domingo, 22 de julho de 2012

[ZP120722] O mundo visto de Roma

ZENIT

O mundo visto de Roma

Portugues semanal - 22 de julho de 2012

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450 anos da fundação do Carmelo
Mensagem do papa ao bispo de Ávila

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 16 de julho de 2012 (ZENIT.org)-O Serviço de informação do Vaticano (VIS) publicou hoje a mensagem que o Santo Padre Bento XVI enviou ao bispo Jesús García Burillo, de Ávila, Espanha, por ocasião do 450º aniversário da fundação do mosteiro de São José de Ávila e do início da reforma do Carmelo, empreendida por Santa Teresa de Jesus.

Bento XVI recordou que "a reforma do Carmelo, cujo aniversário nos enche de alegria interior, nasce da oração e tende à oração. Ao promover um retorno radical à Regra primitiva, afastando-se da Regra mitigada, Santa Teresa de Jesus procurou promover uma forma de vida que levasse ao encontro pessoal com o Senhor, que precisa de ‘solidão e de um olhar para dentro de si mesmo, e do não afastamento de tão Bondoso Hóspede’".

"Santa Teresa propôs um novo estilo de vida carmelita em um novo mundo. Eram tempos difíceis. Naqueles dias, como disse essa mestra de espiritualidade (...), ‘o mundo está ardendo, querem voltar a condenar Cristo, querem destruir a sua Igreja. Não, minhas irmãs, não é hora de tratarmos com Deus de assuntos de pouca monta. Não nos é acaso familiar, na situação em que vivemos, uma reflexão tão luminosa que nos desafie, feita de mais de quatro séculos da santa mística?" continuou o Papa. 

"O objetivo final da reforma teresiana e da criação de novos mosteiros, num mundo pobre de valores espirituais, era promover pela oração o agir apostólico, propondo uma maneira de viver o evangelho que fosse modelo para quem procurava um caminho de perfeição, convencido de que toda autêntica reforma pessoal e eclesial reproduz cada vez melhor em nós a ‘forma’ de Cristo. (...) Mesmo agora, tal como no século XVI, entre as rápidas transformações, é a oração a alma do apostolado, para que ressoe com clareza e grande dinamismo a mensagem salvadora de Jesus Cristo. É urgente que a Palavra de vida vibre nas almas com harmonia, com notas sonoras e atraentes".

"Nesta missão apaixonante, o exemplo de Teresa de Ávila é de grande valia. Podemos dizer que, no seu tempo, a santa evangelizou sem tibieza, com ardor vívido, com métodos distantes da inércia, impregnada de luz. Isto preserva o seu frescor no mundo de hoje, que sente a urgência de renovação do coração dos batizados através da oração pessoal, centrada, seguindo os ditames da mística de Ávila, na contemplação da Humanidade Sacratíssima de Cristo como a única estrada para se chegar à glória de Deus".

"O poder de Cristo levou a santa de Ávila a redobrar os esforços para que o povo de Deus reencontrasse o seu vigor da única forma possível: abrindo espaço em seu íntimo para os sentimentos do Senhor Jesus, procurando em todas as circunstâncias viver de forma radical o seu evangelho". E continuou explicando que "isto significa, em primeiro lugar, permitir que o Espírito Santo nos torne amigos do Mestre e nos configure com ele. Também significa acolher todos os seus mandados e adotar critérios como a humildade de vida, a renúncia ao supérfluo, o não ferir os outros e o proceder com simplicidade e mansidão de coração"

Ao final o Papa afirmou que aqueles que nos rodeiam sentirão a alegria "que vem da nossa adesão ao Senhor, do não antepor coisa alguma ao seu amor, estando sempre dispostos a dar a razão da nossa esperança".

(Tradução:ZENIT)

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Relatório de Moneyval: um compromisso moral e não estritamente técnico
Monsenhor Ettore Balestrero mostra os passos do Vaticano contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 18 de julho de 2012(ZENIT.org) - Por ocasião do relatório de Moneyval, de avaliação das medidas de prevenção contra a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo aprovadas pela Santa Sé, Monsenhor Ettore Balestrero, secretário vaticano para as Relações com os Estados, realizou um briefing na Sala de Imprensa do Vaticano para ilustrar o que foi feito e o que será feito sobre o assunto.

Monsenhor Balestrero foi o chefe da delegação da Santa Sé na Sessão Plenária de MONEYVAL Plenária, realizada dia 4 de Julho, em Estrasburgo.

Para a Santa Sé este caminho representa antes de tudo “um compromisso moral e não estritamente técnico”, com a convicção de que “a conformidade e a efetiva aplicação das normas internacionais é parte do que gera o verdadeiro compromisso moral"

O Estado da Cidade do Vaticano, destacou Mons. Balestero, apresenta a particularidade de ser “ privado de uma economia de mercado”. Não é um “centro financeiro”, onde as atividades financeiras em vigor, “são desenvolvidas para apoiar obras de caridade e de religião”.

Ao mesmo tempo, a Santa Sé "tem uma reconhecida autoridade moral e está em profunda conexão com os países mais próximos e mais distantes do mundo", acrescentou o prelado.

Mons. Ettore Balestrero, vice-secretário para as relações com os Estados, recordou que está em vigor a Lei n°CXXVII como medida de prevenção contra a lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo, desde abril de 2011.

Dentre os elementos da nova legislação em vigor na prevenção e combate à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, estão: o critério do risk based aproach (ou seja, "abordagem baseada no risco") que permite a verificação da identificação de clientes e operações suspeitas; uma maior cooperação internacional, incluindo o intercâmbio de informações com contrapartes estrangeiras; tornou-se explícito e conforme a legislação internacional as normas internas de sigilo em questões financeiras, entre outros.

"Demos, portanto, um passo definitivo, estabelecendo as bases de uma"casa", ou seja, um sistema de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, que seja sólida e sustentável", disse monsenhor Balestrero.

MEM

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Jornada Mundial da Juventude Rio 2013


"Preparai o Caminho"
Comitê Organizador Local da JMJ RIO 2013 promeve uma série de eventos

RIO DE JANEIRO, terça-feira, 17 de julho de 2012(ZENIT.org)- A um ano da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013, o Comitê Organizador Local (COL) da JMJ Rio2013 promoverá uma série de eventos.

A primeira das novidades foi o lançamento da Oração Oficial da JMJ Rio2013. A próxima será a Evangelização através do esporte no dia 22 de julho: uma corrida de rua e caminhada que acontecerão, simultaneamente, em todas as Dioceses do Brasil. 

Nos dias 27, 28 e 29 de julho acontecerá o “Preparai o Caminho”. O evento será no Complexo do Maracanã e marcará a contagem regressiva de um ano para a realização da Jornada. O objetivo é apresentar um pouco daquilo que será a JMJ Rio2013.

O encontro acontecerá em dois locais simultâneos: Ginásio Maracanãzinho e Estádio de Atletismo Célio de Barros.

A expectativa de público é de cerca de 50 mil pessoas durante os três dias de evento, que será transmitido na íntegra pela internet, através do portal oficial da JMJ Rio2013: www.rio2013.com. Os ingressos serão distribuídos nas paróquias.

Confira a programação:

Dia 27

Abertura - Missa presidida pelo Núncio Apostólico

Show com Jovens Cantores apresentando os hinos de todas as JMJs

Dia 28

Abertura das atividades no espaço Célio de Barros

Missa presidida pelo Cardeal Dom Raymundo Damasceno, presidente da CNBB

Exposição de arte sacra

Festival de pipas

Festival de música no palco Célio de Barros

Pregação e testemunhos

Show com Cantores do Rio de Janeiro (Banda Bom Pastor e convidados)

Dia 29

Missa presidida pelo presidente do COL e arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta

Ações sociais: prestação de serviços gratuitos para toda a população (teste de hepatite e glicose, banca de emprego, testes vocacionais, avaliação IMC, etc.)

