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Há um mês, o ministro Gilmar Mendes, do STF, foi convidado para uma conversa com Lula em Brasília. O encontro foi realizado no escritório de advocacia do ex-presidente do STF e ex-ministro da Justiça Nelson Jobim, amigo comum dos dois. Depois de algumas amenidades, Lula foi ao ponto que lhe interessava: “É inconveniente julgar esse processo agora”. O argumento do ex-presidente foi que seria mais correto esperar passar as eleições municipais de outubro deste ano e só depois julgar a ação que tanto preocupa o PT, partido que tem o objetivo declarado de conquistar 1.000 prefeituras nas urnas.
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Por Reinaldo Azevedo Por Reinaldo Azevedo Por Reinaldo Azevedo
Se em meu ofício, ou arte severa,/ Vou labutando, na quietude/ Da noite, enquanto, à luz cantante/ De encapelada lua jazem/ Tantos amantes que entre os braços/ As próprias dores vão estreitando —/ Não é por pão, nem por ambição,/ Nem para em palcos de marfim/ Pavonear-me, trocando encantos,/ Mas pelo simples salário pago/ Pelo secreto coração deles. (Dylan Thomas — Tradução de Mário Faustino)
27/05/2012
às 2:25Na “Rádio do Moreno” – O desmentido de Jobim que vale por uma confirmação
Ao jornalismo, digamos, preguiçoso, basta reproduzir por aí: “Jobim nega que Lula tenha discutido mensalão com Gilmar”. E é claro que é chegada a hora de haver uma reunião entre os editores e os diretores de redação para bater o martelo: “Vamos parar de enganar os leitores?” Jorge Moreno, de “O Globo”, que tem a página eletrônica Rádio do Moreno, é um repórter que sabe das coisas. Escreve um texto delicioso sobre as negativas de Nelson Jobim, segundo quem Lula jamais pressionou Gilmar Mendes. Ah, sim: Moreno lembra que o prazer do “repórter furado” é escrever o seguinte lead: “Fulano desmente…” Pois é! Reproduzo seu texto na íntegra.
Um fato e duas versões: Gilmar e Jobim
Um fato e duas versões. Em “furo” de reportagem, a Revista Veja revela um encontro de Lula com Gilmar Mendes no escritório de Nelson Jobim em Brasília. A conversa foi tenebrosa, pelo que se lê na revista. Indignado com o assédio, Gilmar Mendes, num gesto de coragem, confirmou tudo à revista.
Pois bem, acabo de falar com o anfitrião do encontro, Nelson Jobim, que está neste momento passeando por uma feira em Itaipava, em companhia da mulher Adrienne e de amigos do casal. Jobim confirma o encontro, mas nega seu conteúdo. Eis o resumo do seu relato à Radio do Moreno;
Conteúdo da conversa: “Não houve nada disso do que a VEJA, segundo me informaram, está publicando. Estou aqui em Itaipava e soube desse conteúdo através de um repórter do Estadão, que me procurou há pouco. Portanto, estou falando sem ter lido a revista. Mas, posso assegurar que, se o conteúdo for mesmo esse, o de que Lula teria pedido a Gilmar para votar no mensalão, não é verdade. Quem tocou no assunto mensalão fui eu, no meio da conversa, fazendo a seguinte pergunta: ‘Vem cá, essa coisa do mensalão vai ser votada quando?’. No mais, a conversa girou sobre assuntos diversos da atualidade.”
Razão do encontro
“Desde que deixei o ministério, o presidente Lula tem me prometido uma visita. Três dias antes, a assessora Clara Ant me ligou dizendo que o presidente Lula iria a Brasília conversar com a presidente Dilma numa quarta-feira e que retornaria no dia seguinte, mas antes queria falar comigo. De pronto, respondi que o encontro poderia ser na minha casa, no meu escritório ou em qualquer outro lugar que o presidente quisesse. Lula optou pelo meu escritório, não só porque tinha prometido conhecê-lo, mas, também, porque fica perto do aeroporto. E assim ocorreu.”
“Desde que deixei o ministério, o presidente Lula tem me prometido uma visita. Três dias antes, a assessora Clara Ant me ligou dizendo que o presidente Lula iria a Brasília conversar com a presidente Dilma numa quarta-feira e que retornaria no dia seguinte, mas antes queria falar comigo. De pronto, respondi que o encontro poderia ser na minha casa, no meu escritório ou em qualquer outro lugar que o presidente quisesse. Lula optou pelo meu escritório, não só porque tinha prometido conhecê-lo, mas, também, porque fica perto do aeroporto. E assim ocorreu.”
Presença do Gilmar
“O Gilmar e eu estamos envolvidos num projeto sobre a Constituição de 88 e temos nos reunidos sistematicamente para tratar do assunto. Por coincidência, o Gilmar estava no meu escritório, quando o presidente Lula apareceu para a visita. Conversaram cerca de uma hora, mas só amenidades. Em nenhum momento, Lula e Gilmar conversaram na cozinha. Aliás, Lula não esteve na cozinha do escritório.”
“O Gilmar e eu estamos envolvidos num projeto sobre a Constituição de 88 e temos nos reunidos sistematicamente para tratar do assunto. Por coincidência, o Gilmar estava no meu escritório, quando o presidente Lula apareceu para a visita. Conversaram cerca de uma hora, mas só amenidades. Em nenhum momento, Lula e Gilmar conversaram na cozinha. Aliás, Lula não esteve na cozinha do escritório.”
Repercussões do fato
“Agora, não posso controlar as versões, especulações, que a mídia e as pessoas fazem desse encontro. Faz parte do jogo. O que eu posso dizer é que não houve nada disso.”
“Agora, não posso controlar as versões, especulações, que a mídia e as pessoas fazem desse encontro. Faz parte do jogo. O que eu posso dizer é que não houve nada disso.”
Diante do relato de Jobim, eu, como repórter crédulo, diante de fonte tão idônea, poderia me dar por satisfeito e fazer um texto jornalisticamente convencional, tipo ” Jobim nega pressão de Lula” ou, como nós furados gostamos de fazer, com muita satisfação: “Jobim DESMENTE a VEJA”.
Mas, durante a conversa, eu notei a voz estranha do Jobim. Ele estava cumprindo um rito, um protocolo, um dever de anfitrião de evitar mais constrangimento a si e a outros atores do espetáculo. Os bons repórteres, como os meninos da Veja, [Otávio|Cabral à frente, são uma espécie de Eike Batista às avessas: “Vazou, furou”. Com a notícia na rua, o encontro secreto de Jobim, que tinha um propósito, pode ter outro, o de tentativa de coação de juiz ou coisa que valha. Seria coerção? sei lá.
Nelson Jobim, meu velho amigo de guerra, não ia me deixar na mão. Repito: como anfitrião, não poderia confirmar o escândalo. Mas me deu uma pista através de um controvertido depoimento. Inicialmente, me disse que a presença de Gilmar foi mera coincidência, do tipo “Ah, eu estava passando por aqui…”. Só que o próprio Jobim deixou escapar que o encontro fora marcado com três dias de antecedência. Logo, Gilmar sabia que, naquele horário daquela quinta-feira, Jobim estaria recebendo Lula. Então, não foi surpresa nem coincidência coisa nenhuma!
E deixo pra botar no pé, o fim do mistério. Amiga minha, de Diamantino (MT), terra de Gilmar Mendes, a meu pedido, localiza Gilmar. E se atreve a perguntar se era tudo verdade:
“Claro que é! Eu mesmo confirmei tudo à revista.”
26/05/2012
às 21:01A bomba no post anterior, os comentários e a negativa de Jobim
Caras e caros,
agora eu vou ao cinema. Há muitos comentários na fila — só no post anterior, publicado há pouco, quase 200. No total, 400 e tantos. Sempre damos conta de tudo, como sabem. Petralhas estão fazendo um escarcéu danado porque Nelson Jobim, ex-presidente do STF e ex-ministro da Defesa dos governos Lula e Dilma, está negando que Lula tenha tentado intimidar Gilmar Mendes. Ora…
agora eu vou ao cinema. Há muitos comentários na fila — só no post anterior, publicado há pouco, quase 200. No total, 400 e tantos. Sempre damos conta de tudo, como sabem. Petralhas estão fazendo um escarcéu danado porque Nelson Jobim, ex-presidente do STF e ex-ministro da Defesa dos governos Lula e Dilma, está negando que Lula tenha tentado intimidar Gilmar Mendes. Ora…
Esperavam que ele disse o quê? “É, houve mesmo. Foi na minha sala. Assisti, ali, ao ex-presidente da República a fazer ameaças veladas a um ministro do Supremo. Uma coisa realmente feia de se ver…” Ah, tenham paciência!!!
De resto, VEJA não precisa que ninguém reproduza as palavras de Jobim porque a própria revista o fez; está na reportagem (também na parte que reproduzi: “Ouvido por VEJA, Jobim confirmou o encontro de Lula e Gilmar em seu escritório em Brasília, mas, como bom político, disse que as partes da conversa que presenciou ‘foram em tom amigável’.”
Tags: Mensalão
26/05/2012
às 18:57ESCÂNDALO, ABSURDO E DEBOCHE: Lula sugere troca de favores a um ministro do STF e revela como tem pressionado outros membros da corte. Ex-presidente degrada as instituições
Caras e caros, o que vai abaixo é muito grave. Espalhem a informação na rede, debatam, organizem-se em defesa da democracia. O que se vai ler revela uma das mais graves agressões ao estado de direito desde a redemocratização do país.
