SÃO LOURENÇO, DIÁCONO E MÁRTIR
SÃO LOURENÇO, DIÁCONO E MÁRTIR
Festa
Era diácono da Igreja Romana e morreu mártir na perseguição de Valeriano, quatro dias depois do papa Sisto II e
Seus companheiros, os quatro diáconos romanos. O seu sepulcro encontra-se junto à Via Tiburtina, no Campo
Verano. Constantino Magno erigiu uma basílica naquele lugar. O seu culto já se tinha difundido na Igreja no século
IV.
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Ofício das Leituras
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Esta introdução se omite quando o Invitatório precede imediatamente ao Ofício das Leituras.
Hino
Louvemos a glória
do mártir de Cristo,
que os bens desprezou:
aos nus deu vestidos
e pão aos famintos,
servindo ao Senhor.
Do fogo a tortura
acende a fé pura
no seu coração.
A chama é vencida
por quem fez da vida
total doação.
O coro dos anjos
recebe sua alma
nos átrios dos céus.
De louros cingido,
de Deus ele alcance
perdão para os réus.
Com preces ardentes,
rogamos, ó mártir,
implora o perdão
da culpa dos servos
e firma em fé viva
o seu coração.
Ao Pai honra e glória,
louvor e vitória
ao Filho também,
no Espírito Santo.
Aos Três nosso canto
nos séculos. Amém.
Salmodia
Ant. 1 Vós sereis odiados por meu nome;
quem for fiel até o fim há de ser salvo.
Salmo 2
–1 Por que os povos agitados se revoltam? *
por que tramam as nações projetos vãos?
=2 Por que os reis de toda a terra se reúnem, †
e conspiram os governos todos juntos *
contra o Deus onipotente e o seu Ungido?
–3 “Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles, *
“e lançar longe de nós o seu domínio!”
–4 Ri-se deles o que mora lá nos céus; *
zomba deles o Senhor onipotente.
–5 Ele, então, em sua ira os ameaça, *
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz:
–6 “Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, *
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!”
=7 O decreto do Senhor promulgarei, †
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
“Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!
=8 Podes pedir-me, e em resposta eu te darei †
por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
–9 Com cetro férreo haverás de dominá-los, *
e quebrá-los como um vaso de argila!”
–10 E agora, poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição:
–11 Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito!
–12 Se o irritais, perecereis pelo caminho, *
pois depressa se acende a sua ira!
– Felizes hão de ser todos aqueles *
que põem sua esperança no Senhor!
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant.Vós sereis odiados por meu nome;
quem for fiel até o fim há de ser salvo.
Ant. 2 Os sofrimentos desta vida aqui na terra
não se comparam com a glória que teremos.
Salmo 10(11)
=1 No Senhor encontro abrigo; †
como, então, podeis dizer-me: *
'Voa aos montes, passarinho!
–2 Eis os ímpios de arcos tensos, *
pondo as flechas sobre as cordas,
– e alvejando em meio à noite *
os de reto coração!
=3 Quando os próprios fundamentos †
do universo se abalaram, *
o que pode ainda o justo?'
–4 Deus está no templo santo, *
e no céu tem o seu trono;
– volta os olhos para o mundo, *
seu olhar penetra os homens.
–5 Examina o justo e o ímpio, *
e detesta o que ama o mal.
=6 Sobre os maus fará chover †
fogo, enxofre e vento ardente, *
como parte de seu cálice.
–7 Porque justo é nosso Deus, *
o Senhor ama a justiça.
– Quem tem reto coração *
há de ver a sua face.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Os sofrimentos desta vida aqui na terra
não se comparam com a glória que teremos.
Ant. 3 Deus provou os seus eleitos como o ouro no crisol,
e aceitou seu sacrifício.
Salmo 16(17)
–1 Ó Senhor, ouvi a minha justa causa, *
escutai-me e atendei o meu clamor!
