domingo, 12 de agosto de 2012

[ZP120812] O mundo visto de Roma

ZENIT

O mundo visto de Roma

Portugues semanal - 12 de agosto de 2012

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Santa Sé


Não falte a estes irmãos a nossa solidariedade e o nosso apoio
Bento XVI pede solidariedade para as populações das Filipinas, da China e do Irã

Por Maria Emília Marega

CASTEL GANDOLFO, domingo, 12 de agosto de 2012(ZENIT.org) –Em Castel Gandolfo, ao final da tradicional oração do Angelus, Bento XVI recordou as vítimas das recentes catástrofes.

O Papa recordou as populações asiáticas, especialmente das Filipinas e da República Popular da China, fortemente atingidas por chuvas fortes e também as vítimas do noroeste do Iran, atingidas por um violento terremoto.

Estes eventos provocaram numerosas vítimas e feridos, milhares de desabrigados e muitos danos.

O Papa convidou todos a unirem-se às suas orações pelos que perderam a vida e por todas as pessoas provadas por calamidades devastadoras.

“Não falte a estes irmãos a nossa solidariedade e o nosso apoio”, concluiu o Santo Padre.

Leia o Angelus deste domingo (12) na íntegra:

http://www.zenit.org/article-31035?l=portuguese

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As principais atividades presididas pelo Papa no Ano da Fé
Cultura e Arte estará presente no Calendário

CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 09 de agosto de 2012(ZENIT.org) – A Igreja comemorará o “Ano da Fé” entre 11 de outubro de 2012 – 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – e 24 de novembro de 2013, conforme anunciou o Papa em 16 de outubro de 2011, durante a Missa conclusiva do primeiro encontro internacional de novos evangelizadores. Diversas atividades marcam o calendário a partir de 06 de outubro próximo.

A primeira atividade associada ao Ano da Fé será uma edição da iniciativa “Pátio dos Gentios” em Assis, Itália, no dia 6 de outubro. Com tema “Deus, esse desconhecido”, o encontro entre crentes e não crentes antecipará a abertura oficial do Ano.

Na sequência, de 7 a 28 de outubro, haverá a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre “Nova evangelização para a transmissão da fé cristã”. No dia 11, Bento XVI presidirá a solene abertura do Ano da Fé na Praça São Pedro, ao lado dos participantes do Sínodo e dos presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo.

Quinta, dia 12 de outubro, a Igreja de Jesus, no centro de Roma, vai hospedar uma sessão cultural e artística sobre “A fé de Dante”. Será apresentado o canto XXIV do Paraíso da Divina Comédia, que descreve a profissão de fé do poeta italiano.

Domingo 21 de outubro, Bento XVI canonizará seis mártires e testemunhas da fé: um missionário jesuíta mártir em Madagascar; um catequista leigo, martirizado nas Filipinas; um padre testemunha da fé na educação dos jovens; uma religiosa que testemunhou a fé no leprosário da ilha de Molokai; uma outra religiosa, espanhola; uma leiga indiana convertida à fé católica; e uma leiga da Baviera, testemunha do amor de Cristo no leito de sofrimento. 

De 20 de dezembro até maio seguinte, haverá no Castelo Santo Ângelo uma exposição sobre o Ano da Fé. Em 2013, nos dias 25 e 26 de fevereiro, em Roma um congresso internacional debaterá o tema “São Cirilo e São Metódio entre os povos eslavos”.

Em 18 de maio, a vigília de Pentecostes será presidida pelo Papa com a participação dos Movimentos eclesiais. No dia 2 de junho, Corpo de Deus, o Papa presidirá a solene adoração eucarística e em todo o mundo, nesse mesmo dia, dioceses, paróquias e outras comunidades são convidadas a promover adorações. Em 22 de junho, um grande concerto na Praça de São Pedro vai celebrar o Ano da Fé. 

Logo depois, a Jornada Mundial da Juventude, de23 a28 de julho, no Rio de Janeiro, prevê a participação do Papa. Dia 29 de setembro, Jornada dos Catequistas, Bento XVI recordará 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica. 

Em 13 de outubro de 2013, o Papa presidirá uma celebração em honra de Nossa Senhora, com a participação das associações marianas, e no dia 24 de novembro, está marcada a celebração conclusiva do Ano da Fé.

(Fonte: Rádio Vaticana)

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Papa ressalta empenho dos Cavaleiros de Colombo pela liberdade religiosa
Mensagem ao Cavaleiro Supremo Carl Albert Anderson pelo 130º encontro anual da ordem

Por Antonio Gaspari

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 7 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Por ocasião do 130º Encontro Anual dos Cavaleiros de Colombo, em Anaheim, Califórnia, o secretário de Estado vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, SDB, enviou em nome do Santo Padre ao Sr. Carl Albert Anderson, Cavaleiro Supremo, uma mensagem que reitera a gratidão e o apoio na defesa da liberdade da Igreja e dos direitos de todos os crentes.

A mensagem tem um contexto particular: a Igreja católica nos Estados Unidos está se opondo à reforma do governo na saúde, que obriga os fiéis a pagarem para apoiar o aborto e os contraceptivos abortivos. A obrigação é contestada, e não apenas pela Igreja católica, como uma violação da liberdade religiosa.

Na mensagem, Bento XVI se dirige a Carl Albert Anderson para enfatizar o tema da convenção dos Cavaleiros de Colombo, que é precisamente a "proclamação da liberdade em todo o país".

O tema, diz a mensagem, "evoca não só os grandes ideais bíblicos de liberdade e justiça, que inspiraram a fundação dos Estados Unidos da América, mas também a responsabilidade de cada nova geração para preservar, defender e promover aqueles grandes ideais em todos os tempos".

Bento XVI explicou: "No momento em que esforços concertados são feitos para redefinir e limitar o exercício do direito à liberdade religiosa, os Cavaleiros de Colombo vêm trabalhando incansavelmente para ajudar a comunidade católica a reconhecer e responder à gravidade destas novas ameaças à liberdade da Igreja e a dar testemunho moral público".

O pontífice sublinha: "Ao defender o direito de todos os crentes, como cidadãos individuais e dentro das suas instituições, de trabalhar responsavelmente na construção de uma sociedade democrática inspirada pela sua fé, pelos seus valores e pelas suas aspirações, a Ordem vem testemunhando os altos princípios religiosos e patrióticos que a inspiraram desde a fundação".

"Os Cavaleiros de Colombo nasceram como uma sociedade fraterna fiel à Igreja e empenhada na assistência recíproca, como pioneiros no desenvolvimento do apostolado moderno dos leigos". Por esta razão, continua a mensagem, o papa "tem a certeza de que a atual convenção continuará apoiando este legado com a orientação, a inspiração e a direção para uma nova geração de fiéis e leigos católicos".

O convite a promover e sustentar um laicado católico livre dos condicionamentos da cultura dominante, capaz de contrariar a tentativa de deslegitimar a participação da Igreja no debate público sobre as questões que estão moldando o futuro da sociedade americana, já tinha sido feito pelo papa aos bispos dos Estados Unidos em visita ad limina, em 19 de janeiro deste ano.

Face a esta urgência, o Santo Padre encorajou o Conselho Supremo a fortalecer os louváveis programas de formação permanente, catequética e espiritual, que há muito tempo são uma característica dos Cavaleiros de Colombo.

Cada Cavaleiro, nas suas promessas batismais, se compromete a testemunhar diariamente a sua fé em Cristo, o seu amor pela Igreja e o seu compromisso para difundir o Reino de Deus neste mundo.

Ao se aproximar a abertura do Ano da Fé, o papa reza para que os Cavaleiros de Colombo demonstrem "uma vontade cada vez mais forte de professar a sua fé batismal, celebrando-a mais intensamente na liturgia, e de torná-la manifesta mediante o testemunho da própria vida"(cf. Porta Fidei, 9).

