domingo, 6 de maio de 2012

[ZP120506] O mundo visto de Roma

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O mundo visto de Roma

Portugues semanal - 6 de maio de 2012

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Ser feliz na enfermidade
D. Jorge Ortiga no XXIV Encontro Nacional da Pastoral da Saúde em Fátima

BRAGA, quarta-feira, 02 de maio de 2012(ZENIT.org) - Entre 2 e 5 de maio, o Centro Pastoral de Paulo VI, no Santuário de Fátima, acolhe o XXIV Encontro Nacional da Pastoral da Saúde, uma iniciativa promovida pela Comissão Nacional Pastoral da Saúde, numa organização da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde. O Encontro deste ano será subordinado ao tema “Cuidados de Saúde, Lugares de Esperança" e contará com intervenções de referência na Saúde em Portugal.

Apresentamos a seguir a homilia de D. Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, na Eucaristia deste Encontro.

***

Ser feliz na enfermidade

1. «Era uma vez um médico que viu um doente idoso que já não dava sinais de cura no hospital. Passavam os dias e ele parecia estar resignado a morrer o mais depressa possível. Por mais que as enfermeiras o animassem, só com muito dificuldade e paciência conseguiam que ele oferecesse uma palavra ou um sorriso. Certo dia, ao passar pelo corredor o médico ficou surpreendido ao vê-lo animado, com bom aspecto e a ser ajudado pelos familiares a levantar-se da cama.

Sorrindo de satisfação, o médico pergunta-lhe: “Então, o que lhe aconteceu? Ainda na passada semana estava tão desanimado e hoje está totalmente diferente?” Perante as perguntas, o idoso sorriu e disse-lhe:“Tem razão! Alguma coisa aconteceu: o meu netinho veio cá ontem visitarme e disse-me para voltar depressa para casa, pois precisava da minha ajuda: precisa que o ajude a remendar o pneu da bicicleta!”»[1]

2. Caros cristãos, afinal também as crianças podem fazer milagres e salvar muita gente nos dias de hoje! Aliás, foi essa a missão que Deus-Pai confiou ao seu Filho, como escutávamos no evangelho: “Eu vim como luz ao mundo (…), não para julgar o mundo, mas para o salvar!” Em pleno Tempo Pascal, a Ressurreição confere-nos uma missão: publicitar a notícia salvadora do Messias de Deus. Uma salvação que não se cinge a uma vida depois da morte, mas que se opera aqui e agora na
concretude da vida humana, nomeadamente na enfermidade.

3. Na sua mensagem para o Dia Mundial do Doente, o Papa Bento XVI recorda-nos a importância do Sacramento da Penitência e da Santa Unção.
Como tal, ele afirma: “cada sacramento expressa e põe em prática a proximidade do próprio Deus que, de modo absolutamente gratuito, nos toca por meio de realidades materiais… que Ele assume ao seu serviço, fazendo deles instrumentos do encontro entre nós e Ele mesmo.”[2]

Mergulhados na responsabilidade de Repensar a Pastoral da Igreja em Portugal, muita coisa deve mudar na acção pastoral com os doentes.

Todavia, o auxílio eclesial aos enfermos não se cinge somente a estes Sacramentos, administrados pelos presbíteros. Os leigos também podem e devem “salvar” muitos enfermos através do que, sinteticamente, se chama de virtude da compaixão!

Assim sendo, ter compaixão é recordar o milagres das curas e a Paixão de Cristo que terminou na Cruz. Ter compaixão é reconhecer que o sofrimento do outro também é o meu sofrimento. E ter compaixão é partilhar esse sofrimento alheio através da nossa oração, caridade, palavra, escuta e presença (companhia).

Ou seja, o que aquela criança fez foi muito simples: apenas recordou ao seu avô que a sua doença não lhe retira a sua dignidade, nem o lugar que tem no coração de Deus!

4. Com isto, estaremos, entre outros aspectos, a curar aquela que, segundo Henri Nowen, é a doença mais dolorosa da sociedade actual: a solidão.[3]
Como dói ver notícias de homens e mulheres que se abandonam à sua incapacidade, à sua deficiência, à sua doença… homens e mulheres que deixaram de acreditar em si e em Deus… homens e mulheres que se contentam com respostas rápidas, com brilhos passageiros... homens e mulheres que decidiram ser vítimas e não cooperadores da criação… homens e mulheres desaproximados, incapazes de ouvir o anseio mais profundo do coração!

Desculpem a franqueza e que, sem rodeios, afirme que a Pastoral da Saúde tem de ser um caminho para a nova-evangelização, ou seja, um instrumento peculiar para manifestar a beleza do amor de Deus. Aliás, o teólogo Anselm Grün escreve: “na doença, consigo descobrir o espaço interior do silêncio, aquele onde Deus habita em mim. É lá que me sinto curado e pleno. A doença não tem acesso a esse espaço.”

Este Encontro Nacional da Pastoral da Saúde deve, por isso, ser um ponto de partilha, reflexão e criatividade para que muitos descubram na enfermidade a presença do amor divino, de modo a que proclamem jubilosamente como o salmista: “Louvado sejais, Senhor!” Isoladamente,eles não serão capazes de fazer essa descoberta.

Daí que a comunidade cristã tenha de discernir caminhos de presença efectiva para que o rosto do autêntico amor não permaneça oculto. Os cristãos não podem ignorar o sofrimento alheio. Há sinais que parecem de abandono de Deus, os quais devem ser preenchidos por gestos de muita solicitude e ternura. E, se olharmos para os cuidados que oferecem as estruturas de saúde, não podemos permitir a nossa insensibilidade perante burocracias exageradas, desatenções quase inconscientes ou simples preocupações economicistas para evitar prejuízos e facturar lucros. Aí o cristão deve ser sempre gerador de esperança.

Se é tarefa de todos, os profissionais de saúde não podem esquecer a sua identidade cristã. Talvez não necessitem de etiquetas para se afirmarem. O silêncio da dedicação e serviço de entrega pode marcar a diferença, mesmo sem se usar palavras.

5. Para terminar, a primeira leitura relatando-nos uma jornada missionária de Saulo e Barnabé, vem confirmar tudo quanto referi e, por isso, permiti-me que agradeça àqueles “ministros da esperança”, que nas suas comunidades visitam e acompanham gratuitamente os doentes. Esses homens e mulheres silenciosos, voluntários ou profissionais que, “muitas vezes sem mencionar o próprio nome de Cristo”, O manifestam concretamente, fazendo com que “a palavra de Deus cresça e se multiplique”. Eles são muitos, mas poderão ser ainda mais!

Que a Senhora de Fátima, conforte e anime os agentes da Pastoral da Saúde, que apenas querem continuar o gesto salvífico de Cristo junto daqueles que vivem na enfermidade. Porque também se pode ser feliz na enfermidade.

[1] Pedrosa Ferreira, Nem só de pão vive o homem, 72.

[2] Bento XVI, Mensagem para o Dia Mundial do Doente 2012, 1.

[3] Henri Nowen, O curador ferido, 105.

                                                                             + Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz

                                                                     Santuário de Fátima, 2 de Maio de 2012

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Homens e Mulheres de Fé


Pedro To Rot: Marido e modelo de pai
O primeiro beato da Papua Nova Guiné: uma figura a ser redescoberta em vista da Family 2012

Por Gerolamo Fazzini

ROMA, quarta-feira, 30 de Abril de 2012 (ZENIT.org) - Pietro To Rot é um catequista da Papua Nova Guiné, morto em 1945 por causa da sua oposição à poligamia; celebra-se este ano o centenário do seu  nascimento. O Bispo de Rabaul, o Bergamês salesiano Francesco Panfilo, Bispo de Rabaul, propõe: "Por que não redescobrir essa figura marido e pai modelo, justo em vista do VII Encontro Mundial das Famílias que acontecerá em Milão?".

O nome de To Rot nos diz pouco ou nada, mas para a Igreja de Papua é uma glória local genuína: é, de fato, o primeiro beato daquela terra, elevado à glória dos altares, no dia 17 de janeiro de 1995 por João Paulo II . Não é por acaso que, há poucos dias atrás, os bispos de Papua Nova Guiné e das Ilhas Salomão fizeram uma peregrinação ao santuário de Rakunai, país natal do beato. E no verão estão previstas celebrações jubilares a serem realizadas no dia 7 de julho, festa litúrgica do beato.

Pedro nasce de um chefe da tribo, dentre os primeiros  convertidos à fé católica. Do seu pai, Angelo, o jovem Pedro herda as qualidades de um líder, da sua mãe Maria – cristã fervorosa – uma sensibilidade religiosa não comum. Com estas características, unidas à predisposição para os estudos, algumas pessoas vêem muitos "sinais de vocação" para o sacerdócio e pensam enviar o garoto para estudar na Europa. Mas o pai escolhe para Pedro um futuro leigo: com apenas 21 anos já é um bom catequista, inestimável colaborador  dos missionários. Em 1936, aos 24 anos, casou-se com Paula Varpit, uma menina de 16 anos, também ela muito fervorosa.

"Inspirado por sua fé em Cristo, foi um marido devoto, pai amoroso e um catequista comprometido, conhecido pela sua cordialidade, pela sua gentileza e pela sua compaixão”: assim em 1995 o Papa Wojtyla falava de Pietro To Rot, acrescentando que ele " tratou a sua mulher Paola com grande respeito; orava com ela toda manhã e toda noite. Para os seus filhos tinha uma grande afeição passava com eles o máximo do tempo que fosse possível”. Ainda: o beato "teve uma grande visão do matrimônio e, apesar do grande risco pessoal e da oposição, defendeu a doutrina da Igreja sobre a unidade do matrimónio e da necessidade de fidelidade mútua."

