III Semana do Saltério
Hora Média
introdução
ouvir:
V. Vinde, ó Deus em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
HINO
ouvir:
Vinde, Espírito de Deus,
com o Filho e com o Pai,
inundai a nossa mente,
nossa vida iluminai.
Boca, olhos, mãos, sentidos,
tudo possa irradiar
o amor que em nós pusestes
para aos outros inflamar.
A Deus Pai e ao seu Filho
por vós dai-nos conhecer.
Que de ambos procedeis
dai-nos sempre firmes crer.
Salmodia
Ant. 1 Nós o vimos desprezado e sem beleza,
homem das dores, habituado ao sofrimento.
Salmo 21(22)
Aflição do justo e sua libertação
Jesus deu um forte grito: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? (Mt 27,46).
I
ouvir:
–2 Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? *
E ficais longe de meu grito e minha prece?
–3 Ó meu Deus, clamo de dia e não me ouvis, *
clamo de noite e para mim não há resposta!
–4 Vós, no entanto, sois o santo em vosso Templo, *
que habitais entre os louvores de Israel.
–5 Foi em vós que esperaram nossos pais; *
esperaram e vós mesmo os libertastes.
–6 Seu clamor subiu a vós e foram salvos; *
em vós confiaram e não foram enganados.
–7 Quanto a mim, eu sou um verme e não um homem; *
sou o opróbrio e o desprezo das nações.
–8 Riem de mim todos aqueles que me vêem, *
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
–9 'Ao Senhor se confiou, ele o liberte *
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!'
–10 Desde a minha concepção me conduzistes, *
e no seio maternal me agasalhastes.
–11 Desde quando vim à luz vos fui entregue; *
desde o ventre de minha mãe sois o meu Deus!
–12 Não fiqueis longe de mim, porque padeço; *
ficai perto, pois não há quem me socorra!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Nós o vimos desprezado e sem beleza,
homem das dores, habituado ao sofrimento.
Ant. 2 Eles repartem entre si as minhas vestes,
e sorteiam entre si a minha túnica.
II
ouvir:
–13 Por touros numerosos fui cercado, *
e as feras de Basã me rodearam;
–14 escancararam contra mim as suas bocas, *
como leões devoradores a rugir.
–15 Eu me sinto como a água derramada, *
e meus ossos estão todos deslocados;
– como a cera se tornou meu coração, *
e dentro do meu peito se derrete.
=16 Minha garganta está igual ao barro seco, †
minha língua está colada ao céu da boca, *
e por vós fui conduzido ao pó da morte!
–17 Cães numerosos me rodeiam furiosos, *
e por um bando de malvados fui cercado.
– Transpassaram minhas mãos e os meus pés *
18 e eu poso contar todos os meus ossos.
= Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam! †
19 Eles repartem entre si as minhas vestes *
e sorteiam entre si a minha túnica.
–20 Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, *
ó minha força, vinde logo em meu socorro!
–21 Da espada libertai a minha alma, *
e das garras desses cães, a minha vida!
–22 Arrancai-me da goela do leão, *
e a mim tão pobre, desses touros que me atacam!
–23 Anunciarei o vosso nome a meus irmãos *
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Eles repartem entre si as minhas vestes,
e sorteiam entre si a minha túnica.
Ant. 3 Que se prostrem e adorem o Senhor,
todos os povos e as famílias das nações!
III
ouvir:
=24 Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores; †
glorificai-o, descendentes de Jacó, *
e respeitai-o toda a raça de Israel!
–25 Porque Deus não desprezou nem rejeitou *
a miséria do que sofre sem amparo;
– não desviou do humilhado a sua face, *
mas o ouviu quando gritava por socorro.
–26 Sois meu louvor em meio à grande assembléia; *
cumpro meus votos ante aqueles que vos temem!
=27 Vossos pobres vão comer e saciar-se, †
e os que procuram o Senhor o louvarão: *
'Seus corações tenham a vida para sempre!'
–28 Lembrem-se disso os confins de toda a terra, *
para que voltem ao Senhor e se convertam,
– e se prostrem, adorando, diante dele, *
todos os povos e as famílias das nações.
–29 Pois ao Senhor é que pertence a realeza; *
ele domina sobre todas as nações.
–30 Somente a ele adorarão os poderosos, *
e os que voltam para o pó o louvarão.
