Apelo do Sumo Pontífice a fim de que seja garantida
a assistência humanitária à população do país
O abraço do Papa ao Líbano, meta da sua próxima viagem apostólica
Um apelo a fim de que na Síria "cesse todo o derramamento de sangue" e seja garantida "a necessária assistência humanitária" à população foi lançado pelo Papa durante a audiência aos participantes na assembleia da Reunião das obras para a ajuda às Igrejas orientais (Roaco), realizada na manhã de 21 de Junho na sala Clementina.
Senhor Cardeal
Beatitudes
Venerados Irmãos no episcopado e no sacerdócio
Queridos Membros e Amigos da ROACO
Sinto-me feliz por vos receber e saudar neste encontro habitual. Saúdo o Cardeal Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais e Presidente da ROACO e agradeço-lhe as cordiais expressões que me dirigiu. Transmito um agradecimento ao Arcebispo Secretário, ao Subsecretário, aos Colaboradores e a todos os presentes, renovando a minha gratidão às Obras aqui representadas, às Igrejas dos continentes europeu e americano que as apoiam, assim como aos numerosos benfeitores. Garanto a minha oração ao Senhor, na certeza consoladora de que Ele "ama quem doa com alegria" (cf. 2 Cor 9, 7).
Antes de mais, desejo fazer votos para que persevereis naquele "movimento de caridade que, por mandato do Papa, a Congregação acompanha a fim de que, de maneira ordenada e equitativa a Terra Santa e as outras regiões orientais recebam a necessária ajuda espiritual e material para fazer face à vida eclesial ordinária e às necessidades particulares" (Discurso à Congregação para as Igrejas Orientais, 9 de Junho de 2007). Há cinco anos, ao visitar a Congregação para as Igrejas Orientais, expressei-me com estas palavras e agora desejo reafirmar tal exortação para realçar as necessidades urgentes do momento actual.
De facto, a conjuntura económica e social hodierna, tão delicada devido à dimensão global que assumiu, parece não dar trégua às áreas do mundo economicamente avançadas e numa medida ainda mais preocupante alastra-se nas mais desfavorecidas, penalizando seriamente o seu presente e futuro. O Oriente, mãe-pátria de tradições cristãs antigas, é atingido de modo particular por este processo, que gera insegurança e instabilidade, inclusive a nível eclesial e no âmbito ecuménico e inter-religioso. Trata-se de factores que alimentam as feridas endémicas da história e contribuem para tornar mais frágéis o diálogo, a paz, a convivência entre os povos, assim como o respeito autêntico pelos direitos humanos, especialmente o da liberdade religiosa pessoal e comunitária. Este direito deve ser garantido na sua profissão pública, não só em termos cultuais, mas também pastorais, educativos, assistenciais e sociais, todos aspectos indispensáveis para o seu exercício efectivo.
Aos representantes da Terra Santa, começando pelo Delegado Apostólico, D. Antonio Franco, pelo Vigário do Patriarca Latino de Jerusalém e pelo Padre Guardião, que fazem permanentemente parte da ROACO, este ano uniram-se os Arcebispos-Mores da Igreja Sírio-malabar da Índia, Sua Beatitude o Cardeal George Alencherry, e da Igreja Greco-católica da Ucrânia, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, o Núncio Apostólico na Síria, D. Mario Zenari, e o Bispo Presidente da Cáritas síria. Isto permite alargar ainda mais o olhar da Igreja de Roma para a dimensão universal que a caracteriza de modo profundo e constitui um dos aspectos essenciais do seu mistério. É também uma ocasião para reafirmar a minha proximidade aos grandes sofrimentos dos irmãos e irmãs da Síria, em particular dos pequenos inocentes e mais indefesos. A nossa oração, compromisso e fraternidade concreta em Cristo, como óleo de consolação, os ajudem a não perderem a luz da esperança nestes momentos de obscuridade e obtenham de Deus a sabedoria do coração para quem deles é responsável, a fim de que cessem o derramamento de sangue e a violência, que causam unicamente dor e morte, abrindo espaço à reconciliação, à concórdia e à paz. Não se poupem esforços, inclusive por parte da comunidade internacional, para que a Síria possa sair da actual situação de violência e crise, que dura já há muito tempo e corre o risco de se tornar um conflito generalizado, o qual teria consequências muito negativas para o país e para a inteira região. Lanço também um urgente e preocupado apelo a fim de que, diante da necessidade extrema da população, seja garantida a devida assistência humanitária, inclusive a tantas pessoas que tiveram que deixar as próprias casas, refugiando-se nos países vizinhos: o valor da vida humana é um bem precioso que deve ser tutelado sempre.
