quarta-feira, 18 de julho de 2012

Augusto Nunes - aborto


14/10/2010
às 15:59 \ Sanatório Geral

Vida curta

“Não vamos tratar de aborto, liberdade da mulher decidir sobre seu corpo ou controle social de mídia. No caso do capítulo da democracia, deixamos claro que democracia é democracia, e liberdade de imprensa é liberdade de imprensa e ponto”.

José Eduardo Dutra, presidente do PT, ao comentar o novo programa de governo de Dilma Rousseff, intitulado “Os 13 compromissos programáticos de Dilma Rousseff para debate com a sociedade”, cuja validade expira em 31 de outubro, quando volta a vigorar o Programa Nacional de Direitos Humanos.
14/10/2010
às 15:55 \ Direto ao Ponto

Eles pensam que os eleitores são idiotas

Dilma Rousseff tem o direito de acreditar ou não em Deus, em Nossa Senhora, em um santo ou em todos, em Lula, no PT ou nas aparições regulares de ETs em Varginha. Pode frequentar igrejas ou não fazer ideia do que é uma missa. Está liberada para decorar a Bíblia ou não conseguir recitar a Ave Maria. E deve sentir-se à vontade tanto para defender quanto para criticar a legalização do aborto. Mas não tem o direito de mentir, sejam quais forem as condições de temperatura e pressão da campanha presidencial.
Lula pode advogar em defesa do casamento entre pessoas do mesmo sexo ou lutar para que jamais seja instituído. Tem o direito de endossar integralmente o Programa Nacional de Direitos Humanos ou opor-se a alguns tópicos. Mas não pode endossar ou repelir simultaneamente a mesma coisa. Ou acha isto ou acha aquilo. Estejam como estiverem as curvas das pesquisas eleitorais, um presidente da República tem o dever de expressar claramente o que pensa. O vídeo divulgado pelo blog do Josias de Souza reafirma que, para eleger a sucessora, Lula está enganando o país.
Nem Dilma nem Lula têm o direito de contar mentiras para ganhar a eleição. Claro que ambos apoiam sem restrições todas as propostas do PNDH. Claro que Dilma não sabe da missa nem o começo, que Lula aceita com naturalidade a união homossexual. Não há nada de errado nisso. Se fossem sinceros, estariam apenas exercendo a liberdade de crença e de opinião que a Constituição garante. Em vez disso, resolveram tratar todos os brasileiros como um bando de idiotas. Logo descobrirão que a maioria não é.

14/10/2010
às 11:35 \ Sanatório Geral

Falta vergonha

“É um processo de evolução dela nessa questão. Não vejo contradição, mas evolução do pensamento. Ela, vendo a realidade do país, toma essa atitude…”

Gilberto Carvalho, secretário do presidente da República, ex-seminarista envolvido em histórias que vão do sumiço do vinho da missa ao caso Celso Daniel, explicando ─ sem ficar ruborizado ─ que a súbita mudança de opinião de Dilma Rousseff sobre o aborto é fruto da colisão frontal entre um neurônio solitário em evolução e a realidade de um país que anda para trás.
13/10/2010
às 20:39 \ Sanatório Geral

Homônima traiçoeira

“Fui atacada de forma clara. Quem deixou claro que eu estava sendo atacada foram até vocês, que registraram em todos os jornais há um mês a fala da senhora Monica contra mim”.

Dilma Rousseff, desconfiada de que foi atacada pelas costas também por uma homônima chamada Dilma Rousseff, que se declarou favorável à legalização do aborto num vídeo gravado em 2007.
11/10/2010
às 17:58 \ Frases

Outras caras

“Você disse que era a favor da liberação do aborto, depois disse que era contra. Aí se trata de ser coerente, de não ter duas caras”.

José Serra, durante o debate da Band deste domingo.
11/10/2010
às 5:03 \ Sanatório Geral

Enigma a decifrar

“Tem uma deliberada tentativa de fazer com que a gente entre só nesta pauta”.

