sexta-feira, 15 de junho de 2012

Sangue e Água que jorram do Sagrado Coração









Saíram sangue e água do coração traspassado de Jesus. Em todos os séculos, a Igreja, segundo a palavra de Zacarias, olhou para esse coração traspassado e nele reconheceu a fonte de bênção indicada antecipadamente no sangue e na água. A palavra de Zacarias impele mesmo a buscar uma compreensão mais profunda daquilo que lá aconteceu.

Um primeiro grau desse processo de penetração encontramo-lo na Primeira Carta de João, que retoma vigorosamente o discurso do sangue e da água saídos do lado de Jesus: "Este é O que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo; não com a água somente, mas com a água e o sangue. E é o Espírito que testemunha, porque o Espírito é a verdade. Porque três são os que testemunham: o Espírito, a água e o sangue; e os três tendem ao mesmo fim" (5,6-8).

Que entende dizer o autor com a afirmação insistente de que Jesus veio não só com a água, mas também com o sangue? Pode-se provavelmente supor que aluda a uma corrente de pensamento que dava valor apenas ao Batismo, mas punha de lado a cruz. E talvez isso signifique também que se considerava importante só a palavra, a doutrina, a mensagem, mas não "a carne", o corpo vivo de Cristo, exangue na cruz; signifique que se procurava criar um cristianismo do pensamento e das idéias, do qual se queria tirar fora a realidade da carne: o sacrifício e o Sacramento.

Os Padres viram nesse duplo fluxo de sangue e água uma imagem dos dois sacramentos fundamentais - a Eucaristia e o Batismo -, que brotam do lado traspassado do Senhor, do seu coração. São a corrente nova que cria a Igreja e renova os homens. Mas os Padres, diante do lado aberto do Senhor que dorme na cruz o sono da morte, pensaram também na criação de Eva do lado de Adão adormecido, vendo assim, na corrente dos sacramentos, ao mesmo tempo a origem da Igreja: viram a criação da nova mulher do lado do novo Adão.


Bento XVI, Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém até a ressurreição.
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Postado por Fábio Graa
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]