Luiz Inácio Lula da Silva perdeu completamente a noção de limite, quesito em que nunca foi muito bom. VEJA publica hoje uma reportagem estarrecedora. O ex-presidente iniciou um trabalho direto de pressão contra os ministros do Supremo para livrar a cara dos mensaleiros. Ele nomeou seis dos atuais membros da corte — outros dois foram indicados por Dilma Rousseff. Sendo quem é, parece achar que os integrantes da corte suprema do país lhe devem obediência. Àqueles que estariam fora de sua alçada, tenta constranger com expedientes ainda menos republicanos. E foi o que fez com Gilmar Mendes. A reportagem de Rodrigo Rangel e Otavio Cabral na VEJA desta semana é espantosa!
Lula, acreditem, supondo que Mendes tivesse algo a temer na CPI do Cachoeira, fez algumas insinuações e ofereceu-lhe uma espécie de “proteção” desde que o ministro se comportasse direitinho. Expôs ainda a forma como está abordando os demais ministros. Leiam trecho. Volto em seguida.
(…)Há um mês, o ministro Gilmar Mendes, do STF, foi convidado para uma conversa com Lula em Brasília. O encontro foi realizado no escritório de advocacia do ex-presidente do STF e ex-ministro da Justiça Nelson Jobim, amigo comum dos dois. Depois de algumas amenidades, Lula foi ao ponto que lhe interessava: “É inconveniente julgar esse processo agora”. O argumento do ex-presidente foi que seria mais correto esperar passar as eleições municipais de outubro deste ano e só depois julgar a ação que tanto preocupa o PT, partido que tem o objetivo declarado de conquistar 1.000 prefeituras nas urnas.
Para espíritos mais sensíveis, Lula já teria sido indecoroso simplesmente por sugerir a um ministro do STF o adiamento de julgamento do interesse de seu partido. Mas vá lá. Até aí, estaria tudo dentro do entendimento mais amplo do que seja uma ação republicana. Mas o ex-presidente cruzaria a fina linha que divide um encontro desse tipo entre uma conversa aceitável e um evidente constrangimento. Depois de afirmar que detém o controle político da CPI do Cachoeira, Lula magnanimamente, ofereceu proteção ao ministro Gilmar Mendes, dizendo que ele não teria motivo para preocupação com as investigações. O recado foi decodificado. Se Gilmar aceitasse ajudar os mensaleiros, ele seria blindado na CPI. (…) “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”, disse Gilmar Mendes a VEJA. O ministro defende a realização do julgamento neste semestre para evi¬tar a prescrição dos crimes.
(…)
(…)
Voltei
Interrompo para destacar uma informação importante. Na conversa, Lula insinuou que Mendes manteria relações não-repubicanas com o senador Demóstenes Torres. Quando ouviu do interlocutor um “vá em frente porque você não vai encontrar nada”, ficou surpreso. Segue a reportagem de VEJA. Retomo depois:
Interrompo para destacar uma informação importante. Na conversa, Lula insinuou que Mendes manteria relações não-repubicanas com o senador Demóstenes Torres. Quando ouviu do interlocutor um “vá em frente porque você não vai encontrar nada”, ficou surpreso. Segue a reportagem de VEJA. Retomo depois:
A certa altura da conversa com Mendes. Lula perguntou: “E a viagem a Berlim?”. Ele se referia a boatos de que o ministro e o senador Demóstenes Torres teriam viajado para a Alemanha à custa de Carlos Cachoeira e usado um avião cedido pelo contraventor. Em resposta, o ministro confirmou o encontro com o senador em Berlim, mas disse que pagou de seu bolso todas as suas despesas, tendo como comprovar a origem dos recursos. “Vou a Berlim como você vai a São Bernardo. Minha filha mora lá”, disse Gilmar, que, sentindo-se constrangido, desabafou com ex-presidente: “Vá fundo na CPI”. O ministro Gilmar relatou o encontro a dois senadores, ao procurador-geral da República e ao advogado-geral da União.
Retomando
Sabem o que é impressionante? A “bomba” que Lula supostamente teria contra Mendes começou a circular nos blogs sujos logo depois. O JEG — a jornalismo financiado pelas estatais — pôs para circular a informação falsa de que Mendes teria viajado às expensas de Cachoeira. Muitos jornalistas sabem que o ex-presidente está na origem de boatos que procuravam associar o ministro ao esquema Cachoeira. Ou por outra: Lula afirma ter o “controle político” da CPI e parece controlar, também, todas as calúnias e difamações que publicadas na esgotosfera. Sigamos.
Sabem o que é impressionante? A “bomba” que Lula supostamente teria contra Mendes começou a circular nos blogs sujos logo depois. O JEG — a jornalismo financiado pelas estatais — pôs para circular a informação falsa de que Mendes teria viajado às expensas de Cachoeira. Muitos jornalistas sabem que o ex-presidente está na origem de boatos que procuravam associar o ministro ao esquema Cachoeira. Ou por outra: Lula afirma ter o “controle político” da CPI e parece controlar, também, todas as calúnias e difamações que publicadas na esgotosfera. Sigamos.
Lula deixou claro que está investindo em outros ministros da corte. Revelou já ter conversado com Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão — só depende dele o início do julgamento — sobre a conveniência de deixar o processo para o ano que vem. Sobre José Antônio Dias Toffoli, foi peremptório e senhorial: “Eu disse ao Toffoli que ele tem de participar do julgamento”. Qual a dúvida? O agora ministro já foi advogado do PT e assessor de José Dirceu; sua namorada advoga para um dos acusados. A prudência e o bom senso indicam que se declare impedido. Lula pensa de modo diferente — e o faz como quem tem certeza do voto. Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo e um dos porta-vozes informais do chefão do PT, já disse algo mais sério: “Ele não tem o direito de não participar”.
A ministra Carmen Lúcia, na imaginação de Lula, ficaria por conta de Sepúlveda Pertence, ex-ministro do STF e atual presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República: “Vou falar com o Pertence para cuidar dela”. Com Joaquim Barbosa, o relator, Lula está bravo. Rotula o ministro de “complexado”. Ayres Britto, que vai presidir o julgamento se ele for realizado até novembro, estaria na conta do jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, amigo de ambos, que ficaria encarregado de marcar a conversa. Leia mais um trecho da reportagem
(…)
Ayres Britto contou que o relato de Gilmar ajudou-o a entender uma abordagem que Lula lhe fizera uma semana antes, durante um almoço no Palácio da Alvorada, onde estiveram a convite da presidente Dilma Rousseff. Diz o ministro Ayres Britto: “O ex-presidente Lula me perguntou se eu tinha notícias do Bandeirinha e completou dizendo que, “qualquer dia desses, a gente toma um vinho”. Confesso que, depois que conversei com o Gilmar, acendeu a luz amarela, mas eu mesmo tratei de apagá-la”. Ouvido por VEJA, Jobim confirmou o encontro de Lula e Gilmar em seu escritório em Brasília, mas, como bom político, disse que as partes da conversa que presenciou “foram em tom amigável”. VEJA tentou entrevistar Lula a respeito do episódio. Sem sucesso, enviou a seguinte mensagem aos assessores: “Estamos fechando uma matéria sobre o julgamento do mensalão para a edição desta semana. Gostaríamos de saber a versão do ex-presidente Lula sobre o encontro ocorrido em 26 de abril, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, com a presença do anfitrião e do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, no qual Lula fez gestões com Mendes sobre o julgamento do mensalão”. Obteve a seguinte frase como resposta: “Quem fala sobre mensalão agora são apenas os ministros do Supremo Tribunal Fe¬deral”. Certo. Mas eles têm ouvido muito também sobre o mensalão”.
Ayres Britto contou que o relato de Gilmar ajudou-o a entender uma abordagem que Lula lhe fizera uma semana antes, durante um almoço no Palácio da Alvorada, onde estiveram a convite da presidente Dilma Rousseff. Diz o ministro Ayres Britto: “O ex-presidente Lula me perguntou se eu tinha notícias do Bandeirinha e completou dizendo que, “qualquer dia desses, a gente toma um vinho”. Confesso que, depois que conversei com o Gilmar, acendeu a luz amarela, mas eu mesmo tratei de apagá-la”. Ouvido por VEJA, Jobim confirmou o encontro de Lula e Gilmar em seu escritório em Brasília, mas, como bom político, disse que as partes da conversa que presenciou “foram em tom amigável”. VEJA tentou entrevistar Lula a respeito do episódio. Sem sucesso, enviou a seguinte mensagem aos assessores: “Estamos fechando uma matéria sobre o julgamento do mensalão para a edição desta semana. Gostaríamos de saber a versão do ex-presidente Lula sobre o encontro ocorrido em 26 de abril, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, com a presença do anfitrião e do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, no qual Lula fez gestões com Mendes sobre o julgamento do mensalão”. Obteve a seguinte frase como resposta: “Quem fala sobre mensalão agora são apenas os ministros do Supremo Tribunal Fe¬deral”. Certo. Mas eles têm ouvido muito também sobre o mensalão”.
