http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/marcos-valerio-prometeu-abrir-o-bico-caso-ficasse-sozinho-no-barco-condenado-ao-naufragio-tomara-que-cumpra-a-promessa/
Marcos Valério prometeu abrir o bico caso ficasse sozinho no barco condenado ao naufrágio. Tomara que cumpra a promessa
Não há esperança de salvação para Marcos Valério: condenado por corrupção ativa até pelo ministro Ricardo Lewandowski, o diretor-executivo da quadrilha do mensalão já deve ter compreendido que foi escolhido para escalar o cadafalso com o apoio dos 11 juízes do Supremo Tribunal Federal. Para os brasileiros decentes, esse unanimidade parece sonho. Para os quadrilheiros e seus comparsas, tal goleada pode transformar-se na anunciação do pesadelo: e se o vigarista que se fantasiava de publicitário resolveu abrir o bico?
Ele sabe muito mais do que descobriram a CPI dos Correios, a Polícia Federal, o Ministério Público e a imprensa. Tem mais segredos a revelar do que qualquer outro comparsa. Completou sete anos de mudez por acreditar que só o silêncio poderia livrá-lo da ruína financeira e da gaiola. Como segue desfrutando da vida de ricaço, pode-se deduzir que a primeira parte do acerto foi cumprida. A segunda começou a ser revogada no momento em que Lewandowski o condenou pelas bandidagens promovidas em parceria com Henrique Pizzolato.
A ruptura do acordo autorizará Marcos Valério a negociar em outras frentes a preservação do direito de ir e vir, sempre usando como moeda de troca informações de altíssima periculosidade. As revelações de Roberto Jefferson abalaram as fundações do governo Lula e puseram abaixo o templo das vestais que camuflava o bordel das messalinas do PT. O teor explosivo das histórias que Valério tem para contar é infinitamente maior.
Depois da primeira prisão preventiva, ele avisou mais de uma vez que, se fosse abandonado no barco a caminho do naufrágio, afundaria atirando ─ e tinha balas na agulha tanto para mensaleiros juramentados quanto para Lula. Na quarta-feira, com um recado em código, o advogado Marcelo Leonardo reiterou as ameaças do cliente: "Quero ver o que o tribunal vai decidir sobre os políticos", disse Leonardo depois da condenação de Valério pelas maracutaias envolvendo o Banco do Brasil. O primeiro político foi inocentado no dia seguinte.
Tomara que Valério reaja ao risco do naufrágio solitário com o cumprimento da promessa. Tomara que conte tudo, do mensalão mineiro à roubalheira imensa descoberta em 2005. Tomara que não poupe nenhuma das figuras com as quais contracenou, de Eduardo Azeredo a José Dirceu, de Clésio Andrade a Lula. O tumor da corrupção impune assumiu dimensões tão perturbadoras que talvez só possa ser lancetado por um corrupto de grosso calibre. Alguém como Marcos Valério.
Tags: abrir o bico, barco, Lula, Marcos Valério, naufrágio, Roberto Jefferson, silêncio, vigarista
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VAI QUE É SUA
25/08/2012 às 9:20 \ Direto ao Ponto
Se reconhece que o Brasil quer um Judiciário independente, por que Lewandowski não devolve a toga?
"Acho que o juiz não deve temer as críticas, porque vota ou julga com a sua consciência e de acordo com as leis", recitou nesta tarde o ministro Ricardo Lewandowski, com o sorriso amarelo de quem anda ouvindo o que merecem ouvir ministros que, conscientemente, votam ou julgam a favor de um bando fora-da-lei. "Não se pode se pautar o voto pela opinião pública nem a opinião publicada", continuou. Nem se pode pautar o voto pela gratidão devida à madrinha que convenceu o marido a presentear com a toga um jurista medíocre, como antecipou em 22 de dezembro de 2011 o post republicado na seção Vale Reprise.
