas cidades e vias de comunicação
Eles têm alma e estão chamados a serem filhos de Deus, a conhecerem a Igreja, a receber a graça divina e conquistar a vida eterna!

Se outra prova fosse necessária, os referidos achados arqueológicos apontam-nos como provenientes de um elevado estágio civilizatório que defeitos e/ou vícios morais rebaixaram até o lamentável estado em que se encontram.

Porém, nada disso pode ser empecilho para levar até eles as palavras de salvação da Igreja, a graça do batismo e os sacramentos, sinais sensíveis da graça divina. E, junto com a vida sobrenatural, os tesouros culturais da Civilização Cristã.

As descobertas no Alto Xigu constituem assim mais um estímulo caritativo à obra de evangelização dos indígenas. Evangelização que é ponto de partida natural para uma cultura genuinamente cristã e brasileira.

Os silvícolas serão destarte beneficiados com a plenitude de bens hauridos pelos filhos de Deus na Santa Igreja Católica em decorrência da prática de seus santos e salutares ensinamentos.

Missão jesuítica, Concepción, Moxos, região amazônica boliviana.
Os indígenas mostraram excecionais capacidades artísticas
Os povos indígenas amazônicos possuem capacidades artísticas excecionais.

O trabalho dos missionários dos bons tempos, como nesta Missão de Santo Inácio - Concepción, Bolívia - mostra que uma civilização amazônica inteiramente original poderia surgir bafejada pelo espírito vivificador e civilizador da Igreja Católica.

Um falso missionarismo de fundo comunista quer, entretanto, impedir que esses povos saiam da antiga decadência e, até, quer empurrá-los de volta ao paganismo e à selvageria.

Veja vídeo
Festival de música barroca local
no coração da Amazônia.
Missão de Santo Inácio - Concepción, Bolívia.
Veja um povo musical.



A cruz incólume de Joplin e uma reflexão sobre o futuro do Brasil

Posted: 06 Jun 2011 07:12 PM PDT

O tornado chegando a Joplin, Missouri, EUA

Sobre a cidade de Joplin, no Estado de Missouri ‒ EUA, soprou o mais devastador tornado da história na noite de 22 de maio.

A base do tornado tinha uma largura de quase um quilômetro e avançou seis quilômetros, ceifando pelo menos 132 vidas.

Centenas de pessoas ainda estão desaparecidas enquanto escrevemos. Quase todos os edifícios em seu caminho ficaram em total ruína.

Compreende-se que o desastre natural tenha sido qualificado de apocalíptico. Os fortes ventos arrancaram árvores e os levantaram pelo ar junto com carros como se fossem folhas secas e os jogaram caoticamente com fúria incontível.



A cidade devastada
O governador do Estado, Jeremiah Johnson, descreveu a região atingida como "zona de guerra". O presidente do país foi até o local para levar consolo à cidade devastada.

Nada ficou em pé.

Nada?

A igreja católica de Nossa Senhora ‒ St. Mary's Church ‒ ficou bem no meio do caminho do tornado homicida.

A despretensiosa igreja construída em 1938, a escolinha primária, a casa paroquial, o salão paroquial em construção: tudo foi impediosamente arrasado pela fúria da espiral de morte, segundo descreveu o jornal "National Catholic Register".

O pároco, Pe. Justin Monaghan, no início da tragédia encontrou um refúgio improvisado na casa paroquial. O prédio caiu encima dele. Porém, nada sofreu, tendo ficado preso durante horas até que os paroquianos conseguiram encontrá-lo e cavar entre as ruínas de onde o tiraram são e salvo.

Cruzeiro da igreja de Nossa Senhora, Joplin
Também o Santíssimo Sacramento foi resgatado ileso dos escombros da igreja de Nossa Senhora.

O que sobrou do templo católico?

Uma Cruz, só uma Cruz.

O grande cruzeiro em aço da entrada da igreja.

Na paisagem desolada ele continua estendendo seus braços salvadores sobre a imensa ruína da cidade.

"Vê-lo erguido nos lembra que nossa missão está toda baseada nele", escreveu o "Eastern Oklahoma Catholic", publicação da Diocese de Tulsa, Oklahoma.