Apresentação de grandes bandas da musica católica

Palestra do padre Reginaldo Manzotti

Show com Elba Ramalho e grandes nomes da MPB

Show de lançamento CD do padre Omar Raposo, com participação especial de Diogo Nogueira

MEM

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Comunicar a fé hoje


More than Gold: iniciativa pastoral inglesa nas olimpíadas
O espírito olímpico encarnado de modo cristão

LONDRES, sexta-feira, 20 de julho de 2012 (ZENIT.org) - “More than Gold” (Mais do que Ouro) é o nome que a Igreja católica no Reino Unido deu ao movimento pastoral focado nos Jogos Olímpicos de Londres, para fazer do acontecimento esportivo, que começa no próximo dia 27, não apenas uma série de competições, mas uma oportunidade para se encarnar o espírito olímpico de modo verdadeiramente cristão.

O arcebispo de Westminster, dom Vincent Nichols, explica que a Igreja está se mobilizando para receber as famílias dos atletas que querem ver os filhos e filhas, mas não podem pagar os gastos de um hotel. "Encontramos centenas de pessoas dispostas a compartilhar a casa com essas famílias", declara o prelado.

De acordo com o arcebispo, o trabalho da Igreja durante as Olimpíadas abrangerá todo o país, mesmo que os jogos sejam centralizados em Londres. 

O arcebispo de Westminster informa que no início da preparação dos Jogos Olímpicos foi criada a Fundação João Paulo II para o Esporte. Trata-se de uma organização que “tentará ajudar a estruturar nas escolas e nas organizações católicas oportunidades para os jovens das periferias praticarem esporte em vez de vagar pelas ruas”. 

“Conforme a visão do papa Wojtyla, a fundação tentará trabalhar com o espírito, além do corpo, para integrar o bem-estar físico e o espiritual", afirma Nichols. 

Outra iniciativa que envolve todo o Reino Unido é "A Chama", que reuniu cerca de nove mil pessoas para falar da chama da fé. Durante o evento, alguns atletas olímpicos explicaram como a fé cristã que eles possuem é importante para a sua formação atlética. 

O prelado explica ainda que, desde bem antes dos Jogos Olímpicos, a Igreja vem trabalhando junto aos estudantes. Há um ano, as escolas católicas aproveitaram o fato esportivo para educar sobre as virtudes tradicionais, destacando que "se os atletas treinam para uma competição, nós treinamos para ser cidadãos virtuosos". 

Quanto às cerimônias litúrgicas durante os jogos na capital do país, o arcebispo informa que haverá uma missa de abertura na catedral de Westminster no dia 28 de julho, um dia depois do início oficial das olimpíadas. 

Também haverá uma cerimônia de encerramento e conclusão dos Jogos Paraolímpicos, que acontecem logo depois das olimpíadas.

(Trad.ZENIT)

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Brasil


A presença de São Camilo Lelis no Brasil
Reflexões de Dom João Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO, quinta-feira, 19 de julho de 2012(ZENIT.org) - No último dia 14 de julho comemoramos o Dia de São Camilo de Lelis, fundador da Ordem dos Ministros dos Enfermos (Camilianos).

Neste ano de 2012, os religiosos Camilianos Brasileiros celebram os 90 anos da chegada dos seus pioneiros no Brasil, no porto do Rio de Janeiro, em 15 de setembro (1922-2012). Em 2014 se completarão 400 anos da morte de São Camilo (1550-1614).

Para celebrar essas datas, a Província Camiliana Brasileira trouxe a relíquia do coração de São Camilo ao Brasil, que percorre neste mês as diversas cidades onde os Camilianos atuam. A Arquidiocese do Rio de Janeiro receberá essa relíquia no dia 21de julho, sábado, e aproveitará deste momento para celebrar o trabalho da Pastoral dos Enfermos ou da Saúde, dentro deste ano em que aprofundamos o tema da Campanha da Fraternidade sobre a saúde pública. Antes da Missa faremos a IIª Peregrinação da Pastoral da Saúde da Arquidiocese ao Santuário de São Camilo.

A inspiração da vida e missão de São Camilo pode nos ajudar em nosso empenho tanto no trabalho de presença junto aos enfermos, como na luta por uma saúde com mais dignidade.

Quatro séculos de distância não apagaram a atualidade da mensagem e espiritualidade vivida e transmitida por São Camilo. Ainda mais, à medida que o tempo passa fica sempre mais evidente a sua atualidade e sua capacidade de atração. Sobretudo pelo caráter humano e singular de sua pessoa e biografia, mas também, por certo, por que em sua espiritualidade se cumprem com rigor os principais requisitos para sua credibilidade e duração no tempo: sua clara inspiração evangélica, a resposta a um dom particular (carisma) recebido em vista da missão, sua dimensão eclesial e capacidade de conduzir seus seguidores à santidade efetiva.

No itinerário espiritual de Camilo existem experiências e momentos que marcaram sua vida e deram também uma configuração especial à sua espiritualidade. Algumas de suas características mais marcantes desta espiritualidade.

         Camilo chegou ao encontro decisivo com Deus pela “via da indigência”. Desde a orfandade prematura (perde a mãe aos 13 anos e o pai, que era um militar, aos 19 anos), desde a pobreza material, a chaga inoportuna e crônica no peito do pé direito, a vida sem rumo e o vazio interior: parece que tudo estava misteriosamente predisposto para um encontro que foi adquirindo forma e gerando nova vida. Em sua indigência se tornou palpável a misericórdia de Deus. É o itinerário de um convertido, que deixou uma marca profunda em seus filhos: os filhos de um convertido.

A experiência de sua conversão, em 2 de fevereiro de 1575, centrou e unificou o seu coração, centrando sua vida e sobretudo sua opção em Cristo misericordioso de uma radicalidade permanente: o serviço aos enfermos, concebido e praticado, ainda que com o risco da própria vida – constitui o quarto voto dos camilianos, tão original e essencial como a profissão dos conselhos evangélicos. A atual Constituição da Ordem recolhe esta opção de fundo na confissão de Camilo e dos religiosos camilianos: “Nós. Acreditamos no amor (1 Jo 4,16) e, movidos pelo Espírito Santo, abraçamos o carisma próprio da Ordem. Queremos viver unicamente para Deus e para Jesus Cristo misericordioso, servindo aos enfermos na pobreza, castidade e obediência”.

         Camilo bebeu e transmitiu esta radicalidade centrando sua atenção no Evangelho da misericórdia. A inspiração bíblica de sua espiritualidade se fundamenta basicamente em dois textos evangélicos, nos quais encontrou a síntese vital de sua configuração com Cristo: A parábola do bom Samaritano (Lc 10) e o texto de Mateus 25,36-40: Estive enfermo e me visitastes... o que fizestes a um destes meus irmãos mais humildes, a mim o fizestes”.

Podemos fazer uma leitura “contemplativa e operativa” desses textos.  A fonte e o núcleo de sua espiritualidade, também para o cristão de hoje, estavam justamente em ver, contemplar e servir a Cristo no enfermo, e em ver e servir ao enfermo com os mesmos gestos, atitudes e sentimentos de Cristo misericordioso.  A sua fé se traduziaem caridade. Com esta harmonia interior, sem divisões nem dicotomias, Camilo viveu as experiências mais belas, uma espécie de livro inesgotável para seus discípulos. Tratava os doentes como se fosse o próprio Cristo e, além de lhes resgatar sua dignidade, os enlevava enquanto objeto de amor, na mesma “categoria” de Cristo. Chegou a tal ponto, nesta perspectiva, de pedir perdão de seus pecados e de considerar os enfermos como seus “patrões e senhores”. 

         Esta configuração com Cristo misericordioso e bom samaritano operou em Camilo uma verdadeira transformação de sua própria humanidade com todas suas faculdades e energias. Uma transformação com uma forte dimensão estética: o serviço como obra de arte, em que o corpo, educado na escola do bom Samaritano, se converte em veículo da ternura de Cristo. Era todo coração para os enfermos, e transformou em programa de educação, transmitido de geração em geração, a expressão “mais coração nessas mãos, irmão!, ou então aquele pensamento em que diz; “cada um peça a Graça ao Senhor... porque queremos servir aos enfermos com o mesmo amor com que uma mãe cuida de seu próprio filho enfermo”.  Aqui estão colocados os valores fundamentais de qualquer programa de humanização de serviços de saúde, hoje sempre mais técnicos, frios e sem alma! Urge transformar esta cultura.        