Queridos amigos da ROACO, o Ano da fé, que proclamei no cinquentenário do início do Concílio Ecuménico Vaticano II, oferecerá orientações fecundas para as Obras de ajuda às Igrejas Orientais, que representam um testemunho providencial de quanto nos diz a Palavra de Deus: a fé sem obras diminui e morre (cf. Tg 2, 17).
Sede sempre sinais eloquentes da caridade que brota do coração de Cristo e apresenta ao mundo a Igreja na sua identidade e missão mais verdadeiras, pondo-a ao serviço de Deus, que é Amor. A são Luís Gonzaga, celebrado pela hodierna liturgia latina, peço que apoie a nossa acção de graças ao Espírito Santo e reze connosco para que o Senhor suscite também no nosso tempo exemplares agentes de caridade para com o próximo. A intercessão da Santíssima Mãe de Deus acompanhe sempre as Igrejas Orientais na mãe-pátria e na diáspora, levando a toda a parte encorajamento e esperança para um serviço renovado ao Evangelho. Que Ela vigie também sobre a próxima Viagem que, se Deus quiser, realizarei ao Líbano para confirmar a Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos. Desejo antecipar desde já à Igreja e à Nação libanesas o meu abraço de pai e irmão, enquanto concedo de coração a minha afectuosa Bênção Apostólica às vossas Organizações, aos presentes e aos vossos entes queridos, assim como às comunidades que vos foram confiadas.
(©L'Osservatore Romano - 23 de junho de 2012)
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Apresentado pelo arcebispo Fisichella o calendário das celebrações do Ano da fé
Para reconduzir o homem de hoje
ao encontro com Cristo
Bento XVI participará pessoalmente em vinte e um grandes eventos, cada quarta-feira proporá uma catequese sobre a fé e manifestou o seu apreço pela iniciativa - aprovada pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos - do formulário de uma missa especial para a nova evangelização. O Papa já está a viver no espírito do Ano da fé, anunciado mediante a carta apostólica em forma de motu proprio Porta fidei de 11 de Outubro de 2011, na qual tinha reiterado, entre outras coisas, uma das escolhas fundamentais do seu ministério pessoal: "A necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo".
Isto foi recordado na manhã de 21 de Junho pelo arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, apresentando aos jornalistas, na Sala de Imprensa da Santa Sé, o denso programa das celebrações que cadenciarão o Ano, cujo início coincidirá com dois aniversários: 50º da abertura do Vaticano II (1962) e o 20º da publicação do Catecismo da Igreja Católica (1992).
Entre os elementos caracterizadores do Ano o prelado indicou, além do logótipo, o site da internet - consultável no seguinte endereço: www.annusfidei.va - dedicado às várias fases do calendário das iniciativas. Disponível em versão plurilingue, o site foi iniciado pela Sala de Imprensa, contemporaneamente com o anúncio comunicado pelo arcebispo. Programado de maneira inovatica, é consultável de todos os dispositivos móveis e tablets, através da opção de componentes e tecnologias de nova concepção.
Foi preparado também o hino oficial: Credo, Domine, adauge nobis fidem é o estribilho que "permanece como invocação ao Senhor - explicou depois o arcebispo - para que aumente em todos nós a fé, sempre tão frágil e carente da sua Graça".
