TEOLOGIA MORAL !
TEOLOGIA ASCÉTICA E ASCETISMO !
Chama-se Teologia Ascética à disciplina académica que trata dos caminhos ordinários para alcançar a perfeição cristã.
É um meio termo entre a Teologia Moral (que estuda as leis de Deus e os actos bons e maus), e a Teologia Mística (que estuda os caminhos extraordinários para alcançar a perfeição).
Assim, a Teologia Ascética sobe acima da Teologia Moral e considera os métodos pelos quais nós podemos fazer progresso e tentar a perfeição pelo estudo e a prática ordinária da auto-disciplina, da oração e dos sacramentos, pelos quais nós nos conformamos gradualmente com a vontade de Deus no caminho da nossa salvação pessoal.
Portanto, a Teologia Ascética trata da nossa salvação com a ajuda da graça, tendo como fundamentos, a Sagrada Escritura e a Tradição, e se desenvolve em três etapas de perfeição : purgativa, iluminativa e unitiva.
Os estudos mais importantes da teologia Ascética são :
* Os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola.
* A Introdução à Vida Devota de S. Francisco de Sales.
* As Três Esposas de Jesus Cristo de S. Afonso Maria de Ligório.
Também costumam chamar à Teologia Ascética, a Ciência dos santos; a Ciência Espiritual e a Ciência da Perfeição.
ASCETISMO
Uma palavra de origem grega que se pode traduzir por esforço ou regra de vida que alguém procura levar no sentido de obter uma maior perfeição cristã.
Numa base bíblica as práticas do Ascetismo ou da Vida Ascética, consistem sobretudo em evitar a concupiscência da carne e dos olhos, e a vaidade da vida :
- "Não ameis o mundo, nem o que há no mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não vêm do Pai, mas do mundo". (1 Jo. 2/15-16).
A prática do Ascetismo é um sistema disciplinar que estabelece a ordem é a harmonia na alma, expia os pecados e ajuda a imitar a vida de sacrifício de Cristo.
Ela surge de Deus e procura ultrapassar todos os obstáculos que possam impedir a mais íntima união com Deus.
O ponto central das práticas do Ascetismo consiste em entender que é necessário negar-se a si mesmo para poder seguir a Cristo :
- "Quem não tomar a sua cruz para vir após Mim, não pode ser Meu discípulo:". (Lc. 74/27).
Há, portanto, duas facetas da Vida Ascética : Negar-se a si mesmo e seguir a Cristo.
Prática do jejum, vigilância, castidade e auto-disciplina, são os meios para a purificação da alma e libertação das suas paixões como meios necessários para crescer no amor de Deus.
Na Idade Média o Ascetismo consistia essencialmente numa partilha dos sofrimentos do Redentor.
No princípio da Idade Moderna, houve uma forte reacção contra o Ascetismo dos Reformadores e dos humanistas da Renascença.
Todavia, os Ascetas modernos, como os Jesuítas e outros católicos modernos adoptaram um Ascetismo particular e pessoal que foi muito praticado, especialmente depois do Concílio de Trento.
O Ascetismo cresceu sobretudo com as exigências da vida monástica.
Entre os Protestantes foi adoptada uma forma de rigoroso mas negativo Ascetismo, enquanto os Metodistas e outras formas de religião, adoptaram um Ascetismo bastante mais livre.
O Catecismo da Igreja Católica, recomenda :
2015. - O caminho desta perfeição passa pela Cruz. Não há santidade sem renúncia e combate espiritual. O progresso espiritual implica a ascese e a mortificação, que conduzem gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças.
2340. - Aquele que quer permanecer fiel às promessas do seu Baptismo e resistir às tentações, terá o cuidado de procurar os meios : o conhecimento de si, a prática duma ascese adaptada às situações em que se encontra, a obediência aos mandamentos divinos, a prática das virtudes morais e a fidelidade à oração. "A castidade recompõe-nos; reconduz-nos à unidade que perdemos quando perdemos o domínio de nós"(S.Agost.).
Nascimento
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]