Encorajados pelo simbolismo da Cruz que se mantém em pé em meio ao caos e à devastação, os católicos se organizaram ativamente com a certeza que o lado material da destruição material vai ser revertido.

O tornado não perdoou nada.
Karen Drake, professora da primeira série na escola primária católica da igreja de Santa Maria, em pé junto as ruínas da paróquia disse: "nossa cruz ainda está de pé. Acho que isso diz muito".

Verdadeiramente, diz muito. Muitíssimo.

Não é só a cidadinha de Joplin que sofre vendavais devastadores. É a situação do mundo todo, mutatis mutandi.

São as famílias, as instituições fundamentais, o laicato católico, o clero, a própria Santa Igreja Católica, nossa Mãe imensamente amada...

O mundo sente que algo anda mal e muito profundamente mal.

É o pecado. O pecado individual sem dúvida, mas mais do que tudo o pecado coletivo.

O pecado cometido pela sociedade considerada em seu conjunto, em seus costumes e em suas leis.

Baste pensar na recente equiparação pelo STF do "casamento homossexual" com o matrimônio fundado no Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, ou com a promoção do homossexualismo entre as crianças em idade escolar com o famigerado "kit anti-homofobia".

Em meio a essas tragédias continua em vigor no Brasil o Programa Nacional de Direitos Humanos ‒ PNDH-3 que postula o banimento dos símbolos religiosos dos locais públicos.

O que será de nossa amada Pátria se os símbolos protetores de Jesus Cristo, Nossa Senhora e os Santos forem enxotados dela?

Que grau de recusa a Deus representaria, por exemplo, banir o Cristo Redentor que do alto do Corcovado abençoa a nação brasileira?

Veja vídeo
Brasil vencerá com fé
em Nosso Senhor.
Mas, se o PNDH-3 banir Jesus
o que será de nós?
Do ponto de vista da ciência, razões naturais explicam a resistência do Cruzeiro de Joplin ao tornado: ele é de aço e aparenta estar solidamente implantado.

Entretanto, sinais de preservação de símbolos religiosos católicos em meio a tragédias históricas como a do Cruzeiro de Joplin se multiplicam em nossos dias. O Cruzeiro da catedral de Port-au-Prince capital do Haiti; a imagenzinha de Nossa Senhora das Graças no Vale do Cuiabá, na região serrana do Rio de Janeiro, durante as arrasadoras enxurradas em fevereiro deste ano são os mais recentes exemplos.

E estes sinais convidam a uma reflexão prudente mais muito séria do ponto de vista da fé sobre o papel dos símbolos católicos em locais públicos e o futuro do Brasil.



A mais antiga fábrica de vinho e o Patriarca Noé

Posted: 30 May 2011 02:11 AM PDT

A mais antiga unidade de produção de vinho jamais encontrada tem cerca de 6 mil anos. Ela foi desvendada na Armênia segundo noticiou o diário de Paris "Le Monde".

Os arqueólogos até identificaram a safra de vinho tinto seco ali produzida, utilizando técnicas bioquímicas. A descoberta foi publicada na revista científica Journal of Archaeological Science.



O estudo foi realizado em conjunto por órgãos acadêmicos e científicos dos Estados Unidos, Irlanda e Armênia.

"Essa é a mais antiga instalação para fabricação de vinho já conhecida no mundo", explicou Gregory Areshian, responsável pelos trabalhos e vice-diretor do Instituto de Arqueologia Cotsen, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA).

Cavernas de Areni, Armênia, local da descoberta
As escavações foram feitas num complexo de cavernas, conhecido como Areni-1, na província armênia de Vayots Dzor, Pequeno Cáucaso, perto da fronteira da Armênia com o Irã. O vinho se destinava para o culto.

Perto de uma prensa de vinho foi também identificada uma videira desidratada, cultivada em torno de 4.000 a.C.

A mais antiga produção vinícola até então conhecida era a encontrada no túmulo do rei egípcio Scorpion I, antiga de 5.100 anos.