Encerro
É isso aí. Não há um só jornalista de política que ignore essas gestões de Lula, sempre contadas em off. Ele mesmo não tem pejo de passar adiante supostas informações sobre comprometimentos deste ou daquele. Desde o início, estava claro que pretendia usar a CPI como instrumento de vingança contra desafetos — inclusive a imprensa — e como arma para inocentar os mensaleiros.
É isso aí. Não há um só jornalista de política que ignore essas gestões de Lula, sempre contadas em off. Ele mesmo não tem pejo de passar adiante supostas informações sobre comprometimentos deste ou daquele. Desde o início, estava claro que pretendia usar a CPI como instrumento de vingança contra desafetos — inclusive a imprensa — e como arma para inocentar os mensaleiros.
As informações estarrecedoras da reportagem da VEJA dão conta da degradação institucional a que Lula tenta submeter a República. Como já afirmei aqui, ele exerce, como ex-presidente, um papel muito mais nefasto do que exerceu como presidente. O cargo lhe impunha, por força dos limites legais, certos impedimentos. Livre para agir, certo de que é o senhor de ao menos seis vassalos do Supremo (que estes lhe dêem a resposta com a altivez necessária, pouco impota seu voto), tenta fazer valer a sua vontade junto àqueles que, segundo pensa, lhe devem obrigações. Aos que estariam fora do que supõe ser sua área de mando, tenta aplicar o que pode ser caracterizado como uma variante da chantagem.
Tudo isso para reescrever a história e livrar a cara de larápios. Mas também essa operação foi desmascarada. Por VEJA! Por que não seria assim?
Nem a ditadura militar conseguiu do Supremo Tribunal Federal o que Lula anseia: transformar o tribunal num quintal de recreação de um partido político.
Diplomata que chamou vocês de “cambada” volta ao ataque. Ele não é mais da Secretaria de Direitos Humanos e acha que isso muda tudo. Não muda nada!
Alexandre Vidal Porto, aquele que chamou os leitores deste blog de “cambada” e que, pelo visto, é obcecado por mim — que medo!!! —, volta a mandar um comentário para corrigir uma informação no único post que escrevi a seu respeito, o mesmo em que me dei conta de sua existência. Ele é diplomata, sim — onde serve, não diz, e também não vou procurar porque Vidal Porto, como coisa em si, não me interessa —, mas não está mais na Secretaria de Direitos Humanos. Serviu à pasta no governo FHC. Manda uma catilinária ofendidíssima, recheada de novas agressões, e dá a entender que continuará a ler o blog. O que posso fazer? Almas obsessivas e espíritos obsessores não são matéria para Reinaldo Azevedo. Recomendo um analista ou um exorcista.
Então, que fique registrado: ELE NÃO É DA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS, não trabalha para Maria do Rosário. Trabalhou no governo tucano. E vocês sabem que este blog nunca disse que o PT tem o monopólio das más escolhas. Ao contrário: o que já escrevi muitas vezes é que certas correntes do PSDB tentam ser o PT com punhos de renda. Daí que eu sempre tenha escrito também que me chamar de “tucano” não deixa de ser uma forma de tentar agredir a mim e aos tucanos… Aprenda a endurecer sem perder a ternura, Vidal Porto!
Na parte urbana de sua mensagem, escreve:
“Faço meu ativismo político por meio de artigos na imprensa a título pessoal. Minha carreira diplomática nada tem a ver com isso. Antes de ser servidor público, sou cidadão. É nessa qualidade que escrevo e que o critico.”
“Faço meu ativismo político por meio de artigos na imprensa a título pessoal. Minha carreira diplomática nada tem a ver com isso. Antes de ser servidor público, sou cidadão. É nessa qualidade que escrevo e que o critico.”
Uma ova!
Para um diplomata, eis um sestro de República bananeira. Esse é o argumento de boa parte dos políticos pilantras, dos larápios, dos ladrões de dinheiro público. Dizem agir como cidadãos, como indivíduos; seus negócios nada teriam a ver com sua atuação como homens públicos. Não! O senhor continua um homem de estado enquanto estiver ligado ao estado. Tanto o seu primeiro comentário como o segundo continuam saídos da pena de um funcionário público, de alguém que pertence a um Ministério que representa todos os brasileiros — tanto os que concordam com o senhor como aqueles que discordam do senhor. Isso lhe impõe um decoro particular.
A informação errada aqui publicada — e que não muda em nada a essência do que escrevi — tem correção: o senhor trabalhou na Secretaria Nacional dos Direitos Humanos; não trabalha mais. O que, pelo visto, não tem conserto é sua maneira de participar do debate público, a sua agressividade descabida para um funcionário do estado, o seu ódio, a sua falta de compostura, a sua falta de medida. O meu erro, em suma, tem remédio. O seu não tem.
Que Vidal Porto discordasse de coisas que escrevo, vá lá, é do jogo. Que quisesse participar do debate apontando o que considera errado, idem. Milhares de leitores fazem isso todos os dias. Atacar-me, na minha página — E AOS MEUS LEITORES — de modo genérico, COMO SE FOSSE NOSSO JUIZ? Vá plantar batatas, seu desocupado! Honre os seus rendimentos de funcionário do estado brasileiro e aprenda a ter compostura, até porque o senhor não me parece exatamente um jovenzinho com os hormônios à flor da pele.
Vidal Porto, eu continuo a não ter nenhum interesse no que você pensa e fala. Não fossem as suas agressões, eu continuaria a não tomar conhecimento da sua existência. Mas você faz questão de ficar chamando a minha atenção, o que é aborrecido. Entendo: você está em busca de notoriedade, e levar o troco aqui fará de você uma espécie de herói em certas áreas. Está em busca do prazer mórbido das supostas vítimas, condição que lhes dá licença moral para chutar a canela do adversário e gritar: “Fui agredido!” Sou vacinado contra tipos assim.
Quanto aos meus leitores, não se preocupe. Eles sabem cuidar de si mesmos. Não precisam de você como tutor — e não aceitam a tutela do estado, entendeu, Zé Mané? Você é diplomata? Use bem o nosso dinheiro cuidando de questões do estado. Você é pago pra isso!
PS - Continuo a pedir moderanção nos comentários.
Tags: democracia, Itamaraty
26/05/2012
às 7:29LEIAM ABAIXO
— A CPI e o risco da pantomima autoritária da base aliada. Se for o caso, oposição tem de deixar comissão e denunciar o jogo fraudulento;
— A herança maldita de Haddad — Caindo aos pedaços, universidade federal usa escola infantil para aulas;
— Em palestra, Haddad cai de boca no populismo e ataca empresários;
— Laranjal da Delta Construções também tem ramificações em SP;
— Rands, potencial beneficiário do golpe que PT nacional deu no PT de Recife, encontra-se com Lula;
— Inadimplência do consumidor voltou a subir em abril, revela BC;
— Egito: Candidato da Irmandade disputará com ex-aliado de Mubarak ;
— Ambientalistas, esses amantes da ditadura, criticam decisão do governo sobre Código Florestal;
— O salto triplo carpado hermenêutico-dialético para defender Mino Carta;
— BC atua de novo e dólar volta a fechar abaixo de R$ 2. Ué, como assim, Mantega?;
— Ultrarreacionários do ecologismo perderam. Vamos ver agora de quanto será a perda na produção. Ou: Dados errados do Incra prevalecem sobre os dados certos do IBGE;
— Dilma não faz o que querem os reacionários e aprova Código Florestal, mas com 12 vetos;
— Diplomata resolve me agredir. Eu respondo. Ou: O caso do kit gay e dos travestis em sala de aula;
— Daqui a pouco…;
— O racha do PT de Pernambuco - Como sempre acontece no partido, para chegar às causas, siga o lixo!;
— Comissão da Verdade - Os arquivos demonstram o que Mino Carta fez em verões passados. Ou: O entusiasta da ditadura e da Oban;
— Lula, ora vejam, deixa claro ser ele o único líder do mundo mundial. E isso é pouco!!!;
— O Rio assiste ao renascimento da esquerda festiva e do miolo mole. O queridinho da vez é Marcelo Freixo, do mesmo partido que liderou o caos em São Paulo
Por Reinaldo Azevedo — A herança maldita de Haddad — Caindo aos pedaços, universidade federal usa escola infantil para aulas;
— Em palestra, Haddad cai de boca no populismo e ataca empresários;
— Laranjal da Delta Construções também tem ramificações em SP;
— Rands, potencial beneficiário do golpe que PT nacional deu no PT de Recife, encontra-se com Lula;
— Inadimplência do consumidor voltou a subir em abril, revela BC;
— Egito: Candidato da Irmandade disputará com ex-aliado de Mubarak ;
— Ambientalistas, esses amantes da ditadura, criticam decisão do governo sobre Código Florestal;
— O salto triplo carpado hermenêutico-dialético para defender Mino Carta;
— BC atua de novo e dólar volta a fechar abaixo de R$ 2. Ué, como assim, Mantega?;
— Ultrarreacionários do ecologismo perderam. Vamos ver agora de quanto será a perda na produção. Ou: Dados errados do Incra prevalecem sobre os dados certos do IBGE;
— Dilma não faz o que querem os reacionários e aprova Código Florestal, mas com 12 vetos;
— Diplomata resolve me agredir. Eu respondo. Ou: O caso do kit gay e dos travestis em sala de aula;
— Daqui a pouco…;
— O racha do PT de Pernambuco - Como sempre acontece no partido, para chegar às causas, siga o lixo!;
— Comissão da Verdade - Os arquivos demonstram o que Mino Carta fez em verões passados. Ou: O entusiasta da ditadura e da Oban;
— Lula, ora vejam, deixa claro ser ele o único líder do mundo mundial. E isso é pouco!!!;
— O Rio assiste ao renascimento da esquerda festiva e do miolo mole. O queridinho da vez é Marcelo Freixo, do mesmo partido que liderou o caos em São Paulo
26/05/2012
às 7:15A CPI e o risco da pantomima autoritária da base aliada. Se for o caso, oposição tem de deixar comissão e denunciar o jogo fraudulento
É grande o risco de a CPI do Cachoeira degenerar — ou voltar às suas origens no que concerne às intenções — numa pantomima autoritária. PT e PMDB se articulam para convocar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), deixando de fora os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). A justificativa vigarista, pilantra, para pegar trouxas mesmo, é que Cabral nem mesmo é citado nas gravações e que os indícios contra Agnelo seriam menos graves do que os contra Perillo. Esse é só o argumento da força contra a força do argumento; é a desculpa da maioria para intimidar a minoria.