Bento XVI procurou transmitir em particular a sua "profunda gratidão pessoal pelo presente espiritual de orações e sacrifícios, que os Cavaleiros e as suas famílias ofereceram pelas suas intenções no curso deste ano, quando se comemora o trigésimo quinto aniversário da sua ordenação episcopal".

O bispo de Roma "tem o prazer de ver neste ato de solidariedade espiritual não apenas um testemunho excepcional de amor pelo Sucessor de São Pedro", que é, como está escrito na constituição dogmática Lumen gentium (nº 18) "o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade da fé e da comunhão", mas também um sinal de particular fidelidade, lealdade e apoio nestes tempos difíceis.

A mensagem termina com a invocação do Santo Padre à intercessão amorosa de Maria, mãe da Igreja, e com a bênção apostólica concedida a todos os cavaleiros e suas famílias.

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Mobilidade sustentável: Vaticano ganha dois micro-ônibus elétricos
A LeasePlan Itália doa os veículos de emissão zero para os visitantes dos Jardins Vaticanos

ROMA, segunda-feira, 6 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Em 23 de julho, o governatorato do Estado da Cidade do Vaticano recebeu como presente da empresa LeasePlan Itália dois micro-ônibus elétricos com emissão zero de poluentes. Os veículos serão disponibilizados para os Museus Vaticanos, que os oferecerão como serviço aos visitantes dentro dos Jardins do Vaticano. A LeasePlan Itália é uma operadora líder no arrendamento de longo prazo de veículos e está comprometida com a "mobilidade sustentável", que prevê o uso de veículos elétricos e híbridos.

A cerimônia de entrega dos veículos foi realizada na Praça do Governorato, com a presença do cardeal Giuseppe Bertello, presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, de mons. Giuseppe Sciacca, secretário-geral, do profº Antonio Paolucci, diretor dos Museus Vaticanos, do dr. Domenico Giani, diretor dos Serviços de Segurança e Proteção Civil, do dr. Giovanni Amici, diretor de Serviços Gerais, e do dr. Alfonso Martínez Cordero, diretor da LeasePlan Itália.

De acordo com as palavras do papa Bento XVI na XLIII Jornada Mundial da Paz, "a Igreja tem uma responsabilidade para com a criação e sente o dever de exercê-la também em público, para defender a terra, a água e o ar, dons de Deus Criador para todos, e, acima de tudo, para proteger a humanidade do perigo da destruição de si mesma". Ao adotar os veículos, o governatorato vaticano pretende contribuir simbólica e concretamente para o crescimento da mobilidade eco-sustentável e confirmar o seu compromisso permanente com as questões ambientais, já expresso na adoção de painéis fotovoltaicos instalados no telhado da Sala Nervi para geração limpa de energia elétrica.

Alfonso Martínez Cordero, diretor da LeasePlan Itália, diz que a empresa “está lisonjeada por estar ao lado da Cidade do Vaticano neste projeto em prol da mobilidade elétrica nos Jardins do Vaticano. Nossa empresa é extremamente sensível às questões ambientais e tem o compromisso da preservação através de projetos específicos e da criação de uma Comunidade Elétrica, que tem a ambição de ser um think tank no mundo da mobilidade eco-sustentável".

Os dois micro-ônibus possuem quatorze assentos cada e são equipados para transportar pessoas com necessidades especiais, que, pela primeira vez, terão a mobilidade garantida no coração verde do Vaticano. Os usuários ainda terão à disposição áudio-guia em vários idiomas.

Os veículos acompanharão os visitantes por pequenas estradas internas ricas em plantas exóticas e mediterrâneas, esplêndidas fontes e edícolas. A partir do próximo outono europeu, os trajetos chegarão também às escavações arqueológicas da necrópole vaticana, ao longo da Via Triumphalis, pequena jóia arqueológica recentemente adaptada para visitação.

Trad.ZENIT

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Comunicar a fé hoje


O testemunho da caridade, caminho da nova evangelização
Dom Rino Fisichella discursa no Proclaim 2012, na Austrália

ROMA, sexta-feira, 10 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - "Tentar calar o desejo de Deus não nos levará à nossa autonomia". "O homem está em crise, mas não é marginalizando o cristianismo que teremos uma sociedade melhor".

Estas exclamações estiveram no centro do pronunciamento O que é a Nova Evangelização, feito pelo presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, dom Rino Fisichella, em Chatswood, Austrália, no encontro Proclaim 2012, de acordo com informações da Rádio Vaticano.

"O grande desafio para o futuro está todo aqui: ​​quem quer a liberdade de viver como se Deus não existisse pode tê-la, mas precisa saber para onde está indo com essa escolha". Dom Fisichella traça o perfil da crise do homem contemporâneo, que "se esqueceu do essencial", superprotegendo a sua independência e a sua responsabilidade pessoal pelo próprio estilo de vida.

Não é excluindo Deus da própria vida que o mundo será melhor: os católicos não aceitam ser marginalizados e continuarão a trazer ao mundo a boa nova de Jesus. O anúncio dos crentes, no entanto, "não pode recorrer à arrogância e ao orgulho" nem expressar "um sentimento de superioridade em relação aos outros", mas, pelo contrário, devem ser feito ​com "doçura, respeito e reta consciência".

Nisto consiste a nova evangelização, a missão da Igreja de hoje, de toda a Igreja, composta por bispos, padres e leigos: não é nada diferente do passado, mas uma nova maneira de transmitir a mesma mensagem de salvação do Senhor que ressuscitou por nós.

Com Bento XVI, Fisichella recorda que "não é a diluição da fé que ajuda, mas apenas o vivê-la inteiramente em nosso hoje... Não seremos salvos pelas táticas, o cristianismo não será salvo pelas táticas, mas por uma fé repensada e revivida de modo novo, mediante a qual o Cristo, e, com Ele, o Deus vivo, entra neste nosso mundo".

A primazia deve ser dada ao testemunho, portanto, como principal instrumento para levar a toda pessoa, de qualquer lugar e em todo tempo, o anúncio de que a salvação se tornou realidade; e à caridade, porque a vida só encontra a sua plena realização no horizonte da gratuidade.

“Na palavra do Senhor”, acrescentou Fisichella, “privilegiamos tudo o que o mundo considera inútil e ineficiente. Os doentes crônicos, os moribundos, os marginalizados, os deficientes e tudo o que exprime aos olhos do mundo a falta de futuro e de esperança, tudo isso conta com o compromisso dos cristãos”.

Paralelamente, no entanto, “também precisamos mudar a maneira de evangelizar, como Paulo VI já apontou, e encontrar novas formas, desenvolver a nossa adaptabilidade”, prosseguiu.

A expressão "nova evangelização" foi usada pela primeira vez por João Paulo II em 1979, e as suas sementes continuaram a ser cultivadas por Bento XVI com a criação do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.

Mas não podemos fazer evangelização sem evangelizadores, nota o religioso, porque a responsabilidade do anúncio é de todos e não admite ser delegada. Daí o convite aos cristãos a discernir entre a verdade e a mentira, entre o que dá frutos e o que é efêmero: o principal desafio da Igreja de hoje.

(Tradução:ZENIT)

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Cultura


O que há de belo na vida sem fé?
Recém-falecido autor das Crônicas Marcianas, Ray Bradbury convida a redescobrir a fé

Por Andrea Bartelloni

ROMA, terça-feira, 7 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - "Em 1859, Darwin abriu as portas para um novo tipo de organização ideológica do pensamento e da fé: uma organização baseada na evolução (...) No pensamento evolucionista, não há necessidade nem espaço para o sobrenatural. A terra não foi criada, evoluiu. Assim também os animais, as plantas e mesmo nós, os homens, mente e alma, cérebro e corpo. E assim, a religião". Com estas palavras, Julian Huxley descreveu com grande honestidade intelectual o trabalho do célebre cientista britânico.