Dilma Rousseff, sem explicar se a tentativa de manter o foco da campanha na questão do aborto é da oposição ou dos próprios marqueteiros, que acham que com uma pauta só, o neurônio solitário tem mais chance.
10/10/2010
às 21:36 \ Sanatório Geral

Dilmês arcaico

“Se não dar assistência nós somos aquilo que a Bíblia chamou de ‘sepulcro caiado’. Caia, mas continua, no fundo, sendo sepulcro. Isso se chama hipocrisia. A hipocrisia é fingir que não vê que o aborto acontece, e acontece em todos os bairros pobres”.

Dilma Rousseff, misturando citações bíblicas, noções de hipocrisia e a questão do aborto só para deixar claro que, quando resolve desandar em dilmês arcaico, nem o Celso Arnaldo é capaz de decifrar o palavrório.
10/10/2010
às 19:05 \ Direto ao Ponto

O medo do fracasso nas urnas aumenta a produtividade da fabricante de mentiras

Dilma Rousseff repete com orgulho que se negou a dizer verdades perigosas mesmo sob tortura, lembrou um texto aqui publicado em agosto de 2009. Ela tinha pouco mais de 20 anos, mas sabia muito, quando foi presa pela polícia da ditadura. Mesmo confrontada pelos inquisidores com copiosas evidências e provas materiais, mesmo submetida a torturas, garantiu que não havia participado de assaltos a banco e outras ações armadas, desmentiu o envolvimento com grupos de extrema-esquerda, escondeu os nomes dos parceiros de vida clandestina, não admitiu sequer que era quem era.
A candidata que Lula inventou gosta de contar que, apesar da sensação de desamparo e insegurança, não deixou escapar qualquer informação que a prejudicasse, ou colocasse em risco os companheiros que lutavam para substituir a ditadura militar pela ditadura do proletariado. Em três anos de cadeia, descobriu que a mentira — mais que justificável, nessas circunstâncias — pode garantir a sobrevivência física. No coração do poder há oito anos, descobriu que a mentira — injustificável em quaisquer circunstâncias — pode ser o preço da sobrevivência política.
A soma das duas descobertas explica por que Dilma Rousseff mente com a naturalidade de quem está ditando uma receita de bolo: ela acha que negar a verdade é o preço que se paga para continuar vivo. Ela não enxerga diferenças entre um palanque e um pau-de-arara, uma entrevista coletiva ou um interrogatório policial. Não vê motivos para remorsos ou constrangimentos. Nunca é visitada por qualquer espécie de conflito íntimo que possa tornar terríveis os 10 minutos que precedem o sono..
Foi assim em 2008, quando alquimistas da Casa Civil, incumbidos de desviar os holofotes que iluminavam a farra dos cartões corporativos no Planalto, produziram um dossiê que transformava o ex-presidente Fernando Henrique e Ruth Cardoso no mais perdulário dos casais. Pilhada em flagrante, Dilma rebatizou de “banco de dados” a fábrica de dossiês cafajestes gerenciada por Erenice Guerra. E jurou que não fizera o que fez com a mesma convicção aparente da juventude.
Foi assim quando se descobriu que o currículo era enfeitado por um misterioso doutorado em economia pela Unicamp. A Doutora em Nada garantiu que não sabia de nada, nunca havia lido o que estava no site da Casa Civil e nas introduções de todas as entrevistas concedidas desde 2003. Alegou que algum subordinado fizera aquilo sem consultar a beneficiária da fraude, não identificou o culpado, queixou-se da perseguição da imprensa e pediu ajuda a Lula. O Padroeiro dos Companheiros Delinquentes expediu outro habeas corpus perpétuo e o currículo fraudulento voltou para baixo do tapete.