         A espiritualidade camiliana aparece profundamente radicada no Carisma da Ordem e na experiência do Espírito transmitida pelo fundador, e é expressa como “o dom de reviver e testemunhar no mundo o amor sempre presente de Cristo para com os enfermos “(C 1). Dito de uma forma direta e sem matizes, o dom que alimenta e dá conteúdo à espiritualidade consiste no presente de uma nova experiência: a possibilidade de apropriar-se dos sentimentos, gestos e atitudes de Cristo misericordioso (o que ele sentiu e fez).

Resulta transparente a centralidade do ministério/serviço. Trata-se do serviço ao próprio Cristo (aqui seu valor), do que Ele fez e do significado de sua ação solidária, terapêutica e salvífica em favor dos enfermos. Este ministério acolhido e realizado é obra da Graça, a qual edifica sobre a fraqueza humana, se integra no seguimento de cristo, constitui um modo novo de viver a relação com Deus. Nós, cristãos de hoje, precisamos estar conscientes de que o serviço nos remete sempre ao Cristo misericordioso como referência existencial e contempla em Jesus não somente um exemplo a ser seguido, mas também a razão que orienta e reorienta sua vida.

         Na vivência do ministério, o cristão se coloca na mesma perspectiva de Cristo.  O cristão e, especialmente o Camiliano, está consciente de que, com sua consagração a serviço da saúde e aos enfermos, prolonga no mundo a missão salvífica e terapêutica de Cristo. Sabe, portanto, que tem a oferecer a mesma saúde que Jesus ofereceu: uma saúde integral, que compreende todas as dimensões da pessoa (física, psíquica, social e espiritual), uma saúde orientada para a salvação. Para ele, para além do horizonte final de sua ação, é importante explicitar o “a partir de onde”. Como em Cristo, a partir de “baixo”, a partir de sua atitude vital que leva a sério todo o humano, que descende ao centro das periferias, que encontra e serve a Cristo no caminho samaritano (a “liturgia dos gestos”) e traduz a caridade em sensibilidade, num sexto sentido e num terceiro ouvido.

         Este serviço se inspira no mistério mesmo da Encarnação. Nele, aprende a olhar com olhos diferentes todo o humano, alimenta sua “paixão pela vida”, especialmente a mais ameaçada, frágil e indefesa; aprende a viver saudavelmente e santamente seu próprio corpo. Da Encarnação parte e se expande o plano salvífico de Cristo. Uma de suas expressões mais significativas está em Jo 10,10: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. 

         Da vocação, a identificar-se com Cristo e sua paixão pela vida, brota espontaneamente uma associação indissolúvel entre o serviço da vida e a vida de oração.  Para São Camilo, como vimos, o serviço aos enfermos era uma Graça a ser pedida e, ao mesmo tempo, a expressão mais perfeita da caridade.      

Algumas características específicas que convém ressaltar: esta espiritualidade de oração tão rente ao chão da vida, significa orar diante da realidade da vidaPara o cristão este é “o espaço”, sempre com rostos, de sua relação com Deus. Sabedor de sua missão de dar vida, o cristão percorre o mesmo caminho de Cristo: situa-se a partir dos sofrimentos do homem, em suas pequenas expectativas e em suas grandes esperanças. Torna-se um expert em humanidade, acolhe e respeita todo o humano, acompanha os processos de perto, ajuda a curar as feridas e a abrir novos horizontes...

         Outro aspecto fundamental, embora nem sempre explicitado: espiritualidade da comunhão, em todos os níveis. Para entendermos melhor precisamos partir das referências fundamentais.  A primeira é Bíblica: a saúde e o serviço aos enfermos foram encomendados à Igreja como dom e como missão. Além disso, situados por Cristo, no mesmo nível que o anúncio do Reino: curar e anunciar (Lc 10,9). Outro referencial: a saúde remete sempre a um lugar, a uma comunidade, a um tecido relacional. Pois bem, a espiritualidade camiliana tem uma de suas expressões mais relevantes em sua capacidade de gerar alianças (aliança terapêutica), de semear solidariedade e de buscar efeitos multiplicadores. Nascidos segundo o dom do Espírito, para cuidar e ensinar a cuidar da vida e saúde da humanidade ferida e sofrida.      

         Não foi por acaso que São Camilo foi proclamado como sendo o padroeiro dos doentes e dos profissionais da saúde e dos hospitais. Foi seguindo este itinerário espiritual que ele se santificou e transformou a realidade dos cuidados de saúde de então.  Necessitamos hoje de mais “Camilos”, como agentes da pastoral da saúde, profissionais da saúde conscientes do seu dever de servir com amor e competência científica, para viabilizar nosso sistema público de saúde, o SUS que queremos.  

São Camilo de Lélis, rogai por nós!    

† Orani João Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ     

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O que está acontecendo com a sociedade brasileira?
Mensagem de Dom João Carlos Petrini, Presidente da comissão episcopal pastoral para Vida e Família da CNBB

BRASILIA, quarta-feira, 18 de julho de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos a seguir mensagem enviada por Dom João Carlos Petrini, Bispo de Camaçari, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB e Vice-Presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família – seção brasileira, sobre a situação da defesa da vida no território brasileiro.

***

“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”(Jo 10,10)

Prezados irmãos e irmãs,

Durante a última Assembleia Geral da CNBB, ao comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) relativa à legitimidade do aborto de crianças portadoras de anencefalia, foi decidido que a Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família (CEPVF) iria elaborar, com a participação do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (CONSEP), uma proposta para responder aos desafios que estavam evidenciando-se naquela circunstância. Na realidade, no cenário da sociedade e da cultura atuais, apresentam-se diversas formas de desrespeito e agressão à vida humana, que clamam ao céu (cf. EV 9; Gn 4, 9-10; Mt 23, 35) e que exigem dos pastores e fiéis das comunidades católicas uma resposta orgânica, sistemática e propositiva.

De fato, não é suficiente apenas evitar a aprovação de leis contrárias à vida e repetir normas que proíbem ações contrárias. Mesmo sem essas leis, a vida humana é quotidianamente ferida. Por outro lado, nossa tarefa de cristãos é valorizar o respeito, a promoção e a defesa da vida, quer com uma legislação favorável, quer contrária. Somos chamados a despertar sentimentos e atitudes de atração, de fascínio, de amor que acolhe e valoriza a vida, pela sua beleza, porque é o maior dom que recebemos do Criador. 

Recordemos algumas situações:

a- O STF liberou o aborto de crianças portadoras de anencefalia.

b- Está em discussão o Projeto de Reforma do Código Penal que inclui entre suas normas a legalização do aborto, da eutanásia, da profissão de prostituto/a, entre outras.

c- O Ministério da Saúde está elaborando um modo de “diminuir os danos” à saúde da mulher, provocados por abortos clandestinos, legitimando e amparando, de fato, a realização do aborto, mesmo que a lei o considere crime (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1100945-governo-estuda-adotar-medidas-de-reducao-de-danos-para-aborto-ilegal.shtml).

d- A fecundação artificial (dita assistida) dá origem a uma nova vida em situação indigna de um ser humano. De fato, o novo ser não nasce de uma relação de amor, mas em laboratório. No entanto, cada ser humano tem o direito de nascer de um ato de amor entre um homem e uma mulher. Além disso, para cada gravidez encomendada, são produzidos diversos embriões (de 5 a 8), sendo aproveitados os mais bem sucedidos e destruindo os outros.

e- Centenas de adolescentes e de jovens, toda semana, perdem a vida por causa das guerras que se travam ao redor das drogas.

f- São alarmantes as situações de violência que afetam crianças, idosos, mulheres e agora também homens, em ambientes domésticos.

A lista poderia estender-se ainda muito mais.

O que está acontecendo com a nossa sociedade?