Durante a Segunda Guerra Mundial, de fato, a sua aldeia, Rakunai, foi ocupada pelos japoneses, os missionários acabaram presos, mas To Rot assumiu a responsabilidade pela vida espiritual dos seus concidadãos, continuando a ensinar os fiéis, a visitar os doentes e batizar . Mas quando as autoridades legalizaram a poligamia, o Beato Pedro denunciou firmemente essa prática. Comentou João Paulo II: "Ele proclamou com coragem a verdade sobre a santidade do casamento. Recusou tomar o "caminho mais fácil" do compromisso moral. "Devo cumprir o meu dever e como testemunho na Igreja de Jesus Cristo”, explicou. O medo do sofrimento e da morte não o pararam ." Mesmo na prisão Pedro permaneceu sereno, até mesmo alegre, até que ele foi assassinado com uma injeção em julho de 1945 por um médico japonês.

Comenta Mons. Panfilo. "Pedro To Rot, catequista e mártir, foi um grande defensor da família e do sacramento do matrimônio. Este ano na Diocese de Rabaul estamos comemorando o centenário, apontando para a renovação da família. E eu espero que o VII Encontro Mundial das Famílias, programado em Milão, represente uma oportunidade para valorizar essa figura".

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Jesus também foi o filho do carpinteiro
Entrevista com o diretor do movimento Josefino, na festa de São José Operário

ROMA, segunda-feira, 30 de abril de 2012 (ZENIT.org) – Amanhã, 1 de maio, celebra-se em quase todos os países do mundo o Dia do Trabalho, lembrando reinvindicações laborais de especial relevância. Há mais de 50 anos a Igreja viu a importância desta festa para refletir sobre a figura de São José, o pai de Jesus, que foi um modelo de trabalhador, no sustento da sua família. Mas, acima de tudo, foi aquele que acompanhou seu filho adotivo em sua formação humana, abrindo assim as portas para a redenção do próprio trabalho.

Por este motivo, ZENIT entrevistou o sacerdote Tarcisio Giuseppe Stramare OSJ, diretor do Movimento Josefino com sede em Roma, que realiza um extenso trabalho de pesquisa e de valorização da figura de São José no mundo inteiro.

Como foi que o 1 de maior mudou, da festa dos trabalhadores para a festa de São José Operário?

Pe. Stramare: A Festa de São José Operário, estabelecida no 1 de maio de 1955, é recente. Foi o Papa Pio XII que quis reivindicar do trabalho e da sua “festa”, o verdadeiro significado e o valor cristão. O trabalho, de fato, não pertence a uma ideologia ou a um partido, mas ao homem: por isso, foi especialmente redimido por Jesus, tanto que João Paulo II, na encíclica Laborem Exercens usou a expressão comprometida de "Evangelho do trabalho".

Gostaria de aprofundar a expressão "Evangelho do trabalho"?

Pe. Stramare: "Evangelho" é a boa notícia a respeito de Jesus, o salvador da humanidade. Bem, embora geralmente vemos Jesus como alguém que ensina e faz milagres, tinha se identificado de tal modo com o trabalho, que em seu tempo foi considerado como "o filho do carpinteiro", ou seja, artesão em si mesmo. Entre as muitas atividades possíveis, a sabedoria de Deus escolheu para Jesus aquela do trabalho manual, confiando a educação do seu próprio filho não à escola dos sábios, mas a um humilde artesão, ou seja, a São José.

Mas São José era um descendente do rei Davi?

Pe. Stramare: Certamente, e essa origem mantém toda a sua importância no registro para reivindicar em Jesus o título de Messias, que também é importante. Do ponto de vista social, no entanto, Jesus quis ser catalogado como "operário", nascido de Maria, a esposa de José, que era um "trabalhador". Além do título davídico, essencial para seu reconhecimento como o Messias, Jesus recebeu de José a dimensão humana do trabalhador.

Com a festa de São José Operário, Pio XII enfatizou a importância da dimensão social de Jesus, talvez muito oculta nas suas atividades como mestre e curador, certo?

Pe. Stramare: O trabalho, de fato, que tem sido uma parte integrante da "existência" de Jesus, também faz parte da revelação cristã. Os Evangelhos enfatizam especialmente "o fato de que ele, que sendo Deus se fez semelhante a nós em tudo, dedicou a maior parte da sua vida terrena ao trabalho manual, no banco do carpinteiro". Esta circunstância é de grande importância para a teologia da Encarnação, que ensina que Jesus se associou às realidades terrenas, não só para mostrar a sua humanidade, mas para "santificá-la" por ele.

Podemos dizer que o trabalho foi "redimido"?

Pe. Stramare: Sim, isso é exatamente o que diz a definição acima mencionada do "Evangelho do trabalho". "O trabalho humano e, particularmente, o trabalho manual encontram no evangelho uma especial importância. Junto com a humanidade do Filho de Deus, este foi incorporado no mistério da Encarnação, que também foi redimido de modo particular”. O criador do universo realmente “trabalhou com mãos humanas", santificando diretamente o trabalho humano.

São José, portanto, desempenhou um papel importante na vida de Jesus ...

Pe. Stramare: São José foi, no plano da providência divina, o instrumento necessário da redenção do trabalho, que aconteceu justamente na sua humilde oficina, através da missão que ele realizou não só com Jesus, mas ainda por acima de Jesus, que "era-lhes submisso". "Esta" ‘submissão’, ou a obediência de Jesus em Nazaré, também é entendida como a participação no trabalho de José. Aquele que foi chamado de"o filho do carpinteiro” tinha aprendido o trabalho do seu ‘pai’ putativo. Se a família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é o exemplo e o modelo para as famílias humanas, por analogia, é o trabalho de Jesus ao lado de José o carpinteiro".

Então é claro que junto ao Redentor do trabalho, que não pode ser outro senão Jesus, a presença paterna de São José não podia ser ignorada...

 Pe. Stramare: Exatamente. Nenhum dos homens, depois de Maria, esteve tão perto das mãos, da mente, da vontade e do coração de Jesus, como São José. Ressalta-o Pio XII, sugerindo o exemplo de São José para os trabalhadores. Tendo em conta, de fato, que o espírito do evangelho brota do coração do Homem-Deus em todos os homens, “a verdade é que nenhum trabalhador foi tão perfeito e profundamente penetrado como o pai adotivo de Jesus, que morou com ele numa grande intimidade e comunidade de vida e trabalho.”Daí o convite do mesmo pontífice para os trabalhadores: “Se querem estar próximos de Cristo, Ite a Ioseph” , vão à São José! Como modelo dos trabalhadores, por tanto, são José é também seu padroeiro especial.

Mas quem foi realmente Jesus? Sob qual aspecto deve ser levado em conta?

Pe. Stramare:Jesus é, acima de tudo, o Filho de Deus e, portanto, é Deus. O professamos abertamente no Credo e o expressamos com o título de “Senhor”, que sempre colocamos diante dos nomes de Jesus e Cristo. Durante a sua vida terrena, porém, Jesus quis ser conhecido como "o Nazareno", originário de um país desprezado, e também como "Galileu", ou seja, que pertence a uma região periférica. Até mesmo durante a sua vida pública, quando será o Mestre, não se esquecerá - para denegri-lo - que ele era apenas o “filho do carpinteiro”. Humanamente falando, Jesus era um "trabalhador" a título completo. Na identidade de “filho de José” estava incluído “o estado civil, a classe social, a posição econômica, a experiência de trabalho, familiares, a educação", como gostava de apontar o Papa Paulo VI. Jesus, porém, não tinha vergonha de vestir a sua excelsa dignidade com a humilde condição de trabalhador, plenamente consciente de que seria para ele motivo de descrédito. Embora pudesse gabar-se de títulos mais nobres, Jesus deliberadamente escolheu para si o mais comum, o mais amplamente compartilhado da condição humana, ou seja, o de ser trabalhor.

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Familia e Vida


Papa Bento XVI pela primeira vez no teatro Scala de Milão
Antes de celebrar a Missa para um milhão de fiéis estará também no estádio de San Siro e na Duomo de Milão

MILÃO, sexta-feira, 04 de maio de 2012(ZENIT.org) – No meio da crise econômica, Bento XVI reúne todo o mundo em Milão para enfrentar os temas de trabalho e da festa e seus impactos sobre a família. Acontece por ocasião do VIII Encontro mundial das famílias, que acontecerá de 30 de maio a 3 de junho de 2012.

O Santo Padre visitará Milão: a capital da moda, a cidade dos negócios, do marketing, da publicidade, dos indivíduos (na cidade residem pouco menos de 370 mil). E Milão responde se mobilizando para o Papa, são mais de 5000 os voluntários que se dispuseram gratuitamente para os dias do evento, acolhendo um Encontro que fala de famílias tradicionalmente fundadas sobre o matrimonio, no conceito de fidelidade e na abertura para a vida.

O Papa Bento XVI visitará a cidade do arcebispo Ângelo Scola, que acredita e apóia fortemente o Encontro mundial das famílias, colocando o evento como centro da ação pastoral da Diocese.

Bento XVI estará em Milão de01 a3 de junho, dias repleto de compromissos religiosos, leigos, sociais e simbólicos. Encontrará com várias autoridades nacionais e locais italianas, às quais irá dirigir sua mensagem.

Rezará no templo e coração religioso da cidade, a Duomo dedicada a Santa Maria Nascente, igreja onde os milaneses celebram as principais funções do ano litúrgico e edifício de alto nível artístico visitado todos os anos por milhões de turistas.

Estará na platéia daquele que é reconhecido mundialmente como “o templo da lírica”, o Teatro Scala. Desde 2011 é dirigido pelo maestro Daniel Baremboin que na ocasião apresentará um concerto em honra ao Santo Padre, exibindo-se na Nona de Beethoven. É a primeira vez que Bento XVI, amante da música, entra como Papa em um teatro para um concerto.