"Eu esperava as críticas e as incompreensões", jurou com a expressão aparvalhada de quem acabou de descobrir que a nação não é formada exclusivamente por patetas e espertalhões. E encerrou a lengalenga com a celebração do farisaísmo (e dois pontapés na gramática): "Tenho certeza que o Brasil quer um Judiciário independente, com o juiz que não tenha medo de pressão de qualquer espécie". Se reconhece que é exatamente isso o que exige o país que presta, o que ainda espera para devolver ao Supremo Tribunal Federal a toga que ganhou de presente?
Um juiz independente e imune a pressões não se atreveria a absolver o mensaleiro João Paulo Cunha e, para justificar a decisão afrontosa, fazer de conta que Marcos Valério só não corrompeu parlamentares. O vigarista mineiro que alugou o diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato não ousaria propor negociatas a deputados e senadores. Haja cinismo, berra a montanha de provas e evidências.
Haja cinismo, berram os fatos. João Paulo Cunha conheceu Marcos Valério na temporada eleitoral de 2002. Uma das agências do empresário mineiro havia sido contratada para cuidar da campanha do PT em Osasco, onde João Paulo nasceu, em 1958. O forasteiro virtualmente acampou no principal reduto do deputado em busca da reeleição. Ficaram íntimos. Vitorioso, João Paulo transformou Marcos Valério no marqueteiro de estimação.
O governo Lula e a bancada petista entenderam que o companheiro de Osasco deveria ser o presidente da Câmara. João Paulo convocou o amigo mineiro para ajudá-lo numa campanha que não haveria.
Candidato único, o deputado paulista não tinha adversários a enfrentar. Pagou um bom dinheiro pelos serviços não prestados por Marcos Valério. Foi a primeira de muitas demonstrações de apreço. Todas suspeitas. Todas retribuídas pelo lobista disfarçado de publicitário. João Paulo venceu uma luta sem adversários. Em seguida, uma empresa de Marcos Valério venceria sem concorrentes a licitação simulada para escolher a agência publicitária encarregada de "melhorar a imagem da Câmara". O contrato foi renovado por mais dois anos no último dia útil de 2004.
Atendendo a uma encomenda paralela, a agência de Valério passou a avaliar periodicamente a popularidade em território paulista do deputado que sonhava com o governo estadual. As pesquisas foram pagas com verbas da Câmara. Em junho de 2005, quando explodiu o escândalo do mensalão, enfim ficou claro por que João Paulo reagira com tamanha ferocidade à primeira notícia sobre a existência do Pântano do Planalto, divulgada em setembro do ano anterior pelo Jornal do Brasil.
Ele conhecia bem o lugar. Enquanto foi o número 2 na linha de sucessão presidencial, ali pescara propinas de bom tamanho. Também ficou claro por que lutara com tanta tenacidade pelo direito de continuar no comando da Câmara: talvez conseguisse impedir o nascimento da CPI que acabou identificando os mensaleiros e revelando parcialmente o acervo imenso de maracutaias. Uma delas permitiu a João Paulo expropriar R$ 50 mil da conta da SMP&B, empresa de Marcos Valério, numa agência do Banco Rural em Brasília.
Se o dinheiro tivesse sido retirado pela mulher do deputado, já estaria configurado o caso de polícia. Mas a coisa foi um pouco pior. Para esconder da Coaf o nome de Márcia Regina Cunha, o saque foi feito pela própria SMP&B. A primeira-dama da Câmara apenas assinou um documento interno do Banco Rural que registrava o repasse dos R$ 50 mil que Lewandowski acaba de varrer para baixo do tapete das "despesas de campanha".
São esses os fatos. O resto é conversa fiada, desculpa de culpado ou tapeação de comparsa.
Tags: João Paulo Cunha, julgamento do mensalão, Marcos Valério, Ricardo Lewandowski, Supremo Tribunal Federal
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79 COMENTÁRIOS
25/08/2012 às 8:16 \ Direto ao Ponto
Homenagem ao grande Nelson Rodrigues
A celebração do centenário de nascimento do grande Nelson Rodrigues prossegue com a reprodução, na seção O País quer Saber, do texto que escrevi para a edição impressa de VEJA. Confiram e comentem, amigos.
