terça-feira, 17 de abril de 2012

O valor da caridade intelectual

Caros leitores de Zenit,
A caridade cristã é muito apreciada em sua face material. As estatísticas falam por si, mesmo em países onde os cristãos são minoria. Onde chegam missionários e instituições religiosas, surgem hospitais, escolas, centros de acolhimento, universidades. Estas obras são bem visíveis e gozam de um alto reconhecimento.
Mas há outra face da caridade cristã, um pouco menos visível e, portanto, um pouco menos popular: a caridade intelectual, tão amada pelo papa Bento XVI. Este rosto da caridade é menos visível, porque fica escondido, é um fermento lento, um trabalho árduo, envolto em paciência e esperança, que espera o desabrochar e o crescer da flor da fé.
As duas faces do amor cristão, no entanto, são inseparáveis: a Madre Teresa, famosa em todo o mundo, inclusive junto a várias tradições religiosas pela sua "caridade material", costumava lembrar às irmãs: "Nós não somos assistentes sociais, somos esposas de Cristo". Com isto, a santa de Calcutá deixava claro que a caridade material não é a realidade última.
Reduzir o outro a uma mera boca a ser alimentada é diminuir a sua identidade e desconhecer a sua vocação. A verdadeira caridade, a realização prática do amor, é abrir as pessoas ao conhecimento do grande mistério: o amor do Pai pelo homem em Jesus Cristo. É permitir que cada pessoa diga com o mesmo sentir de um Paulo: "Ele me amou e se entregou por mim" (Gal 2,20). É ter a audácia de anunciar-lhes a vida eterna que Jesus resume assim: "Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo".
O conhecimento de que Jesus fala não é um mero conhecimento teórico, mas um conhecimento pessoal, que envolve as várias dimensões do homem. É o conhecimento que faz parte do primeiro mandamento: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda tua alma e com toda a tua mente" (Dt 6,5; Mt 22,37, Mc 12,30, Lc 10,27). Este amor é um casamento entre a caridade e a verdade. Daí a famosa fórmula paulina retomada por Bento XVI: "Charitas in veritate".
Querida leitora, querido leitor: nós, da Zenit, ouvimos o chamado a ser apóstolos da caridade, o chamado a trazer para os nossos irmãos e irmãs que vivem no areópago digital a Palavra de Deus, que ecoa ainda, viva e vivificante, na Igreja.
Acreditamos com o profeta que "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Jo 3,5, Rm 10,13), mas nos perguntamos com Paulo: "Como poderão invocá-lo se não crerem nele? E como crerão se não ouvirem falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue? "(Rm 10,14-15a). Cada um de nós sentiu no coração esta necessidade, e o amor de Cristo nos levou a dizer: "Aqui estou, envia-me!" (Is 6,8). Envia-me para anunciar o evangelho também no espaço digital, onde tantos irmãos e irmãs não morrem de fome de pão nem de sede de água, mas da falta da palavra do Senhor (Am 8,11).
Nesta missão, não estamos sozinhos. Sempre tivemos ao nosso lado milhares de leitores, a presença tangível da Providência do Senhor, que nos acompanhou durante todos estes anos, com muitas formas de apoio.
Fazemos votos de que a sua ajuda não seja apenas assistência social, mas uma contribuição para o anúncio da vida eterna, que é o conhecimento da verdadeira face do Pai em Jesus Cristo, confiado à Igreja como esposa que nasce do lado trespassado de Cristo, do qual comemoramos o mysterium paschale.
Tendo em conta as necessidades econômicas que enfrentamos na realização desta missão, não podemos escapar de pedir (às vezes com insistência) a sua contribuição em nossa campanha de doações para apoiar a agência.
Pense a respeito. Se puder, ajude-nos agora através de:
http://www.zenit.org/portuguese/doacao.html
Contamos com você.
Um abraço!
Robert Cheaib,
Zenit - Edição Árabe

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]