O Santa Padre pisará no campo do “templo esportivo” de Milão, o estádio Meazza – San Siro, casa do Fc Internacional e Ac Milão, estrutura que hospedou 9 partidas dos Mundiasi de futebol (em 1934 e em 1990) e 3 finais da Copa dos Campeões – Champions League ( 1965, 1970, 2001).

O ápice dos três dias de Bento XVI em Milão será a Festa dos testemunhos (sábado, 2 de junho, às 20:30) e a Santa Missa (domingo, 3, às 10:00) que acontecerá no cenário natural  do Parco Nord, parque público milanês capaz de acolher um milhão de peregrinos: muitas pessoas são esperadas, famílias provenientes de todo o mundo. Entre estas, também um grupo da Terra Santa. Pela natureza do local, o evento contará com estruturas de impacto zero, reutilizáveis, ecológicas, assim como os carros utilizados para os transportes: elétricos e não poluentes.

Delegações oficiais enviadas pelas Igrejas Católicas do mundo inteiro e  amílias comuns estarão na cidade já a partir de terça-feira, 30 de maio, para uma semana de encontros, reflexões e oração. A fim, escreve o Pontífice na carta referente ao Encontro, de “repensar o trabalho e a festa na perspectiva de uma família aberta à vida, bem integrada na sociedade e na Igreja, atenta a qualidade das relações além da economia do próprio núcleo familiar”.

A carta, escrita em 2010, antecipa os temas da dignidade do trabalho, da importância do emprego no equilíbrio familiar, do mercado e do lucro como elementos desagregadores  se entendidos como única referência da organização do trabalho. Argumentos, hoje, de premência atual com diferentes efeitos em todos os países do mundo. Estes serão abordados, além do Pontífice, por especialistas mundiais durante o Congresso Internacional Teológico Pastoral, previsto para 30 de maio a 1 de junho, com 104 palestrantes provenientes de 27 diversas nações.

O programa detalhado pode ser encontrado em:

WWW.family2012.com/it/programma/

Para participar como jornalista ao encontro basta se cadastrar gratuitamente (até dia 15 de maio) preenchendo a ficha presente em:

http://registration.family2012.com/web/Index.action?registerStampa=&l=it o scrivere all’indirizzo press@family2012.com

Para informações: press@family2012.com   ou +39 02 87213180

O cadastramento permite a participação nos principais eventos, excluindo aqueles que acontecerão nos espaços restritos e que por motivo de segurança serão para um número limitado de participantes.  Não inclui refeição e alojamento: preços de hotéis convencionados podem ser solicitados contatando a agencia de viagens oficial do evento, Duomo Viaggi (WWW.duomoviaggi.it     tel. +390272599370) email: mcrippa@duomoviaggi.it  ou  valberio@duomoviaggi.it)

Dom Davide Milani

Responsável pela Comunicação

VII Encontro Mundial das famílias

Milão, 30 de maio – 3 de junho de 2012

Milão

Chiara Pelizzoni

Responsável pela assessoria de imprensa

VII Encontro Mundial das famílias

Milão, 30 de maio – 3 de junho de 2012

Chiara.pelizzoni@family2012.com

Cel comercial 328.4987294

Cel pessoal 347.1676232

(Tradução:MEM)

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Família 2012: apresentada a área que sediará os eventos com o papa
Parque Norte de Milão, junto ao aeroporto de Bresso

ROMA, quarta-feira, 2 de maio de 2012 (ZENIT.org) - "Peço que vocês acolham Bento XVI como sucessor de Pedro", disse o arcebispo de Milão, Angelo Scola, pedindo às comunidades cristãs que não celebrem a missa na manhã do domingo 3 de junho, para valorizar a celebração litúrgica presidida pelo papa naquele mesmo dia, nas imediações do aeroporto de Bresso.

A área está se preparando para acolher os peregrinos do VII Encontro Mundial das Famílias. Uma conferência de imprensa foi realizada pela primeira vez na sede dos futuros eventos com o papa, que serão a Festa dos Testemunhos, no sábado, 2 de junho, e a Santa Missa, no domingo, 3 de junho. Estiveram presentes Erminio De Scalzi, presidente da Fundação Milão Famílias 2012; Bruno Marinoni, chefe da área operacional da fundação; Giuseppe Manni, presidente do Parque Norte Milão, área do evento junto ao aeroporto; Mario Battistello, presidente do Aeroclube de Milão, e Fortunato Zinni, prefeito de Bresso.

Durante o encontro com os jornalistas, foi anunciado ainda que o VII Encontro Mundial das Famílias terá o apoio do clássico do futebol mundial Inter x Milan. No domingo, 6 de maio, antes da partida, os jogadores entrarão em campo vestindo a camisa oficial do encontro.

Para baixar as imagens aéreas do local:
http://dl.dropbox.com/u/36786817/Campovolo_video.zip

Para baixar o anúncio oficial do encontro:
http://family2012.com/it/documents/18609/~~V

Em breve estarão disponíveis no site www.family2012.com as fotos e vídeos da conferência de imprensa.

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Um namoro diferente leva à santidade
O casal brasileiro: Servos de Deus Zélia e Jerônimo

Por Maria Emília Marega

ROMA, quarta-feira, 02 de maio de 2012(ZENIT.org) – A experiência da vida matrimonial dos Servos de Deus Zélia e Jerônimo, casal brasileiro do século 19, mostra que é possível ser santo na vida cotidiana correspondendo à vocação ao qual foi chamado.

Jerônimo de Castro Abreu Magalhães nasceu em Magé e Zélia Pedreira Abreu Magalhãesem Niterói. Casaram-seem 27 de julho de 1876, na Chácara da Cachoeira, bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro.

Ele engenheiro civil e ela uma jovem letrada, com primorosa formação artística, literária e científica, de modo que aos 14 anos traduziu do italiano para o português, a obra de Cesare Cantu “Il Giovinetto”.

O desejo de Jerônimo e Zélia sempre foi o de agradar a Deus desde o período em que se conheceram, quando na troca de olhar já ficou claro que o namoro deles seria um namoro diferente, declarou Dom Roberto Lopes, vigário episcopal para a Vida Consagrada e responsável pelos processos de candidatos à causa dos santos da Arquidiocese do Rio; conforme nota da Portalum.

"Zélia e Jerônimo eram muito apaixonados. A vida de oração foi crescendo dentro do coração do casal. Eles educaram seus filhos para Deus, e a Eucaristia era algo que procuravam dar de presente para o povo de Deus que o cercava", destacou.

Desse casamento nasceram 13 filhos, quatro falecidos em tenra idade, os demais (três homens e seis mulheres) abraçaram diferentes ordens religiosas, dentre eles o frei franciscano José Pedreira de Castro, professor de ciências bíblicas que fundou em 1956 um Centro Bíblico e o curso de Sagrada Escritura por correspondência.

Na fazenda onde eles moravam havia uma capela, onde inúmeras vezes ao dia o casal era visto rezando, assim como também seus escravos, que iniciavam o trabalho do dia sempre com oração conduzida por Jerônimo e Zélia no pátio da fazenda.

A pesquisa histórica sobre Jerônimo de Castro Abreu Magalhães e sua esposa Zélia está sendo feita por uma comissão arquidiocesana, instalada no dia 23 de dezembro pelo arcebispo Dom Orani João Tempesta.

Da década de 30 até a década de 60, avida de Zélia foi bastante conhecida. Sua biografia chegou à sexta edição e foi traduzida em iugoslavo, alemão, francês, espanhol, em italiano, e em português de Portugal.

Atualmente, existem no Brasil em torno de cinquenta causas de beatificação, das quais 25 figura como postulador o Dr. Paolo Vilotta, responsável também pela causa dos Servos de Deus Zélia e Jerônimo.

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Santa Sé


"Há cinco décadas, um centro de qualidade inquestionável"
Cardeal Scola recebe o Santo Padre na Universidade Católica de Roma

ROMA, sexta-feira, 4 de maio de 2012 (ZENIT.org) – Reproduzimos o discurso de boas-vindas ao papa pronunciado pelo cardeal Angelo Scola, arcebispo de Milão e presidente do Instituto Toniolo de Estudos Superiores, órgão que controla a Universidade Católica do Sagrado Coração. A visita do Santo Padre à sede romana aconteceu no 50º aniversário da Faculdade de Medicina e Cirurgia, que traz o nome do fundador, padre Agostino Gemelli.

Beatíssimo Padre,

Em 6 de fevereiro de 1920, quando o padre Agostino Gemelli criou o instituto superior do qual nasceria a Universidade Católica, resolveu batizá-lo de Giuseppe Toniolo.

O Instituto Toniolo, ao longo de todos estes anos e até hoje, mantém o seu papel de garante moral de toda a universidade. Por uma coincidência providencial, celebramos hoje, com a presença extraordinária de Vossa Santidade, o 50º aniversário da Faculdade de Medicina e Cirurgia Agostino Gemelli, apenas alguns dias depois da beatificação de Giuseppe Toniolo. Nele, como dizia o padre Gemelli, "a Universidade Católica considera e venera o homem que, mais do que qualquer outro, promoveu e preparou eficazmente, com quarenta anos de apostolado, a fundação da nossa universidade".

A Faculdade de Medicina e Cirurgia, com o hospital policlínico, "sonho da alma" do padre Gemelli, representa há cinco décadas um centro de qualidade inquestionável em perfil profissional e pesquisa, baseado no humanismo cristão. Não é pouca a excelência internacional cultivada nesta obra.

