A EUCARISTIA E A NOSSA PRESENÇA
- "Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração".(Mt.6,21).
Os fiéis recebem a sua primeira catequese sobre a Eucaristia pela observação do que vêem fazer fazer ao sacerdote e aos ministros do Altar, quando passam em frente do Sacrário onde está encerrado o Santíssimo Sacramento.
Uma simples genuflexão bem feita em frente do Sacrário pode ser um verdadeiro sermão sobre a Presença Real.
Há uma série de pequenos sinais que indicam quão profunda é a presença de Jesus sentida pela Comunidade dos Cristãos:
As toalhas do Altar sempre bem limpas; as velas e as flores constantemente renovadas: a lâmpada do Santíssimo sempre a brilhar...
Não devemos ser precipitados nas nossas atitudes perante o Santíssimo Sacramento, para que, de facto, não tomem o aspecto de uma prática rotineira, vazia de fé e sentimento religioso até, porventura, um rito supersticioso ou fanático.
Se o Filho de Deus não teve receio de nos mostrar o Seu amor através de sinais, tal como os sinais visíveis da Eucaristia em que Ele está presente, mas invisível aos nossos olhos, porque havemos nós de ter receio de Lhe mostrar o nosso amor por sinais sensíveis que revelam a Sua Presença Real ?
Se é verdade que Jesus se apraz em sentimentos do coração e não em simples gestos, nós necessitamos de sinais e atitudes exteriores que signifiquem e exprimam os sentimentos interiores do nosso coração e da nossa fé.
O nosso cuidado e a nossa dedicação (sem afectação) para com o Santíssimo Sacramento na Igreja é como um termómetro com o qual podemos medir o nível da nossa fé e devoção pelo que fazem o sacerdote e a comunidade, perante o Sacrário.
Alguém que não acreditava na Presença Real, disse :
- "Se eu pudesse acerditar que Cristo está realmente presente sobre o Altar, eu penso que deveria cair de joelhos e ficar lá para sempre".
Talvez Jesus não nos peça isso, até porque nós temos outras tarefas a cumprir, tais como por exemplo, os deveres de caridade para com os nossos irmãos; não pede que fiquemos lá de joelhos fisicamente, mas pode convidar-nos a que o façamos espiritualmente.
Nos nossos corações nós podemos estar em contínua adoração espiritual ao Santíssimo Sacramento enquanto trabalhamos, escrevemos ou viajamos, ou fazemos qualquer outra coisa.
A vida dum cristão, particularmente de vida consagrada, deve estar orientada para o Sacrário.
Jesus disse :
- "Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração".(Mt.6,21).
O nosso maior tesouro neste mundo (o tesouro escondido no campo) é Jesus na Eucaristia e não outro.
Nós podemos dedicar em espírito, horas e horas perante o Santíssimo Sacramento, seja qual for o lugar e a ocupação do nosso tempo.
É muito importante saber cultivar o nosso silêncio interior para darmos sentido à nossa presença em qualquer circunstância e para não haver na nossa vida nenhum momemto de inútil ausência.
Reflectindo na sua conversão, S. Agostinho dizia :
- 'Tu estavas comigo eu não estava contigo".
Para nos encontrarmos com Jesus no Sacrário, é necessário antes de tudo, passarmos do exterior para o interior, de fora para dentro.
Quando os dicípulos de Emaús reconheceram Jesus no "partir do pão", eles sentiram uma necessidade urgente de voltar a Jerusalém para se encontrarem com os outros discípulos para lhes comunicarem o que tinha acontecido e como eles se sentiam tocados por dentro, e esta atitude era um gesto de presença, como resposta à presença de Jesus.
Todo aquele que reconhece a presença de Jesus na Eucaristia, espontaneamente se torna apóstolo e deve sentir a necessidade de dar uma resposta a essa presença com as suas atitudes de fé e amor.
João Baptista, na sua pregação dizia :
- "Eu baptizo em água; mas, no meio de vós, encontra-se Alguém que não conheceis".(Jo.1,26).
E depois acrescentou :
- "Aí está o cordeiro de Deus".(Jo.1,35).
Para muitos fiéis menos instruídos, Jesus na Eucaristia, continua a ser Alguém que eles ainda não conhecem, porque as suas vidas e as suas atitudes dentro duma Igreja em que se encontra a Eucaristia, não manifestam de modo nenhum a sua fé na Presença Real, porque ainda não deram a sua resposta ao amor de Jesus, oculto nas espécies sacramentais, mas real e substancialmemnte presente.
Nascimento
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]