Que fique claro: dado o que circula até agora, acho, sim, que Perillo tem de ser convocado. Mas livrar a cara de Agnelo e Cabral é um acinte, que desmoraliza a comissão. Do mesmo modo, a articulação de peemedebistas e petistas contra a quebra de sigilo da Delta nacional é uma ofensa à inteligência dos brasileiros. Reportagens do jornal O Globo já demonstraram que a empresa tem um verdadeiro laranjal no Rio e em São Paulo. O deputado Odair Cunha (PT-MG) já havia afirmado que a quebra seria inevitável, mas, diante das pressões, recuou. O relator emitiu outro péssimo sinal quando, no não depoimento de Wladimir Garcez, formulou 19 perguntas tentando implicar o governador tucano e apenas uma sobre o governador petista. Uma desnecessidade! A maioria governista na CPI já é acachapante. O relator até pode se dar ao luxo da isenção. Mas ele preferiu, nesse caso, ser um petsita típico: “Estou aqui para pegar adversários, não para o bem do país”.
Picaretagem
HÁ UMA PICARETAGEM ESSENCIAL NESSAS DESCULPAS QUE AINDA NÃO FOI DEVIDAMENTE EXPLICITADA. A CPI não está ali apenas para ler relatórios da Polícia Federal e ouvir grampos, ora essa! Que sentido faria investigar só o que já foi investigado? Uma comissão DE INQUÉRITO pode e deve, como diz o nome, avançar. Ou não tem razão de ser. Qualquer pessoa razoavelmente informada sobre o assunto já percebeu que Carlinhos Cachoeira é só um braço, uma parcela, de um corpo bem maior chamado “Delta”. E, minhas caras, meus caros, ninguém neste Brasil é tão íntimo de Fernando Cavendish, como as fotos deixaram pateticamente claro, quanto Cabral.
HÁ UMA PICARETAGEM ESSENCIAL NESSAS DESCULPAS QUE AINDA NÃO FOI DEVIDAMENTE EXPLICITADA. A CPI não está ali apenas para ler relatórios da Polícia Federal e ouvir grampos, ora essa! Que sentido faria investigar só o que já foi investigado? Uma comissão DE INQUÉRITO pode e deve, como diz o nome, avançar. Ou não tem razão de ser. Qualquer pessoa razoavelmente informada sobre o assunto já percebeu que Carlinhos Cachoeira é só um braço, uma parcela, de um corpo bem maior chamado “Delta”. E, minhas caras, meus caros, ninguém neste Brasil é tão íntimo de Fernando Cavendish, como as fotos deixaram pateticamente claro, quanto Cabral.
Não houvesse entre os dois amigos contratos que ultrapassam R$ 1 bilhão, boa parte sem licitação, ninguém estaria tentando xeretar relações privadas. E, é evidente, a venda da empresa a toque de caixa a um grupo que recebeu uma fabulosa injeção de dinheiro do BNDES é um escândalo em si. Cumpre agora só apurar a sua extensão e conhecer detalhes.
Quanto a Agnelo, dizer o quê? Um de seus braços direitos caiu logo na segunda semana do escândalo. O esforço para fazer do petista apenas uma pobre vítima de chantagistas perversos é história da carochinha. Não obstante, os petistas decidiram blindar Agnelo, os peemedebistas decidiram proteger Cabral, e ambos decidiram preservar a Delta. Juntos, formam a maioria da CPI. A rigor podem convocar e livrar a cara de quem bem entenderem.
Comissões de inquérito no Poder Legislativo, em todo o mundo democrático, são um instrumento a mais de que dispõe a minoria para vigiar e conter o governo — e o governismo. CPI da maioria contra a minoria está mais para regimes autoritários. Caso petistas e peemedebistas se juntem para proteger a Delta e seus respectivos governadores, resolvendo convocar apenas Perillo, não restará às oposições outra saída que não melar o jogo. Têm, a meu ver, de abandonar a CPI, denunciar a manipulação e acusar o ato político fraudulento. O deputado Odair Cunha reflita com cuidado. A única personagem politicamente inimputável do Brasil é Lula. Nenhum outro petista tem a mesma licença.
A sessão administrativa em que essas coisas serão decididas ocorrerá na terça. Vai dizer se essa CPI tem salvação ou se vai se perder na politicagem mais rasteira. Qualquer decisão que não passe pela convocação dos três governadores e pela quebra do sigilo nacional da Delta merece ser qualificada de vigarista e de tentativa das forças do governismo de usar uma comissão de inquérito, que é uma prerrogativa do Poder Legislativo, para fazer a política partidária da pior espécie. Que façam, mas sob o signo da ilegitimidade, sem que a oposição seja cúmplice da pantomima.
Tags: CPI do Cachoeira
26/05/2012
às 7:01A herança maldita de Haddad — Caindo aos pedaços, Universidade Federal usa escola infantil para aulas
Por Vanessa Correa, na Folha
O portal de entrada destruído da Unifesp de Guarulhos já antecipa o que há lá dentro. Salas de aula abafadas, refeitório improvisado num galpão de madeira e 30 mil livros encaixotados por não haver lugar onde colocá-los. A falta de infraestrutura é tanta que parte dos 3.070 alunos da universidade federal são obrigados a assistir às aulas numa escola municipal vizinha ao campus. Um edifício novo prometido desde 2007 nunca saiu do papel.
Por Reinaldo Azevedo O portal de entrada destruído da Unifesp de Guarulhos já antecipa o que há lá dentro. Salas de aula abafadas, refeitório improvisado num galpão de madeira e 30 mil livros encaixotados por não haver lugar onde colocá-los. A falta de infraestrutura é tanta que parte dos 3.070 alunos da universidade federal são obrigados a assistir às aulas numa escola municipal vizinha ao campus. Um edifício novo prometido desde 2007 nunca saiu do papel.
Por causa desse cenário, foram os alunos — e não os professores, como na maior parte das federais que estão sem aula no país — que decidiram entrar em greve. Eles estão parados desde 23 de março. Ontem, após mais de dois meses de greve, decidiram ocupar a Diretoria Acadêmica, como fizeram em 2007, na primeira greve. A situação na federal da cidade da Grande São Paulo expõe a falta de estrutura da rede nacional, uma das principais reclamações dos professores grevistas pelo país. “Estamos discutindo Hegel [filósofo alemão] e a molecada tá no recreio, fazendo correria do lado da sala. A aula fica insuportável”, diz o estudante Michael de Santana, 27.
Quatorze salas do CEU (Centro de Ensino Unificado) do bairro de Pimentas são usadas todos os dias, à tarde e à noite, por 500 estudantes da Unifesp de Guarulhos. No local, além de biblioteca, telecentro e piscinas, funciona uma escola de ensino infantil que atende 700 crianças.
A situação não melhora quando a aula ocorre no próprio campus, uma antiga escola técnica cedida pela prefeitura. “No verão é insuportável de quente, não tem ventilação e o prédio pega sol o dia inteiro”, afirma Michael. Outros alunos que preferiram não se identificar por medo de represálias reclamam dos mesmos problemas, além do refeitório “pequeno demais” e filas de até 40 minutos para tirar uma fotocópia. A falta de uma sala climatizada impede que a ilha de edição de vídeo obtida por um professor com a Fapesp (agência estadual de fomento à pesquisa) seja usada, reclama a estudante de Ciências Sociais Juliana Barros, 18.
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Tags: Universidades federais
26/05/2012
às 6:55Em palestra, Haddad cai de boca no populismo e ataca empresários
Leia o que informa Bernardo Mello Franco, na Folha. O título do blog.
Em palestra ontem a moradores da Vila Madalena (zona oeste), o pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, atacou o setor da construção civil e disse que o empresariado brasileiro não acredita no país. “O empresário brasileiro é o primeiro a recuar diante de qualquer nuvem mais carregada. Ele é costumeiramente arredio a investir e acreditar no país”, afirmou.
Em palestra ontem a moradores da Vila Madalena (zona oeste), o pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, atacou o setor da construção civil e disse que o empresariado brasileiro não acredita no país. “O empresário brasileiro é o primeiro a recuar diante de qualquer nuvem mais carregada. Ele é costumeiramente arredio a investir e acreditar no país”, afirmou.