Outra novidade estará nas bancas a partir dos primeiros dias de Setembro. Trata-se de um subsídio pastoral intitulado: Vivere l'Anno della Fede, destinado a acompanhar "em primeiro lugar a comunidade paroquial e quantos quiserem inserir-se na compreensão dos conteúdos do Credo". Foi escolhida também uma pequena imagem de Cristo, representado na Catedral de Cefalù, que será distribuída a todos os fiéis nas várias partes do mundo. No verso encontra-se escrita a profissão de fé. Com efeito, uma das finalidades do Ano da fé consiste em "fazer do Credo - especificou o prelado - a prece quotidiana aprendida de cor, como se costumava fazer nos primeiros séculos do cristianismo".
O calendário das celebrações é denso. D. Fisichella indicou as datdas daquelas que terão lugar em Roma na presença do Papa. Após a solene abertura na praça de São Pedro - concelebrada por todos os padres sinodais, pelos presidentes das Conferências episcopais do mundo e pelos padres conciliares ainda vivos que puderem vir a Roma - o primeiro evento será realizado no domingo 21 de Outubro, com a canonização de seis mártires e confessores da fé. No dia 25 de Janeiro de 2013, a tradicional celebração ecuménica na basílica de São Paulo fora dos Muros assumirá um carácter ecuménico mais solene e rezar-se-á a fim de que "através da comum profissão do Símbolo os cristãos que receberam o mesmo baptismo não esqueçam o caminho da unidade como sinal visível a oferecer ao mundo". No sábado 2 de Fevereiro celebrar-se-á a missa pelos e com os consagrados.
Também o Domingo de Ramos, 24 de Março, terá um cunho especial, com os jovens em preparação para a Jornada mundial da da juventude. O domingo 28 de Abril será dedicado aos jovens e adolescentes que receberam a crisma. O Papa conferirá o sacramento a um pequeno grupo de jovens. No domingo 5 de Maio será celebrada a missa na qual serão convidadas a participar as Confrarias. A vigília do Pentecostes, 18 de Maio, será dedicada a todos os movimentos eclesiais, antigos e novos. Na festa do Corpus Christi, domingo 2 de Junho, terá lugar uma solene adoração eucarística contemporaneamente no mundo inteiro. Na catedral de cada diocese e em cada igreja onde for possível, na mesma hora, celebrar-se-á o silêncio da contemplação. No domingo 16 de Junho centrar-se-á a atenção nos testemunhos do Evangelho da vida. "Desde sempre, a Igreja é promotora da vida humana e da defesa da dignidade da pessoa, desde o primeiro instante até ao seu fim natural", comentou D. Fisichella. No domingo 7 de Julho terminará na basílica de São Pedro a peregrinação de seminaristas, noviças, noviços e quantos estão a caminho vocacional, "para tornar pública a alegria da sua opção".
De 23 a 28 de Julho, a Jornada mundial da Juventude no Rio de Janeiro será vivida pelos jovens como um jubiloso momento de encontro "para dizer a todos a importância da fé". O dia 29 de Setembro será dedicado de modo particular aos catequistas, "para tornar mais evidente a importância da catequese no crescimento da fé e na compreensão inteligente e sistemática da fé em relação à vida pessoal e do amadurecimento comunitário". Trata-se de uma ocasião para recordar também o vigésimo aniversário da publicação do Catecismo da Igreja Católica. No domingo 13 de Outubro reunir-se-ão todas as realidades marianas, "para indicar como a Virgem Maria, Mãe de Deus, é o ícone da fé de cada crente", enquanto no domingo 24 de Novembro será celebrado o dia conclusivo do Ano da fé.
Naturalmente, realizar-se-ão também várias celebrações a nível local. Entre outras, o arcebispo recordou a exposição que será realizada no Castelo do Santo Anjo, de 7 de Fevereiro a 1 de Maio, com obras de raridade absoluta, centradas sobre o apóstolo Pedro, além de um grandioso concerto que terá lugar na praça São Pedro, no dia 22 de Junho de 2013.
(©L'Osservatore Romano - 23 de junho de 2012)
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http://www.vatican.va/news_services/or/or_por/text.html#1
1. Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus
discípulos aproximaram-se dele.
2. Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
3. Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino
dos céus!
4. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
5. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
6. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão
saciados!
7. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
8. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
9. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
10. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque
deles é o Reino dos céus!
11. Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem
e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
12. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos
céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]