quinta-feira, 9 de agosto de 2012

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09/08/2012
às 22:39

Haddad se nega a pedir desculpas por baixaria porque, afinal, ele não sabia de nada…

Por Bernanrdo Mello Franco, na Folha Online:
O candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (9) que não deve desculpas ao adversário José Serra (PSDB) pela veiculação, em seu site, de um vídeo que ligava o tucano ao ditador Adolf Hitler. Haddad culpou um profissional do marketing petista que, segundo ele, foi afastado depois da descoberta do caso pela Folha.
“A pessoa é que tem que pedir (desculpas). A pessoa responsável, que foi afastada”, disse Haddad, após caminhada em Itaquera, na zona leste. “O que a campanha podia fazer, fez. Penso que a conduta foi correta”, acrescentou. O candidato classificou o uso do vídeo em sua campanha como um “erro”, mas rechaçou comparação com a eleição de 2008, quando o programa eleitoral de Marta Suplicy (PT) fez insinuações sobre a vida pessoal do prefeito Gilberto Kassab.
“O erro foi identificado rapidamente, e o responsável, afastado. Penso que está bem assim, né? Se todo mundo tiver esse tipo de postura, se todo mundo agir rapidamente…”, disse. Haddad também negou que o colaborador afastado de sua campanha tenha participado da produção do vídeo, gravado pelo rapper MC Mamuti 011. “Não foi ele que produziu o vídeo. Cometeu o erro de veicular. Foi um erro, profissionais erram”, disse.
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 22:28

Absolvição no mensalão servirá de “manual da corrupção”, dizem entidades

Por Nádia Guerlanda, na Folha Online:
Diversas organizações sociais que lutam contra a corrupção se reuniram nesta quinta-feira (9), em Brasília, para discutir o processo do mensalão. Participaram do encontro entidades como Contas Abertas, Transparência Brasil, Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e Congresso em Foco. A iniciativa foi do Movimento 31 de Julho, do Rio, e do Instituto de Fiscalização e Controle, do Distrito Federal.
À tarde, parte deles foi assistir à sessão de julgamento no Supremo Tribunal Federal, que ouviu a defesa de mais cinco dos 38 réus no caso. Para Altamir Tojal, um dos coordenadores do Movimento 31 de julho, caso haja absolvição dos réus do mensalão, será criada uma espécie de “manual da corrupção”. “Se forem absolvidos, vai ser um tipo de manual: se fizer desse jeito, nada acontece, pode seguir em frente’”, afirmou.
Tojal afirma que o julgamento não é só dos 38 réus que foram acusados. “É também para saber se a sociedade brasileira tolera certas práticas. O brasileiro está percebendo que o dinheiro que vai para a corrupção deixa de ir para o hospital, para a escola.”
Para ele, a sociedade está atenta e acompanhando o julgamento. A ausência de manifestantes em frente ao tribunal, afirma, não significa apatia da população com relação ao caso. Tojal aponta o alto número de comentários nos sites de notícia e nas redes sociais como uma medida do interesse dos brasileiros. “O mensalão está disputando a atenção do público com a novela e ganhando das Olimpíadas”, disse, referindo-se a outros acontecimentos atuais.
(…) 
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 22:18

Ooops! Aécio contesta afirmação de advogado de réu do mensalão, e defensor admite confusão

Por Natália Peixoto, na Folha:
Citado no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) durante o julgamento do mensalão anteontem, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) negou que tenha usado serviços da IFT, empresa do jornalista Luiz Costa Pinto. Na quarta-feira (8), o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o deputado e ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, afirmou que a IFT era prestadora de serviços desde a gestão de Aécio, antecessor de Cunha. Ele negou que a empresa tenha sido contratada para prestar serviços pessoais ao deputado, como afirma o Ministério Público. Para corroborar sua versão, o advogado mostrou o pagamento da subcontratação da IFT pela Denison, empresa contratada para publicidade da Câmara em 2001, durante a presidência de Aécio.
“Não se pode falar em peculato porque o trabalho foi contratado e prestado, um trabalho que vinha da época de Aécio Neves”, falou o advogado no STF. Confrontado com a versão de Aécio, Toron admitiu que pode ter sido “confuso” ao citar a gestão do tucano na Câmara para livrar Cunha da acusação de peculato. ”O que precisa ficar bem claro é que a IFT prestou serviços unicamente na gestão João Paulo Cunha, mas que a primeira agência a contratá-la foi a Denison, que vinha do período Aécio Neves”, afirmou. Os serviços prestados pela IFT nos documentos usados por Toron são datados de março e abril de 2003, já no período em que Cunha comandava a Casa. ”Não houve solução de continuidade”, admitiu Toron. “A questão central é saber se a IFT prestou ou não serviço à Câmara, e o que eu afirmei é que ela prestou serviços à Câmara”, disse.
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 22:00

Em matéria de teses nazistas, Haddad é que anda mal acompanhado!

A campanha de Fernando Haddad agora deu para identificar adversários com o nazismo, numa baixaria calculada. Nazismo, é? Pois é. Em São Paulo, Haddad é aliado do PC do B. No dia 20 de junho de 2012, analisei aqui um texto escrito por um dirigente nacional do PC do B, o mais caro aliado de Haddad. Nádia Campeão, vice do petista, pertence ao partido.
Há muito tempo eu não lia na imprensa brasileira uma boçalidade daquele tamanho contra Israel — e, entendo, na prática, contra os judeus —, ecoando argumentos, estes sim, que remontam às teses mais asquerosas do nazismo. Entre outras barbaridades, judeus brasileiros são tratados como se fossem forasteiros. O autor é José Roberto Carvalho, secretário nacional de comunicação do partido. Ele estava inconformado com um anúncio publicado pela Conib (Confederação Israelita do Brasil), que protestava contra a presença em nosso país de Mahmoud Ahmadinejad, o negador do Holocausto que promete varrer Israel do mapa.
E o que escreveu Carvalho, o aliado de Haddad? Reproduzo só um trecho. Quem quiser conhecer o lixo inteiro e a contestação que fiz pode recorrer ao post (link acima). Leiam. Volto depois.
Sionistas incitam o ódio ao Irã no Brasil
Os sionistas, que em tudo se assemelham aos nazistas, utilizaram-se nesta quarta-feira (20) do seu enorme poder econômico para destilar seu ódio e sua intolerância racistas contra o Irã, por meio de um anúncio publicitário veiculado nos principais jornais do país, os panfletos impressos do PIG.
O anúncio é assinado pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), um dos famigerados lobbies do movimento sionista internacional. Agride o chefe de Estado da República Islâmica do Irã que visita a partir de hoje o Brasil para participar da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, a Rio+20.
Em sua peça mal ajambrada, os sionistas homiziados na Conib propagam seus valores racistas e anti-islâmicos, utilizando os recursos que aprenderam com seus êmulos goebelianos – a mentira mais deslavada.
Ignorando que estão instalados em um país democrático e tolerante, como o Brasil, que mantém relações amistosas com o Irã, e onde todas as confissões religiosas professam suas crenças livremente (…), os sionistas da Conib tentam incitar o ódio de outras religiões contra a fé islâmica.
(…)
Voltei
Chega! Acho que já sujei o post o que basta. Viram? Os judeus “estão instalados” no Brasil, entenderam? Em matéria de ecoar teses nazistas, parece que é Haddad quem anda mal acompanhado. Bem, é uma companhia compatível com o próprio Haddad, segundo quem fuzilar pessoas depois de ler livros é uma posição superior a fuzilá-las antes da leitura.
Viram só? Eu lido com fatos, não com baixarias, calúnia, injúria e difamação. Deixo isso para quem recebe farto financiamento público.
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 21:05

Federação diz que vai à Justiça contra lei de cotas. Ou: Dilma vai sancionar uma lei populista e mixuruca, contra os pobres