– Para ele há de viver a minha alma, *
31 toda a minha descendência há de servi-lo;
– às futuras gerações anunciará *
32 o poder e a justiça do Senhor;
– ao povo novo que há de vir, ela dirá: *
'Eis a obra que o Senhor realizou!'
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Que se prostrem e adorem o Senhor,
todos os povos e as famílias das nações!
Leitura breve Rm 1,16b-17
O Evangelho é uma força salvadora de Deus para todo aquele que crê. Nele, com efeito, a
justiça de Deus se revela da fé para a fé, como está escrito: O justo viverá pela fé.
V. O nosso coração se alegra em Deus.
R. Seu santo nome é nossa única esperança.
Oração
Senhor Jesus Cristo, que nesta hora fostes levado ao suplício da cruz para salvar o mundo,
perdoai-nos as faltas passadas e preservai-nos de culpas futuras. Vós, que viveis e reinais para
sempre.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
Invitatório
V. Abri os meus lábios, ó Senhor.
R. E minha boca anunciará vosso louvor.
R. Demos graças ao Senhor, porque eterno é seu amor!.
Salmo 94(95)
--escolher outro--
Convite ao louvor de Deus
Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser 'hoje' (Hb 3,13).
–1Vinde, exultemos de alegria no Senhor, *
aclamemos o Rochedo que nos salva!
–2 Ao seu encontro caminhemos com louvores, *
e com cantos de alegria o celebremos! (R.)
–3 Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *
o grande Rei, muito maior que os deuses todos.
–4 Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
–5 o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas mãos a modelaram. (R.)
–6 Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, *
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
=7 Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, †
e nós somos o seu povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz com sua mão. (R.)
=8 Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †
"Não fecheis os corações como em Meriba, *
9 como em Massa, no deserto, aquele dia,
– em que outrora vossos pais me provocaram, *
apesar de terem visto as minhas obras". (R.)
=10Quarenta anos desgostou-me aquela raça †
e eu disse: "Eis um povo transviado, *
11seu coração não conheceu os meus caminhos!"
– E por isso lhes jurei na minha ira: *
"Não entrarão no meu repouso prometido!" (R.)
(Rezado): – Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
(Cantado): Demos glória a Deus Pai onipotente
e a seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso, †
e ao Espírito que habita em nosso peito *
pelos séculos dos séculos. Amém.
Invitatório
___________________________________________________
Ofício das Leituras
introdução
ouvir:
V. Vinde, ó Deus em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia.
Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras.
Hino
I. Quando se diz o Ofício das Leituras durante a noite ou de madrugada:
Reinais no mundo inteiro,
Jesus, ó sol divino;
deixamos nossos leitos,
cantando este hino.
Da noite na quietude,
do sono levantamos:
mostrando as nossas chagas,
remédio suplicamos.
Oh! quanto mal fizemos,
por Lúcifer levados:
que a glória da manhã
apague esses pecados!
E assim o vosso povo,
por vós iluminado,
jamais venha a tombar
nos laços do Malvado.
A glória seja ao Pai,
ao Filho seu também;
ao Espírito igualmente,
agora e sempre. Amém.
II. Quando se diz o Ofício das Leituras durante o dia:
Cristo, em nossos corações
infundi a caridade.
Nossos olhos chorem lágrimas
de ternura e piedade.
Para vós, Jesus piedoso,
nossa ardente prece erguemos.
Perdoai-nos, compassivo,
todo o mal que cometemos.
Pelo vosso santo corpo,
pela cruz, vosso sinal,
vosso povo, em toda parte,
defendei de todo o mal.
A vós, Cristo, Rei clemente,
e a Deus Pai, eterno Bem,
com o vosso Santo Espírito
honra e glória sempre. Amém.
Salmodia
Ant. 1 Estou cansado de gritar e de esperar pelo meu Deus.
Salmo 68(69),2-22.30-37
O zelo pela vossa casa me devora
Deram vinho misturado com fel para Jesus beber (Mt 27,34).
I
–2 Salvai-me, ó meu Deus, porque as águas *
até o meu pescoço já chegaram!
–3 Na lama do abismo eu me afundo *
e não encontro um apoio para os pés.
– Nestas águas muito fundas vim cair, *
e as ondas já começam a cobrir-me!