Esta citação vem à mente quando se leem as histórias de Ray Bradbury em Crônicas Marcianas. O autor norte-americano, recentemente falecido, coloca na boca de um dos vários protagonistas uma frase que diz muito sobre o seu passado cultural. É uma reflexão sobre a causa do declínio da raça humana: a perda da fé.

Perda de fé ligada ao aparecimento de Darwin e das suas teorias, juntamente com Huxley e Sigmund Freud, o pai da psicanálise (nos anosem que Bradburyescreve, a psicanálise freudiana causava furor nos EUA).

São teorias abraçadas com alegria, mas que percebemos que elas entravam em confronto com a religião. “Não querendo removê-las, removemos as religiões”, conclui o protagonista da história.

A interessante reflexão de Bradbury, feita nos final dos anos 40 do século passado, continua: "E fizemos um grande negócio: perdemos a fé e ficamos dando voltas, nos perguntando qual é a finalidade, qual é o sentido da vida. Se a arte não era nada além de um tremor de desejo frustrado, se a religião não era mais do que uma auto-ilusão, o que é que havia de belo na vida? A fé nos tinha sempre dado as respostas, mas, com Freud e com Darwin, tudo foi parar no lixo. Fomos e somos uma raça perdida", dizem as Crônicas Marcianas.

E a causa reside na perda das relações entre a ciência e a religião, que, em vez de enriquecerem uma a outra, entraram em conflito.

O cardeal Ratzinger, em seu famoso discurso na Sorbonne, em Paris, no dia 27 de novembro de 1999, enfatizou que "a teoria da evolução veio se delineando cada vez mais como o caminho para fazer sumir a metafísica e para fazer parecer supérflua a ‘hipótese de Deus’ (Laplace), além de formular uma explicação estritamente ‘científica’ do mundo".

É este, justamente, o problema: ciência e fé, ciência e religião, parecem ser alternativas. O que está em jogo é muito, e Bradbury percebeu os riscos, assim como os pontificados recentes. Foi esquecido o que dizia Leo Moulin, em Tecnologia e Cristianismo: "O cristianismo, ao apresentar ao homem uma imagem do mundo que não se identifica com Deus, cujo mistério é a ele acessível, e ao dar ao homem, feito à imagem e semelhança de Deus, o dever de dominar a terra (...), abriu as estradas para o conhecimento científico do mundo e para as aplicações da técnica".

Não há contraposição. Na verdade, foi o cristianismo que permitiu o nascimento e o desenvolvimento da ciência como a conhecemos hoje.

(Tradução:ZENIT)

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Familia e Vida


O Pai e a Família
Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, reflete sobre o dia dos pais

RIO DE JANEIRO, sexta-feira, 10 de julho de 2012 (ZENIT.org) - Neste domingo celebramos o Dia dos Pais! Dentro da comunidade família, o pai é chamado a viver o seu dom. Os pais são planos de Deus para a família. Esta comemoração, que veio através da sociedade civil, nos ajuda a valorizar no âmbito religioso a vida familiar. Apesar da exploração comercial deste dia, a Igreja no Brasil, neste mês vocacional, recorda a vocação à vida em família. Por isso mesmo começamos a viver também nesse dia a Semana Nacional da Família.

Hoje, ultrapassamos a ideia do chamado pai provedor, enquanto ele é capaz de trabalhar, até arduamente, para abrigar sua família, colocar comida na mesa e pagar as contas no final do mês. A paternidade começa no compromisso de vida do marido para com sua esposa, baseando-se no amor desinteressado e generoso.

 Os filhos e filhas devem reconhecer no pai a presença do amor, da escuta e do apoio oportuno para o seu crescimento, para se tornarem pessoas com conhecimento dos seus direitos e responsabilidades; o apoio para alcançar a auto-estima, a autêntica autonomia e independência e também para compartilhar e celebrar os seus sucessos, e dar conforto quando confrontado com o fracasso.

O que conta para o cristão é a forma como o Pai orienta seus filhos para Jesus Cristo, e qual o papel de modelo de fidelidade de valores ele realmente quer apresentar no seio de sua família.

Neste sentido, o pai é chamado a assegurar o desenvolvimento harmonioso e de união entre todos os membros da sua família. Deve partilhar com a esposa a formação dos filhos.

Podemos afirmar que a paternidade é própria de uma verdadeira espiritualidade da família. Deus é a fonte da vida e do amor em que a família vive no mundo de hoje. O saudoso Papa Paulo VI já nos recordava na Encíclica Humanae Vitae que o casamento “não é efeito do acaso ou do produto da evolução de forças naturais inconscientes: é uma instituição sapiente do Criador para realizar na humanidade o seu desígnio de amor (HV 8).

Daí que, na missão de pai, este é convidado a frutificar e ter a vida ao máximo, exercendo sua função específica biológica e psicológica no contexto da família.

Poderíamos dizer que a missão do Pai é uma vocação, em última instância, do próprio matrimônio. Este significa, antes de tudo, a união de uma pessoa com todos os seus valores e tudo o que deve representar a medida de sua própria dignidade. Todo homem e toda mulher deve doar-se mutuamente em dom sincero de si, através das expressões de sua masculinidade e de feminilidade, o que transpassará certamente para o seu relacionamento com os filhos que virão de sua união.

A família é sempre desafiada com variados problemas urgentes, que são, na verdade, provocados pelas tendências de sua secularização.

Neste contexto, surge o conceito de Pai como serviço no amor. Novamente nos adverte Paulo VI: “na tarefa de transmitir a vida, os pais não são livres para procederem à vontade, como se pudessem determinar, de forma totalmente autônoma, as vias honestas a seguir, mas devem conformar a sua atividade de acordo com a intenção criadora de Deus, expressa na própria natureza do matrimônio e de seus atos”.

A criança não pode exercer certas fases de sua maturidade psicológica sem a ajuda paterna, que a ajude a ousar e a enfrentar as adversidades da vida. O pai educa principalmente pela sua conduta pessoal, que consigo também carrega os seus variados aspectos da masculinidade do ser humano. Os filhos e filhas olham para a figura paterna muito mais do que apenas como uma extensão de seus conhecimentos limitados. Olham para seus gestos, suas expressões e para o seu testemunho. Procuram neste um valor e um sentido de suas vidas, que encontrarão, certamente, na realidade das coisas, na vida que se apresentará diante deles, um dia.

Em suma, a paternidade é um “link” para as consciências dos filhos, que os orienta na condução moral e nos princípios éticos de suas existências.

Roguemos, hoje, a São José, como modelo de pai que abraçou por inteiro as suas responsabilidades, ressaltando a sua firmeza e sua perseverança, confiando sempre em Deus e no seu plano. Quantos pais estão diante das frustrações da procura por emprego, ou de desejo de dar o melhor pela sua família, sem poder fazê-lo!

São Bento, grande mestre da espiritualidade, diz que o abade de um mosteiro tem que mostrar a atitude dura de um mestre e a ternura de um pai. O mesmo deveria se aplicar aos pais de família. Devem ser tanto carinhosos com seus filhos, enquanto agem com firmeza em sua educação.

Que a Semana Nacional da Família, ecoando o tema do Encontro Mundial das Famílias com o Papa, neste ano, em Milão, “A família, o trabalho e a festa” nos ajude a apresentar a beleza da vida em família cristã que procura ouvir a voz de Deus e colocar em prática a Sua Palavra.

Eis um belo momento de apresentar ao mundo a importância e a necessidade das famílias cristãs e a proposta de sua presença na sociedade!

† Orani João Tempesta, O. Cist.

  Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

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O aborto, por qualquer motivo, sempre deixa uma marca profunda (Parte II)
Entrevista com Mons. Vitaliano Mattioli, missionário italiano no Brasil

Por Thácio Siqueira

BRASILIA, sexta-feira, 10 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Em entrevista a ZENIT, Mons. Vitaliano Mattioli, missionário italiano fidei donum no Brasil, revela os principais perigos do aborto para uma mulher e para uma nação.

Publicamos a segunda parte da entrevista hoje. Para ler a primeira parte clique aqui.

***

ZENIT: Por que o aborto é uma coisa ruim para a mulher?

ZENIT: Falar de mulher é sinônimo de maternidade. É uma sensibilidade totalmente feminina que o homem não possui, pelo menos nesse nível. Quando uma mulher está grávida não diz: "Dentro de mim tenho um zigoto ou um embrião”, mas diz: “estou esperando um filho”. Ela sabe que aquela realidade que está amadurecendo dentro dela é um outro ser humano, seu filho. Fiquei impressionado com uma página de um romance grego (Sec I ou II d.C.). Uma senhora tornou-se escrava enquanto se encontrava no segundo mês de gravidez. Confidenciou a uma amiga a sua preocupação. Esta respondeu-lhe que a solução era abortar. Mas a mulher disse: "Como, você que é uma mulher, me aconselha matar o meu filho?" (Caritón de Afrodisias, O Romance de Caliroe). O corpo da mulher, que deve ser o primeiro berço da criança, o lugar privilegiado para o desenvolvimento de uma vida, transforma-se em um lugar de morte, em um cemitério. A mulher sabe que traiu seu filho, mas especialmente que traiu a si mesma. O seu organismo genital, onde Deus trabalha para gerar e amadurecer uma vida, foi profanado. À ação divina de amadurecer e proteger uma vida, substituiu-se uma vontade humana de condenar à morte.

ZENIT: O senhor tem atendido algum caso de casal que tenha abortado?

MONS.VITALIANO: Atendi vários casos. É preciso muita compreensão e, ao mesmo tempo

atrair essas pessoas para se tornarem apóstolos da vida, ajudando outras mulheres que se encontram nesta situação para não cometerem o mesmo erro. De um mal pode vir bem.

ZENIT: O brasil está a ponto de votar pela aprovação do novo código penal que despenalizará o aborto até a 12 semana. O que essa legislação pode trazer para o Brasil e para as famílias brasileiras?

MONS.VITALIANO: O Brasil é um país maravilhoso. Espero que o Congresso de Brasília não cometa o mesmo erro que o italiano e de outras Nações. Pergunto-me: qual é o significado desta 12ª semana, ou seja, o terceiro mês. A genética nos diz que o feto, no terceiro mês, é um bebê completamente formado. Mas já a partir do momento da concepção o novo indivíduo possui todo o patrimônio genético, possui a sua carta de identidade genética. Só precisa de tempo para desenvolver-se, para amadurecer. Todas as transformações depois da concepção não são mais do que desenvolvimento das suas características que já possui desde o começo da sua existência. O zigoto é um ser humano com todas as potencialidades e não um ser humano em potência. No primeiro caso trata-se de desenvolver o que o zigoto, embrião, feto já tem em sua composição genética; no segundo trata-se de uma intervenção de fora para dar-lhes o que não possui. Mas não há uma outra intervenção externa depois da concepção. Portanto, o desenvolvimento da gestação consiste no amadurecimento daqueles elementos que o novo indivíduo possui desde o começo. É necessário chamar a realidade com o próprio nome e não com outras palavras que obscurecem a verdadeira essência da ação. A palavra aborto é indolor. O mesmo: interrupção de uma gravidez. Mas se falamos: o aborto é a interrupção de uma vida humana nas primeiras fases da sua existência, ou seja, é um assassinato, o impacto psicológico é muito diferente. Se o Brasil aprova essa lei, mais do que dizer: lei que permite o aborto, seria mais honesto dizer: “lei que permite a interrupção de uma vida humana nas primeiras fases da sua existência, ou seja, um assassinato. As conseqüências desta lei são desastrosas, como ocorre naqueles Países onde o aborto é legalizado. Antes de mais nada, a desvalorização da vida humana. Quando um Governo permite a uma mãe matar o seu próprio filho, não devemos mais surpreender-nos se a vida humana não tem mais valor. Além disso, o relaxamento dos costumes sexuais, já muito em crise, vai aumentar. Em vez de formar uma sociedade forte, o mesmo Governo irá contribuir de forma decisiva para formar uma sociedade fraca e frágil. O Brasil é um país que conserva uma grande sensibilidade e um grande amor à vida. No mundo a população mundial é invejada pelo desejo, a alegria, o gosto de viver. Tomara que não seja justamente o Governo que prive este povo maravilhoso, de tanta felicidade e alegria.

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Mundo


Leigos na China recebem formação sobre a fé
Curso na província de Zhe Jiang para aprofundar o conhecimento sobre a fé e a Sagrada Escritura

HANG ZHOU, quinta-feira, 9 de agosto de 2012(ZENIT.org) – “Estudar, conhecer e aplicar a Sagrada Escritura” foi o tema do curso de formação para os leigos da comunidade católica da província de Zhe Jiang, que aconteceu de 31 de julho a 04 de agosto.

Segundo o Faith i He Bei à Agencia Fides, 150  fiéis leigos ativos na vida comunitária (especialmente paroquial) das 4 dioceses da província participaram dos estudos “ para melhorar a própria formação sobre a fé e transmitir às suas próprias paróquias”.

Durante o seminário foram tratados ensinamentos sobre 6 temas: conhecimento da Sagrada Escritura, a melhor maneira para ler a Bíblia, a escuta da Palavra de Deus com os ouvidos e o coração, os ensinamentos da Sagrada Escritura na vida, a evangelização à luz da Sagrada Escritura.

A província de Zhe Jiang se encontra na costa sudeste da China com101.800 Kme uma população de 47, 2 milhões de habitantes. A principal cidade é Hang Zhou. A província se divide em 4 dioceses: Hang Zhou, Tai Zhou, Wen Zhou e Ning Bo. Segundo o site oficial da Igreja Católica da província, a comunidade conta com 69 sacerdotes, 47 seminaristas, 99 religiosos, 175 mil fiéis leigos, 335 igrejas e capelas e 5 asilos.

O Evangelho chegou à terra da província de Zhe Jiang no final da dinastia Tang (61-907). Em 1696, o Papa Inocêncio XII fundou o Vicariato Apostólico de Zhe Jing nominando o padre dominicano Alcala como primeiro Vigário Apostólico. Em 1838, o Vicariato  foi agregado à província de Jiang Xi e confiado aos missionários lazaristas.

(Tradução:MEM)

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Cardeal Kurt Koch avalia o Vaticano II
Precisações favorecem o diálogo com os críticos do concílio

ROMA, segunda-feira, 6 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Para tentar entender a importância e a oportunidade do Concílio Vaticano II, o cardeal Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, conversou com a agência Apic-Kipa, em entrevista reproduzida pelo L'Osservatore Romano neste último 3 de agosto.

Sobre as pessoas que afirmam que o concílio foi um erro, o cardeal observa: "A noção de que um concílio também pode incorrer no erro se enraíza em Martinho Lutero. Considerando só isto, os tradicionalistas deveriam se perguntar onde é que eles se posiconam de fato".

A respeito das críticas de quem contrapõe o Concílio de Trento ao Vaticano II, o presidente do Pontifício Conselho afirma que "o Vaticano II adotou quatro constituições, nove decretos e três declarações. Em termos puramente formais, podemos ver a diferença entre esses três gêneros. Então já surge um problema quando se considera que o Concílio de Trento (1545-1563) só publicou decretos, mas nenhuma constituição". E complementa: "Ninguém afirmaria que o Concílio de Trento foi de um nível inferior. Portanto, do ponto de vista meramente formal, podemos encontrar diferenças, mas não podemos realmente aceitar diferenças no caráter do conteúdo desses documentos".