Pois é… Elio Gaspari, convertido, tardiamente, no novo Marat do jornalismo brasileiro, um verdadeiro “amigo do povo”, dirá, na sua metáfora de hábito, que mistura luta de classes com engenharia civil, que o “andar de cima” começa a ficar inquieto com as conquistas do povo, vindas, desta vez, de modo improvável, pelas mãos da deputada Nice Lobão (PSD-B-MA). Por que essa introdução? Leiam o que informa a VEJA Online, com Agência Estado. Volto em seguida.
*
A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) afirmou, nesta quinta-feira, que pretende entrar com uma ação na Justiça para questionar a nova Lei das Cotas para faculdades federais. (ver posts a respeito).
(…)
A presidente da Fenep, Amábile Pacios, disse que a lei desrespeita a igualdade de acesso que deve existir para toda a população. De acordo com Amábile, caso a sanção ocorra, o governo federal vai reconhecer que oferece um ensino público de má qualidade, incapaz de preparar seus alunos para o vestibular. “As escolas particulares deveriam ser uma escolha da família e, no Brasil, é a única opção para os alunos que desejam ser aprovados em vestibulares mais rigorosos, como o das universidades federais. A lei não só desrespeita a igualdade de acesso como facilita a entrada de apenas uma parcela dos estudantes brasileiros”, argumentou Amábile.
A presidente Dilma Rousseff tem 15 dias para sancionar o texto, que também foi rebatido pelos reitores das universidades federais. Eles alegam que a medida fere a autonomia universitária.
Voltei
Pronto! Como? Associação de escolas particulares? Os fiéis de Aiatoelio sentem aí o cheiro da, como é mesmo?, “demofobia”. Que se danem aqueles que decidiram se lascar para pagar ensino privado porque estavam insatisfeitos com a baixa qualidade do ensino público. Muitos estudantes, atenção!, trabalham durante o dia para poder cursar escolas privadas. Não estão de olho exclusivamente no exame vestibular, não! É que pretendem, de fato, aprender mais do que o estado lhes oferece. A lei é asquerosa, presidente Dilma!
É asquerosa porque não procura qualificar a escola pública para que seus estudantes tenham condições de competir com os outros; não qualifica as escolas públicas para, inclusive, atrair de volta os alunos das escolas particulares. Ao contrário: o estudante terá direito especial simplesmente por pertencer à escola pública que há, com todos os seus defeitos — que passarão, com medidas como essa, à condição de insanáveis.
A universidade não vai fazer milagres. Como demonstram os números, em 10 anos, cresceu de maneira explosiva o número de universitários semianalfabetos — santo Deus! — de 2% para 4%. Nada menos de 34% não são plenamente alfabetizados!!! Há 10 anos, eram 21% (já um escândalo).
O nome disso, senhora Dilma Rousseff, é populismo — vagabundo e mixuruca, como todos os populismos. E, a exemplo de todos, prejudica os pobres. Se a senhora sancionar essa porcaria, estará condenando a escola pública ao lixo eterno, além, obviamente, de produzir brutais injustiças e esmagar a autonomia universitária.
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 20:39

Baixaria de Fernando Haddad, não se enganem, é cálculo

Fernando Haddad, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, conseguiu o que queria: ser notícia e polarizar, ao menos nos jornais, sites e blogs, com o tucano José Serra. E como o quarto ou quinto colocado nas pesquisas alcançou essa proeza? Simples: sua campanha, comandada por João Santana — que não é novato em matéria de baixaria —, levou ao ar um vídeo que associa o tucano ao nazismo; um rapper — que diz não ter nada a ver com o PT, como sempre — mostra o dedo médio a Serra, gesto cujo significado é de todos conhecido.
Feito o barulho, os petistas, buscando mais uma vez os holofotes, anunciam que houve um engano, que o vídeo é mesmo reprovável e dizem que ele já saiu do ar. Pronto! Conseguiram tudo o que queriam: polarizar com Serra duas vezes no noticiário (quando fazem a baixaria e quando se desculpam) e divulgar a peça difamatória.
Não caia ninguém na bobagem de achar que se trata de um erro! É uma tática. Serra reagiu nesta quinta. Leiam trecho do que vai na VEJA.com:
Para Serra, uma atitude como essas, partindo do PT, “não é nenhuma novidade”. “Eles (petistas) já faziam isso na campanha presidencial de 2010. Agora eu espero que nesta campanha o nível seja melhor. Espero que isso não se repita”, disse. O candidato afirmou que a campanha deve ser pautada pela troca de ideias e não pelos “insultos pessoais”. “As pessoas querem trocar ideias e críticas às questões concretas e não insultos”, disse Serra.
Não é, de fato, a primeira vez que o petismo recorre a baixarias. Nem Santana. Como lembrei nesta manhã, foi de sua lavra a infame pergunta dirigida a Gilberto Kassab em 2008, na campanha de Marta: “É casado? Tem Filhos?” O petismo é uma expressão do MSL, o Movimento dos Sem Limites.
Nazismo? Perseguição a judeus? Bem, então vamos falar sobre esse assunto daqui a pouco. Vamos ver quem está de que lado e quem pensa o quê. Como sabem, este é um tema de que gosto.
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 20:13

Obrigado, José Dirceu! Obrigado, José Genoino! Obrigado, Delúbio Soares! Obrigado, Marcos Valério! Obrigado, Kátia Rabello! Obrigado, Henrique Pizzolato!

Como tem observado o professor Marco Antônio Villa, nos debates que temos feito na VEJA.com (ver vídeo abaixo), o julgamento do mensalão, dada a sua forma, embute desequilíbrios óbvios. O procurador-geral da República falou por cinco horas. Mas vai apanhar por pelo menos 36!!!  Poderiam ser 38 — ele pediu a absolvição de dois. Nunca antes na história destepaiz um procurador foi tão errado, não é mesmo? Nota: cada acusado não ocupou mais de cinco ou seis minutos de sua exposição.
Como cada advogado procura dar o seu melhor — até porque se tem ali uma grande vitrine —, os doutores se esmeram, e é seu trabalho, em provar a inocência dos seus clientes. Sabem como é… Num país como o Brasil, não falta mercado para advogados criminalistas. Mas as causas que realmente valem a pena, aquelas que fizeram a fama e a fortuna de Márcio Thomaz Bastos, não são tantas assim. Aí a gente vê, então, alguns exageros retóricos.
Por isso, fica-se com a sensação de que o processo do mensalão se resume a uma grande conspiração contra uma legião de heróis e mártires. Como observou Augusto Nunes no nosso programa, mais um pouco, e nós ainda cairemos de joelhos aos pés dos acusados, pedindo-lhes desculpas em nome do Ministério Público, da imprensa e de outros malvados que houveram por bem considerar que havia algo de errado naquela lambança toda. Engano! Não havia!
Não só as pessoas cumpriam todas as leis como, em alguns casos, estavam acima da raia miúda, das pessoas comuns. Alguns réus, como José Dirceu, José Genoino e Katia Rabello, estão, assim, numa espécie de promontório da humanidade e só estariam sendo julgadas por conta de sua excepcionais qualidades humanas. Não é, dizem seus defensores, que não tenham cometido crimes; não só não cometeram como pensaram e pensam, o tempo todo, no nosso bem.
É isto: o que se vê ali é um desfile de cordeiros de Deus que tiram os pecados do mundo. O julgamento mais famoso da humanidade tinha apenas um réu e um único inocente. E se cometeu uma só injustiça — embora estivesse prevista já na mente divinal. O julgamento de agora traz pelo menos 36 réus, 36 inocentes, e seus advogados, evocando — ainda que sem tocar na palavra — a injustiça original, gravada na nossa cultura. Alertam em tom quase apocalíptico: “Não mandem este Cristo redivivo para a cruz, senhores ministros!”
Lembrar-me-ei de acrescentá-los em minhas orações, não pelos votos que renovo todos os dias na humanidade e na razão, mas pelo bem que fizeram aos homens, aos brasileiros em particular.
Obrigado, José Dirceu!
Obrigado, José Genoino!
Obrigado, Delúbio Soares!
Obrigado, Marcos Valério!
Obrigado, Kátia Rabello!
Obrigado, Henrique Pizzolato!
O que seria de nós, pecadores, sem vocês?! Suponho, no entanto, que, do Cristo original, vocês só queiram a nossa devoção, mas não o mesmo destino, não é mesmo?
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 19:18

Mensalão: advogado diz que Pizzolato não sabia que envelope tinha dinheiro. Ah, bom! Então tá!