Beatíssimo Padre, em nome de todos os membros da Comissão Permanente, posso garantir que o Instituto Toniolo pretende intensificar o seu trabalho de servir à universidade na esteira da vida e da obra do beato que, no ângelus deste domingo passado, Vossa Santidade definiu como um apaixonado servidor da comunhão na Igreja.

Desta comunhão, grande dom concedido em Cristo Jesus, nosso Senhor, pela Santíssima Trindade para toda a humanidade, têm necessidade mais do que nunca os cristãos da Europa. A esta comunhão, atenta a todas as dimensões do humano e, portanto, voltada a ampliar a razão como Vossa Santidade nos pede há tempo, devem explicitamente se dedicar aqueles que trabalham na universidade.

Esta, que nasceu no Ocidente do solo fértil da experiência da Igreja, foi concebida como uma communitas docentium et studentium. A longa experiência universitária de Vossa Santidade, de que nunca deixamos de nos beneficiar através do seu magistério e muito especialmente da sua busca apaixonada por Jesus de Nazaré, será um incentivo ao trabalho científico e cultural que se realiza na Universidade Católica do Sagrado Coração nesta época confusa, mas fascinante, que vem marcando a transição para o novo milênio.

Será assim especialmente aqui, na Faculdade de Medicina e Cirurgia Agostino Gemelli, e no hospital policlínico, onde aqueles que cuidam do sofrimento humano e se confrontam com a morte são chamados a documentar todo dia que a caridade "credencia a verdade" (Caritas in veritate, 2).

Obrigado, Santidade, pela sua quinta visita a esta sede, sinal de privilegiada predileção, que se torna razão mais forte de responsabilidade para cada um de nós.

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Concurso internacional para promover a doutrina social
"Economia e Sociedade": iniciativa da Fundação Centesimus Annus - Pro Pontifice

ROMA, sexta-feira, 4 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Chama-se "Economia e Sociedade" o concurso internacional organizado pela Fundação Centesimus Annus - Pro Pontifice para promover a Doutrina Social da Igreja Católica. O prêmio será de 50.000 euros.

Se os vencedores chegarem a um máximo de três, a soma será dividida igualmente entre eles. O prêmio será concedido pela primeira vez em 2013 e voltará a se realizar a cada dois anos. Os trabalhos devem ser enviados ao Secretariado da Centesimus Annus – Pro Pontifice (centannus.award@foundation.va) até 15 de junho de 2012.

O prêmio é destinado a pesquisadores, pensadores, empreendedores e comunicadores que tenham publicado após 1991 (ano de promulgação da encíclica Centesimus Annus) trabalhos dedicados à Doutrina Social da Igreja nas áreas econômica e social. Serão consideradas obras publicadas em português, espanhol, italiano, inglês, francês e alemão.

O trabalho premiado deverá trazer contribuições originais para a explicação, aprofundamento e aplicação da Doutrina Social da Igreja no desenvolvimento econômico e social. Deve também se caracterizar pela solidez doutrinal e pela qualidade cultural excepcional. A Fundação Centesimus Annus - Pro Pontifice visa premiar contribuições compreensíveis por parte do público em geral, que expressem com força profética o compromisso cristão no desenvolvimento econômico e social.

O júri será composto pelo cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique e Freising; pelo professor Pierre de Charentenay, SJ, da Revue Études de Paris; pelo doutor Manuel Gómez Granados, do México, membro do Pontifício Conselho Justiça e Paz; pelo professor Han Thomas Hong-soon, embaixador da Coreia do Sul junto à Santa Sé; por Robert A. Nalewajek, da Centesimus Annus - Pro Pontifice, EUA; pelo doutor Lorenzo Rossi di Montelera, emérito presidente da Fundação Centesimus Annus - Pro Pontifice; por dom Giuseppe Antonio Scotti, presidente do Conselho de Administração da Fundação vaticana Joseph Ratzinger - Bento XVI; e pelo professor Michael Konrad, secretário.

A Fundação Centesimus Annus - Pro Pontifice existe desde 1993, comprometida com a propagação da Doutrina Social da Igreja. A oportunidade histórica que fez surgir a idéia de criar a fundação foi a encíclica Centesimus Annus, promulgada pelo papa João Paulo II em 1º de maio de 1991 para marcar o centenário da encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII.

Um século depois daquela, o papa considerou oportuno erguer a voz de forma adequada para evocar a doutrina social que coloca o homem no centro de toda atividade econômica. Com a orientação do cardeal Rosalio José Castillo Lara e de dom Giovanni Lajolo, alguns empresários e banqueiros foram convidados a promover as adesões ao projeto. A ideia tomou forma e foi se aperfeiçoando durante uma série de reuniões.

Diante do bom acolhimento da proposta, o cardeal Castillo Lara, em colaboração com a Secretaria de Estado e com a Conferência Episcopal Italiana, na pessoa do seu presidente, cardeal Camillo Ruini, apresentou a Sua Santidade a possibilidade da criação da fundação, que foi estabelecida com a assinatura do próprio papa em 13 de junho de 1993.

Para mais informações:

Fundação Centesimus Annus - Pro Pontifice

00120 Cidade do Vaticano; centannus@foundation.va; www.centesimusannus.org

Assessoria de imprensa: Constantino Coros, coroscosta@virgilio.it

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Espírito da Liturgia


Quando celebrar? / 1: O tempo litúrgico (CIC 1163-1165)
Rubrica de teologia litúrgica aos cuidados do Pe. Mauro Gagliardi

Nicola Bux *

ROMA, quarta-feira, 02 de Maio de 2012 (ZENIT.org) - A Igreja celebra a cada ano a redenção realizada por Jesus Cristo, começando pelo domingo, o dia da semana que pega o nome do Senhor Ressuscitado, até culminar com a grande solenidade da Páscoa anual. Mas são todos os mistérios da vida de Cristo que se resumem e se fazem presentes: em que sentido? Se Cristo é contemporâneo a todos os homens em cada época, as suas ações, como Filho de Deus, não são fatos do passado, mas atos sempre presentes em todos os tempos, com todos os seus méritos, que por isso trazem salvação a todos os que fazem memória (cf Catecismo da Igreja Católica [CIC], 1163). As ações de Jesus Cristo são eternas como as suas palavras: comunicam e explicam a vida; por isso não passam, começando pelo ato supremo do seu sacrifício na cruz; isto é representado ou renovado, como diz ainda o Catecismo, porque nunca passou, mas está sempre presente. E nós fazemos memória obedecendo ao chamado d'Ele: "Fazei isto em memória de mim."

Talvez seja crucial entender o conceito de memória para compreender o tempo litúrgico: isso não significa a memória do passado, mas a capacidade do homem, dada por Deus, para entender, em união com o hoje, o passado e o futuro. Na verdade, o homem que perde a memória, não só esquece o passado, mas não compreende que ele está no presente, e muito menos pode projetar-se no futuro.

E depois, na passagem do tempo existem as festas cristãs – festum lembra algo ao qual se participa, nos apressa, se celebra, ou seja há participação numerosa – mas também os dias feriais em que não são necessariamente muitos, também igualmente faz-se memória de Cristo, o qual é hoje e sempre. As festas são em grande medida a continuação e o cumprimento daquelas judaicas, começando pela Páscoa.

Não é suficiente comemorá-las, ou melhor, devemos comemorá-las agradecendo – por isso as festas se celebram essencialmente com a Eucaristia –, mas é necessário também passá-las às novas gerações e trazê-las para a própria vida. A moralidade do homem depende da memória de Deus, diz Santo Agostinho nas Confissões: mais se celebra o Senhor, podemos dizer, mais se torna moral. O tempo litúrgico revela-se assim tempo da Igreja, colocado entre a Páscoa histórica e o advento do Senhor no final dos tempos. O mistério de Cristo, atravessando o tempo, faz novas todas as coisas. Por isso, toda vez que fazemos festa, recebemos a graça que nos renova e nos transforma (cf. CIC, 1164).

Mas no léxico teológico-litúrgico há um advérbio temporal que engloba bem o tempo litúrgico: “hoje”, em latim “hodie”, em grego “kairós”. A liturgia, especialmente nas grandes festas, afirma que Cristo hoje nasceu, hoje ressuscitou, hoje ascendeu ao céu. Não é invenção: Jesus mesmo dizia: “hoje entrou a salvação nessa casa...”, “hoje estarás comigo no paraíso”. Com Jesus, Filho de Deus, o tempo do homem é “hoje”, é presente. É o Espírito Santo que faz isso, com a sua entrada no tempo e no espaço. Na Terra Santa, a liturgia acrescenta também o advérbio de lugar: “aqui”, “hic”. O Espírito de Jesus ressuscitado faz que o homem entre no “agora” de Deus que veio em Cristo e que atravessa o cosmos e a história. Com a citação do Pseudo-Hipólito, o Catecismo lembra que, para nós que acreditamos em Cristo, surgiu um dia de luz, longo, eterno, que não se apagará mais: a Páscoa mística (CIC, 1165).

Começamos por dizer que Jesus é nosso contemporâneo: porque é o Filho de Deus, o Vivente entrado na história. Sem ele o ano litúrgico e as festas litúrgicas estariam vazias de sentido e privadas de eficácia para a nossa vida. “O que significa afirmar que Jesus de Nazaré, vivido entre a Galiléia e a Judéia há dois mil anos, é ‘contemporâneo’ de cada homem e mulher que vive hoje e em cada tempo? Nos explica Romano Guardini, com palavras que permanecem atuais como quando foram escritas: ‘A sua vida terrena entrou na eternidade e de tal forma está relacionada a cada hora do tempo, redimido pelo seu sacrifício ... Naquele que crê realiza-se um mistério inefável: Cristo, que está «lá em cima», «sentado à direita de Deus» (Col 3,1), está também «neste» homem, com a plenitude da sua redenção; porque em cada cristão cumpre-se de novo a vida de Cristo, o seu crescimento, a sua maturidade, a sua paixão, morte e ressurreição, que constitui a sua verdadeira vida’ (R. Guardini, Il testamento di Gesù, Milão 1993, p. 141)” (Bento XVI, Mensagem ao Congresso "Jesus, nosso contemporâneo", 09.02.2012).