O petista disse que o governo será obrigado a elevar os gastos públicos para manter o crescimento na crise. “Como em 2008, o Estado vai ser convocado a realizar investimentos para manter o aquecimento da economia.” Haddad fez mais críticas ao comentar uma visita ao Secovi, o sindicato das empresas do setor imobiliário.
Sem dar nome, ele disse que um dirigente da entidade preferiu silenciar a dar respostas sobre problemas em obras públicas na cidade. “Chegou um determinado momento em que eu fazia tanta pergunta que ele quase evocou a Constituição para garantir o direito ao silêncio. Ele não conseguia mais justificar”, relatou o petista.”Ele não queria mais falar do assunto, tamanho o constrangimento de me dar resposta.”
Depois de ouvir queixas de donos de bares da Vila Madalena, reduto boêmio da capital paulista, Haddad chamou de de autoritário o prefeito Gilberto Kassab (PSD). “Não há discussão. É truculência, é autoritarismo”, afirmou. “Só tem um aspecto em que a gestão Kassab é democrática: é autoritarismo para todo mundo.” Uma das principais reclamações do setor é contra as regras do “Psiu”, que limitou os horários de funcionamento dos bares na cidade.
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26/05/2012
às 6:51Laranjal da Delta Construções também tem ramificações em SP
Por Maiá Menezes e Sérgio Roxo, no Globo:
Além do Rio e Goiás, a rede de laranjas que recebia dinheiro da Delta, por meio do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira, também tem ramificações em São Paulo. A empresa RCI Software e Hardware Ltda, que se favoreceu de um saque de R$ 196 mil, segundo investigação da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, tem como sócio um desempregado que mora em uma casa simples da periferia da Zona Norte da capital paulista. Outras duas empresas da cidade aparecem como beneficiárias e o valor total dos saques chega a R$ 586 mil.
Além do Rio e Goiás, a rede de laranjas que recebia dinheiro da Delta, por meio do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira, também tem ramificações em São Paulo. A empresa RCI Software e Hardware Ltda, que se favoreceu de um saque de R$ 196 mil, segundo investigação da Operação Monte Carlo da Polícia Federal, tem como sócio um desempregado que mora em uma casa simples da periferia da Zona Norte da capital paulista. Outras duas empresas da cidade aparecem como beneficiárias e o valor total dos saques chega a R$ 586 mil.
Eufranio Ferreira Alves, de 65 anos, ficou surpreso ao ser informado que a RCI tinha ligação com o esquema de Cachoeira. “Eu não vi um centavo desse dinheiro. Estou passando por dificuldades”. A investigação da Operação Monte Carlo mostra que a RCI sacou R$ 196 mil da Alberto & Pantoja Construções e Transportes, capitalizada, segundo a Polícia Federal, com 99,9% de recursos da Delta Construções.
Eufranio afirma não ter um emprego fixo desde 1995. Conta que vive de alguns bicos na área de contabilidade. De acordo com registro na Junta Comercial de São Paulo, ele é responsável por R$ 940.500 dos R$ 950 mil do capital social da empresa. Ele entrou na sociedade em março do ano passado. “Entrei para atender ao pedido de um amigo. Ele disse que o sócio estava saindo da sociedade e aceitei entrar para ajudar. O combinado era ficar só por três meses.”
O amigo se chama Waldomiro Oliveira. Eufranio informou o telefone do amigo, mas as ligações para o número não completam. Perguntado se acabou virando laranja no episódio, o desempregado respondeu: “Com certeza”. Pelo registro na Junta Comercial, a RCI deveria funcionar em uma sala comercial na região da Avenida Paulista. Mas no endereço, há apenas um escritório de advocacia e uma associação que representa passageiros de companhias aéreas. Uma funcionária diz que sempre chegam cartas para a RCI, que são devolvidas para o correio.
Tags: CPI do Cachoeira, Delta
26/05/2012
às 6:49Rands, potencial beneficiário do golpe que PT nacional deu no PT de Recife, encontra-se com Lula
Na Folha Online:
Um dia após a Direção Nacional do PT anular as prévias que definiriam quem será o candidato do partido à Prefeitura de Recife, o pré-candidato Maurício Rands buscou ontem apoio do maior líder da sigla, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido decidiu fazer nova votação no dia 3 de junho, após divergência sobre o número de filiados aptos a votar. Rands disputa a indicação com o atual prefeito, João da Costa.
Um dia após a Direção Nacional do PT anular as prévias que definiriam quem será o candidato do partido à Prefeitura de Recife, o pré-candidato Maurício Rands buscou ontem apoio do maior líder da sigla, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido decidiu fazer nova votação no dia 3 de junho, após divergência sobre o número de filiados aptos a votar. Rands disputa a indicação com o atual prefeito, João da Costa.
O encontro, pedido por Rands, ocorreu em São Paulo, no Instituto Lula, ONG mantida pelo ex-presidente. Rands não revelou o teor da conversa, mas disse ter saído satisfeito. “Ele [Lula] está achando que tem solução [para a situação em Recife].” O deputado federal licenciado e secretário de Governo de Pernambuco conta com apoio de líderes do PT, como o senador Humberto Costa (PT-PE). Ele tem ainda a bênção do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), cuja legenda é cortejada pelo PT para apoiar a candidatura de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo.
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Tags: PT
26/05/2012
às 6:47Inadimplência do consumidor voltou a subir em abril, revela BC
Por Maeli Prado, na Folha:
A inadimplência aumentou em três das quatro categorias de financiamento ao consumidor monitoradas pelo Banco Central no mês passado, com destaque para os calotes nos empréstimos para a compra de veículos. O cenário reflete, na avaliação de especialistas, o elevado comprometimento dos salários — em março, 22,3% da renda das famílias era direcionada todos os meses para o pagamento de dívidas.
A inadimplência aumentou em três das quatro categorias de financiamento ao consumidor monitoradas pelo Banco Central no mês passado, com destaque para os calotes nos empréstimos para a compra de veículos. O cenário reflete, na avaliação de especialistas, o elevado comprometimento dos salários — em março, 22,3% da renda das famílias era direcionada todos os meses para o pagamento de dívidas.
O pico do indicador ocorreu em outubro de 2011, quando esse percentual foi de 22,4% (era de 15,5% em janeiro de 2005). Os dados mostram que quase 6% do total financiado para carros não foi quitado no mês de abril. No crédito pessoal a inadimplência subiu de 5,3% em março para 5,5% em abril. Em aquisições de outros bens, o aumento do calote foi de 12,9% para 13,4%. “Houve alta quase generalizada da inadimplência”, observou Mariana Oliveira, da consultoria Tendências. “É preocupante. Já esperávamos um alívio do calote, pois renda e emprego estão bem.”
Para o economista Wermeson França, da LCA, a situação é consequência do alto montante de financiamentos já tomados pelo consumidor: “Os estímulos só devem ter reflexo mais para a frente, quando o efeito desse comprometimento se dissipar”. Na opinião de Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, a tendência é de desaceleração da inadimplência: “No caso de veículos, a inadimplência reflete o boom do crédito em 2010. A postura mais conservadora dos bancos é importante para melhorar a qualidade do crédito”, disse o economista. Os dados mostraram também que as novas concessões de crédito cresceram 6% por dia em abril ante março (8,1% no caso de consumidores, e 4,6% no caso de empresas).
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Tags: consumo, inadimplência
26/05/2012
às 6:43Egito: Candidato da Irmandade disputará com ex-aliado de Mubarak
Por Marcelo Ninio, na Folha:
A fase decisiva da primeira eleição livre da história do Egito deverá ser um confronto entre duas forças extremas que polarizaram o país nas últimas décadas: o islã político e a elite secular alinhada com o Exército. Segundo a apuração dos votos divulgada pela imprensa egípcia, os finalistas são Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, e o ex-comandante da Aeronáutica Ahmed Shafiq, último premiê do ditador Hosni Mubarak. O resultado oficial sai apenas na terça-feira.
A fase decisiva da primeira eleição livre da história do Egito deverá ser um confronto entre duas forças extremas que polarizaram o país nas últimas décadas: o islã político e a elite secular alinhada com o Exército. Segundo a apuração dos votos divulgada pela imprensa egípcia, os finalistas são Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, e o ex-comandante da Aeronáutica Ahmed Shafiq, último premiê do ditador Hosni Mubarak. O resultado oficial sai apenas na terça-feira.
Candidato do partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, Mursi ficou em primeiro, com 25% dos votos, desmentindo as pesquisas. Shafiq, ainda segundo apuração da mídia egípcia, teve 24%, e irá ao segundo turno em 16 e 17 de junho. Em terceiro, com desempenho surpreendente sobretudo no Cairo, ficou o socialista Hamdin Sabahi (22%), o preferido de grande parte dos ativistas que se reuniram no ano passado na praça Tahrir, levando à queda de Mubarak. Tiveram desempenho decepcionante o dissidente da Irmandade Abdel Fotouh (18%) e o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa (11%), que era apontado como favorito.