Quanto às críticas em relação ao ecumenismo, o cardeal Koch salienta que "não é um tema secundário, mas central no concílio, como já lembrou João Paulo II. É por isso que hoje ele tem que ser um tema central na Igreja".

Ainda neste sentido, Koch enfatiza que o decreto conciliar sobre o ecumenismo, a Unitatis Redintegratio, baseia os seus princípios na constituição dogmática sobre a Igreja, a Lumen Gentium. "Paulo VI ressatou firmemente, na época da promulgação deste decreto, que ele interpreta e explica a constituição dogmática sobre a Igreja". O cardeal reitera também, no contexto ecumênico, que "a declaração conciliar Nossa Aetate, sobre as relações da Igreja com as religiões não cristãs, em especial com o judaísmo, igualmente se fundamenta na constituição dogmática sobre a Igreja".

Koch termina a entrevista anunciando que, para 2017, aniversário de quinhentos anos da Reforma, o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos está preparando um comunicado conjunto com a Federação Luterana Mundial.

Trad.ZENIT

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Entrevistas


Relijogando: um jeito original de ensinar religião
Entrevista com o prof. Nunzio Rubino: palavras cruzadas para ensinar religião no ensino fundamental

Por Giuseppe Adernò

ROMA, segunda-feira, 6 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Um método original de ensino da religião católica nas escolas primárias: Giuseppe Adernò entrevista o profº Nunzio Rubino, que ensina religião na região de Catânia e testemunha a eficácia do método, apresentado em 2009 aos professores de religião da diocese italiana de Termoli-Larino.

A abordagem lúdica é o modo preferido de aprendizado e descoberta do mundo na infância.
A Carta de Direitos da Criança (ONU, 1959) explica a possibilidade de ensinar brincando: "A criança deve ter todas as possibilidades de brincar e se divertir em atividades direcionadas ao propósito da educação". No brincar, são delineadas as capacidades fundamentais da criança: as sensorias, as motoras, as sócio-afetivas, as construtivas, as expressivas e as intelectuais, uma vez que brincar envolve a participação vital de toda a personalidade. De acordo com as diretrizes italianas para as etapas escolares maternais, “os jogos individuais e de grupo devem ser desenvolvidos para estimular o aprendizado natural das estruturas fonológicas, lexicais e morfossintáticas".

O brincar, fazendo parte da esfera cultural da infância e adolescência, é experimentado
espontânea e naturalmente como fato inevitável de comunicação e de motivação, estimulando a interação e a descoberta de novas qualidades. As crianças envolvidas nessas atividades exercitam e adquirem a capacidade de se relacionar com os outros, de respeitar as regras, de desenvolver a concentração.
Através do projeto "Religiocando" [“Relijogando”, em tradução livre], o professor sugere um "jogo" de enigmas, propondo palavras cruzadas temáticas que despertam a curiosidade e tornam as crianças protagonistas da pesquisa, estimulando novos aprendizados e conhecimentos que seriam mais difíceis de conseguir através do método tradicional.

***

ZENIT: Profº Rubino, como surgiu a idéia de explicar a religião com palavras cruzadas?

Profº Rubino: Nós todos sabemos como é difícil, na era da globalização, falar de Jesus com os nossos filhos. Como conversar com eles sobre um personagem que viveu dois mil anos atrás, num contexto histórico e social tão diferente e distante do nosso tempo? É uma tarefa difícil, mas, ao mesmo tempo, fascinante e gratificante para o professor, que tem que renunciar ao tradicional do ensino e vestir as roupas da inovação, da pesquisa, da exploração, tornando-se protagonista do processo educativo. Precisamos de um professor que não se rende, que não renuncia diante dos muitos obstáculos, de um professor que tenta estratégias de ensino, que é capaz também de relaxar e não se estressar. Assim, ele consegue captar as necessidades ocultas das crianças.

ZENIT: Há quanto tempo foi adotado este método? E quais têm sido os resultados na aprendizagem?

Profº Rubino: O "Religiocando" nasceu em 2004 como uma resposta para esta necessidade das crianças: falar de Jesus de uma forma divertida, mas não menos incisiva do que os métodos tradicionais. Aliás, a experiência me permite dizer que os resultados alcançados em termos de habilidades são tudo menos insignificantes. Um professor que "cria", que "prepara" os jogos para os seus alunos se insere no mesmo patamar de um pai que ensina "brincando" com os filhos, no mesmo contexto da mãe que prepara a comida para os filhos. A mãe compra, escolhe os produtos, cozinha e escolhe o prato. Às vezes, basta mudar a apresentação do prato, e não a comida, para torná-lo mais "atraente" para os filhos.

ZENIT: Como é a explicação dos conceitos da religião através das palavras cruzadas?

Profº Rubino: O sucesso vem de algumas premissas:

1 - a centralidade do aluno;
2 - a escolha fiel e prudente do conteúdo a ser transmitido;
3 - a escolha da "forma" e do "jeito" de transmitir um conteúdo;
4 - a variedade dos jogos propostos;
5 - a criatividade do professor-ator, que permite que o aluno não só entre na cena, mas a viva;
6 - a avaliação contínua dos resultados alcançados.

A organização e realização dos jogos e brincadeiras intelectivas, como quebra-cabeças, palavras cruzadas, enigmas, abre espaço para a criatividade e para a atividade intelectual das crianças, e as ajuda a atingir plenamente os objetivos. O aluno não só não se aborrece, mas aprende brincando, faz a atividade que, como a ciência pedagógica nos garante, estimula o interesse por novos conhecimentos e a compreensão, a transmissão e o armazenamento de conteúdo.

ZENIT: Que habilidades são promovidas com esta técnica? Ela pode ser usada também para outros contextos?

Profº Rubino: A maioria das fichas promove a referência bíblica. Essa escolha permite que você promova a familiaridade com o texto sagrado, tendo que lidar com ele para encontrar a resposta correta. Isso desenvolve uma “manualidade” que serve para aprender a sucessão dos vários livros da bíblia e a sua localização. Esta abordagem foi preferida para facilitar a aprendizagem e estimular a participação.

ZENIT: A sua abordagem é extensível a outros professores de religião?

Profº Rubino: Claro! Depois que nós criamos os sites religiocando.it, que é o maior site religioso-educacional da Itália, e biblekids.eu, nos EUA, eu lancei na web o scuolagiocando.it. O método foi adotado para o ensino de algumas disciplinas do ensino fundamental, como história, geografia, ciências... Também temos 6 textos publicados e um ebook.

ZENIT: O site promove uma troca de experiências de ensino. Gostaria de mencionar alguma?

Profº Rubino: Os professores que visitam o site se limitam, infelizmente, a baixar os subsídios. Espero que eles estejam usando o material em sala de aula. Ainda não tenho dados confiáveis ​​sobre a divulgação.

Trad.ZENIT

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Análise


Voto na cidade
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, reflete sobre as eleições

BELO HORIZONTE, sexta-feira, 10 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - As eleições precisam ser oportunidade para uma ampla e profunda formação da consciência social e política. De modo especial, as eleições municipais devem favorecer essa formação, pois é o momento em que o cidadão exerce seu direito sagrado de escolher governantes para a cidade. Oportunidade de rara riqueza na formação indispensável da consciência política.

A tarefa de cultivar essa consciência não se restringe aos partidos políticos. Suas discussões e propostas configuram, incontestavelmente, um capítulo importante nesse processo. No entanto, a dimensão partidária tem uma inevitável limitação. Muitas vezes, é carente de uma visão mais global. É óbvio que a discussão plural proporcionada pela dimensão partidária da política tem sua contribuição própria. Contudo, é preciso cuidado para reconhecer o que entra nesta dimensão pela porta dos interesses grupais, dos engenhos produzidos em função de pretensões pessoais e meramente partidárias.  Situações que podem comprometer a lisura de processos e, sobretudo, atrapalhar o desenvolvimento da cidadania.