O dia de Cristo, o dia que é Cristo, constitui o tempo litúrgico. Qualquer pessoa que o siga, oferece-se a Ele, junta-se ao seu sacrifício vivente com todo o seu coração, faz o trabalho de Deus, ou seja, faz liturgia.

O tempo litúrgico faz presente a dimensão cósmica da criação e da redenção do Senhor, que recapitulou em si todas as coisas, todo o tempo e o espaço. Por isso a oração cristã, a oração daqueles que adoram o Deus verdadeiro, é dirigida para o Oriente, ponto cósmico da aparição da Presença. E o tempo e o espaço litúrgicos foram fixados especialmente na Cruz, à qual dirigir-se para olhar para o Senhor. Como iremos restaurar a percepção do tempo litúrgico? Olhando para Cristo, princípio e fim, alfa e ômega do Apocalipse, que constantemente faz novas todas as coisas. Justamente o simbolismo da Páscoa, com a iluminação do círio, nos lembra isso.

* Don Nicola Bux é Professor de Liturgia oriental em Bari e Consultor das Congregações para a Doutrina da Fé, para as Causas dos Santos, para o Culto divino e a Disciplina dos Sacramentos; e do Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.

 [Tradução Thácio Siqueira]

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Mundo


Os franciscanos e o concílio Vaticano II
Na Pontifícia Universidade Antonianum, o encontro "Vida Religiosa e Concílio Vaticano II - Os franciscanos entre atualidade e retorno às origens"

ROMA, quinta-feira, 3 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Na próxima segunda-feira, 7 de maio, acontece na Faculdade de Teologia da Universidade Pontifícia Antonianum o encontro "Vida Religiosa e Concílio Vaticano II - Os franciscanos entre atualidade e retorno às origens", organizado pela universidade Antonianum em parceria com a Universidade Lumière Lyon 2 e Rhône-Alpes.

Entre os palestrantes, estão Christan Sorrel, professor de História Contemporânea na Universidade Lumière Lyon 2, que falará sobre "A renovação conciliar entre os religiosos no contexto francês", e Giancarlo Rocca, professor na Pontifícia Faculdade de Ciências da Educação Auxilium, de Roma, que discutirá sobre "Religiosos e o Vaticano II", no contexto italiano. A conferência abordará ainda o volume de Giuseppe Buffon, “São Francisco de Assis: fontes franciscanas e renovação conciliar”.

O processo de renovação dos franciscanos por impulso do Concílio Vaticano II parece achar no contexto sócio-cultural e eclesial francês um terreno particularmente fértil. A Igreja francesa se mostra no centro da missão que responde à secularização incipiente, com a experiência do clero operário. Está disposta à experimentação pastoral, que é apreciável, por exemplo, em iniciativas do Centro de Pastoral para as Missões Internas.

O catolicismo francês se distingue pela reflexão teológica dos grandes mestres do Concílio Vaticano II e, mais importante, pelo esforço editoral na divulgação dos temas religiosos e espirituais, dentro dos quais se encontra o projeto de tradução das fontes franciscanas.

"Traduzir" ou "atualizar" os textos da tradição cristã, para torná-los instrumentos de reflexão e de formação: este parece ser o objetivo principal das publicações católicas, especificamente no caso franciscano francês.

O foco na atualidade se torna assim não apenas a estratégia editorial, mas também uma chave de interpretação hermenêutica. Atenção aos eventos atuais: não é este o princípio sobre o qual repousa a própria atualização conciliar?

Para mais informações:

Pontifícia Universidade Antonianum

Via Merulana, 124 - 00185 Roma
segreteria@antonianum.eu
www.antonianum.eu

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A Renovação vai às ruas atrás dos famintos de Deus
Salvatore Martinez convida os cristãos a espalhar o Espírito pelo mundo

Antonio Gaspari

ROMA, quinta-feira, 3 de maio de 2012 (ZENIT.org) - O mundo está sofrendo porque a fome de Deus não é saciada. É dever dos cristãos levar a cultura de Pentecostes às ruas, com "o fogo no coração, a Boa Nova na boca e profecia no olhar". Com estas palavras, Salvatore Martinez encerrou neste 1º de maio, em Rímini, a 35ª Convocação Nacional da Renovação Carismática italiana.

Diante de uma assembleia festiva de mais de vinte mil pessoas, sendo quinhentos sacerdotes e religiosos e cerca de mil e quinhentas crianças e pré-adolescentes, o presidente da Renovação Carismática (RC) na Itália explicou que "é tempo de Pentecostes" e que é preciso "renovar e reavivar a fé", porque "onde há fogo, há carisma e espírito, e ali Jesus é o Senhor".

"Nós não existimos nem para fundar partidos, nem para afundá-los. Nós existimos para renovar o que existe. Instituições já temos em abundância, é o coração o que não funciona! Temos muito a voltar a dizer, a refazer, a renovar! A nossa missão é refecundar, reoferecer às novas gerações a compreensão espiritual da história, que se chama cultura de Pentecostes".

Segundo o presidente da RC, "há muita fome de justiça social, fome de paz familiar, fome da vida santa, muita nostalgia de Deus. Por isso, devemos ser instrumentos para renovar os corações".

"Precisamos voltar a louvar e invocar Jesus com verdadeira paixão do coração. Precisamos daquela que São Cipriano chamava de loucura louvável do amor".

Quanto à crise econômica que parece dominar a sociedade civil, o presidente da RC disse que "não tem medo", porque, em tempos de crise, "a história é reconstruída pelo coração generoso". Afirmou que precisamos proclamar em alto e bom som que "Jesus é o Senhor!" e que os cristãos devem espalhar o perfume e o espírito de Cristo.

Para Martinez, renovar não significa destruir o que existe agora, mas manter uma continuidade com a tradição e com o magistério dos papas e dos primeiros apóstolos. Neste sentido, pediu incentivo às comunidades de oração que todo mês promovem a adoração e a oração para que o Espírito renove as pessoas e a sociedade. Só na Itália, há 1.200 grupos de oração que pertencem à RC.

Martinez também ressaltou a iniciativa que pretende impulsionar as reflexões sobre os dez mandamentos. "Nós temos a intenção de reler positivamente a tábua da lei, enfatizando não a negação do mal, mas a solução por meio das boas obras".

O Presidente da RC encerrou dizendo: "Nós não existimos para nós mesmos, mas para renovar o mundo! Quanto mais aumentar a crise espiritual, mais vamos precisar de lugares onde experimentar a cura, a libertação, o amor de Deus, o serviço à Igreja. Queremos proclamar que a verdadeira resposta para a crise atual está no Espírito".

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Em foco


"Seus 40 anos são motivo de alegria e agradecimento"
Mensagem do cardeal Angelo Bagnasco aos membros da Renovação Carismática italiana

RÍMINI, segunda-feira, 30 de abril de 2012 (ZENIT.org) - O lema “No Espírito clamamos: Jesus é o Senhor!” é uma profissão de fé que "ressoa através dos séculos no seio da Igreja, mãe de todos os crentes em Cristo", diz a mensagem do cardeal Angelo Bagnasco, presidente da Conferência Episcopal Italiana, ao presidente da Renovação Carismática na Itália, Salvatore Martinez, no 35º encontro nacional do movimento.

Proclamar que Jesus é o Senhor está em perfeita simbiose com a proclamação do Ano da Fé pelo papa Bento XVI, de outubro próximo até dezembro de 2013, para que cada crente "redescubra o conteúdo da fé professada, celebrada, vivida e pregada, e reflita sobre o próprio ato de crer"(Porta Fidei, n° 9).

"Todos podem enxergar o quanto é necessário este compromisso e, principalmente, o quanto ele é urgente para o desafio educacional das gerações mais jovens, para construirem uma fé vivida e pensada na comunidade cristã". O 40º aniversário da Renovação Carismática na Itália "é motivo de alegria para mim e para todos os bispos italianos", acrescentou o presidente da CEI.

A alegria é motivada pelos "frutos espirituais de conversão e de arraigamento eclesial, verdadeiro selo de toda a autêntica inspiração divina". E o agradecimento é a Deus, "pelo dom de novos carismas que ele sempre concede à sua Igreja conforme as necessidades de cada tempo", e àqueles que, "com lealdade e dedicação, se desgastaram nos últimos anos para transmitir aos outros o dom recebido".

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Entrevistas


"João Paulo II levou à sede de Pedro a mensagem da Divina Misericórdia"
Entrevista com monsenhor Josef Bart, grande promotor da devoção ao Papa Beato

Por José Antonio Varela Vidal

ROMA, segunda-feira, 30 de abril de 2012 (ZENIT.org) – Na medida que o tempo passa, descobrimos mais riquezas deixadas pelo então beato João Paulo II, seja à Igreja como a todo  mundo. Grandes mensagens e intervenções a favor dos povos, bem como intermediações reservadas, mostram a grandeza do coração de um papa que pensava e rezava por todos. Também soubemos que esse coração tinha sido forjado desde uma tenra idade pela imitação de Jesus Misericordioso, grande devoção da sua Cracóvia natal, e que ele mesmo apoiou do seu pontificado, deixando assim uma riqueza para a fé nestes tempos difíceis.