– Inclinai o vosso ouvido à minha prece, *
pois não existe falsidade nos meus lábios!
–2 De vossa face é que me venha o julgamento, *
pois vossos olhos sabem ver o que é justo.
=3 Provai meu coração durante a noite, †
visitai-o, examinai-o pelo fogo, *
mas em mim não achareis iniqüidade.
–4 Não cometi nenhum pecado por palavras, *
como é costume acontecer em meio aos homens.
– Seguindo as palavras que dissestes,*
andei sempre nos caminhos da Aliança.
–5 Os meus passos eu firmei na vossa estrada, *
e por isso os meus pés não vacilaram.
–6 Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, *
inclinai o vosso ouvido e escutai-me!
=7 Mostrai-me vosso amor maravilhoso, †
vós que salvais e libertais do inimigo *
quem procura a proteção junto de vós.
–8 Protegei-me qual dos olhos a pupila *
e guardai-me, à proteção de vossas asas,
–9 longe dos ímpios violentos que me oprimem, *
dos inimigos furiosos que me cercam.
–10 A abundância lhes fechou o coração, *
em sua boca há só palavras orgulhosas.
–11 Os seus passos me perseguem, já me cercam, *
voltam seus olhos contra mim: vão derrubar-me,
–12 como um leão impaciente pela presa, *
um leãozinho espreitando de emboscada.
–13 Levantai-vos, ó Senhor, contra o malvado, *
com vossa espada abatei-o e libertai-me!
–14 Com vosso braço defendei-me desses homens, *
que já encontram nesta vida a recompensa.
= Saciais com vossos bens o ventre deles, †
e seus filhos também hão de saciar-se *
e ainda as sobras deixarão aos descendentes.
–15 Mas eu verei, justificado,a vossa face *
e ao despertar me saciará vossa presença.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. 3 Deus provou os seus eleitos como o ouro no crisol,
e aceitou seu sacrifício.
V. Tribulação e sofrimento me assaltaram.
R. Minhas delícias são os vossos mandamentos.
Primeira leitura
Dos Atos dos Apóstolos 6,1-6; 8,1.4-8
Os sete ministros escolhidos pelos Apóstolos
6,1 Naqueles dias, o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega
começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas
viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário. 2Então os Doze Apóstolos reuniram a
multidão dos discípulos e disseram: “Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de
Deus para servir às mesas. 3Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama,
repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. 4Dese modo nós
poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. 5A proposta agradou a
toda a multidão. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; e também
Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau de Antioquia, um pagão que seguia a
religião dos judeus. 6Eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos
sobre eles.
8,1 Naquele dia começou uma grande perseguição contra a Igreja de Jerusalém. E todos, com
exceção dos apóstolos, se dispersaram pelas regiões da Judéia e da Samaria.
4 Entretanto, aqueles que se tinham dispersado iam por toda parte, pregando a Palavra.
5 Filipe desceu a uma cidade da Samaria e anunciou-lhes o Cristo. 6As multidões seguiam com
atenção as coisas que Filipe dizia. E todos unânimes o escutavam, pois viam os milagres que ele
fazia. 7De muitos possessos saíam os espíritos maus, dando grandes gritos. Numerosos
paralíticos e aleijados também foram curados. 8Era grande a alegria naquela cidade.
Responsório Mt 10,32; Jo 12,26a
R. Quem de mim der testemunho ante os homens,
* Darei dele testemunho ante meu Pai.
V. Se alguém quer me servir, que venha atrás de mim;
e onde eu estiver, ali estará meu servo. * Darei.