Neste processo das eleições municipais é preciso que instituições e segmentos da sociedade ofereçam contribuições para aproveitar o potencial educativo próprio deste momento importantíssimo. Somente a movimentação partidária, por meio da propaganda eleitoral gratuita, do corpo a corpo pedindo votos ou mesmo pelos debates e notícias veiculadas pela mídia, não se consegue alcançar essa meta educacional. Basta avaliar situações concretas como aquelas em que o eleitor interrogado não se lembra em quem votou na eleição anterior, ou mesmo agora, desinformados quanto aos cargos eletivos postos em sufrágio nas eleições municipais 2012.

Na verdade, a propaganda eleitoral, como instrumento de informação, discussão e confronto para formar a opinião pública, muitas vezes é até desinteressante. As razões desse desinteresse são muitas. Ter como objetivo exclusivo angariar votos e candidaturas de personagens que não se encaixam bem no quadro da política partidária, são alguns dos exemplos dessas razões que desestimulam o interesse. Importa, portanto, o entendimento a respeito das eleições municipais como um momento de cidadania que requer a participação de todos, com especial atenção aos jovens. As bases cidadãs, estimulando o interesse pelo bem comum, devem ser edificadas até mesmo nas crianças.

Espera-se que todos os segmentos da sociedade e suas instituições, como a escola e a família, se engajem nessa tarefa educativa que as eleições permitem. Sem investimentos e participações qualificadas a cidadania vai se fragilizar. Deixará espaço para casos de corrupção que marcam negativamente a história do país. Episódios como o nefasto e famigerado esquema chamado mensalão, em julgamento, e vários outros, que corroem o erário público, desfiguram os direitos e a justiça, impedem avanços indispensáveis para garantir a todos uma vida organizada e vivida à altura da dignidade humana.

Como comprometimento iluminado pela ética e pela fé, a Arquidiocese de Belo Horizonte, por meio do Núcleo de Estudos Sócio-Políticos (NESP), sediado na PUC Minas, está engajada nesse processo educativo. De modo apartidário, oferece um material de notável qualificação, aciona sua capilaridade pela rede de comunidades e, assim, busca cultivar parâmetros éticos e morais.

O resultado, certamente, será a contribuição para a qualificação da eleição. Também, uma capacitação dos cidadãos para acompanhar os processos decorrentes e contribuir com uma adequada participação na tarefa de todos que é edificar uma sociedade mais solidária. Os partidos políticos têm a função de favorecer a participação e o acesso de todos nas responsabilidades públicas. Os meios de comunicação devem ser utilizados para informar e apoiar a comunidade, nos vários setores, econômico, político, cultural, educativo, religioso. As Igrejas, as famílias, as escolas, empresas, instituições de vários gêneros precisam participar e contribuir mais decisivamente nesse processo do voto na cidade.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo

Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

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Bioética


O Anteprojeto do Novo Código Penal Brasileiro (Parte III)
Entrevista com especialista em bioética, Pe. Helio Luciano

Por Thácio Lincon Siqueira

BRASILIA, quarta-feira, 8 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Em entrevista a ZENIT o especialista em bioética, Pe. Hélio Luciano, membro da comissão de bioética da CNBB, respondeu várias questões relativas ao Anteprojeto do Novo Código Penal Brasileiro.

Para ler as partes anteriores: primeira parte clique aqui; segunda parte clique aqui.

Publicamos hoje a terceira e última parte dessa entrevista.

***

ZENIT: Além do aborto, o senhor referia outros problemas também incluídos no Anteprojeto. Quais seriam estes problema?

PE.HELIO - De fato, além da liberação, na prática, do aborto, o Anteprojeto apresenta outros problemas. Não pretendo ser exaustivo, mas para citar alguns, podemos falar dos problemas relativos à eutanásia, à liberação do consumo de drogas e à despenalização de algumas atividades terroristas.

O art. 122 do Anteprojeto apresenta a prática da eutanásia – definida pelo Anteprojeto como “matar, por piedade ou compaixão, paciente em estado terminal, imputável e maior, a seu pedido, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável em razão de doença grave” – como um crime diferente ao do homicídio, reduzindo a pena do mesmo. É verdade que as circunstâncias dramáticas de algumas situações deveriam reduzir a pena de alguém que comete este tipo de homicídio, porém, matar a outra pessoa, ainda que por compaixão, não deixa de ser homicídio. Para deixar claro o valor da vida e a gravidade do crime, o Anteprojeto poderia ter inserido a eutanásia dentro dos crimes de homicídio, incluindo-a apenas nos atenuantes da pena. Porém, o mais grave não é isso, mas sim que o Parágrafo Primeiro do mesmo artigo deixa ao juiz a possibilidade de não aplicar nenhuma pena para os casos de eutanásia, reduzindo dessa forma, o valor da vida, um dos bens primários previstos na Constituição.

Outro problema do Anteprojeto encontra-se no art. 212, Parágrafo Segundo, que exclui de crime a aquisição, armazenamento, transporte e cultivo de drogas para consumo próprio. Segundo o Anteprojeto, “presume-se a destinação da droga para uso pessoal quando a quantidade apreendida for suficiente para o consumo médio individual por cinco dias”. Não há dúvidas que o tráfico de drogas será favorecido com tal medida. Com o intuito de permitir, de um modo velado, o consumo de maconha – um dos verbos contemplados é o de “semear” e “colher”, claramente referidos a esta droga – o Anteprojeto parece esquecer que o tráfico obedece às regras de mercado: aumentando o consumo, aumentará também a oferta. Certamente os distribuidores de drogas jamais levarão consigo uma quantidade maior do que a “suficiente para o consumo médio individual por cinco dias”, e, deste modo, não incorrerão em crime.

Por fim, o Anteprojeto, tratando dos crimes de terrorismo, exclui de crime tais atividades quando movidas por “propósitos sociais ou com fins reivindicatórios” (art. 239, Parágrafo Sétimo). Certamente o limite dos meios utilizados para ser configurado ou não em crime será definido pelo juiz, mas, com esta lei, por exemplo, os jovens que tomaram a reitoria da USP no fim do ano passado, não teriam incorrido em crime algum. Como dissemos anteriormente, a exaltação da liberdade individual por cima do bem comum da população degrada a sociedade e mina a força da autoridade constituída.

Repito o que afirmei no começo desta entrevista – são muitos os pontos positivos do Anteprojeto, mas agora se faz necessário ressaltar as suas deficiências para que, enquanto ainda houver tempo, possamos solucioná-las de modo democrático.

ZENIT: Será que a proposta contida no Anteprojeto contempla a vontade de toda a população brasileira?

A resposta a esta pergunta corresponde, em parte, ao final do que foi dito na pergunta anterior: A maior parte do Anteprojeto contempla a vontade de toda a população brasileira, mas existem pontos complicados, que devem ser revistos e adaptados aos valores próprios da nossa sociedade.

Não podemos permitir que novamente – como vem ocorrendo nos últimos anos no Brasil – a opinião de pessoas que se creem “iluminadas” e com a “missão de iluminar” o ordenamento jurídico brasileiro, corrompam nossos valores e as opiniões da imensa maioria do povo brasileiro.

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O Anteprojeto do Novo Código Penal Brasileiro (Parte II)
Entrevista com especialista em bioética, Pe. Helio Luciano

Por Thácio Lincon Siqueira

BRASILIA, terça-feira, 7 de agosto de 2012 (ZENIT.org) - Em entrevista a ZENIT o especialista em bioética, Pe. Hélio Luciano, membro da comissão de bioética da CNBB, respondeu várias questões sobre o Anteprojeto do Novo Código Penal Brasileiro.