DUELO
O duelo que definirá o sucessor de Mubarak, hoje preso e aguardando julgamento, será disputado entre duas forças distantes do ideal que deflagrou a revolta contra o ex-ditador e promete polarizar ainda mais o Egito. “É o pior cenário possível”, disse Ahmed Khairy, porta-voz dos Egípcios Livres, partido liberal criado após a queda de Mubarak, há 15 meses. Em entrevista ao jornal estatal “Al Ahram”, Khairy descreveu Mursi como um “fascista islâmico” e Shafiq como um “fascista militar”. Na largada para a campanha para o segundo turno, porém, os dois finalistas tentaram afastar as acusações, reivindicando o papel de defensores da revolução.
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O duelo que definirá o sucessor de Mubarak, hoje preso e aguardando julgamento, será disputado entre duas forças distantes do ideal que deflagrou a revolta contra o ex-ditador e promete polarizar ainda mais o Egito. “É o pior cenário possível”, disse Ahmed Khairy, porta-voz dos Egípcios Livres, partido liberal criado após a queda de Mubarak, há 15 meses. Em entrevista ao jornal estatal “Al Ahram”, Khairy descreveu Mursi como um “fascista islâmico” e Shafiq como um “fascista militar”. Na largada para a campanha para o segundo turno, porém, os dois finalistas tentaram afastar as acusações, reivindicando o papel de defensores da revolução.
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Tags: Egito
25/05/2012
às 21:03Ambientalistas, esses amantes da ditadura, criticam decisão do governo sobre Código Florestal
É impressionante! Ainda preciso me ocupar mais detidamente do assunto. Mas eu não tenho dúvida de que os ditos ecologistas são os totalitários da nova era. Afinal, eles dizem, a causa é boa. E quando é que os ditadores assumiam que sua causa era ruim? Prometo voltar ao tema. Alguns coronéis de causas ambientais reclamaram da decisão de Dilma. Leiam o que vai abaixo. Volto em seguida.
Na Folha Online:
Organizações ambientalistas criticaram a decisão do governo sobre o Código Florestal de vetar apenas parte do projeto. Nesta sexta-feira (25), o governo anunciou que foram vetados 12 pontos do projeto aprovado pelo Congresso.
Organizações ambientalistas criticaram a decisão do governo sobre o Código Florestal de vetar apenas parte do projeto. Nesta sexta-feira (25), o governo anunciou que foram vetados 12 pontos do projeto aprovado pelo Congresso.
Para a WWF Brasil, o país corre o risco de sofrer um retrocesso legislativo pelo fato da presidente Dilma Rousseff não ter vetado o texto integralmente. “O projeto aprovado no Congresso é fruto de um processo legislativo tortuoso, feito para atender apenas a uma parcela da sociedade que quer ampliar as possibilidades de desmatamento e anistiar quem desmatou ilegalmente”, afirma a secretária-geral da organização, Maria Cecília Wey de Brito. Segundo ela, o Brasil pode chegar ao encontro Rio+20 com um discurso e uma prática incompatíveis. A reunião para a questão ambiental acontece em junho no Rio de Janeiro. “Fora os impactos à credibilidade e à liderança do Brasil no cenário global, poderemos sofrer barreiras comerciais por seguir crescendo de forma insustentável.”
Já o coordenador de campanhas do Greenpeace, Márcio Astrini, criticou a falta de detalhamento dos vetos e modificações do Código Florestal. As alterações serão editadas através de Medida Provisória, que deverá ser publicada e detalhada com os vetos no “Diário Oficial” de segunda-feira (28). “O Brasil dorme hoje sem saber qual é o seu Código Florestal, qual o texto que vai ser alterado pela caneta da Dilma”, afirmou. Segundo ele, as mudanças feitas pelo governo não são satisfatórias para a recuperação das matas ciliares. “Não houve nenhum anúncio que possa garantir que essa recuperação seja eficiente e vá assegurar a recuperação do meio ambiente”, disse.
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Voltei
Desafio a dona Maria Cecília Wey de Britto, da inglesa WWF, a demonstrar o que houve de errado com o processo legislativo. Quanto à liderança na “Rio+20″, o Reino Unido não topa esse papel, não? Ou, então, a Holanda, do Greenpeace?
Desafio a dona Maria Cecília Wey de Britto, da inglesa WWF, a demonstrar o que houve de errado com o processo legislativo. Quanto à liderança na “Rio+20″, o Reino Unido não topa esse papel, não? Ou, então, a Holanda, do Greenpeace?
Você notaram uma coisa comum no discurso das duas expressões nativas dessas entidades estrangeiras? A moça parece achar que o Poder Legislativo não tem legitimidade para votar um código, e o rapaz entende que a presidente não a tem para aplicar vetos e mudanças. Então quem tem? Ora, a resposta é simples: a WWF e o Greenpeace. Eles substituem os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
No caso do Greenpeace, eles também partem para a ação direta, como se sabe, com ações que beiram o terrorismo.
Tags: código florestal
25/05/2012
às 19:33O salto triplo carpado hermenêutico-dialético para defender Mino Carta
Eu fico sinceramente comovido com a bondade de muitas pessoas (sem cinismo!) ou com o salto triplo carpado hermenêutico-dialético de outros tantos (aí com algum cinismo) que me pedem para considerar a hipótese de que o servilismo de Mino Carta ao governo militar, naqueles tempos em que ele era o ditador da VEJA, era uma forma oblíqua, disfarçada e inteligente de denunciar o regime… Talvez ele próprio acredite nisso porque não se é Mino Carta sem uma dose cavalar de autoengano. Mas é falso! Era mesmo gosto de servir, conforme demonstrarei em outros posts. Há coisas ainda mais eloquentes. É que dá algum trabalho selecionar a imagem e coisa e tal. Aguardem.
Eu não ligo que recuperem as coisas que escrevi, mesmo quando estive errado. Reitero: a censura impunha severas restrições às críticas, mas não prendia ninguém por não elogiar, entenderam? E não! Ele não é o único que tentou apagar a biografia de colaboracionista com a adesão a teses de esquerda quando isso rende patrocínio estatal. Ele é apenas a menor distância entre o pensamento independente e o seu oposto.
Tags: imprensa, Mino Carta
25/05/2012
às 18:28BC atua de novo e dólar volta a fechar abaixo de R$ 2. Ué, como assim, Mantega?
No Estadão Online. Volto em seguida.
O dólar voltou a fechar abaixo do patamar de R$ 2 nesta sexta-feira, após cinco sessões sendo negociado acima deste nível. A moeda encerrou em queda de 1,87%, cotada a R$ 1,9980, após uma nova atuação do Banco Central (BC). Com a queda de hoje, a divisa norte-americana reduziu as altas acumuladas em maio e em 2012 para 4,83% e 6,90%, respectivamente. Na semana, o moeda perdeu 1,089%.
Com a retomada da aversão ao risco e alta do dólar ante o euro no exterior, o BC nem esperou o mercado à vista de câmbio abrir e realizou nesta manhã, das 10h às 10h15, uma oferta de US$ 2 bilhões em contratos de swap cambial - que equivale à venda da moeda no mercado futuro. Com o aumento das incertezas na Europa, os investidores têm procurado segurança na moeda americana, o que provoca a sua valorização ante as outras divisas.
Para o Brasil, o agravemento da crise e a alta do dólar significam fuga de investimentos estrangeiros no País. Dados preliminares de maio mostram queda na entrada de investimento produtivo, saída de estrangeiros da Bolsa e a redução da oferta de crédito para as empresas no exterior.O Banco Central afirma que são movimentos pontuais e não há motivos para preocupação. Analistas, porém, dizem que é preciso ter cuidado.
Projeção do BC aponta para entrada de US$ 3 bilhões em maio, redução de 36% ante abril e valor 24% menor que em maio do ano passado. Confirmado, será o menor valor desde janeiro de 2011.
Comento
Como assim, ministro Guido Mantega? Faz uma semana, e Vossa Excelência parecia exultante com a disparada do dólar, que considerou positiva para a indústria nacional e as exportações. Até o censurei aqui, afirmando que a fala era um tantinho irresponsável, já que uma coisa é ter uma política evite a sobrevalorização do real; outra, muito distinta, é aplaudir esses solavancos, como fez o ministro.
Como assim, ministro Guido Mantega? Faz uma semana, e Vossa Excelência parecia exultante com a disparada do dólar, que considerou positiva para a indústria nacional e as exportações. Até o censurei aqui, afirmando que a fala era um tantinho irresponsável, já que uma coisa é ter uma política evite a sobrevalorização do real; outra, muito distinta, é aplaudir esses solavancos, como fez o ministro.
Pelo visto eu estava certo, não é? Ou o BC deixaria o dólar ir para as alturas, já que isso seria bom “para a indústria e para as exportações”, certo?
Tags: câmbio
25/05/2012
às 18:10Ultrarreacionários do ecologismo perderam. Vamos ver agora de quanto será a perda na produção. Ou: Dados errados do Incra prevalecem sobre os dados certos do IBGE
Bem, vamos lá. Não sei ainda — e ninguém sabe — qual seria o Código Florestal ideal para o Palácio do Planalto. Para tanto, seria preciso ter todos os detalhes do veto e o texto da MP. Ainda não há. A questão principal, parece, diz respeito à recuperação de áreas às margens dos rios. Uma coisa, no entanto, é certa: Dilma não atendeu aos reclamos dos pilotos de pterodáctilos, que cobravam que o código fosse para o lixo. A presidente fez 12 vetos e introduziu 32 alterações de texto. As lacunas legais que se abrem serão preenchidas com a Medida Provisória. Tudo isso terá de ser negociado no Congresso, que conserva o poder de veto, é bom que fique claro — embora eu ache que não será usado.