Por Gabriel Castro, na VEJA Online:
Advogado de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Marthius Lobato afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não houve desvio de recursos públicos para abastecer o esquema do mensalão, e que seu cliente não tinha poder de decidir sozinho sobre o repasse de recursos à DNA Propaganda, do publciitário Marcos Valério. Lobato foi o primeiro a apresentar sua sustentação oral à corte na sessão desta quinta-feira.
Sobre a acusação de que Pizzolato recebeu propina para favorecer os interesses de Valério, o advogado disse que seu cliente apenas fez um favor a Valério: repassou a um emissário do PT um envelope com os 336 000 reais.
“Ele pegou o pacote e guardou porque iria ser entregue a um mensageiro do PT. Quando ele chegou em casa, toca o telefone e alguém diz: ‘Eu sou do PT e vim buscar essa encomenda’. Ele não tinha conhecimento de que era dinheiro”, disse Marthius. Para reforçar sua tese, ele disse que PIzzolato, por não ter o poder de tomar decisões sozinho, não teria nada a oferecer em troca da suposta propina. “Qual a vantagem que o meu cliente daria? Não há possibilidade”, indagou.
Pizzolato é acusado de pagar irregularmente 73 milhões de reais da parcela do fundo Visanet pertencente ao Banco do Brasil e de ter recebido 336 000 reais de propina para favorecer a manutenção do contrato da DNA com o Banco do Brasil, apesar de irregularidades na execução da parceria. Ele teria ainda permitido que a empresa de Valério se apropriasse indevidamente de 2,9 milhões de reais, pagos sob a rubrica de “bonificação de volume” de publicidade.
“O fundo Visanet é uma empresa privada. Seus recursos são eminentemente privados”, disse o advogado, ao rebater a acusação de peculato. Além disso, Marthius Lobato declarou que seu cliente não tinha ascendência sobre a gestão do fundo. Ao final, foi interpelado pelo ministro relator do processo, Joaquim Barbosa, porque parte do fundo Visanet corresponde a recursos do Banco do Brasil.
O defensor alegou ainda que não houve irregularidades nos pagamentos à DNA e que seu cliente nem mesmo teria o poder de tomar sozinho qualquer decisão: “Para ele assinar o contrato, passou pela análise de todas as diretorias técnicas e jurídicas”, afirmou, ressaltando que as decisões da Diretoria de Marketing eram colegiadas: “‘É ingenuidade imaginar que um banco desse porte tivese um sistema diretivo simples, autônomo”, afirmou.
O advogado também disse que os bônus repassados à DNA não pertenciam ao Banco do Brasil, e por isso não houve crime. “Bonificação de volume é de direito das agências e não é repassado aos anunciantes. É um tipo de incentivo que os veículos de com oferecem para as agências de publicidade”, justificou.
Lobato disse que, se a bonificação era irregular e deveria ter sido devolvida ao Banco do Brasil, a Procuradoria-Geral da República deve ser processada porque se omitiu de acusar também as empresas que, em contratos com órgãos públicos, adotam essa prática: “Não há justificativa para o Ministério Público não ter entrado com ações contra essas empresas”, afirmou.
O STF também ouvirá nesta quinta-feira os advogados de quatro réus ligados ao PP:  Pedro Corrêa (ex-deputado federal pelo PP), Pedro Henry (deputado federal pelo PP), João Cláudio Genu (ex-tesoureiro do PP) e Enivaldo Quadrado (ex-funcionário do PP e sócio da corretora Bônus Banval).  
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 18:40

Cotas sociais e raciais nas universidades chegam à fase da estupidez absoluta. Dilma vai endossar um crime contra a educação e contra os pobres. Algumas polianas do cotismo agora se assustam. É mesmo, é? STF responde em parte por absurdo!