–4 À força de gritar, estou cansado; *
minha garganta já ficou enrouquecida.
– Os meus olhos já perderam sua luz, *
de tanto esperar pelo meu Deus!
–5 Mais numerosos que os cabelos da cabeça, *
são aqueles que me odeiam sem motivo;
– meus inimigos são mais fortes do que eu; *
contra mim eles se voltam com mentiras!
– Por acaso poderei restituir *
alguma coisa que de outros não roubei?
–6 Ó Senhor, vós conheceis minhas loucuras, *
e minha falta não se esconde a vossos olhos.
–7 Por minha causa não deixeis desiludidos *
os que esperam sempre em vós, Deus do universo!
– Que eu não seja a decepção e a vergonha *
dos que vos buscam, Senhor Deus de Israel!
–8 Por vossa causa é que sofri tantos insultos, *
e o meu rosto se cobriu de confusão;
–9 eu me tornei como um estranho a meus irmãos, *
como estrangeiro para os filhos de minha mãe.
–10 Pois meu zelo e meu amor por vossa casa *
me devoram como fogo abrasador;
– e os insultos de infiéis que vos ultrajam *
recaíram todos eles sobre mim!
–11 Se aflijo a minha alma com jejuns, *
fazem disso uma razão para insultar-me;
–12 se me visto com sinais de penitência, *
eles fazem zombaria e me escarnecem!
–13 Falam de mim os que se assentam junto às portas, *
sou motivo de canções, até de bêbados!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Estou cansado de gritar e de esperar pelo meu Deus.
Ant. 2 Deram-me fel como se fosse um alimento,
em minha sede ofereceram-me vinagre.
II
–14 Por isso elevo para vós minha oração, *
neste tempo favorável, Senhor Deus!
– Respondei-me pelo vosso imenso amor, *
pela vossa salvação que nunca falha!
=15 Retirai-me deste lodo, pois me afundo! †
Libertai-me, ó Senhor, dos que me odeiam, *
e salvai-me destas águas tão profundas!
=16 Que as águas turbulentas não me arrastem, †
não me devorem violentos turbilhões, *
nem a cova feche a boca sobre mim!
–17 Senhor, ouvi-me pois suave é vossa graça, *
ponde os olhos sobre mim com grande amor!
–18 Não oculteis a vossa face ao vosso servo! *
Como eu sofro! Respondei-me bem depressa!
–19 Aproximai-vos de minh'alma e libertai-me, *
apesar da multidão dos inimigos!
=20 Vós conheceis minha vergonha e meu opróbrio, †
minhas injúrias, minha grande humilhação; *
os que me afligem estão todos ante vós!
–21 O insulto me partiu o coração; *
não suportei, desfaleci de tanta dor!
= Eu esperei que alguém de mim tivesse pena, †
mas foi em vão, pois a ninguém pude encontrar; *
procurei quem me aliviasse e não achei!
–22 Deram-me fel como se fosse um alimento, *
em minha sede ofereceram-me vinagre!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Deram-me fel como se fosse um alimento,
em minha sede ofereceram-me vinagre.
Ant. 3 Procurai o Senhor continuamente,
e o vosso coração reviverá.
III
–30 Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! *
Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus!
–31 Cantando eu louvarei o vosso nome *
e agradecido exultarei de alegria!
–32 Isto será mais agradável ao Senhor, *
que o sacrifício de novilhos e de touros.
=33 Humildes, vede isto e alegrai-vos: †
o vosso coração reviverá, *
se procurardes o Senhor continuamente!
–34 Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor de seus cativos.
–35 Que céus e terra glorifiquem o Senhor *
com o mar e todo ser que neles vive!
=36 Sim, Deus virá e salvará Jerusalém, †
reconstruindo as cidades de Judá, *
onde os pobres morarão, sendo seus donos.
=37 A descendência de seus servos há de herdá-las, †
e os que amam o santo nome do Senhor *
dentro delas fixarão sua morada!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Procurai o Senhor continuamente,
e o vosso coração reviverá.
V. O Senhor há de ensinar-nos seus caminhos.
R. E trilharemos, todos nós, suas veredas.
Primeira leitura
Do Livro dos Juízes 13,1-25
Anúncio do nascimento de Sansão
Naqueles dias: 1Os filhos de Israel tornaram a fazer o mal na presença do Senhor e ele
entregou-os nas mãos dos filisteus, durante quarenta anos.
