domingo, 1 de abril de 2012

Concluiu-se a vigésima terceira viagem internacional de Bento XVI que o levou ao México e a Cuba



Concluiu-se a vigésima terceira viagem internacional
de Bento XVI que o levou ao México e a Cuba
Para um novo futuro de esperança

De novo em Roma. O Papa regressou ao Vaticano na quinta-feira 29 de Março, depois de seis dias de viagem apostólica no México e em Cuba.
Uma viagem longa pelas distâncias percorridas, entusiasmante pelo acolhimento que lhe foi reservado, densa de emoções vividas com dois povos, mexicano e cubano, que, não obstante estejam a atravessar, mesmo se por motivos diversos, um momento particularmente difícil na sua história, olham para o futuro com uma esperança renovada na certeza de ter no Pontífice mais um amigo.
Uma viagem que, em suma, quis abraçar todo o continente da América latina e caribenha, precisamente quando celebram os duzentos anos da independência e da grande missão continental que, tendo começado em Aparecida, chegou já à fase decisiva. Uma viagem, além disso, que se realizou à luz da padroeira da América Latina, a Virgem Maria celebrada em toda a parte mesmo se com títulos diversos, na recordação de João Paulo II, o Papa que precisamente a Maria dedicou vida e pontificado.
Se viva e familiar foi no México a figura do Papa, quase transbordante pareceu em Cuba, onde o caminho empreendido pela senda da renovação deu os primeiros passos, como que guiado pela mão de João Paulo II e hoje impelido decididamente em frente pelo Papa Ratzinger. Uma passagem de testemunho no espírito da continuidade apostólica, tornada concreta precisamente no último dia da viagem, em Havana, na mesma praça da Revolução onde teve lugar há quatorze anos a missa celebrada pelo Papa Wojtyla, e na qual se encontraram os jovens de ontem, hoje homens maduros, e os jovens de hoje, homens do amanhã. Juntos continuaram a rezar, para olhar em frente, fortalecidos pela experiência dos primeiros e pelo vigor dos últimos.


(©L'Osservatore Romano - 31 de Março de 2012)
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Verdade e liberdade

GIOVANNI MARIA VIAN

Na insígnia do binómio verdade e liberdade concluiu-se a visita a Cuba do Papa, que completou assim a sua terceira viagem americana, vigésima terceira internacional do pontificado. Nos seis dias, durante os quais pelo menos um milhão e meio de mexicanos e mais de meio milhão de cubanos - pelas estradas e nas celebrações litúrgicas - puderam ver directamente Bento XVI. E mais uma vez o itinerário do Pontífice foi ritmado por repetidas manifestações de afecto e entusiasmo autênticos, dirigidas a um Papa que atrai cada vez mais pela sua tímida gentileza. Verdade e liberdade foram portanto as palavras que Bento XVI confiou a todo o povo cubano, cerca de quinze anos depois do seu predecessor ter percorrido a ilha caribenha pedindo que Cuba se abrisse ao mundo e o mundo a Cuba. Desde então foram dados alguns passos em frente nesta abertura, certamente não fácil também devido às relações internacionais, às quais se acrescentou nos anos mais recentes a crise económica global. Mas agora deve-se continuar, e o Papa disse-o explicitamente na homilia durante a missa em Havana e no discurso de despedida.
No coração da antiga capital Bento XVI celebrou na Plaza de la Revolución, sob o altíssimo memorial erigido ao herói cubano José Martí já durante a ditadura de Fulgencio Batista e diante de enormes imagens dos protagonistas da insurreição que o derrubou. E precisamente deste lugar emblemático o Papa disse que a verdade exige uma busca autêntica: para superar cepticismo e relativismo, mas também irracionalidade e fanatismo. Fé e razão - repetiu portanto Bento XVI - são complementares nesta busca, para chegar pelo menos a fundar uma ética que reconheça a "dignidade inviolável do ser humano" e possa aproximar culturas e religiões, autoridades e cidadãos, crentes e não-crentes. Por conseguinte, não é sem significado que também estes temas tenham sido enfrentados no encontro com Fidel Castro, recebido pelo Pontífice de forma privada na nunciatura em Havana.
Por sua vez, a Igreja propõe com amizade e confiança o caminho de Cristo, e por isso juntamente com os direitos fundamentais pede que seja garantido plenamente o direito à liberdade religiosa. Sem privilégios nem imposições da sua parte, numa sociedade que a Santa Sé deseja finalmente renovada e reconciliada: "Cuba seja a casa de todos e para todos os cubanos, onde convivam a justiça e a liberdade, num clima de fraternidade serena" resumiu com eficácia o Papa despedindo-se do país. E convidando-o sem hesitações a uma ulterior abertura, mais profunda e decisiva, a abertura à pessoa de Cristo. Concluiu-se portanto com o anúncio do Evangelho este itinerário americano que Bento XVI enfrentou com a sua coragem pacífica e não exibida para defender a fé no México e em Cuba, e para oferecer um olhar realista e confiante em relação ao futuro dos dois países e de todo o continente. Em síntese, uma viagem bem sucedida. Aliás, usando o adjectivo com que o Papa qualificou a do seu predecessor na ilha caribenha, também ela já histórica.


(©L'Osservatore Romano - 31 de Março de 2012)
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]