De saída, uma questão relevante. O governo, por ingenuidade ou truque — alguém ali tem o direito de ser ingênuo? —, trabalhou com uma área de produção falsa, que é aquela endossada pelo Incra. Segundo o instituto, haveria 599 milhões de hectares no Brasil dedicados à produção. Quem dera! Não teríamos mais onde estocar alimentos! É um número estupidamente falso. O próprio IBGE — o governo reconhece o IBGE, não? — trabalha com outro número. A agropecuária ocupa, no Brasil, 329.941.393 de hectares; desse total, 98.479.628 são áreas de preservação dentro das propriedades. Sim, vocês entenderam direito: os proprietários rurais brasileiros preservam 29,84% das terras que constam, oficialmente, como destinadas à agropecuária. Como o Brasil tem 851 milhões de hectares, isso significa que agricultura e pecuária ocupam apenas 27,2% do território brasileiro (231.431.765 milhões de hectares). Estudos mais recentes falam em 27,7%. Essa é a verdade.
Assim, há um erro essencial nessa história. Por que falsear a realidade, eu me pergunto? Porque tomar determinadas decisões fica parecendo coisa menos absurda. Adiante.
Que Dilma vetaria trechos do texto, isso era certo como a luz do dia. Tem de piscar para a turma do “Rio+20″ que vem por aí. Sim, haverá — e isto é o fim da picada — redução da área de produção no país. Será inferior àquela que haveria se o texto tivesse saído conforme pediam os ecologistas reacionários, que dizem gostar do planeta e que, inequivocamente, detestam gente. Mas haverá, por exemplo, uma escala para a recomposição das margens de rios, conforme se lê no post anterior. A decisão, em relação ao que queriam os aloprados, protege os pequenos proprietários.
É preciso conhecer o conteúdo da MP para ter clareza sobre a medida. Os ultrarreacionários da ecologismo perderam. O texto não foi vetado. Vamos ver agora de quanto será a perda da produção.
Tags: código florestal
25/05/2012
às 18:04Dilma não faz o que querem os reacionários e aprova Código Florestal, mas com 12 vetos
Por Fabiano Costa e Priscilla Mendes, do Portal G1. Comento no próximo post.
A presidente Dilma Rousseff fez 12 vetos e 32 modificações ao novo Código Florestal, informaram nesta sexta-feira (25) os ministros da Advocacia Geral da União (AGU), do Meio Ambiente, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário.
O objetivo dos cortes e mudanças no texto aprovado no Congresso, de acordo com o governo, é inviabilizar anistia a desmatadores, beneficiar o pequeno produtor e favorecer a preservação ambiental. Os vetos ainda serão analisados pelo Congresso, que tem a prerrogativa de derrubá-los.
O veto é parcial em respeito ao Congresso Nacional, à democracia e ao diálogo com a sociedade. Foi motivado, em alguns casos, pela segurança jurídica. Em outros, pela inconstitucionalidade” Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente
O prazo para sanção do texto, que trata sobre a preservação ambiental em propriedades rurais, vencia nesta sexta. Para suprir os vácuos jurídicos deixados com os vetos, a presidente Dilma Rousseff vai assinar uma medida provisória que será publicada na segunda-feira (28) no “Diário Oficial da União” juntamente com o Código Florestal, informou o ministro da AGU, Luís Inácio Adams.
“São 12 vetos, são 32 modificações, das quais 14 recuperam o texto do Senado Federal, cinco respondem a dispositivos novos incluídos e 13 são adequações ao conteúdo do projeto de lei. Uma medida provisória deverá ser publicada em conjunto com a publicação dos vetos na segunda-feira”, afirmou Adams.
No Congresso, ministros de Dilma participaram das discussões para o texto aprovado no Senado. No entanto, o projeto foi modificado na Câmara em uma derrota imposta ao governo pela bancada ruralista.
Artigo vetado
Entre os artigos vetados está o que aborda a recuperação de matas em Áreas de Preservação Permanente (APPs), que são os locais vulneráveis, como beira de rios, topo de morros e encostas. O tema foi um dos mais polêmicos durante a discussão no Congresso.
Entre os artigos vetados está o que aborda a recuperação de matas em Áreas de Preservação Permanente (APPs), que são os locais vulneráveis, como beira de rios, topo de morros e encostas. O tema foi um dos mais polêmicos durante a discussão no Congresso.
O primeiro texto aprovado na Câmara previa redução dos atuais 30 metros para 15 metros de recuperação de mata para propriedades com rios de largura de até 10 metros, mas deixava a cargo dos estados a possibilidade do que poderia ser plantado em APPs. Depois, o Senado voltou a alterar para obrigar a recomposição em pequenas propriedades em até 20% da propriedade e estabeleceu recuperação de 30 metros e no máximo de 100 metros para propriedades maiores do que quatro módulos fiscais - o módulo varia entre estados de 20 a 440 hectares.
Quando o texto voltou à Câmara, o relator do projeto de reforma do Código Florestal, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), retirou os percentuais mínimos de recuperação das APPs e deixou a cargo dos estados a faixa de recomposição. Isso era interpretado como uma possível anistia a desmatadores, porque poderia liberar quem suprimiu vegetação de recuperar as matas. Em razão disso, o artigo foi vetado pela presidente Dilma.
Pela proposta nova do governo, voltam as faixas de recuperação, sendo que cada tamanho de propriedade terá uma faixa diferente. Para propriedades de até 1 módulo, serão 5 metros de recomposição, não ultrapassando 10% da propriedade. Para propriedades de um a dois módulos, a recomposição é de 8 metros, até 10% da propriedade. Os imóveis de dois a quatro módulos terão de recompor 15 metros, não ultrapassando 20% da propriedade. Acima de quatro módulos, a recuperação deve ser entre 30 metros e 100 metros.
“Os grandes têm grande extensão de propriedade e têm condição de recuperar todas as áreas de preservação permanente”, destacou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, 65% do total de imóveis rurais no Brasil têm até 1 módulo fiscal e ocupam apenas 9% da área agrícola do país. As propriedades com mais de 10 módulos rurais, por sua vez, representam 4% do total de imóveis do país, e ocupam 63% do área produtiva agrícola.
O Código não é dos ruralistas nem dos ambientalistas, é o código dos que têm bom senso” Mendes Ribeiro, ministro da Agricultura
Motivos dos vetos
Izabella Teixeira destacou que a insegurança jurídica e a inconstitucionalidade levaram aos 12 vetos. Ela falou que o objetivo foi também “não anistiar o desmatador, preservar os pequenos e responsabilizar todos pela recuperação ambiental”.
Izabella Teixeira destacou que a insegurança jurídica e a inconstitucionalidade levaram aos 12 vetos. Ela falou que o objetivo foi também “não anistiar o desmatador, preservar os pequenos e responsabilizar todos pela recuperação ambiental”.
“O veto é parcial em respeito ao Congresso Nacional, à democracia e ao diálogo com a sociedade. Foi motivado, em alguns casos, pela segurança jurídica, em outros pela inconstitucionalidade.”
“O Código não é dos ruralistas nem dos ambientalistas, é o código dos que têm bom senso”, completou o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro.
Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, “não vai haver anistia” com o novo Código Florestal.
“Estamos dizendo que não vai haver anistia para ninguém, todos terão que contribuir para a recomposição de áreas de preservação permanente que foram utilizadas ao longo dos anos, mas estamos dizendo que essa recomposição vai levar em consideração proporcionalmente o tamanho da propriedade. Estamos estabelecendo um princípio de justiça.”
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Tags: código florestal
25/05/2012
às 16:59Diplomata resolve me agredir. Eu respondo. Ou: O caso do kit gay e dos travestis em sala de aula
O título deste post era “Funcionário de Maria do Rosário resolve me agredir. Eu respondo. Ou: O caso do kit gay e dos travestis em sala de aula”. Foi corrigido porque a personagem de que trata o texto não trabalha mais na Secretaria Nacional de Direitos Humanos (leia post a respeito aqui). A afirmação foi excluida também do texto.
Alexandre Vidal Porto é um diplomata e, portanto, um funcionário público, que exerce um cargo de governo — o que, entendo, lhe impõe algumas restrições ditadas pelo decoro quando participa do debate público. Também é militante gay — mas contra “a caricatura”. Sei. E isso, claro!, é um direito seu. Pois bem. Esse senhor me envia o seguinte comentário:
“Quanto mais leio o que você escreve, mais apelativo e oportunista o acho. Seus raciocínios são distorcidos e simplórios. Como não quero crer que você seja burro, acho que se trata mesmo de má-fé, que você utiliza para manipular a cambada de — estes sim — ignorantes que elogiam em comentário as tolices virulentas que você escreve.”
Volto
Alexandre, Alexandre, quae te dementia cepit?, para repetir aquele pastor que resolveu se engraçar com um efebo… Comigo, não, violão!
Alexandre, Alexandre, quae te dementia cepit?, para repetir aquele pastor que resolveu se engraçar com um efebo… Comigo, não, violão!
Nesse tipo de coisa, rapaz, é preciso ter a vara mais longa na hora de cutucar. Pois eu acho que você, apesar da pose de pensador alternativo, é burro e de má-fé. Logo, o meu juízo a seu respeito é pior do que o seu a meu. Entendeu?