Publicamos ontem a primeira parte da entrevista (clique aqui para ler a primeira parte). Hoje publicamos a segunda parte e a terceira parte será publicada amanhã, quarta-feira. 

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ZENIT: "O direito não é filho do céu. É um produto cultural e histórico da evolução humana", frase de Tobias Barreto, que se encontra no cabeçalho da apresentação do Anteprojeto assinado pelo Relator Geral. Essa frase, não mostra a raiz do problema do direito na nossa época contemporânea, que elimina a existência de um direito natural? E que autoriza, de certa forma, as sociedades a inventarem as suas normas de conduta, de acordo com os interesses do momento?

PE.HELIO - De fato, infelizmente, uma parte dos juristas brasileiros interpreta a justiça de um modo puramente positivo. Segundo estes, o que define o certo e o errado é apenas aquilo que está escrito na lei, mas esta não corresponderia a nenhuma natureza humana, ou seja, não expressaria, em forma de lei, o modo como o homem é de fato. É lógico que a expressão da natureza humana pode dar-se de distintos modos ao longo da história – e isso também deve ser contemplado pelo ordenamento jurídico – mas não será a cultura quem configurará o modo de ser do homem. Consequentemente, as leis devem expressar este modo de ser – o matrimônio, a defesa da vida, a busca do bem comum, são elementos que transcendem a cultura, pois pertencem ao homem em si mesmo.

Mas antes de falar desta crise do direito natural é necessário falar da crise da “verdade”. Parece que, em alguns ambientes, a “verdade” deixou de existir – expressões típicas como “você tem a sua verdade e eu tenho a minha”, demonstram tal crise. É certo que podemos ver a realidade desde distintas perspectivas, mas um dos princípios mais básicos da racionalidade humana é o princípio da não contradição – uma coisa não pode “ser” e “não ser” ao mesmo tempo. Um exemplo mais simples: se chegarmos a um consenso absoluto – 100% dos votos – de que uma vaca é um cavalo, não converteremos a vaca em cavalo. As coisas existem na realidade e podemos alcançar o conhecimento delas ou não, mas jamais podemos alcançar duas verdades contraditórias sobre a mesma realidade: a vaca não pode ser vaca e cavalo ao mesmo tempo. Isso nos leva àquilo que o Papa chamou de “ditadura do relativismo” – não se pode impor nada a não ser a absoluta necessidade de ser relativista. Todos os que disserem conhecer uma “verdade” são considerados totalitaristas ou fundamentalistas.

Parte da nossa cultura jurídica sofre também deste mal: segundo esta cultura, seria necessário fazer um ordenamento jurídico que não possua “verdades”, mas apenas normas. Seria a norma que converteria a realidade em “verdade”. A “marcha da maconha”, ainda induzindo às drogas e incentivando o tráfico, é “liberdade de expressão” – segundo o Anteprojeto do Código Penal até mesmo o consumo pessoal de qualquer droga é lícito – enquanto defender a vida de um feto é um desrespeito à liberdade individual.

Desta crise da “verdade” nasce a crise do direito natural. Se não existe “verdade” não pode existir um verdadeiro modo de ser do homem. Sendo assim, todas as liberdades devem ser respeitadas, ainda que destruam a sociedade. A “liberdade” tomou o lugar da “verdade” – e não uma liberdade que busca o bem, mas uma simples liberdade de escolha. Esquecemos que o que deve guiar a sociedade é a busca do bem comum e não a busca dos bens individuais – e assim deixamos de ser uma sociedade fraterna e nos convertemos, como diria Hobbes, em lobos para os outros lobos.

ZENIT: No Anteprojeto, no art. 128, inciso IV fala-se da descriminalização do aborto quando a mulher, até a décima semana, quiser abortar, seguindo o parecer de um psicólogo. É lícito, moralmente falando, que uma mulher decida pela vida do seu filho? A lei tem o poder de definir isso? Não será injusto deixar para a mãe a decisão, principalmente na hora da fraqueza?

PE.HELIO - É necessário, primeiro, distinguir o texto escrito da intenção dada ao artigo – deixemos de lado se a confusão textual foi colocada de modo proposital ou não. O texto mencionado diz que o aborto, até a décima segunda semana de gestação (aproximadamente três meses), não poderia ser punido “quando o médico ou psicólogo constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade”. Segundo o texto, o aborto não seria mais punido, pois se alguém decide abortar, é lógico que se sente – psicologicamente – incapaz de arcar com a maternidade. A Espanha, em 1983, aprovou o aborto com um texto bastante similar a este. As clínicas de aborto tinham psicólogos contratados somente para assinar os prontuários, sem nem mesmo conversar com as mães.

Por outro lado, o Anteprojeto apresenta na justificação do mesmo artigo e inciso – tal justificação não faz parte do texto oficial – que esta despenalização abordada no texto refere-se apenas a “estados psicológicos mórbidos, como a adicção por entorpecentes”. Parece-me que a comissão de juristas é suficientemente competente para redatar – se assim o quisesse – o texto do inciso de forma clara, contemplando somente esta intenção explicitada na justificação. Além disso, mesmo que o texto fosse claro para contemplar somente estes casos citados, não se poderia, nem deveria tomar tal decisão sem uma ampla consulta à sociedade, sendo esse um tema tão sensível aos brasileiros.

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O Anteprojeto do Novo Código Penal Brasileiro (Parte I)
Entrevista com especialista em bioética, Pe. Helio Luciano

Por Thácio Siqueira

BRASILIA, segunda-feira, 6 de Agosto de 2012 (ZENIT.org) - Na quarta-feira, 27 de Julho, o Anteprojeto do novo Código Penal Brasileiro foi entregue nas mãos do presidente do Senado, José Sarney, pelos 15 juristas que o elaboraram.

Para ajudar os católicos e pessoas de boa vontade do Brasil na reflexão sobre as implicações desse anteprojeto, ZENIT entrevistou o especialista em bioética, Pe. Hélio (para ler anterior entrevista com Pe. Hélio, sobre o aborto no Brasil clique aqui), membro da comissão de bioética da CNBB.

Publicamos hoje a primeira parte. Amanhã e depois de amanhã publicaremos a segunda e a terceira parte consecutivamente.

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ZENIT: Qual é a sua opinião sobre o Anteprojeto do Código Penal entregue ao Senado Federal recentemente? Houve participação de católicos preparados em todo o período de estudo e de debate sobre o anteprojeto? O governo se interessou realmente em fazer que a sociedade debatesse todos os pontos? Houve uma aceitação das propostas enviadas pela liderança da Igreja católica, dos cristãos no geral, e de todos os que são contrários ao aborto, como os espíritas e outros grupos?

PE.HELIO - Há que se falar, antes de qualquer coisa, da necessidade premente de um novo Código Penal no Brasil. O atual está defasado, tanto pela sua “idade” – já passa dos setenta anos – como pelo fato de que, desde a sua promulgação durante o “Estado Novo”, foram promulgadas ou outorgadas pelo menos outras três Constituições no Brasil (alguns consideram que foram quatro). Neste período, o Código atual foi sofrendo diversas emendas, perdendo sua unidade e, em alguns pontos, mantendo regulamentações que já não condizem às práticas atuais. Também é necessário dizer que o texto do Anteprojeto para o novo Código Penal, apresentado pela comissão de juristas, é um texto claro, unitário e, em grande parte, em conformidade com a Constituição Cidadã de 1988.

Ainda que no seu conjunto seja um texto positivo, existem alguns pontos que contradizem tanto a nossa Carta Magna como a opinião da imensa maioria dos brasileiros. Sendo assim, minha preocupação em relação a este Anteprojeto é, em primeiro lugar, uma preocupação em sentido jurídico – um Código Penal não pode legislar afrontando a Constituição, criando ou eximindo de crime aquilo que a Carta Magna defende. Em segundo lugar, preocupa-me que alguns valores próprios de uma sociedade tentem ser desrespeitados de modo quase despótico, ou seja, sem ampla consulta à sociedade. É verdade que havia um canal de sugestões no Senado no qual foram apresentadas aproximadamente 3.000 propostas, mas pergunto-me: quantas pessoas sabiam que o código penal estava sendo reelaborado e que são 3.000 sugestões para uma população de quase 200.000.000 de habitantes?