A coleção de mentiras foi ampliada quando Lina Vieira, demitida da secretaria da Receita Federal por honestidade, contou que fora pressionada no fim de 2008 para “agilizar” a auditoria em curso nas empresas da família Sarney. Como fez de conta que não entendeu a ordem de Dilma para esquecer o caso, Lina perdeu o emprego. Em agosto do ano passado, numa entrevista à Folha, informou que foi convocada para o encontro pela onipresente Erenice Guerra, reproduziu o diálogo no gabinete, descreveu a cena do crime, até detalhou as vestes da protetora de Fernando Sarney. “Não fiz esse pedido a ela”, retrucou Dilma. No minuto seguinte, pediu de novo ajuda do Mestre.
Enquanto comparsas cuidavam da queima de arquivos – começando pelas fitas do serviço de segurança que endossavam o que Lina Vieira revelara –, ouviu-se a fala do trono: “Duvido que a Dilma tenha mandado recado ou conversado com alguém a esse respeito. Não faz parte da formação política da Dilma”. Fez, faz e, se o eleitorado permitir, continuará fazendo, comprova a edição de VEJA deste fim de semana, que escancara as dimensões inquietantes do salto no escuro.
Governar é escolher. Dilma escolheu como braço-direito uma Erenice Guerra. Até as maçanetas da Casa Civil sabem que, se reportagens de VEJA não tivessem desbaratado a quadrilha formada por parentes e agregados, a Mãe da Bandalheira seria mantida no cargo e promovida a figura mais poderosa de um governo Dilma Rousseff. Revelado o escândalo, a mulher que não sabe escolher sequer a melhor amiga finge que mal conhece Erenice. Mentiu para sobreviver politicamente.
É o que tem feito para safar-se da enrascada em que se meteu com a exibição de vídeos que a mostram defendendo a descriminalização do aborto. Poderia ter mantido o que disse ou informado que mudara de ideia. Em vez disso, preferiu violentar a verdade e atribuir o que comprovadamente afirmou a uma “campanha caluniosa”. As duas opções anteriores teriam provocado estragos bem menores que a reafirmação de que o Brasil pode ser presidido por uma mulher que mente compulsivamente.
“Quando não se sabe o que fazer, melhor não fazer nada”, aconselhava Dom João VI. Nocauteados pela frustração do primeiro turno, os comandantes da campanha governista resolveram voltar à ação ainda grogues. E mobilizaram uma brancaleônica brigada de voluntários dispostos a provar que Dilma decorou a Ave Maria aos 3 anos de idade, leu o catecismo aos 4 e aos 5, dispensada da confissão por falta de pecados, começou a comungar. O inevitável Frei Betto não poderia ficar fora dessa.
Na Folha deste domingo, depois de contar que conheceu a candidata na cadeia, Frei Betto jura que “ex-aluna de colégio religioso, dirigida por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho”. Bonito, isso. O problema é a fonte. Ultimamente, nas dedicatórias escritas em livros com os quais presenteia amigos especialmente próximos, o ex-frade tem repetido a mesma frase antes da assinatura: “do irmão em Cristo e irmão em Castro”. Quem compara a figura de Jesus Cristo a Fidel Castro não é o melhor fiador da religiosidade de ninguém.
Para apagar o fogo, chamaram um incendiário. Absolvida por Frei Betto, a mais santa das mulheres fica com cara de pecadora irremissível.
09/10/2010
às 19:00 \ Sanatório Geral

É mas não é

“Eu quero dizer para vocês que eu, como pessoa, sou contra o aborto. Agora, eu, como presidente da República, não fecharei os olhos para as mulheres que, em momento de desespero, cometem atos extremos”.

Dilma Rousseff, esclarecendo em dilmês castiço que, se a presidente Dilma Rousseff faria coisas que a pessoa Dilma Rousseff acha erradas.
08/10/2010
às 21:47 \ Sanatório Geral

Me engana que eu gosto (4.775)

“Até seria estranho eu não ser contra o aborto nesse momento em que acaba de nascer meu neto”.

Dilma Rousseff, nesta quinta-feira em Belo Horizonte, sem explicar por que não era contra o aborto quando a filha nasceu.



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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]