Pois é… Ah, a alegria “democratista” dos inocentes, dos bem-pensantes, dos tolos. Algumas almas que se queriam e se querem generosas acreditavam que, se flertassem “só um pouquinho” com o cotismo, estariam contribuindo para a justiça social. Jamais se deram conta de que o papel das universidades, por exemplo, não é acabar com a desigualdade — tampouco perpetuá-la. Ou elas se orientam exclusivamente segundo os critérios de competência ou desempenho — vale dizer: mérito —, ou estarão assumindo um papel que não é o seu. Nem cumprirão a sua função primordial nem se desincumbirão com eficiência da nova tarefa que lhes é atribuída. Quando declararam constitucional a aplicação de cota racial — contra, entendo eu, a Carta Magna —, os ministros do Supremo não imaginavam o que estava por vir. Modestamente, eu imaginava isso e antevejo coisas piores. Pois bem, a presidente Dilma Rousseff está prestes a fazer uma grande besteira. E vai fazer. Porque é da natureza da corrente de pensamento a que ela pertence. A que me refiro?
A deputada Nice Lobão (PSD-MA), mulher do ministro Edson Lobão (Minas e Energia), tem dois grandes feitos na carreira: é a campeã de faltas às sessões da Câmara em 2011 e é autora de um projeto, já aprovado também no Senado — só falta agora a sanção de Dilma — que determina que as universidades e os institutos técnicos federais reservem 50% das vagas para alunos oriundos das escolas públicas. Mas não só isso! Nice Lobão resolveu transformar o ingresso na universidade num misto de charada grega com luta de classes e racialismo (sabem como são esses marxistas radicais da família Lobão, né?). A estrovenga aprovada no Senado está aqui.
Como funciona?
1 – Os alunos das escolas públicas serão selecionados segundo o seu “Coeficiente de Rendimento” no ensino médio. Para eles, o Enem, por exemplo, não terá a menor importância.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA -  Já aqui se abre a primeira e escandalosa porta para injustiças. Dentro da ruindade geral das escolas públicas, há diferenças brutais de qualidade. O aluno que tiver um bom desempenho numa escola relapsa e pouco exigente levará vantagem ao competir com o que tiver um desempenho médio numa escola séria. Mais: sabemos que inexistem critérios objetivos para avaliar se o currículo oficial foi mesmo ministrado. Aliás, não existe um currículo nacional!!! Não encontrei na lei nenhuma referência sobre estado de origem do estudante e vaga pretendida. Como se trata de ensino federal, entendo que o candidato de um estado pode concorrer a uma vaga na federal de outro. O ensino médio é uma lástima no país inteiro, é fato. Mas sabemos que, mesmo dada a ruindade geral, há disparidades regionais brutais. Não só isso: os negros e pardos de Santa Catarina somam pouco mais de 11%; na Bahia, chegam a 78%. Um negro ou pardo de Santa Catarina que disputasse uma vaga na Universidade Federal da Bahia certamente seria selecionado segundo a cota baiana, mas carregando o “Coeficiente de Rendimento” da escola catarinense.
2 – Atenção para a loucura: metade daqueles 50% de vagas reservadas a escolas públicas terá de ser preenchida por alunos oriundos de famílias com renda per capita de até 1,5 salário mínimo.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – A lei é omissa sobre a forma como se vai fazer essa verificação. Será com base apenas na declaração do candidato? Cada universidade federal terá de investigar a renda familiar do aluno para saber se ele fala a verdade? Ora… Não há estrutura para isso. Fingir pobreza passará a ser um bom negócio. Será um critério de seleção superior ao conhecimento de matemática e língua portuguesa. Tão logo isso esteja em vigência, é evidente que haverá uma inflação de candidatos com renda per capita inferior ao limite estabelecido, certo? E a lei que convida à fraude.
3 – Deputados e senadores avançaram ainda mais na sandice. Essa metade da metade que tem de pertencer a famílias com renda per capita inferior a 1,5 mínimo tem der ser preenchida por autodeclarados negros, pardos e indígenas, segundo o percentagem apontada pelo IBGE na unidade da federação em que está a universidade.
A ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – Um pobre branco da escola pública leva desvantagem ao competir com um preto pobre ou mestiço pobre da escola pública, ainda que os dois tenham, então, o mesmo perfil social. A propósito: no caso do candidato indígena, o seu Coeficiente de Rendimento no que concerne ao domínio da língua terá como referência o português ou o idioma da sua tribo? Nesse caso, quem avalia?
4 – E aqueles outros 25% — a metade da metade oriunda da escola pública, mas que pode pertencer a famílias com renda per capita superior a 1,5 mínimo? Também para eles vale o critério da cor da pele.
ESTUPIDEZ ESPECÍFICA – É a mesma do item 3
A estupidez geral
A senhora Dilma Rousseff, que apoia o projeto, está botando os últimos pregos no caixão das universidades e institutos federais de ensino. Por quê? Só porque está abrindo as portas aos alunos da escola pública? NÃO!!! PORQUE METADE DAS VAGAS DESSAS INSTITUIÇÕES NÃO TERÁ MAIS NENHUM COMPROMISSO COM O DESEMPENHO DOS ALUNOS.
Notem que nem mesmo se exigirá deles uma nota aceitável no Enem — um exame que já é comprovadamente fraco. O único critério associado a desempenho é o tal Coeficiente de Rendimento, auferido em escolas distintas, provas distintas, segundo critérios distintos. Cria-se, obviamente, uma pressão sobre o professor da escola pública — que já padece, como diria o poeta, de diabólicos azares — em favor da facilitação. Ele e seus alunos terão clareza de que uma prova mais severa pode concorrer para criar dificuldades futuras ao aluno.
A escola pública vai melhorar?
A proposta, longe de democratizar o ensino universitário, concorre para democratizar a ignorância e para rebaixar o ensino universitário. Como se está assegurando ao aluno o ingresso na universidade segundo critérios que nada têm a ver com desempenho e competição, o que se tem, na prática, é uma pressão contrária: quanto mais relapso é “bonzinho” for o professor, tanto melhor.
Conheço e convivo com professores universitários, alguns meus contemporâneos da universidade. Atestam que a quantidade de semianalfabetos que chegam ao ensino superior é assustadora. Em vez de concorrer para melhorar a escola pública — sim, eu sei que é um processo demorado, mas não há outra saída —, essa lei vai usar a baixa qualidade como facilitador para o acesso ao ensino superior — vale dizer: quanto pior a escola de ensino médio, melhor!
Eis aí. Reitores das universidades federais incensavam as políticas de cotas. Também eles, mesmo sendo quem são, houveram por bem mandar os critérios acadêmicos para a ponta do pavio e aderir à demagogia. E os cotistas avançaram. A deputada Eunice, da grande família Lobão, pegou carona no debate e resolveu levar a coisa a sério, a seu modo. Pimba! Elio Gaspari, o maior propagandista das cotas no Brasil — para ele, quem se opõe à ideia é a turma do “andar de cima” — deve estar satisfeito.
Agora os cotistas pretendem que o mesmo modelo seja aplicado ao mercado de trabalho público e privado. Chegará a hora em que alguém proporá que o Congresso, as Assembleias, as Câmaras de Vereadores e os tribunais obedeçam a critérios dessa natureza — por que não? Teremos uma democracia que não será feita dos mais votados e dos mais competentes, tudo em nome da… Justiça!
Ao votar a favor da proposta, o senador Pedro Taques (PDT-MT), que costuma ser sério, evocou a experiência americana como exemplo de política bem-sucedida de cotas. Acho que ele deveria estudar melhor o assunto — e não vou me alongar agora sobre esse particular. Noto, no entanto, que cota social e racial, com essa precisão na divisão da cor da pede e com esse número de vagas garantidas aos cotismo, não foi aplicada em lugar nenhum do mundo, nem na África do Sul pós-apartheid.
Agora, os reitores das universidades federais e os professores estão assustados. Sabem o que os espera. Anos de incúria e de desastre no ensino público vão cair inteiros no seu colo. Em muitas universidades, já se discute a criação de cursos especiais para os alunos, algo que os capacite minimamente em matemática e língua portuguesa. Eu estou falando sério.
O desastre já está em curso
Não é o que se vá produzir o desastre. Ele já está em curso. Será agravado. Entre os estudantes do ensino superior, 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa. Vejam quadro.
Em 2001/2002, 2% dos alunos universitários tinham apenas rudimentos de escrita e leitura. Em 2010, essa porcentagem havia saltado para 4%. Vale dizer: 254.800 estudantes de terceiro grau no país são quase analfabetos. Espantoso? Em 2001/2002, 24% não eram plenamente alfabetizados. Um número já escandaloso. Em 2010, pularam para 38%. Isso quer dizer que 2.420.600 estudantes do terceiro grau não conseguem ler direito um texto e se expressar com clareza. É o que se espera de um aluno ao concluir o… ensino fundamental!
O quadro já era ruim, como se nota, e foi agravado pela dupla Lula/Haddad. Agora, a lei da dona Lobão, aprovada na Câmara, acolhida por ampla maioria no Senado e a ser sancionada por Dilma vai se encarregar de liquidar com o que resta.
Minhas homenagens ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que lutou brava e quase solitariamente contra essa estupidez no Senado. Foi inútil. Em nome da proteção aos pobres e aos vulneráveis, a maioria dos senadores mandou os pobres e os vulneráveis para a ponta do pavio. O que esses valentes fizeram foi condenar os ensinos fundamental e médio públicos à eterna ruindade. E essa ruindade, que já havia se alastrado para o ensino universitário, lá se instará de vez!
Espero um texto de Elio Gaspari demonstrando por que isso é bom para os brasileiros e por que os críticos da proposta da dona Lobão são “demofóbicos”. Eu sempre presto muita atenção aos argumentos dos “demofílicos”.
PS – Ah, sim: Câmara, Senado e Dilma vão pisotear a autonomia universitária. Bem feito, senhores reitores! É nisso que dá ter o nariz marrom, viver de joelhos para o Executivo, subordinar a inteligência a um ente de razão. Vocês pediram chicote e vão ter chicote! Serão os coveiros das universidades federais.
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 16:49

Desastre no ensino universitário

Daqui a pouco, o desastre que o governo Dilma promete para as universidades federais com uma lei aloprada de cotas sociais e raciais. Ou: os tolos estão de parabéns! Venceram! 
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 15:57

O debate sobre o mensalão. Veja

Já está no canal de vídeos da VEJA.com no Youtube o debate que fizemos ontem sobre o julgamento do mensalão. Segue abaixo para quem não assistiu ontem, ao vivo.
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 15:10