Há um ano da beatificação do papa polonês, visitamos a Igreja do Espírito Santo em Sassia, Roma, que muitos já reconhecem como o "Santuário da Divina Misericórdia" - e também de João Paulo II - dado o número de peregrinos que a visitam. Ali param diante de uma relíquia que contém seu sangue e uma grande pintura do novo beato, abençoada anos atrás pelo seu ex-secretário e hoje cardeal de Cracóvia, o arcebispo Stanislaw Dziwisz.

Outros chegam até aí para contemplar a cadeira usada pelo beato na sua visita e que o reitor do santuário utiliza e se encomenda a cada dia, monsenhor Josef Bart, com quem ZENIT pôde conversar no meio de uma (normal) jornada agitada. Ele, como polonês, dirige todos os seus esforços para tornar conhecido o dom da Divina Misericórdia e seus dois grandes apóstolos, Santa Faustina Kowalska e o Beato João Paulo II.

Esta igreja está intimamente ligada a João Paulo II, certo?

- Mons. Josef Bart: Sim, a Igreja do Espírito Santo em Sassia, que está a poucos passos da Basílica de São Pedro, é uma igreja que o Beato João Paulo II, por escolha pessoal, dedicou ao culto da Divina Misericórdia. Ele trouxe até à Sé de Pedro, da sua Cracóvia natal - a capital da Divina Misericórdia - essa grande mensagem enviada à Santa Faustina Kowalska; e quis que aqui, no mesmo coração do cristianismo, se elevasse o grito para a misericórdia de Deus.

E agora também se tornou um santuário para João Paulo II ...

- Mons. Josef Bart: Claro, uma vez que esta igreja foi dedicada pelo Papa João Paulo II à Divina Misericórdia, da qual fez um grande clamor durante o seu pontificado. Após sua morte, nesta igreja há uma capela lateral dedicada a ele com as suas relíquias, que é uma gota de sangue depositada num relicário antigo. A sua presença e sua relíquia estão para ajudar aqueles que vêm a esta igreja para receber esta grande herança que João Paulo II nos deixou, com Santa Faustina.

Neste último ano, após a beatificação, as pessoas visitam muito essa capela?

- Mons. Josef Bart: Dado que João Paulo II morreu na véspera da Festa da Divina Misericórdia, sem dúvida, muitas pessoas após a sua morte redescobriram essa grande mensagem. A partir da sua morte aumentou consideravelmente o afluxo de peregrinos nesta igreja, seja para venerar a imagem da Divina Misericórdia, seja para honrar o grande apóstolo da Divina Misericórdia que foi João Paulo II, e Santa Faustina.

Que papel cumpriu esta igreja um ano atrás, durante a beatificação?

- Mons. Josef Bart: Devemos lembrar que o Papa Bento XVI escolheu o domingo da Divina Misericórdia para elevar aos altares João Paulo II, justamente por causa dessa estreita relação entre o pontificado de João Paulo II e a mensagem da Divina Misericórdia. O Papa disse que é possível resumir todo o anúncio do pontificado de João Paulo II como o anúncio da Divina Misericórdia. Por isso, naquele dia, distribuimos na igreja aproximadamente 100.000 sagradas comunhões.

Você já ouviu pessoas falarem sobre graças recebidas por intercessão do Beato João Paulo II?

- Mons. Josef Bart: As pessoas todos os dias, quando vêm a este santuário e aproximam-se das relíquias de João Paulo II, deixam cartas escritas com diversas intenções e pedem pela conversão, ou também pela volta de um filho que há tempo não voltou para a família. Também pedem pelas crianças doentes, já que nossa Igreja está próxima do hospital Menino Jesus, e os pais de família vêm rezar e pedir graças.

Você já leu cartas nas quais os fiéis agradecem alguma graça recebida?

- Mons. Josef Bart: Alguém encontrou a graça do trabalho, especialmente agora que estamos em uma crise econômica e muitas pessoas perderam seus empregos. Sabemos que João Paulo II foi trabalhador e apreciava o trabalho, e tem lutado durante o seu pontificado para que cada homem tenha o direito de trabalhar.

No ano passado, o que as pessoas reconhecem do novo Beato, na medida em que o conhecem?

- Mons. Josef Bart: João Paulo II era um homem de grande coragem. Não nos esqueceremos que começou o seu pontificado dizendo: "Não tenhais medo!". Hoje em dia, onde nos enfrentamos com muitos problemas no mundo, seja de ordem material ou espiritual, as pessoas que sentem a tentação de cair no desespero, na tristeza, na angústia e na solidão, encontram no pontificado de João Paulo II – na sua figura, no rico ensinamento que nos deixou - a grande coragem para fixar o olhar em Cristo e confiar na sua misericórdia infinita, da qual provém toda graça.

Será que João Paulo II visitou esta igreja?

- Mons. Josef Bart: Sim, no 23 de abril de 1993 veio a esta igreja para doar-nos esse grande ícone de Jesus Misericordioso, e nesta igreja, pela primeira vez, deu a bênção solene com esta imagem. Não era ainda oficial o domingo da Divina Misericórdia.

[Tradução Thácio Siqueira]

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Espiritualidade


O primeiro dos Dez Mandamentos da lei de Deus (parte II)
Catequese do Pe. Reginaldo Manzotti

Pe. Reginaldo Manzotti*

CURITIBA, quinta-feira, 3 de maio de 2012 (ZENIT.org) - No artigo passado, tratamos de algumas das atitudes que ferem o primeiro dos Dez Mandamentos da lei de Deus: “Amar a Deus sobre todas as coisas”. O politeísmo, ou seja, toda e qualquer forma de adorar outros deuses, a superstição, a magia, o espiritismo, entre outras faltas graves.

Outro ponto importante referente a este tema são as promessas. Deus não pede promessa. Somos nós que fazemos. Porque a aliança dele já foi estabelecida no Cristo. E essa é imutável.

Deus não está pedido para você fazer promessa. Mas se fizer, cumpra. Lembrando que somos nós que nos esforçamos para obter os nossos pedidos. Mas porque fazer uma promessa, existe um sentido nisso? Sim. Não sendo uma chantagem ou uma barganha.

Por exemplo, há graças que devem ser somadas à oração e à penitência, atos de caridade. Então, é tão importante que se recebê-la, que você faça certas mortificações, certos atos de caridade para a graça recebida. Mesmo que seja, por exemplo, cortar o cabelo.

São Paulo cumpriu uma promessa e raspou a cabeça. Por isso, tem gente que pensa: se eu receber essa graça, quando eu receber, eu farei tal propósito. Não é para chantagear Deus, mas mostrar, reconhecer que aquilo que foi recebido não foi por seus méritos, mas por Deus. “E eu reconheço tanto o senhorio do senhor, tanto a força de Deus que sou capaz de fazer este sacrifício reconhecendo o que ele fez por mim”. É um ato voluntário de amor, de gratidão, de reconhecimento de onde veio à graça.

Amar a Deus é não permitir a idolatria. Lembrando que existe uma forma de amar: a fé, a esperança e a caridade, que são três virtudes que nos ajudam a amar a Deus. São três virtudes infusas, ou seja, nós nascemos com ela. Só a Deus se presta culto. Só a Deus à adoração. Só a Deus à oração. Só a Deus o sacrifício. Só a Deus as promessas e os votos.

Devemos lutar contra a superstição, a idolatria, divinizar o que não é Deus, adivinhação e magia, indiferentismo, a indiferença religiosa. Lembre-se: o primeiro mandamento é o maior de todos: amar a Deus sobre todas as coisas.

*Padre Reginaldo Manzotti é coordenador da Associação Evangelizar é Preciso e pároco da Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba. Apresenta diariamente programas de rádio e TV que são retransmitidos para diversas emissoras do país. Site:www.padrereginaldomanzotti.org.br.

Para ter acesso ao artigo anterior clique aqui

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Análise


O Estado Laico
Reflexões do ex-sub Procurador Geral da República, Claudio Fonteles

BRASILIA, sábado, 5 de maio de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos a seguir um artigo do ex sub Procurador Geral da República, Claudio Fonteles, enviado hoje à Agência Zenit de notícias e publicado no seu próprio blog http://www.claudiofonteles.blogspot.com.br/

***

Não é de hoje, e com persistência, as grandes empresas jornalísticas de nosso País, sempre que atingem amplo espaço público questões pertinentes à defesa da vida, ou à reflexão sobre a família, vociferam, dogmáticas, em defesa do que chamam: o Estado laico

Querem estabelecer que a República laica não tolera o tratamento de assuntos religiosos, confinados, então, à consciência individual de cada uma das pessoas, e inaceitáveis à difusão pública.

Isso nada tem a ver com República laica. Conduz-nos a gritante erro essa imposição do pensar, “politicamente correto”, a que nos submete o stablishment midiático.

O consagrado Professor de Direito Constitucional José Gomes Canotilho, em sua obra Direito Constitucional – 4ª edição – a partir do estudo dos parâmetros republicanos da Constituição portuguesa de 1911, que encerrou o sistema monárquico, é correto no ensinar que:

2. República laicaSe no tocante à estrutura organizatória da República a Constituição de 1911 não fez senão recolher as idéias do liberalismo radical (e nem todas), quanto a outros domínios tentou plasmar positivamente, em alguns artigos, o seu programa político. Um dos pontos desse programa era a defesa de república laica e democrática. O laicismo, produto ainda de uma visão individualista e racionalista, desdobrava-se em vários postulados republicanos: separação do Estado e da Igreja, igualdade de cultos, liberdade de culto, laicização do ensino, manutenção da legislação referente à extinção das ordens religiosas (cfr. art. 3º, nºs 4 a 12). O programa republicano era um programa racional e progressista: no fundo, tratava-se de consagrar constitucionalmente uma espécie de “pluralismo denominacional”, ou seja, a presença na comunidade, com iguais direitos formais de um número indefinido de colectividades religiosas, não estando nenhuma delas tituladas para desfrutar de um apoio estadual  positivo.”  (obra citada – pg. 247/8, grifei)

Portanto, Estado laico não é Estado ateu. Não é Estado que proíba sejam abordados temas religiosos no cotidiano das pessoas que nele vivem.