2Ora, havia um homem de Saraá, da tribo de Dã, chamado Manué, cuja mulher era
estéril. 3O anjo do Senhor apareceu à mulher e disse-lhe: "Tu és estéril e não tiveste
filhos, mas conceberás e darás à luz um filho. 4Toma cuidado de não beberes vinho nem
licor, de não comeres coisa alguma impura, 5pois conceberás e darás à luz um filho. Sua
cabeça não será tocada por navalha, porque ele será consagrado ao Senhor desde o
ventre materno, e começará a libertar Israel das mãos dos filisteus".
6A mulher foi dizer ao seu marido: "Veio visitar-me um homem de Deus, cujo aspecto
era terrível como o de um anjo do Senhor. Não lhe perguntei de onde vinha nem ele me
revelou o seu nome. 7Ele disse-me: 'Conceberás e darás à luz um filho. De hoje em
diante, toma cuidado para não beberes vinho nem licor, e não comeres nada de impuro,
pois o menino será consagrado a Deus, desde o ventre materno até ao dia da sua
morte'".
8Então Manué orou ao Senhor, dizendo: "Peço-te, Senhor, que o homem de Deus que
enviaste venha de novo e nos diga o que fazer com o menino que vai nascer". 9Deus
escutou a oração de Manué, e o anjo do Senhor veio de novo encontrar-se com a
mulher, que se achava no campo. Porém Manué, seu marido, não estava com ela. 10A
mulher correu, depressa, a avisar seu marido, dizendo: "O homem que se encontrou
comigo outro dia apareceu-me de novo". 11Manué levantou-se e seguiu sua mulher.
Chegando junto do homem, perguntou-lhe: "És tu o homem que falou com esta
mulher?" Ele respondeu: "Sou eu mesmo". 12Manué perguntou: "Quando a tua palavra
se cumprir, de que maneira havemos de criar esse menino e o que devemos fazer por
ele?" 13O anjo do Senhor respondeu a Manué: "Abstenha-se tua mulher de tudo o que
lhe disse, 14não coma nada do que nascer da videira, não beba vinho nem licor, não
coma nada de impuro, em suma, faça tudo o que lhe prescrevi".
15Manué disse ao anjo do Senhor: "Peço-te, fica conosco enquanto te vamos preparar
um cabrito". 16O anjo do Senhor respondeu a Manué: "Mesmo que me faças ficar, não
provarei da tua comida. Mas, se queres fazer um holocausto, oferece-o ao Senhor". Sem
saber que se tratava do anjo do Senhor, 17Manué perguntou-lhe: "Qual é o teu nome,
para que, quando tua palavra se cumprir, possamos te honrar?" 18E o anjo do Senhor lhe
disse: "Por que perguntas o meu nome? Ele é misterioso!" 19Manué tomou o cabrito e a
oblação e ofereceu sobre a rocha um sacrifício ao Senhor que faz maravilhas. Manué e
sua mulher ficaram observando. 20Enquanto as chamas se elevavam de cima do altar
para o céu, com as chamas do altar subiu também o anjo do Senhor. À vista disso,
Manué e sua mulher caíram com o rosto em terra, 21e o anjo do Senhor não lhes
apareceu mais. Manué compreendeu logo que era o anjo do Senhor, 22e disse à mulher:
"Certamente vamos morrer, porque vimos a Deus". 23Mas sua mulher lhe disse: "Se o
Senhor nos quisesse matar, não teria aceito de nossas mãos o holocausto e a oblação;
não nos teria deixado ver tudo isso que acabamos de ver nem ouvir o que ouvimos".
24Ela deu à luz um filho e deu-lhe o nome de Sansão. O menino cresceu e o Senhor o
abençoou. 25O espírito do Senhor começou a agir nele no Campo de Dã, entre Saraá e
Estaol.
Responsório Lc 1,13b.15b; Jz 13,3a.5
R. Disse o anjo a Zacarias:
Isabel, a tua esposa, dar-te-á à luz um filho,
ao qual tu chamarás com o nome de João;
não haverá de beber vinho nem bebida inebriante;
ele há de ser cheio do Espírito Santo,
desde o seio materno,
* Pois será nazareu do Senhor.