Lei das cotas deve afetar o vestibular já neste ano

Na VEJA Online. Ainda volto a esse assunto hoje..
Quem prestar vestibular no fim deste ano já poderá ser afetado pela Lei das Cotas, aprovada na terça-feira pelo Senado. O texto segue em até 15 dias para a sanção da presidente Dilma Rousseff, que é entusiasta da ideia, e passará a valer assim que for publicado. As universidades federais terão até quatro anos para se adaptar às novas regras. Em até um ano, devem adotar ao menos 25% do que a lei prevê, ou seja, implementar o novo modelo de cotas em uma escala menor. Reitores criticaram a medida, alegando que ela fere a autonomia universitária.
A federal que promove apenas um vestibular por ano terá necessariamente de adotar esse sistema de cotas em seu exame do final de 2012 ou início de 2013. Já universidades que realizam duas provas anuais, como a Universidade de Brasília (UnB), poderão adotar o novo sistema só em meados do ano que vem.
A lei prevê que 50% das vagas de todos os cursos e turnos das federais sejam reservadas a estudantes que cursaram todo o ensino médio em escola pública. Uma parte dessas vagas deve ser dedicada a negros, pardos e índios, conforme o percentual de cada raça indicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outra parte das vagas é para alunos com renda familiar igual ou menor a 1,5 salário mínimo per capita. A maioria da universidades já adota algum tipo de ação afirmativa, mas poucas atingem 50% das vagas.
Em meio à satisfação da presidente Dilma Rousseff e ao descontentamento dos reitores, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, optou por não comentar nada sobre a aprovação da lei das cotas. Ele alega que quer primeiro conversar com a presidente, se inteirar sobre o assunto, para só então se manifestar. Nos bastidores, porém, a conversa é outra. Entre os que trabalharam pela aprovação do projeto de lei é quase unânime a tese de que Mercadante nunca foi simpático ao sistema.
Ele teria, até mesmo, pedido várias vezes que o projeto não entrasse na pauta de votação – resistência atribuída à rejeição do tema no estado de São Paulo, seu reduto eleitoral. Mas o cenário foi ficando cada vez mais propício para a votação da lei especialmente após a aprovação pelo Supremo Tribunal Federal da constitucionalidade das cotas.
Outro facilitador, acreditam interlocutores, foi a saída de Demóstenes Torres (sem partido-GO) do Senado, que sempre foi forte opositor das cotas e grande agregador de parlamentares. Aprovado o projeto, a quebra da autonomia universitária é a principal crítica de reitores à decisão do Senado. Representante dos reitores, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) posiciona-se contra o projeto desde que a tramitação começou.
“Quase todos os reitores são a favor de políticas afirmativas, mas as ações devem ser estabelecidas a partir da autonomia, respeitando a especificidade de cada região”, afirma o presidente da Andifes, Carlos Maneschy, reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA). “Aqui no Pará definimos cota de 50% para escola pública, nem haverá grande mudança. Mas fomos nós que decidimos e essa fórmula não pode ser aplicada em todas.”
Para o reitor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Walter Albertoni, a definição de 50% é preocupante e pode resultar em queda de qualidade de ingressantes, principalmente em cursos mais exigentes, como medicina. “Ainda não dá para saber como vai ser o desempenho com esse porcentual”, diz ele. A Unifesp reserva 10% de vagas de cada curso.
O reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Helio Waldman, discorda. Segundo ele, é imprescindível um percentual como esse. “Não adianta colocar cotas pequenas. Quando se tem 10%, por exemplo, frequentemente a nota de corte é até superior ao dos não cotistas, pois essas vagas serão preenchidas por alunos vindos de escolas técnicas e colégios militares, que, em geral vêm de famílias com renda alta”, diz.
Já o reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Roberto Salles, criticou o que chamou de  ”intromissão indevida” do Congresso. “O Senado está transferindo a responsabilidade do ensino médio de qualidade, que cabe aos governadores e prefeitos, para as universidades. Estão passando o pepino”, afirmou. Recentemente, a UFF aprovou a reserva de 25% das vagas.
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) precisará de poucos ajustes para se adequar à lei. “Nossa política de cotas é semelhante à aprovada pela Câmara”, diz a reitora Dora Leal Rosa.
Em vigor desde 2004, o sistema de cotas da UFBA reserva 43% das vagas a estudantes que tenham cursado todo o ensino médio – além de pelo menos um ano do ensino fundamental – em escolas públicas. Além disso, oferece 2% das vagas a descendentes de índios. Dentro da cota, 85% são direcionadas a negros e pardos, seguindo as proporções da população baiana. 
(Com Agência Estado)
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 15:01

Em greve, PF faz operação-padrão em portos e aeroportos

Por Marina Pinhoni, na VEJA Online, com Agência Estado:
greve nacional dos policiais federais entra no terceiro dia nesta quinta-feira com a intensificação da checagem de documentos e bagagens de passageiros em portos e aeroportos de todo o país – a chamada operação-padrão. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) estima que chegue a 80% a adesão de agentes, escrivães e papiloscopistas à paralisação, de um total de 9.000 servidores. Apenas os serviços essenciais estão mantidos. De acordo com o Sindicato dos Policiais Federais no estado do Paraná (Sinpef/PR), a operação-padrão no aeroporto internacional Afonso Pena, em Curitiba, foi iniciada às 6 horas da manhã desta quinta-feira e terminou por volta das 11 horas. Durante a fiscalização da PF, foram apreendidas 6.000 cápsulas de ecstasy com um passageiro que seguia para Belo Horizonte.
Embora a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) tenha afirmado que o movimento no aeroporto era considerado normal, até as 11 horas da manhã foram registrados atrasos e cancelamentos em 77% dos voos. De 45 decolagens programadas até o horário, 24 tiveram atrasos e 11 foram canceladas. No aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, a operação também começou pela manhã, mas até as 11 horas, dos 23 voos programados, havia apenas um cancelamento e nenhum atraso.
Em São Paulo, está marcada para as 16h30 o início da operação-padrão no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. O procedimento pode causar filas e atrasos. Normalmente, a checagem é feita por amostragem somente em alguns voos. No porto de Santos, no litoral paulista, também acontecerá a operação nesta quinta-feira. Segundo a Fenapef, durante a tarde, será realizado o procedimento nos aeroportos de Brasília, Cuiabá, Rio de Janeiro e Vitória. A emissão de passaportes continua suspensa, sendo feita apenas em casos de emergência como em situações de doença, morte de familiar ou viagens já programadas.
Manifestações devem acontecer no Acre, Alagoas, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí e Sergipe. A categoria reivindica a reestruturação da carreira, aumento salarial e a saída do diretor-geral da PF, Leandro Daiello.
No Rio de Janeiro, uma manifestação de entidades que representam os servidores públicos federais fechou por mais de uma hora a Avenida Rio Branco, no centro, no fim da manhã desta quinta-feira. A passeata, com cerca de 600 servidores, reivindicava melhores salários e condições de trabalho. Os servidores dizem que permanecerão acampados na Cinelândia até que o governo aceite negociar. Segundo a polícia militar, não há registro de confrontos nem outros problemas além do trânsito.
Governo
Acuado por parte do funcionalismo público em greve, o governo desencadeou uma operação para esvaziar o movimento, que se espalhou por vários estados, expôs um ministro do núcleo próximo da presidente Dilma Rousseff a vaias e levou o conflito para as portas do Palácio do Planalto.
Na quarta-feira, após um dia de manifestações pelo país, o governo sinalizou que vai atender a pelo menos parte das reivindicações. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou que o governo ainda está finalizando as contas para ver que tipo de reajuste será possível apresentar aos servidores que estão em operação-padrão ou de braços cruzados.
“Preferimos uma análise mais detida para apresentar uma proposta responsável aos servidores”, declarou a ministra, depois de repetir o discurso do governo sobre as dificuldades em consequência da crise econômica internacional. “Iniciamos o ano com uma perspectiva melhor do que ocorreria com a economia. Em maio, junho, o que se viu foi um cenário nublado, muito difícil, que fez com que o governo tivesse de refazer suas contas.”
Balanço
Também na quarta, os policiais federais se uniram, em Brasília, às manifestações dos outros servidores públicos em greve e foram recebidos pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e pelo secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, em reuniões separadas.
No Rio de Janeiro, a paralisação dos agentes da PF causou filas de passageiros nos guichês do Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador. Na ponte Rio-Niterói, uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal , também em greve, complicou o trânsito nos dois sentidos a partir das 13h.
A travessia chegou a demorar uma hora e meia. Programada para se estender até às 16 horas, a manifestação terminou às 15 horas, depois que uma pessoa passou mal dentro de um dos veículos parados devido ao congestionamento.
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 6:20

LEIAM ABAIXO

A nova “Operação Caça-Gurgel” desfechada por petistas é sinal de que eles não têm uma boa avaliação do quadro. Faz sentido! Ou: Vejam quem está reclamando de uso político do dinheiro público!!! E a esgotosfera, financiada com o nosso dinheiro?;
Será que os ministros do Supremo devem — ou podem — ignorar relatório da CPI?;
No momento em que Lula entra na campanha, Haddad, que acha que matar depois de ler livros é melhor do que matar antes, parte para a baixaria contra Serra;
Petismo continua tentando desmoralizar o procurador-geral da República; homem de Dirceu entra com representação contra Gurgel;
Debate daqui a pouco;
Toron, o advogado de João Paulo, Oswald de Andrade e as galimatias;
“Há limitações” para atender policiais em greve, diz ministro da Justiça;
Estou me oferecendo para os bancos, mesmo sem entender nada do assunto; só quero o salário;
Ponte: protesto da PRF e ônibus pegando fogo param trânsito em Niterói;
Ex-mulher de Cachoeira se cala em reunião secreta da CPI;
Fala Mariz de Oliveira, que defende Ayanna Tenório, outra diretora do Rural;
A melhor defesa técnica até agora;
Pronto! Apareceu o morto! E a volta da “mineiridade”;
Fala advogado de outro diretor do Rural. Começa falando de Minas…;
Pequenas confusões… E encerramento com Rui Barbosa e Ésquilo;
Cliente de Bastos cuidou de renegociação de “empréstimo” que não foi cobrado;
Mais uma vez, o responsável era o morto;
Bastos insiste que empréstimo do Rural a Valério realmente existiu;
Bastos: entre a “democracia da lógica” e a “lógica da democracia”;
Começou a sessão do Supremo; vamos conhecer os heróis do dia;
Lobão diz que reajuste dos combustíveis é necessário;
Defensores públicos que tentavam esconder salários integram a elite de 0,7% do país; a maioria ganha mais do que Alckmin para tentar impedi-lo de governar. Podem protestar! Eu adoro protestos! É inútil me xingar; tentem me contestar!;
Marta Suplicy resolve falar bobagem, e eu resolvo lhe dar aula de matemática e lógica elementar! Nunca é tarde!;
Julgamento do mensalão – Advogados estão exagerando na dose e convidando os ministros do Supremo a desempenhar um papel patético. Ou: Individualização da conduta é princípio do direito, não porta da impunidade;

A Cruz Vermelha na versão corrupto-verde-amarela – Dirigentes da Cruz Vermelha trocam acusações sobre desvio de recursos
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 5:49

A nova “Operação Caça-Gurgel” desfechada por petistas é sinal de que eles não têm uma boa avaliação do quadro. Faz sentido! Ou: Vejam quem está reclamando de uso político do dinheiro público!!! E a esgotosfera, financiada com o nosso dinheiro?