O Estado laico, justo porque democrático e plural, é o que garante a convivência pacífica e respeitosa dos que professam os mais variados credos, inclusive os que credo não tem.

O Estado laico, insisto, respeita as convicções religiosas e sua livre expressão.

O mesmo emérito Professor José Gomes Canotilho, já agora analisando  o tema à luz dos preceitos da Constituição portuguesa de 1976, demonstra como o texto moderno enfatiza a ampla liberdade de manifestação religiosa. De se ler:

2.2. A deslocação constitucional da “República laica
1.      A “laicidade da República”, a “República laica”, é também uma das noções ligadas à tradição republicana. Para além dos “momentos emocionais” que o laicismo republicano transporta, pode dizer-se que ele assenta principalmente em três princípios:secularização do poder político,neutralidade do Estado perante as Igrejas, liberdade de consciência, religião e culto. Todavia, a Constituição de 1976, embora herdando alguns dos princípios republicanos de 1910 (cfr. supra, Parte II, Cap. 3, E, I), não adjectivou a República Portuguesa como “República laica” e deslocou os problemas fundamentais do “laicismo” para o âmbito dos direitos fundamentais. Para além de evitar a reposição da “questão do clericalismo”, a Constituição considerou que, verdadeiramente, o que estava em causa eram problemas relativos a direitos, liberdades e garantias: liberdade de consciência, de religião e de culto, proibição de discriminação por motivos de convicções ou práticas religiosas, liberdade de organização e existência das igrejas e comunidades religiosas, liberdade de ensino da religião e o princípio da igualdade perante o Estado de todas as religiões (cfr. art. 41º).” (obra citada – pg. 410/411, grifei)            Nossa Constituição partilha dessa mesma diretriz, visto que, expressamente, no inciso VI, do artigo 5º, afirma que            “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias

O inciso VII também assegura “a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva”, e o inciso VIII não permite, seja privada, qualquer pessoa, de direitos “por motivo de crença religiosa”.

Todo esse quadro normativo – é óbvio – não enclausura religiosos, e não religiosos, no espaço único de sua privacidade.

Religiosos, e não religiosos, com as respectivas crenças, ou sem qualquer crença, têm o amplo direito de expor essas suas variadas concepções de viver na cotidiana formação da democrática sociedade. Democrática porque acolhe, incentiva e resguarda a pluralidade dos posicionamentos, e democrática, também, porque compreende ser infindável a interação humana, enquanto vida houver.

Eis preciosos ensinamentos do padre Mario de França Miranda, como expostos no seu livro: “Igreja e Sociedade”:“Hoje já se reconhece que as religiões têm algo a oferecer à sociedade civil. São elas que denunciam a marginalização a que são condenados os mais pobres, bem como as injustiças de políticas econômicas. São elas que oferecem uma esperança que sustenta e mobiliza os mais fracos. São elas que, livres de um dogmatismo doutrinário e impositivo, oferecem motivações e intuições substantivas ( e não apenas funcionais ) para as questões sujeitas ao debate público. São elas que, numa sociedade neoliberal e prisioneira de um racionalidade funcional em busca de resultados. Desmascaram a frieza burocrática e tecnocrática apontando os efeitos devastadores de certas decisões. São elas que, para além das macrossoluções milagrosas, apontam para a responsabilidade de cada um e para a imprescindível rejeição de um individualismo cômodo,sem as quais a ética na vida pública ou o problema ecológico não serão solucionados. Aqui a sabedoria religiosa talvez possa ser mais eficaz do que muitos discursos dos tecnocratas.”( pg. 139-40, grifos do autor e meu ).

E, em síntese, correta, prossegue Mario de França Miranda:“Porque a sociedade civil pode se tornar presa de ideologias totalitárias, prisioneira da lógica de resultados, ou do sistema econômico dominante, ela necessita de uma instância que a transcenda e a questione, que a desestabilize beneficamente e que a faça progredir.”( pg. 141, grifos do autor e meu ).

Assuntos de tamanha relevância pedem tratamento cuidadoso e responsável, pena comprometer-se a importante missão não só de informar, mas de formar a opinião pública.  

Claudio Fonteles

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O concílio Vaticano II e a liberdade religiosa
O prof. Philippe Chenaux conta a história e a importância da Declaração "Dignitatis Humanae"

Por Antonio Gaspari

ROMA, sexta-feira, 4 de maio de 2012 (ZENIT.org) - De acordo com Philippe Chenaux, Diretor do Centro de Estudos sobre o Concílio Vaticano da Pontifícia Universidade Lateranense, a declaração Dignitatis Humanae (DH) sobre a liberdade religiosa, é um documento de importância histórica "dos maiores documentos do Concílio".

Falando no dia 3 de maio para o ciclo de conferências organizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas sobre o Concílio Vaticano II da Lateranense em colaboração com o Centre Culturel Saint Louis de France sobre o tema "Revisar o Concílio, Historiadores e teólogos confrontando-se, "o professor de História da Igreja Moderna e Contemporânea contou o trabalho que deu esta declaração e como os padres conciliares embora partindo de posições diferentes e em alguns casos opostas chegaram a votar com grande maioria a Dignitatis Humanae.

A declaração sobre a liberdade religiosa era considerada pelo Papa Paulo VI como um dos grandes documentos do Concílio, não tanto pelo seu tamanho (trata-se de um dos textos mais curtos), e nem sequer pela forma (é uma declaração simples), mas sim pelo seu conteúdo.

Para o prof. Chenaux a DH "resolvia dois dos problemas mais difíceis com que a Igreja se enfrentava há pelo menos dois séculos: o problema da relação entre liberdade e verdade, a nível teórico ou teológico, e aquele das relações entre a Igreja e o Estado moderno, a nível político-eclesiástico”. 

O debate sobre a liberdade religiosa tem sido controverso, porque "apesar da Igreja sempre ter afirmado a liberdade do ato de fé", ou seja,  que "ninguém pode ser forçado a abraçar a fé contra a sua vontade", era necessário superar o legado da aliança institucional dos poderes espirituais e temporais, da intolerância religiosa subsequente à reforma e contrareforma e uma certa intransigência durante o século XIX.

O professor da Lateranense explicou que "A tese intransigente do Estado Católico tinha permanecido oficial pela Igreja, pelo menos, até o final do pontificado de Pio XII" quando "A dolorosa experiência dos totalitarismos (o comunismo, o nazismo, o fascismo) tinham contribuído para uma redescoberta pelo Magistério da Igreja da eminente dignidade da pessoa humana e dos seus direitos fundamentais".

Em mensagens de rádio no tempo de guerra, em Natal de 1942 e no Natal de 1944, Pio XII enfatizou a dignidade da pessoa humana e a importância de uma democracia saudável.

Para Chenaux já antes da Segunda Guerra Mundial, a Igreja era incapaz de conformar os poderes do Estado com o reconhecimento de Deus e da Igreja. Nos Pactos de Latrão com a Itália fascista (1929); o Reichskonkordat com a Alemanha nazista (1933); e o Concordato com a Espanha de Franco, em '53, a Igreja adotou uma política de defender o "mal menor", a fim de garantir a liberdade da Igreja, do clero, dos católicos e de todos os cidadãos.

No concílio as duas posições, a mais ortodoxa e a outra que abria para o mundo tendo em conta a mudança dos tempos, se confrontaram, ao ponto de que a elaboração da DH "foi até o último momento trabalhosa e difícil".

Chenaux disse que, mesmo em maio de '64 "O debate entre apoiantes e opositores do texto (da DH) foi muito amargo". Os bispos norte-americanos e muitos bispos da Europa do Leste (especialmente poloneses) ", afirmaram a necessidade de reconhecer um direito com base na natureza da pessoa humana. Os segundos, ou seja, os adversários, expressaram a convicção de que não se podia separar a liberdade religiosa da verdade e dos seus direitos".

No debate interveio o então Arcebispo de Cracóvia, monsenhor Karol Wojtyla, que propôs preparar duas declarações: "uma dirigida aos cristãos não-católicos com um espírito ecumênico, para dizer que a verdade cristã nos torna livres, e outro dirigida aos governos, uma declaração ad Extra, que servia  aos interesses da Igreja nos países comunistas".

Em dezembro de 1964, a pedido do Papa Paulo VI, também foi consultado o filósofo Jacques Maritain, que em um memorando entregue ao papa em março de 1965, lembrou com vigor que "a liberdade religiosa deve ser proclamada e mantida como um dos direitos humanos fundamentais da pessoa humana".

Acontece assim que no dia 7 de dezembro de 1965, com 2308 placet e 70 non placet, a declaração DH foi aprovada e promulgada pelo Papa Paulo VI.

A DH diz: "Este Concílio declara que a pessoa humana tem direito à liberdade religiosa, esta liberdade consiste no fato de que todos os homens devem estar livres de coação por parte de indivíduos e grupos sociais e de todo poder humano para que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a sua consciência, nem impedido dentro dos devidos limites a agir de acordo com sua consciência, em particular, publicamente, sozinho ou associados com outros. "

O jesuíta José Leclerc, professor de eclesiologia no Institut Catholique de Paris e autor de uma obra sobre a história da tolerância na idade moderna, escreveu na revista Etudes em Abril de 1966, que foi um "acontecimento extraordinário" na história dos Concílios .