Muitos pensavam (alguns ainda pensam) que a sociedade moderna não precisa de religião, que as novas gerações poderiam realizar-se e conseguir sucesso e bem estar mais agilmente, ignorando a luz de Cristo e a sabedoria do evangelho, ignorando também o ideal da vida fraterna e da caridade que respeita e acolhe o outro. Foi desvalorizado o entendimento segundo o qual a vida encontra realização e felicidade fazendo o dom sincero de si para o bem e a felicidade de outros, até com o sacrifício próprio (na família, na vida consagrada, na profissão, na política) (cf. Jo 10, 25; 15, 13; Lc 17, 33). Prevalece, agora, o privilégio dado ao próprio bem estar, mesmo com sacrifício dos outros (o aborto de um filho com anencefalia vai nesta direção).  A vida humana é avaliada pela sua utilidade, sendo descartada quando exige dedicação de tempo e de dinheiro, considerada mais uma mercadoria do que algo sagrado. A postura que a Igreja muitas vezes usou de proibir certas práticas ou condenar certas atitudes não tem o efeito esperado. Pelo contrário, parece que suscita irritação e distanciamento.  É necessário empreender uma grande educação popular, no horizonte da nova evangelização (cf. DGAE 2011-2015, p. 9), de modo que cada leigo engajado possa discernir as propostas e as situações que contradizem o Evangelho e o verdadeiro bem do ser humano, e seja capaz de dar as razões (cf. 1P 13, 15) pelas quais rejeita certas opções e se decide por outras.

A CEPVF, em comum acordo com o CONSEP, propõe a criação de Comissões de Respeito Promoção e Defesa da Vida em cada diocese, e, sempre que possível, em cada paróquia, organizadas pela Igreja, com a finalidade de:

a- Compreender as formas de agressão e desrespeito à vida que acontecem no território nacional, da diocese ou da paróquia.

b- Dar visibilidade a esses problemas na imprensa local, nas rádios comunitárias, ou através da elaboração de uma específica publicação.

c- Procurar evidenciar as razões para defender e promover a vida que possam ser aceitas inclusive por parte de quem se declara sem religião, na base da razão natural que compreende a dignidade da vida e reconhece os direitos universais.

d- Oferecer às próprias comunidades uma formação enraizada na Palavra de Deus e na Doutrina Social da Igreja, de maneira que cada um se torne um militante da defesa e da promoção da vida (cf. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil - DGAE - 2011-2015, n. 67).

e- Promover debates públicos, bem como nos meios de comunicação que são acessíveis, para criar mentalidade.

f- Estabelecer parcerias com Escolas públicas e privadas, através da elaboração de textos, vídeos e outros meios didáticos que visem à formação das crianças e dos adolescentes. Promover concursos de desenho, redação e outros, tendo como tema a defesa e a promoção da vida, especialmente por ocasião da Semana Nacional da Vida.

g- Suscitar debates nas câmaras municipais, nas Assembleias Legislativas, com a finalidade de sensibilizar um segmento da população mais difícil de ser atingido e que em geral influencia muitas pessoas.

Na medida em que nas maiores cidades de um Estado estão constituídas Comissões de Respeito, Promoção e Defesa da Vida, será fácil constituir uma comissão de nível estadual, com a participação de representantes de outras religiões, professores universitários, políticos etc.

Trata-se de defender a vida humana não somente contra as tentativas de ampliar a legitimidade de abortar, mas de promover a vida humana em todas as situações nas quais é ofendida e é ferida a sua dignidade inviolável (cf. DGAE 2011-15, n. 66 e 69). Basta lembrar as situações de trabalho escravo, de miséria extrema e fome, de abandono de crianças ou de idosos, de tráfico de pessoas, abuso de menores etc.

A CEPVF elaborou algumas sugestões práticas para a constituição das Comissões nas Dioceses e nas Paróquias. Essas sugestões são publicadas no subsídio “Hora da Vida”, nas páginas finais. Pedimos aos bispos, padres e leigos que tomem a frente desse movimento de evangelização e de educação popular que visa defender e promover a vida, sempre que é desrespeitada e oprimida, de modo a motivar lideranças qualificadas capazes de levar adiante com generosidade e com criatividade esta proposta. 

Existem outros subsídios já elaborados que podem auxiliar, especialmente na etapa inicial da implantação da Comissão. A CEPVF está à disposição para auxiliar e orientar em tudo o que for possível.

Dom João Carlos Petrini é Bispo de Camaçari, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB e Vice-Presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família – seção brasileira.

Contatos - e-mail: vidafamilia@cnbb.org.br; familia@cnbb.org.br; secren@cnpf.org.br; tel.: (61) 3443-2900; (61) 8155-5631; (61) 2103-8300

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Cultura


Santa Úrsula: começa escavação da primeira tumba
Novidades mudam o panorama das descobertas sobre a Mona Lisa

ROMA, quarta-feira, 18 de julho de 2012 (ZENIT.org) - Começou ontem, 17, na presença de jornalistas, a escavação da tumba de terra descoberta durante a segunda fase das obras da Província de Florença no antigo convento de Santa Úrsula.

“Este, sem dúvida, é o altar que era usado no tempo de Lisa Gherardini”, confirma Valeria D'Aquino, arqueóloga da Superintendência da Toscana. “Esta descoberta descarta o altar que tinha sido encontrado anteriormente, no lado oposto da igreja, durante as escavações do ano passado”.

"Temos que reler com outra perspectiva as notícias de arquivo sobre o trabalho das franciscanas depois de 1450", afirma Silvano Vinceti, presidente do Comitê de Valorização do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental, que está conduzindo um estudo independente para identificar os restos mortais da Mona Lisa. "Podemos fazer novas conjecturas sobre o enterro de Lisa Gherardini, que ocorreu em 1542, ou seja, quando era usado na igreja de Santa Úrsula exatamente o altar que foi achado nos últimos dias, nas escavações feitas pela Superintendência".

A operação também será acompanhada pelo assessor de edificações da Província de Florença, Stefano Giorgetti.

(Tradução:ZENIT)

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Familia e Vida


Europa: retomada demográfica é urgente
Alerta é do arcebispo de Malines-Bruxelas, dom André-Joseph Léonard

BRUXELAS, terça-feira, 17 de julho de 2012 (ZENIT.org) - A família saudável é um ganho para todos, defende dom André-Joseph Léonard, em apelo urgente pela "recuperação demográfica" da Europa e por políticas de apoio à família.

O arcebispo de Malines-Bruxelas palestrou em 12 de julho sobre a crise demográfica e o papel central da família na sociedade, durante a cúpula anual entre as instituições europeias e os representantes religiosos.

Organizada a convite do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, a reunião foi comandada pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e pelo vice-presidente do Parlamento Europeu, László Surján.

O impacto positivo do casamento

Para Léonard, o futuro da demografia na Europa exige "sustentar a família no sentido primário da palavra" (pai, mãe e filhos), "sem influências de ideologias de gênero".

"Temos que reforçar o impacto positivo da instituição do matrimônio", porque a estabilidade da família é um "valor agregado" para a sociedade, ressaltou o arcebispo belga. Essa estabilidade limita "as conseqüências desastrosas do divórcio fácil na situação econômica dos cônjuges e no desenvolvimento dos filhos".

"A boa saúde das famílias representa um ganho para todos, jovens, adultos e idosos", completa Léonard.

A opção preferencial

Recordando que "praticamente nenhum país da UE tem taxa de fertilidade que permita a simples substituição das gerações", o arcebispo exortou os países a tomarem "medidas corajosas" para corrigir esta situação preocupante.

Léonard pediu uma "opção preferencial": mais do que encontrar maneiras de "pagar aposentadorias e reembolsar os gastos com a saúde", deve-se "encorajar fortemente a retomada demográfica na Europa", explicou. Não basta "tratar os sintomas", acredita o religioso, que convoca o continente a "cortar o mal pela raiz" e dar "uma solução permanente para o problema".

Em particular, dom Léonard sugere a "adoção de políticas fiscais favoráveis ​​à família, o incentivo para o nascimento do terceiro ou até do quarto filho, a criação de estruturas de assistência à infância, ajudas para que as famílias conciliem trabalho e vida doméstica e mais valorização da contribuição econômica e social do trabalho educativo das mães".

(Trad.ZENIT)

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Brasil é o terceiro país no mundo a receber as Equipes de Nossa Senhora
Brasília se prepara para o XI Encontro Internacional das ENS

BRASÍLIA, terça-feira, 17 de julho de 2012(ZENIT.org) – O Brasil é o terceiro país no mundo a receber o Movimento – Equipes de Nossa Senhora (ENS) - e o primeiro de língua não francesa. Este ano, pela primeira vez, o Encontro Internacional acontecerá fora da Europa e será no Brasil, em Brasília, de 21 a 26 de julho.

Para compreender melhor o ENS publicamos o texto que segue, enviado à ZENIT pelo casal participante do Movimento, Leila e Antonio Carlos.