O núcleo lulo-dirceuzista do PT e seus acólitos e agregados — como o senador Fernando Collor (PTB), por exemplo, hoje um esbirro da turma — continuam empenhados em tentar desmoralizar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Lembram-se de Cândido Vaccarezza? É aquele deputado do PT que, quando líder do governo na Câmara (vale dizer: era a voz de Dilma na Casa), encontrava-se secretamente com José Dirceu em quartos de hotel. Outro conviva era Sérgio Gabrielli, então presidente da Petrobras. Depois que ele saiu, se soube como andava, de fato, a empresa. Com uma oposição um pouco mais robusta, esse rapaz seria chamado às tintas. Com uma organização mínima dos acionistas minoritários, eles estaria em maus lençóis. Adiante. Pois Vaccarezza, o dirceuzista juramentado, resolveu entrar com uma representação contra o Gurgel no Conselho Nacional do Ministério Público. E qual é a razão? Uma suposta “cartilha” que o Ministério Público Federal elaborou para crianças e adolescentes, explicando em detalhes, numa linguagem acessível, o processo e seu andamento.
O deputado está muito bravo e manda ver. Diz que “custeada com recursos do erário, colhe-se propaganda pronta e acabada sobre os fatos em julgamento”. Vocês entenderam: ele acusa o MPF de usar dinheiro público para fazer propaganda contra seus aliados. Não é impressionante que ele seja do partido cujo governo financia uma rede de blogs sujos, alguns deles verdadeiramente criminosos, por meio de propaganda institucional e das estatais? O material do Ministério Público está muito longe disso. Na linha “joguem pedra do Gurgel”, acusa-o de não ter agido com presteza no caso Cachoeira. Vocês conhecem essa ladainha.
Pois bem. A página a que ele se refere está aqui. Não se trata de uma cartilha. Atenção! Essa área do site do Ministério Público Federal está no ar desde 16 de outubro de 2009, como lá se informa. Sua prática corriqueira, reitero, é tentar traduzir em linguagem simples as ações do órgão. Até questiono se crianças realmente entendem o que lá vai. Alguns jornalistas, aliás, deveriam ler. Recomendo a Janio de Freitas, por exemplo. Se, agora, existe uma área destinada a informar detalhes do processo do mensalão, é porque esse é o caso da hora. Basta visitá-la para verificar que esse é apenas um nicho da página. Se alguns petistas — não só eles — são protagonistas do mensalão, fazer o quê?
Perguntas diretas a Vaccarezza
– Deputado Vaccarezza, quantos milhões por ano as estatais põem nos blogs sujos destinados a puxar o saco de petistas, atacar oposicionistas e a imprensa independente?
– Deputado Vaccarezza, quantos milhões por ano o governo federal, as administrações petistas em outros níveis e alguns gestores da base aliada “investem” nesses mesmos veículos para difamar, caluniar, injuriar, mentir?
– Deputado Vaccarezza, o governo a que o senhor pertence não se envergonha, por exemplo, de sustentar uma publicação capaz de dar fé a uma lista elaborada por um falsário, que mente de forma desabrida para tentar desmoralizar um ministro do Supremo?
– Deputado Vaccarezza, com que autoridade moral acusa desvio de dinheiro público para propaganda quem, por vínculo partidário, está associado a esse tipo de sujeira?
– Deputado Vaccarezza, quantos milhões são empregados no que não passa de uma campanha de caráter partidário e, a depender do período, também eleitoral? Por que o senhor não pede uma investigação? Não o fazendo, então por que não se cala sobre o MPF?
ATENÇÃO, ATENÇÃO!
Eu não estou igualando as duas coisas! Eu não estou dizendo que são ações similares, porém com sinais invertidos. A linguagem a que recorre o site do MPF é objetiva e procura ser didática, sem baixarias e ofensas, é evidente! Abraça o ponto do vista do procurador-geral, é óbvio — embora divulgue também a versão dos réus. Ora, um simples cotejamento de linguagem evidencia que, de um lado, está o esgoto moral a soldo e, de outro, uma tentativa de traduzir  para crianças e adolescentes que diabos, afinal de contas, é esse processo.
É até possível que a página passasse quase despercebida, não fosse essa tentativa canhestra de usar o caso para, mais uma vez, atacar o procurador-geral. Mas por quê?
Avaliação ruim do quadro
Se a turma vai ser condenada ou não, isso eu não sei. Que os petistas estão com uma avaliação pessimista do quadro, isso é fato. Pessoalmente — eu e mais a torcida do Corinthians —, duvido que Marcos Valério se safe no tribunal. E, com ele, devem ir Delúbio Soares e alguns operadores do núcleo financeiro do esquema. Lembrem-se de que o empresário já foi condenado pela Justiça Federal.
O fato de o processo estar unificado, por vontade expressa da esmagadora maioria do Supremo (9 a 2), impõe aos ministros algumas responsabilidades. Pensemos por hipótese: Valério, Delúbio e mais uns dois ou três são condenados pela lambança, e Dirceu se salva? Alguém indagará: “Mas Lula não deveria estar lá também?”. É evidente que eu acho que sim! Já escrevi isso umas 300 vezes. Mas não está. Considero, sinceramente, impensável um Valério inocente — com o devido respeito ao doutor Marcelo Leonardo, que fez uma defesa muito competente e técnica, mas até ele deixou a sugestão de que também o considera. Pois bem: vai-se condenar o publicitário e deixar o comando político do PT livre e leve (não deveria nem ficar solto…)? É MESMO? MAS, AFINAL, VALÉRIO TRABALHAVA PARA QUEM E PARA QUÊ? Era senhor absoluto de sua própria República? O destino final da dinheirama era seu projeto pessoal de poder? Ora…
Um ministro que condena Valério e absolve Dirceu pode até dizer que se apega aos autos de algum modo, mas é evidente que se despediu da lógica. “Mas não serve Delúbio?” A resposta seria “sim” caso a gente considere que aquele senhor realmente tinha autonomia para decidir. E os líderes aliados que participaram da festança já disseram que acordo, para ser celebrado, só com o Zé. E no Palácio do Planalto!
Petistas neuróticos
Os petistas estão ficando um tanto neuróticos porque o desenrolar do julgamento, que, em tese, lhes é favorável — afinal, são cinco horas de acusação para 38 da defesa —, também começa a evidenciar um lado perverso. Nunca antes na história destepaiz tantos mártires e inocentes se juntaram, não é mesmo? E para produzir o quê? A gente viu. Na retórica, advogados se esmeram na santidade do réu. Duvido que o STF cometa suicídio moral — e legal!
A verdade, minhas caras, meus caros, é que o PT apostou tudo que esse julgamento não sairia neste ano. E apostava que manobras várias poderiam empurrá-lo para uma data sem data. Reavivado na memória, à luz dos fatos, o que foi o mensalão, assistimos àquele impressionante desfilar de inocentes em meio a empréstimos de fachada, saques na boca do caixa, dinheirama transportada em carro-forte, admissão de caixa dois…
Hoje, o PT está com medo!
Texto originalmente publicado às 4h51
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 5:47

Será que os ministros do Supremo devem — ou podem — ignorar relatório da CPI?