Tags: Augusto Nunes, centenário de Nelson Rodrigues, Veja
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24/08/2012 às 20:18 \ Direto ao Ponto
Debatendo o julgamento do mensalão (7)
Quem não acompanhou a transmissão ao vivo do 7° debate sobre o julgamento do mensalão pode conferir na seção Entrevista a conversa que tive com Reinaldo Azevedo, Marco Antonio Villa e Carlos Graieb.
Tags: Carlos Graieb, debate, julgamento do mensalão, Marco Antonio Villa, Reinaldo Azevedo
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24/08/2012 às 19:54 \ Direto ao Ponto
João Paulo e Mercadante entram na briga de foice pelo título de HSV de Agosto
A entrada de Aloízio Mercadante e João Paulo Cunha piora a disputa do troféu de agosto. O Herói da Rendição e o candidato a xerife de cela enfrentam, por enquanto, três concorrentes: Bacharéis do Mensalão, Ricardo Lewandowski e Fernando Collor. Confira na seção Homem sem Visão.
Tags: Aloízio Mercadante, bacharéis do mensalão, Fernando Collor, Homem sem Visão, João Paulo Cunha, Ricardo Lewandowski
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23/08/2012 às 15:54 \ Direto ao Ponto
A absolvição absurda foi antecipada pelo sotaque do afilhado de Marisa Letícia
O ministro Ricardo Lewandowski acaba de justificar a suspeita exposta no debate de ontem por Reinaldo Azevedo: caprichando na pose de homem da lei, acaba de absolver o mensaleiro João Paulo Cunha dos pecados passados, presentes e futuros. E os R$ 50 mil embolsados pela mulher do então presidente da Câmara dos Deputados, por exemplo? "Penso que ficou bem demonstrado que o réu solicitou por R$ 50 mil diretamente ao partido, autorizados pelo tesoureiro Delúbio Soares, para custear uma campanha devidamente realizada", delirou o revisor do processo do mensalão.
O palavrório é suficiente para transferir Lewandowski da cadeira de ministro para a bancada dos bacharéis do mensalão. Em 2005, quando se descobriu que Márcia Cunha havia retirado R$ 50 mil da conta de uma empresa de Marcos Valério de uma agência do Banco Rural em Brasília, João Paulo saiu-se com uma desculpa que figura na antologia dos álibis imbecis. Ela usara o dinheiro para lpagar uma conta de TV a cabo, balbuciou.
Demorou alguns dias para trocar a mentira bisonha por outra inventada por embusteiros menos idiotizados: torrara a bolada em "despesas de campanha", descobriu. O problema é que o saque foi feito em setembro de 2003, ano em que não houve eleição nenhuma. A menos que João Paulo tenha sido candidato a síndico e usado os R$ 50 mil para conseguir o apoio dos moradores do prédio.
A decisão absurda foi antecipada pela voz. Nesta quinta-feira, desde o começo da sessão do Supremo Tribunal Federal, o afilhado de Marisa Letícia falou juridiquês com sotaque de Márcio Thomaz Bastos.
Tags: João Paulo Cunha, julgamento do mensalão, Ricardo Lewandowski
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359 COMENTÁRIOS
22/08/2012 às 18:44 \ Direto ao Ponto
O 6° debate sobre o julgamento do mensalão e mais um recado aos amigos
Quem não acompanhou o debate de ontem, pode conferir o vídeo na seção Entrevista. Gostaria de saber o que os comentaristas acharam do programa e do começo da leitura do voto do ministro Ricardo Lewandowski.
Aproveito para informar que a coluna vem batendo recordes sucessivos em volume de acessos. Vocês são grandes, amigos.