Segunda leitura
Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo
(Sermo 304,1-4: PL 38,1395-1397)
(Séc.V)
Serviu o sagrado Sangue de Cristo
A Igreja Romana apresenta-nos hoje o dia glorioso de São Lourenço quando ele calcou o furor
do mundo, desprezou sua sedução e num e noutro modo venceu o diabo perseguidor. Nesta
mesma Igreja – ouvistes muitas vezes – Lourenço exercia o ministério de diácono. Aí servia o
sagrado sangue de Cristo; aí, pelo nome de Cristo, derramou seu sangue. O santo apóstolo João
expôs claramente o mistério da ceia ao dizer: Como Cristo entregou sua vida por nós, também
nós devemos entregar as nossas pelos irmãos (1Jo 3,16). São Lourenço, irmãos, entendeu isto;
entendeu e fez; e da mesmíssima forma como recebeu daquela mesa, assim a preparou. Amou a
Cristo em sua vida, imitou-o em sua morte.
Também nós, irmãos, se de verdade amamos, imitemos. Não poderíamos produzir melhor fruto
de amor do que o exemplo da imitação; Cristo sofreu por nós, deixando-nos o exemplo para
seguirmos suas pegadas (1Pd 2,21). Nesta frase, parece que o apóstolo Pedro quer dizer que
Cristo sofreu apenas por aqueles que seguem suas pegadas e que a morte de Cristo não
aproveita senão àqueles que caminham em seu seguimento. Seguiram-no os santos mártires até
à efusão do sangue, até à semelhança da paixão; seguiram-no os mártires, porém não só eles.
Depois que estes passaram, a ponte não foi cortada; ou depois que beberam, a fonte não secou.
Tem, irmãos, tem o jardim do Senhor não apenas rosas dos mártires; tem também lírios das
virgens, heras dos casados, violetas das viúvas. Absolutamente ninguém, irmãos, seja quem for,
desespere de sua vocação; por todos morreu Cristo. Com toda a verdade, dele se escreveu: Que
quer salvos todos os homens, e que cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2,4).
Compreendamos, portanto, como pode o cristão seguir Cristo além do derramamento de
sangue, além do perigo de morte. O Apóstolo diz, referindo-se ao Cristo Senhor: Tendo a
condição divina, não julgou rapina ser igual a Deus. Que majestade! Mas aniquilou-se,
tomando a condição de escravo, feito semelhante aos homens e reconhecido como homem (Fl
2,7-8). Que humildade!
Cristo humilhou-se: aí tens, cristão, a que te apegar. Cristo se humilhou: por que te enches de
orgulho? Em seguida, terminada a careira desta humilhação, lançada por terra a morte, Cristo
subiu ao céu; sigamo-lo. Ouçamos o Apóstolo: Se ressuscitastes com Cristo, descobri o sabor
das realidades do alto, onde Cristo está assentado à destra de Deus (Cl 3,1).
Responsório Sl 17(18),3b
R. São Lourenço exclamava e dizia em voz alta:
Só adoro o meu Deus, só a ele servirei;
* Eu não temo, ó tirano, as torturas mais cruéis.
V. Sois meu escudo e proteção: Em vós espero,ó Senhor!
* Eu não temo.
HINO TE DEUM (A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)
A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.
A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!
Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,
Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.
A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,
e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.
Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.
Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.
Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.
Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.
Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
(A parte que se segue pode ser omitida, se for oportuno).
Salvai o vosso povo.
Senhor, abençoai-o.
Regei-nos e guardai-nos
até a vida eterna.
Senhor, em cada dia,
fiéis, vos bendizemos,
louvamos vosso nome
agora e pelos séculos.
Dignai-vos, neste dia,
guardar-nos do pecado.
Senhor, tende piedade
de nós, que a vós clamamos.
Que desça sobre nós,
Senhor, a vossa graça,
porque em vós pusemos
a nossa confiança.
Fazei que eu, para sempre,
não seja envergonhado:
Em vós, Senhor, confio,
sois vós minha esperança!
Oração
Ó Deus, o vosso diácono Lourenço, inflamado de amor por vós, brilhou pela fidelidade no
vosso serviço e pela glória do martírio; concedei-nos amar o que ele amou e praticar o que
ensinou. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.
R. Demos graças a Deus.
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]