Boa parte do PT fez o que pôde para sabotar a CPI dos Correios. Não me engano no emprego da palavra. É “sabotar” mesmo. Uma coisa é atuar em defesa do governo ou de um partido, e isso é legítimo, tentando, com fatos, contraditar testemunhos e depoimentos, buscar os melhores argumentos para enfrentar as críticas etc. Outra, distinta, é produzir gritaria e desinformação para ocultar evidências, como fazia, por exemplo, a então senadora Ideli Salavatti, hoje ministra das Relações Institucionais. Agora, os advogados dos mensaleiros, em especial José Luís de Oliveira Lima, a Emilinha Borba dos jornalistas, reivindica que evidências colhidas pela CPI — que, queiram ou não, estão na origem do processo do mensalão — sejam simplesmente ignoradas pelos ministros do Supremo. Em entrevista ao Globo, Celso de Mello sugeriu que caminha nesse sentido. Mas isso está longe de ser consenso no tribunal, e a maioria dos ministros, tudo indica, rejeita essa tese.
No debate que fizemos ontem ao vivo da VEJA (o vídeo estará disponível nesta quinta), a questão foi abordada. Vamos ver. Diz, por exemplo, o Artigo 155 do Código de Processo Penal:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690 , de 2008)”
Define, no entanto, o Parágrafo 3º do Artigo 58 do Constituição Federal:
“§ As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.”
Há mais: o relatório da CPI, como observei ontem no debate, é um documento público, e os depoimentos, lembrou o professor Marco Antonio Villa, foram colhidos na presença dos advogados. Por que haveriam de ser agora ignorados? A resposta é simples e tem um alcance geral e outro muito específico, bastante dirigido. A CPI dos Correios, embora tivesse como relator um deputado já então na base do governo — Osmar Serraglio (PMDB-PR) — e como presidente um senador do PT — Delcídio Amaral (MS) — e fosse composta de uma maioria governista, não pôde fugir ao óbvio: aquilo a que se chamou “mensalão” (e poderia se chamar, sei lá, Cada da Mãe Joana) existiu.
Notem, por exemplo, o esforço dos advogados para demonstrar que os empréstimos do BMG e do Banco Rural às empresas de Marcos Valério realmente existiram. Porque existe a documentação, então eles teriam existido de fato, quando todas as evidências apontam que se tratava de uma fachada legal para a traficância com dinheiro. Volto a um trecho do relatório da CPI que já publiquei aqui e quero lhes lembrar, depois, o que disse o advogado de defesa de uma dos réus. Leiam com atenção o que vai em vermelho. Volto depois:
1.2 – O Banco do Brasil e empresas associadas
As ligações das agências do Senhor Marcos Valério com as empresas do governo podem ser a fonte dos recursos que foram destinados às pessoas indicadas pelo Sr. Delúbio.
Pode-se tomar como exemplo o contrato de publicidade e propaganda celebrado entre o Banco do Brasil e a empresa DNA, que foi objeto de auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União em que se constataram irregularidades na sua execução.
Os Bônus de Volume, diferente de bonificação, deveriam ter sido transferidos ao Banco do Brasil, de acordo com o contrato, mas não o foram. O Banco, por seu turno, não tomou as medidas para receber esses valores, em descumprimento aos arts. 66 e 67 da Lei n° 8.666/93 e às cláusulas contratuais. Segundo o TCU, o prejuízo pode ter chegado a RS 37.000.000,00.
A Companhia Brasileira de Meios de Pagamento – Visanet – e a Servinet também podem ter sido utilizadas pelo Banco do Brasil para repassar recursos ilegais à DNA. Essas empresas repassaram, à DNA, R$ 91.149.916,18 no período de 2001 a 2005 e, segundo o Senhor Antônio Luiz Rios (sócio das duas empresas), não mantinham contrato com a DNA. Conforme seu depoimento, desde 2001 os pagamentos à DNA pela Visanet são oriundos do Programa “Fundo de Incentivo Visanet”, proposto pelo Banco do Brasil, sendo que os repasses se davam mediante autorização do Banco.
A CPM1 rastreou os dois maiores créditos efetuados pela Visanet à DNA – R$ 23,3 milhões em 20/5/2003 e R$ 35 milhões em 12/3/2004 e verificou que:
a) quanto ao crédito de RS 35 milhões, observa-se que, em 12/3/2004, a Visanet depositou R$ 35 milhões na conta da DNA no Banco do Brasil; no dia útil imediato, a DNA transferiu R$ 35 milhões para outra agência do Banco do Brasil e, no mesmo dia, aplicou R$ 34,8 milhões em fundo de investimento do Banco; pouco depois, em 22/4/2004, a DNA efetuou uma TED de R$ 10 milhões a crédito do Banco BMG, referente à compra de certificados de depósito bancário; quatro dias depois, em 26/4/2004, foi concedido empréstimo de exatos R$ 10 milhões do Banco BMG a Rogério Lanza Tolentino & Associados. Como garantia, apenas o aval de Marcos Valério Fernandes de Souza e Rogério Lanza Tolentino e a aplicação financeira da DNA junto ao BMG acima referida. Apenas após a instalação da CPM1 foi proposta a execução judicial do crédito.
b) no tocante ao crédito de RS 23,3 milhões, verifica-se que, em 19/5/2003, a Visanet depositou R$ 23,3 milhões na conta da DNA no Banco do Brasil; no dia seguinte mesmo, a DNA aplicou R$ 23,2 milhões em fundo de investimento do próprio Banco do Brasil; depois, estranhamente, em 26/5/2003, a SMP&B, também pertencente a Marcos Valério, tomou empréstimo de R$ 19 milhões no Banco Rural. Há fortes indícios de que esses empréstimos, na verdade simulados, serviram de fonte de recursos para distribuição de dinheiro, conforme admitiram os próprios envolvidos, Srs. Delúbio Soares e Marcos Valério.
(…)
Voltei
Segundo o defensor de Tolentino, seu cliente pegou o empréstimo de R$ 10 milhões feito pelo BMG e repassou a uma secretária de Marcos Valério. O dinheiro acabou numa corretora que atuava para o esquema, a Bonus Banval, que distribuía, então, as prebendas aos mensaleiros. Fechou as portas logo depois que estourou o escândalo. Entenderam? A CPI nunca comprou a versão dos empréstimos. Os advogados dos réus, obviamente, sabiam da existência do relatório, que pode ser acessado por qualquer um.
O advogado de Dirceu faz pressão para que a apuração da comissão seja ignorada porque foi lá que Renilda Santiago, mulher de Valério, afirmou que Delúbio lhe contara que o ex-ministro sabia da origem do dinheiro do mensalão. Ocorre que, no curso do processo, o próprio Valério fez essa afirmação, como informa a Folha de hoje, só que teria sido Sylvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, e não Delúbio a ter passado a informação.
Trata-se de mais um esforço para tentar emprestar uma sombra de suspeição e ilegitimidade ao processo. Não é a única (ver post a respeito). Dirceu é Dirceu e não desiste nunca!
Texto originalmente publicado às 3h35
Por Reinaldo Azevedo
09/08/2012
às 5:33

No momento em que Lula entra na campanha, Haddad, que acha que matar depois de ler livros é melhor do que matar antes, parte para a baixaria contra Serra