As Equipes de Nossa Senhora – ENS – são um movimento Cristocêntrico da Igreja Católica Apostólica Romana, fundado pelo Padre Henry Cafarrel e alguns casais franceses durante a Segunda Guerra Mundial, nos idos de 1938, na França. Constitui uma Associação Internacional Católica de Leigos, reconhecida pelo Decreto 650, de 1992, do Pontificium Consilium pro Laicis do Vaticano. Tem como carisma a “Espiritualidade Conjugal”, e como mística – “Reunidos em nome de Cristo, no auxílio mútuo e testemunho do sacramento do matrimônio”. No site www.ens.org.br podem ser encontradas as mais diferentes informações sobre o movimento.

Hoje, as ENS estão em 86 países do mundo. No Brasil, já estão implantadas desde 13/maio/1950, tendo sido seus precursores o casal Nancy e Pedro Mancau,em São Paulo/SP. O Brasil é o terceiro país no mundo a receber o Movimento e o primeiro de língua não francesa.

Cada ENS é composta de cinco a sete casais e um Conselheiro Espiritual (CE), que pode ser Sacerdote, Diácono, ou religioso/religiosa, integrando os dois sacramentos de serviço, Matrimônio e Ordem, favorecendo o posicionamento dos casais na visão e doutrina da Igreja nos temas atuais em relação à família e à vida em casal. 

Os casais equipistas devem vivenciar a espiritualidade conjugal e buscar a santificação do cônjuge por meio da vivência dos PCEs – Pontos Concretos de Esforço – na escuta assídua da Palavra de Deus, meditação, oração conjugal, regra de vida, dever de sentar-se e retiro. Estes PCEs visam levar o casal à busca assídua da vontade de Deus, a viver a verdade e a testemunhar a comunhão com os irmãos, entre si e com Deus. A Oração do Magnificat deve ser feita diariamente pelos integrantes, em prol do movimento e dos equipistas do mundo inteiro.

A cada seis anos realiza-se um Encontro Internacional das ENS, congregando equipistas de todas as partes do mundo. Este ano, pela primeira vez, o Encontro Internacional acontecerá fora da Europa e será no Brasil, em Brasília, de21 a26 de julho de 2012. Espera-se reunir cerca de 7.500 pessoas vindas do mundo todo, dentre elas 450 Conselheiros Espirituais, sendo 17 bispos, 400 sacerdotes e 33 religiosos/as.

Durante o Encontro Internacional, serão realizadas palestras, testemunhos, missas e reuniões de grupos de assimilação. Acontecerá também um ato público no coração político do país no dia 24/julho, com a finalidade de testemunhar a vivência do sacramento do matrimônio. O lema deste XI Encontro Internacional é “OUSAR O EVANGELHO”, inspirado no Evangelho de Lucas 10, 30-37, na passagem do Bom Samaritano.

Pedimos as orações de todos para o êxito do XI Encontro Internacional das ENS e o testemunho de casais que vivem o matrimônio cristão.

Para outras informações acesse notícia publicada por ZENIT na segunda-feira http://www.zenit.org/article-30827?l=portuguese  cujos contatos são:

Raimundo Veloso Leal & Vera Lúcia Morais Leal

TICO & VERA  - Casal Coordenador da Comissão Nacional da Pastoral Familiar - CNPF

e Equipistas. (Equipe 4 - setor B - Salvador/Bahia)

(71) 9963.9003  /  (71) 9141.8420 (TICO)

(71) 9286.1616  /  (71) 9921.3102 (VERA)

e-mail(s): ticovera@terra.com.br /  ticovera@ig.com.br

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Protagonismo do leigo e ações efetivas na defesa da vida
Terminou o Seminário Nacional Juventude e Bioética em Brasília

BRASILIA, segunda-feira, 16 de julho de 2012(ZENIT.org)- Terminou o Seminário Nacional Juventude e Bioética, promovido pela CNBB em Brasília (DF), cujo foco principal foi a defesa da vida.

Durante todo o evento, foram lembrados diferentes exemplos de como a sociedade tem mudado seus parâmetros de avaliação para buscar o mínimo de sofrimento e o máximo do prazer. Um deles foi o julgamento no Supremo Tribunal Federal do aborto de fetos anencefálos.

Lenise Garcia, presidente do movimento Brasil Sem Aborto, lembrou que a argumentação pela liberação do aborto nestes casos foi baseada “no sentimento das mães, no sofrimento, na dor”.

O ponto de partida das atividades desta última etapa foi a palestra do assessor da Comissão para a Vida e Família, padre Rafael Fornasier que ressaltou a necessidade do protagonismo leigo e de ações efetivas na defesa da vida.

Padre Rafael indicou algumas pistas de ação pastoral: ações para a coleta de assinaturas para aprovação do Estatuto do Nascituro e formação contínua, através de documentos e do Catecismo da Igreja, além de grupos de estudo e discussão destas temáticas.

Ao final houve uma sessão de perguntas e respostas entre os jovens participantes e os palestrantes, com a presença de dom Fernando Chomali, da Pontifícia Academia para a Vida da Santa Sé.

O Seminário terminou com a Santa Missa celebrada ao meio-dia, no Santuário Dom Bosco.

MEM

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Deus chora na Terra


"Esperamos ajuda da comunidade internacional"
Apelo do Núncio Apostólico na Síria, Dom Zenari

ROMA, sexta-feira, 20 de julho de 2012(ZENIT.org) – Em entrevista à Radio Vaticano o Núncio Apostólico na Síria, Dom Mario Zenari relatou o drama da população.

''Estamos vivendo uma situação muito grave nesses dia sem Damasco. Esperamos ajuda da comunidade internacional, que tem que encontrar uma unanimidade para ajudar a Síria a sair desta terrível espiral de violência. As pessoas estão com medo e se vê pelas ruas caminhões repletos de gente fugindo.”.

Os combates prosseguiram durante toda a noite em diversos bairros de Damasco pelo sexto dia consecutivo. Diante da ofensiva dos rebeldes, o exército intensificou as operações no centro da capital, com a presença de mais de 15 carros armados, afirmou a notícia.

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Mundo


Encontro da pastoral afro-americana e caribenha
Em Guayaquil, Equador

GUAYAQUIL, quinta-feira, 19 de julho de 2012 (ZENIT.org) – De 16 a 20 de julho acontece em Guayaquil, no Equador, o XII Encontro de Pastoral Afro-Americana e Caribenha (EPA), com a participação de 250 membros de diversas conferências episcopais do continente americano.

Fazem parte do encontro delegados do Brasil, da Venezuela, da Colômbia, do Equador, do Peru, do México, do Panamá, da Argentina, da Bolívia, do Haiti, da República Dominicana, do Paraguai, do Chile, do Uruguai, da Costa Rica, da Nicarágua, de Honduras, da Guatemala e da Jamaica. Nos eventos, que são organizados pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), participam também os bispos responsáveis pelas pastorais dedicadas às populações afro-americanas do país.

O encontro tem como objetivos revitalizar os processos de participação da população afro-americana na Igreja e na sociedade, fomentar a unidade e o desenvolvimento humano, social e religioso dos povos da América Latina e do Caribe e continuar o processo de construção de comunidades cristãs negras com identidade própria.

O XII Encontro da Pastoral Afro-Americana foi aberto na catedral metropolitana no último 16 de julho, com missa presidida por dom Antonio Arregui Yarza, arcebispo de Guayaquil e presidente da Conferência Episcopal Equatoriana. Amanhã,20, amissa de encerramento será presidida por dom Giacomo Ottonello, núncio apostólico no Equador, também na catedral, ao meio-dia.

Bento XVI enviou uma mensagem aos participantes do encontro através do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone. No texto dirigido a dom Pablo Varela, presidente do Departamento de Educação e Cultura do CELAM, o papa expressa a sua “proximidade e apoio espiritual”. Bento XVI também os incentiva, “nas reflexões, a se aprofundarem nos valores culturais, na história e nas tradições dos afro-americanos, para que a Igreja saiba cada vez mais apresentar Jesus Cristo como a resposta autêntica às perguntas mais profundas do ser humano, deixando-se conduzir pelo impulso do Espírito Santo, que veio fecundar todas as culturas, purificando-as e desenvolvendo os numerosos germes e sementes que o Verbo encarnado plantou em cada uma, orientando-as, assim, pelos caminhos do evangelho”.

