domingo, 15 de julho de 2012

Sinfonia de paz





O Pontífice no final do concerto oferecido pela West-Eastern Divan Orchestra dirigida por Daniel Barenboim

Sinfonia de paz


"É preciso comprometer-se para alcançar a paz, deixando de lado a violência e as armas", e empreendendo o caminho da "busca paciente dos entendimentos possíveis". Esta foi a mensagem transmitida por Bento XVI por ocasião do concerto que lhe foi oferecido no final da tarde de quarta-feira 11 de Julho, em Castel Gandolfo, pela West-Eastern Divan Orchestra dirigida por Daniel Barenboim, na presença do presidente da República italiana, Giorgio Napolitano.
Precisamente frisando a composição singular da orquestra - na qual tocam músicos israelitas, palestinos e de outros países árabes - o Papa recordou que "a música é harmonia entre as diferenças" e que cada sinfonia se realiza através de "um compromisso paciente e cansativo, que exige tempo e sacrifícios, no esforço de se ouvirem uns aos outros, evitando protagonismos excessivos e privilegiando o melhor resultado do conjunto". Uma realidade que traz à mente "a grande sinfonia da paz entre os povos, que - constatou o Sumo Pontífice - nunca está totalmente completa", e requer a paciência do diálogo e da compreensão.


(©L'Osservatore Romano - 14 de julho de 2012)
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Visita de Bento XVI à Casa dos verbitas em Nemi

A recordação mais bonita do Concílio


"A recordação mais bonita de todo o Concílio". Assim Bento XVI definiu os dias passados como jovem teólogo, de 29 de Março a 3 de Abril de 1965 no centro dos missionários verbitas de Nemi, voltando ali como Papa 47 anos mais tarde. Fê-lo por ocasião da visita realizada na manhã de segunda-feira 9 de Julho, improvisando - depois de se ter desculpado em inglês por não poder falar nessa língua - o discurso que publicamos a seguir.

Estou verdadeiramente grato pela possibilidade de rever esta casa em Nemi, depois de 47 anos. Dela conservei uma óptima recordação, talvez a mais bonita de todo o Concílio. Eu morava no centro de Roma, no Colégio de Santa Maria da Alma, com todo o barulho: tudo isto também é bonito! Mas estar aqui no meio do verde, ter esta respiração da natureza e também este frescor do ar era já por si muito agradável. E depois havia a companhia de muitos grandes teólogos, com a função tão importante e entusiasmante de preparar um decreto sobre a missão. Recordo antes de tudo o superior-geral daquela época, padre Schütte, que tinha sofrido na China, fora condenado e depois expulso. Era cheio de dinamismo missionário, da necessidade de dar um novo impulso ao espírito missionário. E também eu estava, e era um teólogo sem grande importância, muito jovem, convidado não sei por que motivo. Mas foi um grande dom para mim.
Além disso estava Fulton Sheen, que à noite nos fascinava com os seus discursos, padre Congar e os grandes missiólogos de Louvain. Para mim foi um enriquecimento espiritual, uma grande dádiva. Era um decreto sem grandes controvérsias. Havia uma controvérsia, que eu realmente nunca entendi, entre as escolas de Louvain e de Münster: a finalidade principal da missão é a implantatio Ecclesiae, ou o anúncio Evangelii? Mas tudo convergia num único dinamismo da necessidade de levar a luz da Palavra de Deus, a luz do amor de Deus ao mundo, e de dar uma renovada alegria a este anúncio.
E assim nasceu naqueles dias um decreto importante e positivo, aceite quase unanimemente por todos os padres conciliares, e para mim é também um complemento muito bom da Lumen gentium, porque aí encontramos uma eclesiologia trinitária, que começa sobretudo a partir da ideia clássica do bonum diffusivum sui, do bem que contem em si a necessidade de se comunicar, de se doar: não pode permanecer em si mesmo; a coisa boa, a própria bondade é essencialmente communicatio. E isto já se manifesta no mistério trinitário, no interior de Deus, e difunde-se na história da salvação e na nossa necessidade de dar aos outros o bem que recebemos. Assim, com estas recordação pensei com frequência nestes dias em Nemi que para mim, como já disse, fazem parte essencial da experiência do Concílio. E estou feliz por ver que a vossa Sociedade floresce - o padre-geral falou de seis mil membros em muitos países, de numerosas nações. Claramente, o dinamismo missionário vive, e só vive se houver a alegria do Evangelho, se estivermos na experiência do bem que provém de Deus e que deve e quer comunicar-se. Obrigado por este vosso dinamismo. Desejo para este Capítulo todas as bênçãos do Senhor e muita inspiração: que as mesmas forças inspiradoras do Espírito Santo, que nestes dias nos acompanharam quase visivelmente, estejam de novo presentes no meio de vós e vos ajudem a encontrar o caminho para a vossa Companhia, assim como para a missão do Evangelho ad gentes para os próximos anos. Obrigado a todos vós, e que o Senhor vos abençoe. Orai por mim, como eu rezo por vós. Obrigado!
http://www.vatican.va/news_services/or/or_por/text.html#1

(©L'Osservatore Romano - 14 de julho de 2012)
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]