A fábrica de vinho
Na mesma caverna da Armênia, a equipe desenterrou em 2009 o sapato de couro mais antigo do mundo, com aproximadamente 5.500 anos.

As uvas eram esmagadas numa bacia de argila rasa com cerca de 1 metro de diâmetro. Em volta dela foram recolhidas sementes e uvas secas. O suco era obtido pisando descalço sobre as frutas, disse Areshian.

Foram recolhidos equipamentos de cobre para processar o vinho, vasos impregnados do vinho e até uma taça e um bol.

"Essa foi uma instalação relativamente pequena, relacionada a um ritual dentro da caverna. Para o consumo diário, os moradores teriam prensas muito maiores em estabelecimentos normais", acrescentou Areshian, que também foi primeiro-ministro adjunto do primeiro governo da República da Armênia independente, em 1991.

Na região dessas cavernas a cultura do vinho é muito antiga e são produzidos bons vinhos tintos das cepas Merlot e Cabernet Sauvignon.

Uvas secas no local
Patrick McGovern, diretor científico do Laboratório de Arqueologia Biomolecular do Museu da Universidade de Pensilvânia, e autor de livros sobre a origem do vinho, mostrou que o tipo de semente recolhida — Vitis vinifera vinifera — continua sendo aproveitada na região.

McGovern lembrou que "até nas regiões baixas como o antigo Egito onde reinava a cerveja, se exigia vinhos especiais nos oferecimentos funerários; e grandes volumes de vinho eram consumidos nas maiores festas religiosas e reais".


Num livro, McGovern defende que a "cultura do vinho" se desenvolveu primeiro nas regiões montanhosas da Armênia, a partir das quais se espalhou para as planícies do sul, e posteriormente para o mundo todo.

A descoberta arqueológica sugere uma interessante aproximação.

A bacia
Segundo a tradição bíblica a Arca de Noé teria se detido na Armênia, após o dilúvio. E ali teriam descido o Patriarca e seus descendentes.

Provavelmente, ali também teria acontecido o fato descrito na Bíblia em que Noé bebeu do vinho e perdeu os sentidos.

Esta nova descoberta fornece um apoio científico colateral ao relato bíblico.

Aproximação ou apoio colateral não é prova linear, mas ajuda a compor o quadro do acontecimento histórico. E, nesse sentido, fala em favor dos fatos narrados na Bíblia.

O fato de a outra fábrica de vinho mais antiga se encontrar no Egito, mil anos mais nova, nos leva a perguntar se nesse milênio ‒ quer dizer entre o ano 6.000 a.C. da fábrica de vinho armênia e 5.100 a.C. da egípcia ‒ não teria acontecido a dispersão dos povos.

Após a dispersão dos povos, estes teriam partido levando os conhecimentos que eram comuns a todos eles. O fabrico e consumo do vinho, entre eles.

Entretanto, a datação do dilúvio, referência histórica anterior a Babel, e a dispersão apresentam dificuldades que tomariam o espaço de outro post. A existência e as características do dilúvio são as mais universais das tradições recolhidas nos povos mais afastados, inclusive entre os índios do Brasil.

Assim ensina o Gênesis, 9, sobre o episódio de Noé e o vinho:
20. Noé, que era agricultor, plantou uma vinha.
21. Tendo bebido vinho, embriagou-se, e apareceu nu no meio de sua tenda.
22. Cam, o pai de Canaã, vendo a nudez de seu pai, saiu e foi contá-lo aos seus irmãos.
23. Mas, Sem e Jafet, tomando uma capa, puseram-na sobre os seus ombros e foram cobrir a nudez de seu pai, andando de costas; e não viram a nudez de seu pai, pois que tinham os seus rostos voltados.
24. Quando Noé despertou de sua embriaguez, soube o que lhe tinha feito o seu filho mais novo.
25. "Maldito seja Canaã, disse ele; que ele seja o último dos escravos de seus irmãos!"
26. E acrescentou: "Bendito seja o Senhor Deus de Sem, e Canaã seja seu escravo!
27. Que Deus dilate a Jafet; e este habite nas tendas de Sem, e Canaã seja seu escravo!"

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]