Depois de convidar “os senhores bispos e os seus colaboradores a continuar acompanhando essas queridas populações, às vezes marginalizadas e pouco atendidas”, o papa “concede a todos uma especial bênção apostólica”.

(Tradução:ZENIT)

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Entrevistas


O Concílio Vaticano II derrubou a Doutrina da Guerra Justa
Entrevista com o cardeal Georges Cottier, testemunha do Vaticano II (parte 4)

Por José Antonio Varela

ROMA, sexta-feira, 20 de julho de 2012(ZENIT.org) - Dizem que se não aprendemos com os próprios erros, corre-se o risco de repetir a história. É um conceito muito claro, este último para o cardeal Cottier, ao analisar o momento atual, onde opera uma Igreja que recebeu luz e certeza do Concílio Vaticano II, e que, em virtude disso, é capaz de falar em um mundo "rápido para responder, mas lento para escutar."

Apresentamos a seguir a última parte da entrevista com o cardeal suíço Georges Cottier, OP, catedrático universitário durante décadas, ex-secretário da Comissão Teológica Internacional e teólogo pontifício.

Conversamos sobre o perdão público que o beato João Paulo II quis pedir. Na sua opinião, o que a humanidade está fazendo hoje e a quem ela vai pedir perdão amanhã?

Cardeal Cottier: Temos todo o problema da banalização do aborto, e também a abertura de algumas práticas sem respeito pelo embrião humano. Estas são, para mim, as maiores culpas que corremos o risco de pagar. Agora existe a possibilidade de ver o sexo do bebê no útero da mãe: em alguns países, eles preferem o menino e descartam a menina, e então acontece um sério desequilíbrio demográfico. A permissividade nas questões sexuais, eu diria, também pode ser considerada uma ofensa contra a pessoa, especialmente contra a mulher e as crianças.

Só neste âmbito?

Cardeal Cottier: Não, existe outro, o do comércio de armas. Já existem muitos esforços neste sentido, mas o processo ainda não terminou. As guerras na África, por exemplo, são muito duras e causam muitas vítimas inocentes. Mas todas as armas são feitas nas nossas fábricas ocidentais, ou na China e na Rússia. Nós temos que dar uma olhada também na economia de hoje, na tolerância de algumas misérias e assim por diante. Caso contrário, o futuro vai ser rigoroso conosco.

Como a Igreja Católica está respondendo a tudo isso?

Cardeal Cottier: A Igreja sempre combateu esses pecados, com as iniciativas e com os meios evangélicos da pregação. Eu diria que "o bem é mais eficaz do que o mal", mesmo que as aparências pareçam provar o contrário. O bem, na verdade, não é visto, é silencioso, é como a imagem de Jesus que pega a semente e joga na terra e depois ela germina lentamente. Já os maus fazem alarido e deixam ruínas, mortes físicas e espirituais nas almas. Nós fizemos grandes progressos desde a última guerra. A experiência foi tão terrível que agora nós temos mais consciência para adotar uma atitude pacífica, de diálogo, que também é um fruto do concílio.

O Vaticano mudou de atitude em relação com a guerra?

Cardeal Cottier: Antes das duas guerras mundiais, os teólogos tinham uma teologia da guerra justa, que é um grande problema. Assim como todas as monstruosidades que aconteceram, o poder de meios como a bomba atômica, etc. Agora sabemos que a guerra nunca é a solução, mas o que aconteceu antes de chegarmos a essa conclusão? Começou o concílio, e graças à encíclica Pacem in Terris, do papa João XXIII, e ao grande discurso de Paulo VI nas Nações Unidas, a Igreja começou a desenvolver uma doutrina da paz, não mais da guerra. Basta lembrar todos os discursos de 1º de janeiro. Há todo um conjunto de reflexões sobre a paz, que é riquíssimo, além de ser uma contribuição muito moderna.

O senhor acha que ainda há setores em que a Igreja está errando e deverá pedir perdão no futuro?

Cardeal Cottier: Sim, talvez. Mas eu não diria a Igreja, como Cristo a quer, e sim os membros dela ou alguns setores do mundo cristão. Claro que existem preconceitos, como, por exemplo, a acusação de que os ambientes ricos ignoram os pobres. Isso não é verdade. A divisão das propriedades, ou a tolerância de algumas leis injustas, o uso da violência, isso não é a Igreja. Em documentos recentes, por exemplo, insistimos na democracia. Mas o que significa democracia? Não é apenas um tipo de votação, mas a participação dos homens como pessoas.

A desobediência à Igreja em algumas regiões, como o norte da Europa... Por quê? É um modo de pensar que as igrejas vão voltar a se encher de gente graças a essa postura?

Cardeal Cottier: Não, eu acho que esses movimentos de contestação na Igreja sempre existiram, e ficaram mais frequentes depois de 1968 na Europa e na América do Norte. Existem grupos que fazem reivindicações bastante absurdas, como as mulheres que querem o sacerdócio feminino. A Igreja tem que valorizar os talentos de homens e mulheres na vocação de cada um. Curiosamente, esse tipo de afirmação é frequentemente o resultado de uma negação da natureza humana. Todas as teorias de "gênero" se resolvem no fato de que a diferença sexual é uma realidade natural, não cultural. A natureza é um caminho para a vocação, seja do homem ou da mulher.

Sobre isto a Igreja já falou, não é?

Cardeal Cottier: Referindo-se à tradição que vem de Cristo, João Paulo II foi claro e disse: "Não é possível que a Igreja se sinta no direito de mexer numa coisa em que o próprio Jesus deu o exemplo". Mas alguns responderam: "Cristo se adaptou à sua época". Eu acho que essa resposta é de pouco valor, já que Maria, que sempre foi central, nunca teve deveres sacerdotais, mas outra vocação. É muito interessante ver que muitas feministas querem a ordenação de mulheres porque veem o sacerdócio a partir de uma perspectiva de poder, algo totalmente falso. O papa repetiu muitas vezes que o sacerdócio é um serviço. Quando se entende isso, já muda muito.

Há outros temas polêmicos?

Cardeal Cottier: Sim, o casamento dos padres e todas as crises que este assunto envolve. Uma das primeiras exigências da Reforma Protestante foi que os padres pudessem casar. Mas o evangelho não é fácil. Pelo contrário, ele é bem exigente, e é assim porque ele tem um propósito grandíssimo: a alegria. A alegria evangélica não é aquela que é proposta pela sociedade do consumo, mas a alegria de Deus. Há uma conveniência espiritual profundíssima nessa intenção do celibato na Igreja de rito latino, que traz muitos frutos espirituais que não devemos desperdiçar.

Até porque um padre casado não seria só marido, mas também pai de família...

Cardeal Cottier: A vocação do pai de família não é uma vocação pequena. Hoje ela exige muito também do espírito, e eu não sei se, de fato, seria compatível. Além disso, a Igreja também acredita que, quando se consagra um bispo, ele é considerado como o seu esposo. A mesma coisa acontece no clero diocesano. Portanto, há um tesouro espiritual que a Igreja não pode abandonar. Alguns bispos colocam problemas, mas não é pecado colocar questões, temos que estudá-las, certo? Estas questões têm que ser encaradas na nova evangelização.

Para encerrarmos, qual é a sua mensagem para as gerações mais jovens que estão começando a caminhada na Igreja, como padres, freiras, como pessoas que oferecem a vida, assim como o senhor fez?

Cardeal Cottier: Eu quero evocar o pensamento do Santo Padre, especialmente uma palavra que ele repete com frequência nos discursos: a alegria. Quero dizer o mesmo: façam tudo com entusiasmo, com alegria e com fidelidade ao evangelho, porque o seu trabalho é um serviço e um testemunho. E o testemunho é a vida evangélica, não há nada a inventar, porque o evangelho já nos ensina tudo.

Para ler a 3° parte desta entrevista acesse: 

http://www.zenit.org/article-30866?l=portuguese

(Trad.ZENIT)

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O pedido de perdão de João Paulo II foi uma ótima intuição
Entrevista com o cardeal Georges Cottier, testemunha do Vaticano II (parte 3)

Por José Antonio Varela

ROMA, quinta-feira, 19 de julho de 2012(ZENIT.org) - Nesta parte da entrevista o cardeal Cottier continua a falar dos frutos do espírito do Concílio Vaticano II e  dos caminhos abetos à humanidade para a  paz e a fraternidade.

