segunda-feira, 13 de agosto de 2012

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Uma tradição milenar mais conquistada que a do Templo

ROMA, segunda-feira, 15 de maio de 2006 (ZENIT.org).- Enquanto a Ordem dos Cavaleiros Templários tornou-se famosa graças ao «Código da Vinci», apesar de que tenha sido suprimida há muito tempo, a Soberana Ordem Militar e Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodas e de Malta (mais conhecida hoje como Cavaleiros de Malta), que pode alardear de uma história milenar, continua sendo praticamente desconhecida apesar de seu estenso trabalho internacional.

E, contudo, essa ordem tem uma história muito mais exitosa, cheia de aventuras, complôs e situações dramáticas, e inclusive com final feliz. E está até relacionada com a obra mestra de um famoso artista.

Bernard Galimard Flavigny, jornalista francês de «Le Figaro», narra de novo sua história no livro escrito em francês «Histoire de l’Ordre de Malte». Recentemente, os Cavaleiros apresentaram essa nova história da Ordem em seu impressionante terraço, com vista panorâmica ao Foro de Augusto em Roma, propriedade sua desde a Idade Média.

Se já há milhares de volumes escritos sobre a Ordem, desde que seu fundador, o beato irmão Gerardo, abrira seu primeiro centro de acolhida em Jerusalém, no século XI, a primeira pergunta que se faz é por que outra obra sobre a Ordem, que é reconhecida por numerosas nações como uma realidade soberana, como uma nação.

«A paixão contemporânea pela história o requer – respondeu o porta-voz dos Cavaleiros de Malta Eugênio Ajroldi di Robbiate. O livro realiza um enfoque temático e cronológico muito interessante da longa história da Ordem, e também é um prazer lê-lo para o leitor atual.»

Flavigny assinalou que, ainda que tenha condensado «novecentos anos em um volume», empregou dez anos de investigação em Malta, Roma e Paris para escrevê-lo. Flavigny estudou os documentos, comprovou os fatos e logo escreveu a história.

O livro contém toda série de fatos e anedotas sobre a Ordem, como a origem e significado de seu símbolo principal, a cruz de oito pontas. Levavam uma cruz branca na costas para proteger o cavaleiro contra o pecado e o mal. O maior castigo que se podia infligir a um cavaleiro era que perdesse seu hábito.

O branco simboliza a pureza, e a estrela de oito pontas representa as boas vindas dos cavaleiros: alegria espiritual, vida simples sem malícia, humildade, penitência, amor pela justiça, compaixão, sinceridade e paciência na perseguição por causa da justiça.

Os Cavaleiros de Malta começaram abrindo hospitais, cuidando dos enfermos, e continuam sendo uma das maiores organizações médicas caritativas do mundo. Quando se trasladaram de Jerusalém a Rodas e a Malta, perseguidos pela onda turca, tiveram que abandonar hospitais bem equipados, com os mais modernos métodos médicos. Dietas especiais para diferentes pacientes, ênfase na limpeza, e um ambiente ventilado e iluminado, contribuíram para com sua boa fama como especialistas na atenção médica.

Os perigos que enfrentavam os peregrinos cristãos forçaram a Ordem a tomar as armas para protegê-los e para defender a Europa do que parecia uma invasão inevitável por parte do Império Otomano.

O melhor momento militar da Ordem foi em 31 de maio de 1565, quando a pequena ilha de Malta, ocupada pelos Cavaleiros, foi assediada pela frota turca que tentava tomá-la com o fim de instalar uma base para invadir Europa. O valor e a incrível estratégia demonstrada pelos Cavaleiros, que resistiram a um assédio de três meses, garantiu-lhes um lugar nos anais da história européia.

Michelangelo Merisi da Caravaggio (1573-1610), um dos maiores pintores da história, foi a Malta em 1608, atraído pela fascinante história e humildade espiritual dos cavaleiros. Após pintar a extraordinária Decapitação de João Batista, para a ordem, esta lhe ofereceu torná-lo cavaleiro. Mas a mansidão que tão bem refletiu em sua pintura não lhe acompanhou em sua vida e, após lugar contra outro cavaleiro, Caravaggio foi expulso da ordem.

Flavigny sublinhou que a história da Ordem de Malta está impregnada de sua espiritualidade. Os cavaleiros seguiam a regra de santo Agostinho e até o dia de hoje prestam ajuda humanitária, vivendo a mesma vocação iniciada pelo irmão Gerardo em maior escala. Sempre rejeitaram ser comparados a uma organização não governamental, para manter sua independência e ser fiéis a seu carisma.

Dos mais de onze mil membros com que conta a Ordem de Malta, só cem são cavaleiros professos (sacerdotes). Cada ano, em maio, quase a metade deles peregrina a Lourdes. A mesma caridade e justiça destacada por Bento XVI, em sua encíclica «Deus caritas est», foi praticada por essa ordem em uma tradição ininterrupta desde o século XI.

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]