Vamos ver por que ele está bravo comigo. Reproduzi no clipping, anteontem, trecho de reportagem da Folha que trata do encontro do petista Fernando Haddad, candidato à Prefeitura de São Paulo, com a militância gay do PT. A reportagem informa:
“o grupo propõe uma campanha de incentivo a professores transgêneros nas salas de aula, além da adoção do kit gay (…)”
Dei o seguinte título para o post:
“Haddad se encontra hoje com militância gay do PT: ela quer ‘kit gay’ nas escolas e travestis dando aula”
“o grupo propõe uma campanha de incentivo a professores transgêneros nas salas de aula, além da adoção do kit gay (…)”
Dei o seguinte título para o post:
“Haddad se encontra hoje com militância gay do PT: ela quer ‘kit gay’ nas escolas e travestis dando aula”
Vidal Porto resolveu saltar das tamancas. Ele poderia dizer o que há de errado com o título, mas não diz. O texto, por óbvio e como se informa, não é meu. Mas, suponho, ele acha que eu deveria aderir à mesma linguagem militante a que ele aderiu e chamar “travesti” de “transgênero”. Não vou! A palavra não foi incluída na mais recente edição do “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”.
Ele ficou irritado porque puxei para o título o que é a essência da notícia. Desde que Haddad se fez candidato, tenta driblar esse tema. Autorizou o kit gay quando ministro, começou a distribuí-lo e agora nega a responsabilidade. A dita “comunidade gay”, da qual Vidal faz parte, nunca se conformou com isso. O que este senhor não suporta é a clareza.
Mas volto a seu comentário malcriado. “Quanto mais leio o que você escreve…” Então me lê? É uma obsessão? Fá-lo por algum prazer mórbido? Procure o texto de um outro já que a obra deste escriba não o satisfaz, ora essa! Como naquele bolero de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, cantarolo pra você, Vidal:
Que queres tu de mim
Que fazes junto a mim
Se tudo está perdido amor
Que queres tu de mim
Que fazes junto a mim
Se tudo está perdido amor
Que mais me podes dar
Se nada tens a dar
Que a marca de uma nova dor
Se nada tens a dar
Que a marca de uma nova dor
Eu nunca o li, por exemplo. A gente pode manter uma relação que, no Itamaraty, chamariam de “reciprocidade”. Que tal, hein? Você faz comigo o que eu faço com você. Huuummm? Eu não o leio, você não me lê?
Meus raciocínios são “distorcidos e simplórios”? É mesmo? E os seus são os de um militante, que acredita que os que não comungam de suas teses ou não pensaram o suficiente ou são movidos a má-fé — o que é um juízo tipicamente totalitário.
Quanto a chamar os leitores deste blog de “cambada”… Eles terão com você a elegância que você não teve com eles.
Deixe que lhe diga algumas coisas, rapaz: eu e meus leitores, pouco importa o que pensemos (e cada um pensa por si mesmo), não o fazemos patrocinados pelo dinheiro público. Faltam-lhe, para ser um servidor do estado, moderação, isenção, equilíbrio e vergonha na cara. Eu sou um dos milhões de brasileiros que pagam o seu salário, seu bobalhão! Dobre a sua língua! Na sua função, é uma obrigação respeitar o ponto de vista de todos os brasileiros, guardados os parâmetros da legalidade. Numa república verdadeiramente democrática, esse seu comentário deveria lhe render demissão sumária. Mas não na Repúbica dos Companheiros, que abriga a boçalidade militante, a sua inclusive.
De fato, não sou burro. Mas você é. Por que não usa a sua fúria contra o Itamaraty, grande defensor de Cuba, aquele país que perseguiu e persegue os homossexuais, como você? Esqueça este Reinaldo e vá ler outro, o Arenas.
Eu vou lhe dizer por que você não o faz: porque é covarde; porque não tem coragem de ir à luta; porque prefere ser um militante de uma causa abrigado no conforto que lhe confere o estado.
Sei bem qual é a sua. Você tem uma agenda. E prefere que ela vá sendo aplicada à socapa, na base de eufemismos. O fato é que um grupo do partido ao qual você presta vassalagem quer o kit gay nas escolas — com todos os seus absurdos, dos morais aos pedagógicos, passando pelos matemáticos — e travestis (sim!) dando aula. É a palavra que está disponível no “Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa”. Ou, em breve, assistiremos a uma edição extra, revisada por Vidal Porto?
Não posso obrigá-lo a não me ler, é claro! Mas fica aqui o convite, com sugestão de trilha sonora. E convido-o também a ler o Código de Conduta dos servidores públicos. Aprenda a ser mais decoroso com o dinheiro público, rapaz! E melhor fará se me tirar do seu radar. Até porque nem me assusto nem me intimido com militância organizada. Na verdade, isso até me anima.
Comentários — Atenção, minha querida “cambada”. Nada de chutar os países baixos de Vidal Porto. Vamos incentivá-lo a procurar páginas na Internet que satisfaçam seus anseios.
25/05/2012
às 15:37Daqui a pouco…
… resposta a um funcionário público, militante de uma causa, que se acha no direito de ofender cidadãos que pagam seu salário. Ele está lotado lá na Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
Tags: democracia
25/05/2012
às 13:01O racha do PT de Pernambuco – Como sempre acontece no partido, para chegar às causas, siga o lixo!
A direção nacional do PT anulou as prévias do partido feitas para decidir quem será o candidato à Prefeitura de Recife. O atual prefeito, João da Costa, venceu Maurício Rands, que acusa irregularidades na composição do colégio eleitoral (ler posts abaixo). O comando do PT nega que tenha havido fraude, mas cancelou o processo mesmo assim, o que é fabuloso.
Quem encostar o peito no coração do PT de Recife vai entender direitinho o PT nacional. De cabo a rabo. O ex-prefeito por dois mandatos João Paulo fez o seu sucessor em 2008, João da Costa, contra a vontade de lideranças graúdas do estado — o atual senador Humberto Costa entre eles. Poucos meses depois, criador e criatura estavam rompidos. Na origem, como é frequente no PT desde os primórdios, estava uma empresa de coleta de lixo. É incrível como petismo e lixo costumam se estreitar num abraço insano.
Quando Costa assumiu, o contrato com a empresa Qualix, que fazia o serviço desde 1985, estava vencendo. Ele prorrogou emergencialmente o contrato para ter tempo de fazer nova licitação. O problema, e aí a convivência com o ex começou a desandar, é que resolveu dar uma xeretada nos valores. O que circulou nos meios políticos da cidade é que não gostou muito do que viu. Havia o que poderia se chamar, como direi?, sobrepreço… Depois de um barafunda legal, a coleta terminou com a Queiroz Galvão. A partir daí, a cúpula do PT — João Paulo, o antecessor; Humberto Costa e Maurício Rands — começa o trabalho sistemático de desestabilização do “companheiro”.
De fato, a popularidade de João da Costa não anda lá essas coisas. Não é exatamente o preferido do governador Eduardo Campos (PSB) e enfrenta a oposição interna aberta dos petistas graúdos, embora todos eles tenham aliados e cupinchas pendurados na Prefeitura. Há até rancores que nascem de assuntos mais subalternos, como a negativa do prefeito de demitir uma certa funcionária que havia sido contratada em razão de talentos extracurriculares de que desfrutava um figurão do partido. Quando o casal rompeu, o gajo pediu a cabeça da moça. O prefeito não entregou. Por que não dou nomes? Porque sei que é verdade, mas não posso provar. Por que conto mesmo assim? Porque envolve dinheiro público. Sigamos.
É evidente que João da Costa tinha o direito natural de disputar a reeleição, a exemplo do que acontece com todos os que estão em primeiro mandato. A justificativa oficial para haver a troca é a sua impopularidade, que não é maior do que era a de João Paulo ao fim do primeiro mandato, e ninguém tentou defenestrá-lo por isso. A briga, que começou no lixo, se estendeu a outros interesses envolvendo os grupos petistas na cidade.
Rands ganhou uma pasta no governo de Eduardo Campos, que não esconde a simpatia por seu nome e dá a entender que a frente que mantém com o PT pode se desfazer na cidade caso o candidato seja mesmo João da Costa. Rands tentou impugnar alguns delegados na votação das prévias, que obtiveram na Justiça o direito de votar. Ele acusa, então, o adversário interno de ter “judicializado” a disputa, atropelando a instância partidária. Vocês sabem, né? Para o PT, o partido está acima do Poder Judiciário…
Então se chegou a esta situação esdrúxula: queimado desde sempre muito cedo com os caciques do partido em razão do… lixo!, João da Costa passou a ser hostilizado. Tentaram convencê-lo a desistir da disputa e entregar de mão beijada da vaga a Rands, candidato da cúpula do PT de Pernambuco, do PT Nacional e de Campos. Ele se negou a ir para o sacrifício e decidiu disputar as prévias. Venceu. A direção do PT nega que tenha havido fraude, mas cancelou o processo mesmo assim. Se for legal, cancelou por quê?
Desde as primeiras administrações municipais petistas, uma pista continua válida para chegar ao coração do partido: siga o lixo!
PS: No debate das prévias, sobrou baixaria para todo lado. A única coisa que os petistas deixaram de debater foram os problemas de Recife.
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