V. O anjo do Senhor apareceu
à esposa de Manué e lhe falou:
Conceberás e darás à luz um filho;
não tocará em sua cabeça a navalha. * Pois será.
Segunda leitura
Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir
(Nn.23-24: CSEL 3,284-285)
(Séc. III)
Nós, filhos de Deus, permaneçamos na paz de Deus
Cristo acrescentou claramente uma lei que nos obriga a determinada condição: que
peçamos a remissão das dívidas, se nós mesmos perdoarmos aos nossos devedores,
sabendo que não podemos alcançar o perdão pedido a não ser que façamos o mesmo em
relação aos que nos ofendem. Por esta razão, diz em outro lugar: Com a mesma medida
com que medirdes, sereis medidos. E aquele servo que, perdoado de toda a dívida por
seu senhor, mas não quis perdoar o companheiro, foi lançado ao cárcere. Por não ter
querido ser indulgente com o companheiro, perdeu a indulgência com que fora tratado
por seu senhor.
Cristo propõe o perdão com preceito mais forte e censura ainda mais vigorosa: Quando
fordes orar, perdoai se tendes algo contra outro, para que vosso Pai, que está nos céus,
vos perdoe os pecados. Se, porém, não perdoardes, também vosso Pai, que está nos
céus, não vos perdoará os pecados. Não te restará a menor desculpa no dia do juízo,
quando serás julgado de acordo com tua própria sentença e o que tiveres feito, o mesmo
sofrerás.
Deus ordenou que sejamos pacíficos, concordes e unânimes em sua casa. Mandou que
sejamos tais como nos tornou pelo segundo nascimento; assim também ele nos quer
renascidos e perseverantes. Deste modo nós, filhos de Deus, permaneçamos na paz de
Deus e os que possuem um só Espírito tenham uma só alma e um só coração.
Deus não aceita o sacrifício do que vive em discórdia e ordena deixar o altar e ir
primeiro reconciliar-se com o irmão, para que, com preces pacíficas, possa Deus ser
aplacado. Maior serviço para Deus é a nossa paz e concórdia fraterna e o povo que foi
feito uno pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Nos sacrifícios que Abel e Caim foram os primeiros a oferecer, Deus não olhava os
dons, mas os corações, de forma que lhe agradava pelo dom aquele que lhe agradava
pelo coração. Abel, pacífico e justo, sacrificando com inocência a Deus, ensinou os
outros a depositar seus dons no altar com temor de Deus, simplicidade de coração,
empenho de justiça e de concórdia. Aquele que assim procedeu no sacrifício de Deus
tornou-se merecidamente sacrifício para Deus. Sendo o primeiro a dar a conhecer o
martírio, iniciou pela glória de seu sangue a paixão do Senhor, por ter mantido a justiça
e a paz do Senhor. Esses serão, no fim, coroados pelo Senhor; esses, no dia do juízo,
triunfarão com o Senhor.
Quanto aos discordantes, aos dissidentes, aos que não mantêm a paz com os irmãos,
mesmo que sejam mortos pelo nome de Cristo, não poderão, conforme o testemunho do
santo Apóstolo e da Sagrada Escritura, escapar do crime de desunião fraterna, pois está
escrito: Quem odeia seu irmão é homicida. Não chega ao reino dos céus nem vive com
Deus um homicida. Não pode estar com Cristo quem preferiu a imitação de Judas à de
Cristo.
Responsório Ef 4,1.3.4b; Rm 15,5b.6a
R. Exorto-vos, pois, no Senhor,
que vivais dignamente, irmãos,
na vocação a que fostes chamados.
Solícitos sede em guardar
a unidade que vem do Espírito,
pelo laço da paz que nos une.
* É uma somente a esperança
da vocação a que fostes chamados.
V. Deus vos conceda o mesmo sentir,
para que, de um só coração
e unidos em uma só voz
possais dar honra e glória ao Senhor. * É uma.
Oração
Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao nosso apelo, e, como
nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que
possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo os vossos mandamentos. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.
(R.)
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1. Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. 2. Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo: 3. Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus! 4. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! 5. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! 6. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados! 7. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! 8. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus! 9. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus! 10. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus! 11. Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. 12. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós. | ||
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]