Tags: debate, julgamento do mensalão, Marco Antonio Villa, Reinaldo Azevedo, Roberto Podval
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22/08/2012 às 16:31 \ Direto ao Ponto
God Bastos confunde diploma de advogado com licença para torturar a verdade
Na entrevista publicada pela Folha nesta quarta-feira, Márcio Thomaz Bastos enfim enxergou nuvens escuras no que sempre descreveu como céu de brigadeiro: muitos mensaleiros não escaparão da condenação. Mas ninguém será preso antes de 2013, garante. Pelas contas do chefe dos bacharéis do mensalão, só no ano que vem ficará pronto o acórdão, como foi batizado em juridiquês o documento que resume os votos dos ministros e oficializa as penas aplicadas aos réus pelo Supremo Tribunal Federal.
A coisa não termina aí, anima-se: "Mesmo depois do acórdão publicado, existem embargos que impedem que o acórdão transite em julgado. Então, se houver mandado de prisão, ele será expedido quando a sentença transitar em julgado". O palavrório empobrecido por redundâncias termina com uma má notícia: "Estou adiando a aposentadoria por conta disso". Aos 77 anos, o especialista em livrar do castigo até assassinos confessos está ansioso por acionar a usina de recursos, petições e outros truques chicaneiros forjados para retardar ou impedir o cumprimento da lei.
Ao longo da entrevista, o ex-ministro não usa uma única vez as palavras inocente, inocência, culpa, culpado ou mensalão. Como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, God Bastos e seus devotos revogaram o compromisso com a Justiça para comprometer-se exclusivamente com a impunidade dos clientes. E transformaram o diploma de advogado em licença para torturar os fatos e assassinar a verdade.
Tags: acórdão, Folha de S. Paulo, God Bastos, julgamento do mensalão, Márcio Thomaz Bastos, penas
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67 COMENTÁRIOS
21/08/2012 às 22:36 \ Direto ao Ponto
Veja o governador de Mato Grosso do Sul em ação no seu curral eleitoral urbano
O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, acaba de inaugurar em Campo Grande a versão 2012 do velho curral eleitoral. No século passado, os currais ficavam nas fazendas dos coronéis que tratavam como gado os trabalhadores rurais. No dia da eleição, eram todos transportados em caminhões para votar no candidato indicado pelo patrão. O curral de Puccinelli funciona na sede do PMDB e o rebanho é formado por funcionários públicos coagidos pessoalmente pelo governador.
Veja na seção História em Imagens o vídeo que mostra o chantagista em ação. É um coronel de araque. E é outro caso de polícia.
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21/08/2012 às 20:05 \ Direto ao Ponto
Bacharéis do Mensalão, Lewandowski e Collor entram juntos no primeiro turno da eleição do Homem sem Visão de Agosto
No primeiro dia de inscrições para a disputa do HSV de Agosto, a Comissão Organizadora foi surpreendida por uma petição encaminhada por Márcio Thomaz Bastos, reivindicando a revogação do artigo do regulamento que proíbe candidaturas coletivas. Atendida a solicitação, God Bastos providenciou imediatamente a inscrição do grupo que adotou o nome eleitoral de Bacharéis do Mensalão, composto pelos 33 advogados de defesa em ação na AP-470. Também nesta terça-feira, foram oficializadas as candidaturas de Fernando Collor e Ricardo Lewandowski. Confira na seção Homem sem Visão os detalhes da movimentada abertura da briga de foice pelo troféu mensal.
Tags: bacharéis do mensalão, Fernando Collor, God Bastos, Homem sem Visão, Márcio Thomaz Bastos, Ricardo Lewandowski
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A cortina de fumaça do projeto das cotas
1. Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus
discípulos aproximaram-se dele.
2. Então abriu a boca e lhes ensinava, dizendo:
3. Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino
dos céus!
4. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados!
5. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
6. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão
saciados!
7. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!
8. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!
9. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!
10. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque
deles é o Reino dos céus!
11. Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem
e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim.
12. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos
céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]