Muito bem! Agora eles entraram em campo. Fernando Gugu-Dadá Haddad está dizendo a que veio. E, acreditem, não é a sua primeira barbaridade. Também não é a primeira baixaria de João Santana, o marqueteiro. E tudo acontece no momento em que Lula anuncia a sua entrada na campanha. A que me refiro? Leiam o que informa Bernardo Mello Franco na Folha de hoje. Volto em seguida:
*
O site da campanha de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo levou ao ar um vídeo em que um rapper faz gesto obsceno para José Serra (PSDB) e liga o tucano a Adolf Hitler (1889-1945). O videoclipe, intitulado “E agora, José?”, foi reproduzido com destaque na capa do portal petista, a cargo do publicitário João Santana.
Em algumas imagens, Serra é retratado como vampiro, profeta do apocalipse e sósia do sr. Burns, o empresário ganancioso da série “Os Simpsons”. Uma sequência de fotos o compara a Hitler e ironiza o episódio da campanha de 2010 em que o tucano disse ter sido atingido por um objeto atirado por petistas. O rapper MC Mamuti 011 ergue o dedo médio ao ouvir o nome do candidato do PSDB e canta: “Cê [sic] tem nojo do nosso povo, num finge que não/Fácil querer ser bom moço perto da eleição”.
(…)
A assessoria de Haddad disse inicialmente que o candidato não tem responsabilidade pelo vídeo. Isso também é dito, em letras pequenas, na página do portal. Em um segundo contato, porém, a assessoria afirmou que o vídeo foi publicado sem autorização dos coordenadores da campanha e que o responsável seria demitido.
Voltei
Eis aí do que são capazes. Trata-se de uma tática. O vídeo é posto no ar para que seja depois divulgado pela rede suja e pelos patrulheiros da Internet. Chamo o candidato petista de Gugu-Dadá numa referência a seu arzinho cúti-cúti, carinha de bom menino, do tipo que brinca sem sujar o shortinho. Mas ele é capaz de barbaridades — e não só teóricas.
Em agosto de 2011, criticando a reação dos inconformados com o livro do “nós pega os peixe”, ele fez este estupefaciente comentário:
“Há uma diferença entre o Hitler e o Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Essa é a grande diferença. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler”.
Está tudo dito aí. Fuzilar depois de ler é moralmente superior a fuzilar antes de ler, entenderam? Fuzilar depois de ler é uma “evolução”. Sem contar que resta a sugestão de que, se leu, pode ter fuzilado por bons motivos.
João Santana, responsável pela campanha, não teve dúvida em pôr a propaganda no ar. Já mergulhou no esgoto antes. Por que não o faria agora? Foi dele a ideia de perguntar no ar, na campanha de Marta em 2008, se o prefeito Gilberto Kassab era casado e tinha filhos. Imaginem qualquer campanha similar nesse sentido feita por Serra, satanizando o petismo. A imprensa paulistana, majoritariamente “haddadiana”, não abandonaria mais o assunto.
Entendam: a moral petista é a da necessidade. O partido precisa sair do atoleiro eleitoral em que está? Precisa! O que eles topam fazer para isso? Qualquer coisa! Não estão de braços dados com Maluf? O vídeo será agora reproduzido pela Al Qaeda eletrônica.
Haddad, claro, vai dizer que não sabia de nada, que o material entrou sem o seu conhecimento. Assim como desconhecia os vídeos do kit gay que, sob o pretexto de combater o preconceito, fazia proselitismo. Esse rapaz, que nunca sabe de nada, pretende ser o novo norte moral de São Paulo. Estamos vendo.
E não há como ignorar: isso ocorre no momento em que Lula, na prática, toma as rédeas da campanha. “Lula seria capaz disso?” Em três letras e um ponto: sim!
Por Reinaldo Azevedo
08/08/2012
às 22:21

Petismo continua tentando desmoralizar o procurador-geral da República; homem de Dirceu entra com representação contra Gurgel

O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) é um dos fiéis escudeiros de José Dirceu. É tão íntimo que se encontrava com ele naquele famoso quarto de hotel, mesmo sendo, então,  líder do governo na Câmara — do governo, reitero, não no PT. Enquanto o julgamento se dá no STF, os petistas e seus aliados insistem na desmoralização política do procurador-geral. Leiam trecho da reportagem de Cátia Seabra e Andréia Sadi. Na madrugada, volto ao tema.
Autor de representação, petista acusa Gurgel de ‘avacalhação’
Ex-líder do governo Dilma Rousseff e, ainda hoje, um dos mais combativos articuladores do Palácio, o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) é autor de representação contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no Conselho Nacional do Ministério Público.
Vaccarezza, que diz que entrará com a representação nesta quinta-feira (9), afirma que a cartilha produzida pelo Ministério Público para traduzir o escândalo do mensalão para crianças “é um acinte”. ”É uma avacalhação do trabalho da Procuradoria-geral da República. Não sei se Gurgel tem respaldo dos demais procuradores. É um engajamento político-eleitoral. Ele pode fazer na vida privada. Mas não no site da Procuradoria”.
Na representação, elaborada pelo coordenador do setorial jurídico do PT de São Paulo, Marco Aurélio de Carvalho, Vaccarezza acusa o procurador-geral de “carnavalização” do julgamento do mensalão ao divulgar, no site oficial da Procuradoria-geral da República, uma cartilha dirigida às crianças sem que o julgamento estivesse concluído.
No documento, ao qual a Folha teve acesso, o petista acusa o procurador de preconceito e prejulgamento.
“Gurgel foi rápido. Essa não é uma caracterísitca dele. Se fosse, ele teria sido rápido no caso Cachoeira”, atacou Vaccarezza. Mais de uma vez, o petista usou de ironia ao perguntar “por que o procurador não fez uma cartilhinha para explicar o caso do Cachoeira”. É uma alusão ao fato de Gurgel não ter apresentado denúncia contra o então senador Demóstenes Torres em 2009, quando foi informada pela Polícia Federal que o parlamentar fora flagrado nos grampos.
Segundo Vaccarezza, a edição da cartilha revela um esforço de encobrir as deficiências da acusação de Gurgel, segundo o petista, “simplória e fraca”. ”A Procuradoria tenta fazer uma lavagem cerebral nas crianças, o que é uma perversidade”, disse Vaccarezza, para quem o Ministério Público tem de “descobrir o objetivo político de Gurgel”.
Vaccarezza disse não ter consultado o presidente nacional do PT, Rui Falcão, sobre a iniciativa, “embora tenha passado o dia inteiro com ele”. Na representação, o petista pede que o Conselho Nacional atue para remediar e impedir a carnavalização do julgamento do mensalão, além de suspender a veiculação da cartilha.
“Trata-se de evidente desvirtuamento da atividade do Ministério Público, que está custeando com recursos públicos propaganda pretensamente educativa, informativa e de orientação social, mas com notória intenção de, para utilizar as palavras do respeitado jornalista, carnavalizar um julgamento sério, cuja tão somente ocorrência já impacta severamente a vida da nação e dos acusados.Não é isso que se espera do Ministério Público. Isso não faz parte, certamente, das atribuições elevadas cometidas ao Ministério Público pela Carta da República!”, diz o documento.
(…) 
Por Reinaldo Azevedo
08/08/2012
às 18:39

Debate daqui a pouco

Daqui a pouco, no site da Veja.com, o debate sobre o julgamento do mensalão, com Augusto Nunes, Marco Antônio Villa, Roberto Podval e eu.
Por Reinaldo Azevedo
08/08/2012
às 18:36

Toron, o advogado de João Paulo, Oswald de Andrade e as galimatias

Fala Alberto Zacharias Toron, outra estrela dos advogados, defensor do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), à época presidente da Câmara. Até agora, é quem faz a introdução, digamos, mais elevada. Exaltou o Supremo, já citou frases de Celso de Mello, Luiz Fux e Gilmar Mendes. Também exaltou, à diferença dos advogados de ontem, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Deixou claro, na introdução, que o processo, em sentido ‘”teleológico”, não pode ser compreendido pelos simples — em ultima análise, nós.
Toron citou um trecho do Manifesto Antropófago — ou “Manifesto Antropofágico” —, do poeta Oswald de Andrade, sobre o direito, a saber:
“Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. (…) Comi-o”
A frase está completamente descolada do contexto. Posso tratar do assunto numa outra hora. Observo que Toron, ali onde há os parênteses, omitiu um trecho da citação. Completa, ela fica assim (com a parte omitida em negrito):
“Perguntei a um homem o que era o Direito. Ele me respondeu que era a garantia do exercício da possibilidade. Esse homem chamava-se Galli Mathias. Comi-o”
Atenção, doutor Toron, o nome próprio “Galli Matias” é um óbvio trocadilho com a palavra “galimatias”, que quer dizer justamente “discurso verborrágico, esquisito, hermético, ininteligível”. Enrolação.
Ou seja: Oswald fazia uma crítica à verborragia do direito, a mesma que ele atacava na literatura, diga-se. Ele próprio ingressou na Faculdade de Direito da USP em 1909 e só se formou em 1919.
Por Reinaldo Azevedo



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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]