Eliane Cantanhêde
A estreia não deixa dúvidas: além dos réus do mensalão, estarão em julgamento também os onze ministros do Supremo. Sem falar no constrangimento da participação de Dias Toffoli.
Ao tentar "ressuscitar" (o verbo é do ex-presidente Cezar Peluso) a tese do desmembramento, talvez o advogado Márcio Thomaz Bastos não quisesse, de fato, que os três deputados federais fossem julgados pelo Supremo, e os demais 35 réus, pela primeira instância. Talvez sua intenção fosse protelar o processo e mostrar quem é quem na corte.
Por 9 a 2 os ministros decidiram o óbvio: a questão já havia sido votada pelo tribunal. Mas eles expuseram fragilidades. Rompantes e termos inadequados do relator Joaquim Barbosa não são novidade. O que surpreendeu foi o voto do revisor Ricardo Lewandowski, por escrito e longuíssimo, para corroborar a tese da defesa, pelo desmembramento.
Essa polaridade Joaquim-Lewandowski certamente permeará todo o julgamento -que vai longe.
Joaquim considerou "irresponsável" discutir o desmembramento mais uma vez, acusou Lewandowski de "deslealdade" e disse que tudo isso poderia afetar "a legitimidade do processo" e a própria "credibilidade da corte". Destempero inútil.
O presidente Ayres Britto demorou a aprumar. Apesar de prometerem que seriam sucintos, Gilmar Mendes e Celso de Mello deram aula ao vivo. Marco Aurélio, como sempre, provocador. Rosa Weber, Cármen Lúcia e Luiz Fux, rápidos, despretensiosos.
Em bom português, Peluso argumentou que é impossível julgar coautorias e quadrilhas com os réus pulverizados em instâncias diferentes. Não estão em julgamento atos isolados de um Dirceu, de um Delúbio, mas, sim, todo um intrincado esquema em que cada um e todos tinham responsabilidade.
PS - Apesar de Padilha (Saúde) dizer que Marta Suplicy gravou para o programa de Haddad, ela nega.
Beba na fonte: Folha de S.Paulo - Opinião - Quadrilhas e coautores - 03/08/2012.
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]