***

O senhor considera que os católicos, depois desse pedido de perdão, passaram a ver a igreja de uma perspectiva diferente?

Cardeal Cottier: Eu acho que aqueles que queriam, sim. Quando discutimos o programa dessas coisas, havia um padre dominicano, um historiador, que ensinava história da Igreja, que disse o seguinte: "Pede-se perdão por fatos verdadeiros, não por mitos". Mas eu acredito que tudo foi muito bem estudado e o resultado é que, depois, muitos outros continuaram trabalhando nesta direção. Isso testemunha, então, que nós prestamos um serviço. E para mim, para os cristãos e católicos, esta perspectiva é muito libertadora.

O mundo reconheceu esse perdão?

Cardeal Cottier: O mundo, talvez não o suficiente. O problema que me interessa hoje, pessoalmente, e que pode ser parecido no âmbito político, é resolver alguns problemas trágicos, de hostilidade, de ódio entre os povos, que, sem o perdão, não têm saída. Se existe ódio mútuo, fica aquele espírito de guerra, e a paz não é realizável. Nós dizemos isto na Doutrina Social da Igreja.

Mesmo nas guerras atuais, sendo que algumas têm caráter precisamente religioso?

Cardeal Cottier:Em todas. Vamos pegar, por exemplo, a situação dramática do Oriente Médio, em alguns países muçulmanos, como o Iraque, a Síria, onde existem tantas minorias que se matam e os cristãos são as verdadeiras vítimas disso. Pedimos perdão antes de tudo a Deus, e depois aos outros. Por isso, a ideia de João Paulo II, que Bento XVI continuou no grande encontro de Assis, é que, se existe algum fundo religioso genuíno no homem, a sua relação com Deus não leva à guerra, mas à paz.

Então alguns não entenderam o ponto de vista do papa em Assis ...

Cardeal Cottier: É verdade, esse encontro foi muito criticado, mas João Paulo II fez uma diferenciação que eu gostava muito: que "o ecumenismo é com os cristãos, nós é que rezamos juntos, porque temos a bíblia em comum e podemos rezar o pai-nosso e todas as orações cristãs". E ele disse também: "rezamos juntos com os cristãos; com os outros, estamos juntos para rezar". É uma distinção que esclarece bem e que evita a confusão, que nos deixa ver a força do sentido de Deus e da postura religiosa, que poderia ser, e deveria ser, um elemento de paz na humanidade. Estes são os frutos que devemos a João Paulo II e, eu diria, ao Ano Santo.

O senhor viu alguma diferença entre o encontro de Assis de 1986 e o do ano passado?

Cardeal Cottier: Acho que sim. No sentido de que o primeiro encontro de Assis foi um evento extraordinário, mas, como sempre acontece na segunda vez, estas coisas não são mais um evento no mundo de hoje. Foi, acima de tudo, um esclarecimento por parte da Igreja católica, um convite ao diálogo, que é um fator muito importante, porque no fundamentalismo muçulmano, por exemplo, não existem pessoas que dialogam, mas pessoas que matam. E para onde nos leva tudo isso? A novidade de Assis, no ano passado, é que também foram convidados os não crentes, ou, como se diz na linguagem do papa João Paulo II, "homens de boa vontade". Eu acho que esta foi uma ótima ideia, um fruto do espírito do Vaticano II.

Conversamos sobre o perdão público que o beato João Paulo II quis pedir. Na sua opinião, o que a humanidade está fazendo hoje e a quem ela vai pedir perdão amanhã?

Cardeal Cottier: Temos todo o problema da banalização do aborto, e também a abertura de algumas práticas sem respeito pelo embrião humano. Estas são, para mim, as maiores culpas que corremos o risco de pagar. Agora existe a possibilidade de ver o sexo do bebê no útero da mãe: em alguns países, eles preferem o menino e descartam a menina, e então acontece um sério desequilíbrio demográfico. A permissividade nas questões sexuais, eu diria, também pode ser considerada uma ofensa contra a pessoa, especialmente contra a mulher e as crianças.

Para ler a 2° parte acesse: http://www.zenit.org/article-30850?l=portuguese

Publicaremos sexta-feira (20) a última parte desta entrevista.

(Tradução:ZENIT)

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O pedido de perdão de João Paulo II foi uma ótima intuição
Entrevista com o cardeal Georges Cottier, testemunha do Vaticano II (parte 2)

Por José Antonio Varela

ROMA, quarta-feira, 18 de julho de 2012(ZENIT.org) - Nesta segunda parte da entrevista, realizada em sua casa no Vaticano, o cardeal Cottier fala da saudade de seu “chefe”, papa Wojtyla, reconhecendo que muitas de suas ações como Pontífice foram fruto do espírito do Concílio Vaticano II. E todos os outros atos foram caracterizados por uma intuição que abriu à humanidade o caminho para a  paz e a fraternidade.

Falando da Nova Evangelização, como o senhor vê o recente apelo do papa? Qual é o aspecto mais importante?

Cardeal Cottier: A nova evangelização, antes de tudo, quer dizer duas coisas. Primeiro, a tradição missionária que a Igreja sempre teve. Vivemos num mundo novo, com dois novos fenômenos: a globalização, que não existia antes, e a crise do ocidente. Este é o pano de fundo da nova evangelização: não precisamos dizer coisas novas. Temos uma cristandade ocidental, especialmente na Europa, mais do que na América, em que as pessoas pensam que conhecem o cristianismo, mas estão desligadas dele. Por que isso acontece? Talvez porque nós continuamos administrando os sacramentos através das estruturas tradicionais, mas não continuamos pregando o evangelho o suficiente. Quando o cristianismo vira um fato social, as pessoas se deixam levar pelas tradições, pelos costumes, e o conteúdo tende a se esvaziar. E assim temos gerações, inclusive nas famílias cristãs, que não sabem nada do cristianismo, a tal ponto que, muito justamente, vem-se falando de analfabetismo cristão.

Na sua opinião, os católicos sabem pregar e anunciar Jesus?

Cardeal Cottier: Ah, depende. Para dizer a verdade, eu não sei se nós sabemos. Tudo depende da graça de Deus. Somos dominicanos e eu acho que temos que fazer um grande esforço. Temos que pregar Jesus, mas também promover a educação cristã, a catequese, porque a pregação, de repente, nos acorda. Quem faz isso de um jeito forte e muito emotivo são as seitas evangélicas, mas eu não sei se isso dura a vida inteira. Eu diria que nunca devemos separar o anúncio e a catequese, porque o mal é a ignorância. Não basta viver uma súbita conversão. Temos que viver a fé.

O papa João Paulo II já é beato. Quais foram as grandes contribuições dele para o mundo e para a Igreja?

Cardeal Cottier: Muitas. Eu acho que João Paulo II foi um homem de esperança. Quando ele disse "Não tenham medo", ele falava para os países ocupados pelo comunismo, mas também falava isso porque tinha visto um certo declínio no ocidente, e queria acordar a Igreja, em todos os lugares. Além disso, o amor pela vida, fantástico, que ele testemunhou particularmente no último período, já marcado profundamente pela doença. E a juventude captou tudo isso ...

O senhor foi teólogo de João Paulo II durante anos. Qual foi a sua participação mais importante nesta posição?

Cardeal Cottier: Eu tinha que rever todos os textos falados ou assinados pelo papa, porque, com muitos colaboradores, nós tínhamos que enfatizar a unidade do pensamento, a legitimidade, a clareza. O trabalho diário era praticamente isso. Eu diria que o importante são os grandes atos do papa. Por exemplo, dois anos depois da minha chegada, eu li o Catecismo da Igreja Católica e me lembro de ter feito isso com grande alegria. Eu li também as encíclicas, o que foi uma coisa muito interessante para mim, porque algumas delas eram confiadas à Congregação para a Doutrina da Fé, e lá, como consultor, eu tive a oportunidade de fazer parte de grupos de trabalho e de ver o gênio do cardeal Ratzinger, agora papa, que tinha um verdadeiro dom para orientar os grupos de trabalhos, definir uma linha, ouvir. Tudo era muito bonito... Outra experiência que me impressionou muito foi a preparação do Ano Santo.