[Tradução Thácio Siqueira]

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Internet e Pornografia
Um relatório britânico pede novas medidas

Por Pe. John Flynn, LC

ROMA, quarta-feira, 30 de abril de 2012 (ZENIT.org) - Foi publicado na Inglaterra, no dia 16 de abril, o relatório final de uma investigação Parlamentar sobre a Proteção Online da Criança. A conclusão é que o Internet Service Provider (ISP) e o governo devem fazer mais para manter as crianças seguras enquanto navegam na rede.

O parlamentar conservador por trás do estudo, Claire Perry, pediu que provedores de Internet ofereçam para os pais uma maneira simples de filtrar conteúdos de adultos.

"Nossa investigação revelou que muitas crianças têm acesso fácil à pornografia através da Internet, bem como a sites que mostram violência extrema ou promovem auto-mutilação e anorexia", disse à BBC no dia 18 de abril.

O relatório começa elogiando os inúmeros benefícios da Internet, mas ao mesmo tempo, detecta a presença de aspectos negativos, entre os quais o fato, sempre mais evidente, de que a Internet tornou-se uma presença, always-on, ativa, fixa, em nossas vidas .

Muitos na indústria da Internet - observa o relatório - dizem que seria melhor instalar em cada um dos computadores controles ou filtros, em vez de fazê-lo a nível de ISP, mas estes dispositivos a nível de filtros têm limitações e muitos pais não os usam. O uso destes filtros diminuiu 10% nos últimos três anos e quase seis em cada dez crianças têm acesso ilimitado.

Como resultado mais e mais crianças têm encontrado, ou pelo menos buscado, material pornográfico. A idade média em que a criança começa a usar a Internet no Reino Unido é de 8 anos e muitas começam sozinhas.

Uma pesquisa do 2008 constatou que o 27% dos meninos usa material pornográfico a cada semana. Outro estudo descobriu que um quarto dos jovens tinha recebido e-mail pornô indesejado ou mensagens instantâneas.

Antes da investigação parlamentar, seja sondagens que testemunhos tinham expressado sérias preocupações com a facilidade de acesso à pornografia e  às imagens muitas vezes violentas e degradantes disponíveis. Além disso, nos últimos tempos a quantidade de conteúdo explícito tem aumentado significativamente.

Dessensibilização

Na pesquisa algumas testemunhas disseram que o uso regular de pornografia insensibiliza as crianças e os jovens para atos violentos ou sexualmente agressivos, reduzindo as inibições, tornando-as mais vulneráveis aos abusos e à exploração. Além disso, a exposição à pornografia leva os jovens desde muito cedo ao envolvimento sexual.

Em outros setores da mídia, governo e indústria privada trabalham juntos para proteger as crianças, através da criação de avaliações de filmes e normas de publicidade.

O relatório, também lamentou o fato de que, com a Internet, qualquer proposta de regular os conteúdos antes do ponto de entrega seja atacada como censura.

Em qualquer caso, algumas medidas positivas foram tomadas, disse o relatório. De outubro deste ano, as quatro principais ISPs britânicas decidiram implementar novos controles em que o consumidor deve escolher ativamente se instala ou não o dispositivo de filtros como parte do account no processo de inscrição.

Embora este seja um passo na direção certa, o relatório apontou que nove em cada dez crianças vivem em casas que já têm acesso à Internet e as empresas não têm planos detalhados para oferecer esse filtro para clientes existentes.

Além disso, não protege todos os dispositivos através dos quais pode-se acessar à rede. Os telefones celulares, de fato, assim como os jogos, os tocadores portáteis de mídia e e-reader, podem facilmente acessar a Internet e cada um destes dispositivos, em uma casa, precisariam portanto de um próprio filtro.

Deve-se acrescentar também o fato de que, sempre de acordo com o relatório, muitos pais têm dificuldade para instalar os filtros e de mantê-los, e podem ser “superados em astúcia” pelas crianças mais expertas na tecnologia.

A pesquisa também descobriu que os aparelhos não são vendidos com configurações de segurança de acesso ativadas como configurações padrão; os revendedores, além do mais, não perguntam nunca se os computadores ou os aparelhos com acesso à internet que estão vendendo, deverão ser utilizados por crianças e não fornecem informações sobre as configurações de segurança.

Um novo sistema

"Uma nova abordagem é necessária" afirma portanto o relatório. A proposta é de um sistema de opt-in, através do qual os clientes poderão optar por receber conteúdo pornográfico, preservando assim a escolha do consumidor, mas que fornece, ao mesmo tempo, conteúdos "limpos" da Internet, de forma a proteger as crianças.

Este sistema já está em vigor para telefones celulares na Grã-Bretanha: a maioria das empresas, de fato, já bloqueou os conteúdos para adultos até a idade da verificação de controle estabelecida pelo cliente, ou seja, mais de 18 anos.

Filtros de rede, que são oferecidos por somente um provedor britânico, TalkTalk, protegem todos os dispositivos que compartilham uma conexão com a Internet e melhoram a proteção para as crianças.

Um único filtro de rede aplica os filtros num nível de conta única, de modo que cada dispositivo conectado a uma única conexão Internet está coberto pelas mesmas configurações. Tais sistemas já estão em vigor em muitas empresas e nas escolas.

Nâo há evidências, afirma em seguida o relatório, que um modelo de opt-in poderia diminuir a velocidade da Internet e as principais objeções ao seu uso parecem ser apenas "ideológicas".

Outra forma de proteção são os chamados whole-network filters, filtros de toda-rede, que excluem conteúdo de todas as contas atendidas pelos provedores de internet. O relatório disse no entanto que é preciso aprofundar e estudar ainda mais esta opção.

Outros tipos de medidas têm sido recomendadas pelo relatório. Estas incluem a melhoria da educação em segurança na Internet; a filtragem de redes públicas de Wi-Fi e uma nova estrutura de regulamentação para os conteúdos online. É necessário ver se o governo vai implementar as recomendações da investigação.

[Tradução Thácio Siqueira]

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«Regina Caeli»


"É indispensável permanecer sempre unidos a Jesus"
Regina Coeli de Bento XVI no 5° Domingo do Tempo Pascal

CIDADE DO VATICANO, domingo, 06 de maio de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos a seguir as palavras de Bento XVI dirigidas aos fiéis e peregrinos reunidos hoje na Praça de São Pedro.

Queridos irmãos e irmãs!

O Evangelho de hoje, 5º domingo do Tempo Pascal, se abre com a imagem da vinha. Jesus disse aos seus discípulos: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (Jo 15,1). Muitas vezes, na Bíblia, Israel é comparada com a fecunda vinha quando é fiel a Deus; mas, se afasta-se Dele, torna-se estéril, incapaz de produzir aquele “vinho que alegra o coração do homem”, como canta o Salmo 104 (v.15).

A verdadeira vinha de Deus, a videira verdadeira, é Jesus, que com Seu sacrifício de amor nos doa a salvação, nos abre o caminho para ser parte desta vinha. E como Cristo permanece no amor de Deus Pai, assim, os discípulos, cuidadosamente podados pela palavra do Mestre (cfr Jo 15,2-4), são unidos de modo profundo a Ele, tornando-se ramos fecundos, que produzem abundante colheita.

São Francisco de Sales escreve: “O ramo unido e em conjunto com o tronco porta fruto não por virtude própria, mas em virtude da estirpe: agora, fomos unidos pela caridade ao nosso Redentor, como membros à cabeça; eis porque... boas obras, tendo o seu valor com Ele, merecem a vida eterna” (Tratado do Amor de Deus, XI, 6, Roma 2011, 601).

No dia de nosso Batismo, a Igreja nos envolve como ramos no mistério pascal de Jesus, em sua própria pessoa. Desta raiz recebemos a seiva preciosa para participar na vida divina. Como discípulos, também nós, com a ajuda dos Pastores da Igreja, crescemos na vinha do Senhor ligado pelo Seu amor.

“Se o fruto que devemos produzir é amor, uma condição prévia é precisamente este 'permanecer', que tem que ver profundamente com a fé que não se afasta do Senhor” (Jesus de Nazaré, Milão 2007, 305). É indispensável permanecer sempre unidos a Jesus, depender Dele, porque sem Ele não podemos fazer nada(cfr Jo 15,5).

Numa carta escrita a João, o Profeta, que viveu no deserto de Gaza no século V,um fiel faz a seguinte pergunta: Como é possível ter, ao mesmo tempo, a liberdade do homem e o não poder fazer nada sem Deus? E o monaco respondeu: Se o homem inclina seu coração para o bem e pede ajuda a Deus, recebe a força necessária para cumprir a própria obra. Por isso, a liberdade do homem e a potência de Deus caminham juntas. Isso é possível porque o bem vem do Senhor, mas ele é cumprido graças aos seus fiéis (cfr Ep. 763, SC 468, Paris 2002, 206). 

O verdadeiro “permanecer” em Cristo garante a eficácia da oração, como diz o beato cisterciense Guerric d'Igny: “Oh Senhor Jesus... sem Ti não podemos fazer nada. Tu, de fato, és o verdadeiro jardineiro, criador, cultivador e guardião de seu jardim, que planta com Tua palavra, irriga com Teu espírito, faz crescer com Tua potência” (Sermo ad excitandam devotionem in psalmodia, SC 202, 1973, 522).

Queridos amigos, cada um de nós é como um ramo, que vive somente se cresce cada dia, na oração, na participação aos Sacramentos, na caridade, a sua união com o Senhor. E quem ama Jesus, videira verdadeira, produz frutos de fé para uma colheita espiritual abundante. Suplicamos a Mãe de Deus para que permaneçamos firmemente implantados em Jesus e cada ação nossa tenha Nele o seu início e Nele o seu cumprimento.

(Tradução:CN notícias)

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[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]