Heroinas da Cristandade
terça-feira, 10 de julho de 2012
Santa Amalberga, patrona de Temse, Bélgica, era, como sua homônima, da alta nobreza e destinada a possuir bens consideráveis, não somente na região das Ardennes, onde ela nasceu, mas também nas mais distantes regiões do país.
Seu nome vinha de uma tradição antiquíssima entre os Ostrogodos, tanto que a sua dinastia era apontada como a dos “Amali”. O nome atualmente desapareceu e em seu lugar é conhecido na forma abreviada de Amália.
Há três Santas com o nome Amalberga, dentre as quais duas foram contemporâneas e são festejadas no mesmo dia, 10 de julho, a virgem Amalberga de Temse e Santa Amalberga de Maubeuge.
Segundo uma Vita escrita pelo monge Goscelin de Canterbury, do Mosteiro de São Pedro de Gand, Santa Amalberga nasceu nas Ardennes, na cidade de Rodingi (Bélgica), e foi educada no Convento de Munsterbilzen por Santa Landrada, onde recebeu uma formação profundamente religiosa que a fez afastar-se do mundo e receber o véu monacal pelas mãos de São Vilibrordo.
Entretanto, um grande senhor, que se acredita ter sido Carlos Martel, pediu sua mão em casamento, mas ela recusou. E apesar de suas insistentes solicitações, ela se manteve fiel à sua consagração a Deus e se refugiou na igreja, prostrando-se diante do altar. A tentativa de Carlos de levantá-la foi inútil e resultou que o braço dela quebrou-se sem que ele atingisse seu objetivo.
A tentativa deste rei custou-lhe uma doença que foi curada graças ao perdão e as orações de Amalberga. Ela havia se doado ao Rei dos reis, e queria ser fiel a Ele apesar das magnificências reais que Carlos poderia lhe oferecer. Nem o prestígio desta terra, nem todo o ouro pode superar a lealdade dela. A perseguição do rei obrigou-a a se refugiar em domínios longínquos, inicialmente em Materen, próximo de Audenarde (Flandre Oriental) e em seguida em Temse (*).
Santa Amalberga faleceu rica em virtudes em Temse, cidade que a honra como sua patrona. Um século depois de sua morte, as suas relíquias foram transladadas de São Pedro do Monte Blandino para Gand, e foram ali expostas solenemente em 1073. Um documento escrito por Carlos o Calvo (823-877), datado de 1º de abril de 870, atesta que de fato as relíquias de Santa Amalberga, virgem, eram conservadas naquele Mosteiro.
Foram atribuídos a ela numerosos milagres, entre os quais o de ter atravessado um rio sobre um enorme peixe (fato que é representado nas suas imagens). Segundo outra antiga legenda, o barco que transportava suas relíquias do Mosteiro de São Pedro do Monte Blandino para Gand, sob Baldwin Braço de Ferro, foi escoltado por uma multidão de esturjões, de onde viria o uso de um peixe nas suas representações.
Santa Amalberga é particularmente venerada em Temse, Gand, Munsterbilzen e em outras localidades do Flandres. Ela é comemorada no dia 10 de julho.
(*) Temse, cidade belga de cerca de 27 mil habitantes, é conhecida por ter sido cristianizada por Santa Amalberga. A igreja gótica de Nossa Senhora foi construída em 1645, sobre as fundações da capela de Santa Amalberga do ano de 770. Desde o século XIII havia uma peregrinação dedicada aquela Santa que atraia peregrinos a Temse. Dentro da igreja foi erguido um túmulo para esta Santa em 1841.
Postado por Zeni às 07:21
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[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]