O ano 2000? Daquele ano, todos nos lembramos da "purificação da memória", querida pelo papa ...

Cardeal Cottier: Sim. Eu era presidente da Comissão Teológica Histórica e na época saiu a Tertio Millennio Adveniente. O papa teve a ideia de pedir perdão pelos pecados dos cristãos no passado, uma coisa bonita, mas que criou muitas perplexidadesem alguns. Eu soube que, na primeira reunião, ele explicou aos cardeais e muitos ficaram em dúvida, mas na verdade foi uma ótima intuição. Nós, os cardeais, tivemos que preparar congressos científicos sobre o assunto, com muitas dificuldades, porque o assunto era novo e o desconcerto foi manifestado também por alguns teólogos. Quando decidimos quais questões podiam ser úteis, pensamos em três: a primeira foi a escravização dos africanos, a deportação, especialmente para a América do Norte e do Sul. O segundo tema foi a inquisição, e o terceiro foi a responsabilidade dos cristãos no antissemitismo, mas diferenciando o antissemitismo do antijudaísmo.

O papa quis que fosse um ato público, certo?

Cardeal Cottier: Sim. E outra grande recordação pessoal é que, mesmo já bem cansado, mas com uma coragem extraordinária, o papa fez todo o programa para o Ano Santo. Eu me lembro especialmente do dia 12 de março, quando nós tivemos a liturgia para pedir o perdão. Você via o papa apoiado na cruz e os responsáveis lendo uma oração. Foi uma liturgia belíssima, e todos contribuímos para isso.

A parte 3 desta entrevista será publicada quinta-feira (19).


A parte 1 encontra-se em: http://www.zenit.org/article-30843?l=portuguese

(Tradução:ZENIT)

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Bioética


Apenas um bebê em cada dez consegue nascer
Diretrizes e mudanças do artigo 1ª do Código Civil italiano

ROMA, segunda-feira, 16 de julho de 2012 (ZENIT.org) - "De cada dez crianças concebidas por inseminação artificial, apenas uma chega a nascer (12.506 bebês nascidos de 113.019 embriões)",  comenta Pino Morandini , vice-presidente do Movimento italiano pela Vida, a respeito do relatório anual sobre aquela que no país é conhecida como a Lei 40.

“E outros dados falam por si: mais que dobrou o número de embriões congelados (de 7.337 para 16.280) e mais que triplicaram os ciclos que fazem uso do descongelamento dos embriões armazenados congelados (de 1.019 para 3.758); é um aumento muito substancial dos embriões criopreservados em comparação com o total desses formatos (de 7,4% em 2009 para 14,4% em 2010)”.

O grande ativismo decorrente da sentença do Tribunal Constitucional que aboliu em2009 aproibição de produzir mais de três embriões por ciclo não foi seguido por um aumento correspondente das "crianças no colo". Elas aumentaram, sim (de 10.212 para 12.506), mas não nas proporções que os defensores destas práticas esperavam. Ou seja, a lei estava certa: mesmo do ponto de vista científico, limitar o número de embriões produzidos e transferidos é mais eficiente.

“É uma tendência negativa, e até eugênica quando se escolhe o embrião ‘ideal’, que tem que ser corrigida. Uma das estradas já está aberta: a das orientações previstas pela lei depois do parecer do Conselho Superior de Saúde. Ratificá-la significa iniciar uma verdadeira supervisão dos 357 centros de fecundação que operam na Itália, assim como, finalmente, fazer valer a proibição de selecionar os embriões, conforme já está previsto pela lei, mas somente no papel”.

"O outro remédio", conclui Morandini, "é radical e planetário: um olhar realmente humano sobre a vida. É a proposta do Movimento pela Vida: alterar o artigo 1º do Código Civil [italiano] para reconhecer o direito legal desde a concepção. É o enésimo apelo à razão, feito por forças políticas, das quais depende essa alteração".

(Tradução:ZENIT)

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Angelus


"O maligno semeia guerra; Deus cria paz"
As palavras de Bento XVI durante o Angelus em Castel Gandolfo

Castel Gandolfo, domingo, 22 de julho de 2012(ZENIT.org) – Apresentamos as palavras do Papa Bento XVI que precederam a tradicional oração do Angelus, dirigidas aos fiéis e peregrinos reunidos no pátio interno de sua Residência Apostólica de verão em Castel Gandolfo.

Queridos irmãos e irmãs!

A palavra de Deus deste domingo nos propõe novamente um tema fundamental e sempre fascinante da Bíblia: recorda-nos que Deus é o Pastor da humanidade. Isto significa que Deus quer para nós a vida, quer guiar-nos para bons prados, onde poderemos nos alimentar e repousar; não quer que nos percamos e morramos, mas que cheguemos à meta de nosso caminho, que é exatamente a plenitude da vida. É isto que deseja todo pai e mãe para os próprios filhos: o bem, a felicidade, a realização. No Evangelho de hoje Jesus se apresenta como Pastor das ovelhas perdidas da casa de Israel. O seu olhar para as pessoas é um olhar como se fosse ‘pastoral’. Por exemplo, o Evangelho deste domingo, diz que ‘Ele desembarcou, viu uma grande multidão e ficou tomado de compaixão por eles, pois estavam como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas’(Mc 6,34). Jesus encarna Deus Pastor em seu modo de pregar e com as suas obras, cuidando dos doentes e dos pecadores, daqueles que estão ‘perdidos’ (cfr Lc 19, 10), para reconduzi-los em segurança, na misericórdia do Pai.

Entre as ‘ovelhas perdidas’ que Jesus trouxe em seguro, está uma mulher de nome Maria, originária do vilarejo de Magdala, no Mar da Galileia, e por isso Madalena. Hoje é sua memória litúrgica no calendário da Igreja. Diz o Evangelista Lucas que dela Jesus fez sair sete demônios (cfr Lc8,2), ou seja, a salvou de uma total escravatura do mal. Em que consiste esta cura profunda que Deus realiza através de Jesus? Consiste em uma paz verdadeira, completa, fruto da reconciliação da pessoa consigo mesma e em todas as suas relações: com Deus, com os outros, com o mundo. De fato, o maligno procura sempre destruir a obra de Deus, semeando divisão no coração do homem, entre o corpo e a alma, entre o homem e Deus, nas relações interpessoais, sociais, internacionais, e também entre o homem e a criação. O maligno semeia guerra; Deus cria paz. Com efeito, como afirma São Paulo, Cristo ‘é a nossa paz: de ambos os povos fez um só, tendo derrubado o muro de separação e suprimido em sua carne a inimizade’( Ef 2, 14). Para realizar esta obra de reconciliação radical Jesus, o Bom Pastor precisou tornar-se Cordeiro, ‘o Cordeiro de Deus... que tira o pecado do mundo’(Jo1, 29). Somente assim pode realizar a maravilhosa promessa do Salmo: ‘Sim, felicidade e amor me seguirão todos os dias da minha vida;minha morada é a casa de Iahweh por dias sem fim’ (22/23, 6).

Queridos amigos, estas palavras faz vibrar o coração, porque exprimem nosso desejo mais profundo, dizem para o que fomos feitos: a vida, a vida eterna! São palavras daqueles que, como Maria Madalena, experimentaram Deus na própria vida e conhecem a sua paz. Palavras mais verdadeiras do que nunca na boca da Virgem Maria, que já vive para sempre nos prados do céu, onde a conduziu o Cordeiro Pastor. Maria, Mãe de Cristo nossa paz, rogai por nós!

(Após o Angelus)

 Queridos irmãos e irmãs!

Entre alguns dias terá início, em Londres, a XXX edição dos Jogos Olímpicos. As Olimpíadas são o maior evento esportivo mundial, do qual participam atletas de muitas nações e, como tal se reveste de um forte valor simbólico. Por isso a Igreja Católica o vê com particular simpatia e atenção. Rezemos para que, segundo a vontade de Deus, os Jogos de Londres sejam uma verdadeira experiência de fraternidade entre os povos da Terra.

Em seguida concedeu a todos a sua Benção Apostólica.

(Tradução:MEM)

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]