O que reivindico – até este ponto – não tem nenhuma conotação religiosa – peço apenas o respeito à Constituição e aos valores próprios de um povo.

Em terceiro lugar – mas não menos importante – preocupa-me que em um País de imensa maioria cristã, alguns valores defendidos pelo cristianismo possam ser simplesmente contrariados. Não se trata aqui de reivindicar a presença de católicos ou de outros cristãos na comissão de juristas, mas sim de defender que os valores cristãos – próprios da nossa sociedade – fossem respeitados. Certamente a laicidade do Estado não pode ser confundida com um laicismo. A laicidade separa o Estado da religião enquanto o laicismo nega todos os valores de uma sociedade.

Finalmente, é bom lembrar que as falhas do Anteprojeto não se referem apenas às questões ligadas à vida – como o aborto e a eutanásia – mas também a outras questões importantes como, por exemplo, o uso de drogas e a aceitação de um terrorismo bom.

ZENIT: Ainda há algo a ser feito ou podemos dizer que a proposta atual é a proposta que vai permanecer?

PE.HELIO - Certamente há ainda muito a ser feito. O Anteprojeto do Código Penal, como diz o próprio nome, não é ainda nem mesmo o projeto que será submetido a votação. Agora é o momento de juristas competentes enviarem emendas ao texto. Este é o momento também da sociedade exercer sua função dentro da democracia – explicando aos amigos o que está em jogo, usando a mídia, as redes sociais, os e-mails, entre outros meios, para que não aceitemos, passivamente, que mudem a nossa sociedade naquilo que não estamos de acordo. Um modo de nos fazer ouvir também seria enviar e-mails aos Senadores e Deputados, manifestando a nossa opinião através de argumentos racionais – se um ou dois enviam, não surtirá efeito, mas se uma grande porcentagem da população começa a escrever, com certeza nos ouvirão.

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Angelus


Cristo é o alimento que sacia para a vida toda
As palavras de Bento XVI ao recitar o Angelus

CASTEL GANDOLFO, domingo, 12 de agosto de 2012(ZENIT.org)- Apresentamos as palavras de Bento XVI aos presentes no pátio de sua residência em Castel Gandolfo para a tradicional oração do Angelus.

Queridos irmãos e irmãs!

A leitura do 6° capítulo do Evangelho de João, que nos acompanha nestes domingos na Liturgia, nos conduziu a refletir sobre a multiplicação dos pães, com a qual o Senhor matou a fome de uma multidão de cinquenta homens, e sobre o convite que Jesus dirige àqueles que foram saciados a fazer algo por um alimento que permanece pela vida toda. Jesus quer ajudá-los a compreender o significado profundo do prodígio que Ele realizou: no saciar de maneira milagrosa a fome física deles, os dispõe a acolher o anuncio que Ele é o pão descido do céu (cfr. Jô 6,41), que sacia de modo definitivo.

O povo hebreu também, durante o longo caminho no deserto, havia experimentado um pão descido do céu, o maná, que o manteve vivo, até a chegada à terra prometida. Agora, Jesus fala de si como o verdadeiro pão descido do céu, capaz de manter vivo não por um momento ou por um pedaço do caminho, mas para sempre. Ele é o alimento que dá a vida eterna, porque é o Filho unigênito de Deus, que está no seio do Pai, que veio para dar ao homem a vida em plenitude, para introduzir o homem na mesma vida de Deus.

No pensamento judaico era claro que o verdadeiro pão do céu, que nutria Israel era a Lei, a palavra de Deus. O povo de Israel reconhecia claramente que a Torá era o dom fundamental e duradouro de Moisés e que o elemento basilar que o distinguia em relação a outros povos consistia em conhecer a vontade de Deus e, portanto, o caminho certo da vida. Agora, Jesus, ao se manifestar como o pão do céu, testemunha que Ele é a Palavra de Deus em Pessoa, o Verbo encarnado, pelo qual o homem pode fazer a vontade de Deus o seu alimento (cfr. Jo 4, 34), que orienta e apoia a sua existência.

Duvidar então da divindade de Jesus, como fazem os Judeus na passagem evangélica de hoje, significa opor-se à obra de Deus. Estes, de fato, afirmam: é o filho de José! Dele conhecemos o pai e a mãe (cfr. Jo 6,42). Eles não vão além de sua origem terrena, e por isso se negam a acolhê-Lo como Palavra de Deus feita carne. Santo Agostinho, em seu Comentárioao Evangelho de João, explica: “estavam longe daquele pão celeste, e eram incapazes de sentir fome. Tinham a boca do coração doente... De fato, este pão requer a fome do homem interior” (26,1). E devemos nos perguntar se realmente sentimos esta fome, a fome da Palavra de Deus, a fome de conhecer o verdadeiro sentido da vida. Somente quem é atraído por Deus Pai, quem o escuta e se deixa instruir por Ele pode crer em Jesus, encontrá-lo e nutrir-se dele e assim encontrar a verdadeira vida, a estrada da vida, a justiça, a verdade, o amor. Santo Agostinho acrescenta: “o Senhor... afirmou ser o pão descido do céu, exortando-nos a acreditar nele. Comer o pão vivo, de fato, significa acreditar nele. E quem crê, come; de maneira invisível é saciado, como de maneira também invisível renasce (a uma vida mais profunda, mais verdadeira), renasce de dentro, no seu íntimo se torna um homem novo”.(ibidem)

Invocando Maria Santíssima, peçamos para guiar-nos ao encontro com Jesus para que nossa amizade com Ele seja sempre mais intensa, peçamos para introduzir-nos na plena comunhão de amor com o seu Filho, o pão vivo que desceu do céu, para assim sermos por Ele renovados no íntimo do nosso ser.

(Após o Angelus)

Queridos irmãos e irmãs,

O meu pensamento vai, neste momento, às populações asiáticas, especialmente das Filipinas e da República Popular da China, fortemente atingidas por chuvas violentas, também àqueles do noroeste do Iran, atingidos por um violento terremoto. Estes eventos provocaram numerosas vítimas e feridos, milhares de desabrigados e muitos danos. Convido-os a unirem-se à minha oração pelos que perderam a vida e por todas as pessoas provadas por tão devastadoras calamidades. Não falte a estes irmãos a nossa solidariedade e o nosso apoio.

 (Tradução:MEM)

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Audiência de quarta-feira


A vida de oração de São Domingos
Catequese de Bento XVI na Audiência Geral desta quarta- feira

Por Maria Emília Marega

CASTEL GANDOLFO, quarta-feira, 08 de agosto de 2012(ZENIT.org) – A catequese de Bento XVI desta quarta-feira foi dedicada a São Domingos de Gusmão, fundador dos Dominicanos, que a Igreja recorda hoje, 08 de agosto. Os fiéis e peregrinos estavam reunidos na Praça da Liberdade, diante da residência de férias do Papa em Castel Gandolfo, para escutar.

Bento XVI recordou “a contribuição fundamental que São Dominos trouxe à renovação da Igreja de seu tempo” e destacou “um aspecto essencial de sua espiritualidade: a vida de oração”. “Em São Domingos podemos ver um exemplo de integração harmoniosa entre a contemplação dos mistérios divinos e a atividade apostólica”, afirmou o pontífice.

A tradição dominicana recolheu e transmitiu a experiência viva do Santo em uma obra intitulada: As nove maneiras de rezar de São Domingos”, citou Bento XVI, que ajuda a aprender algo sobre como rezar.

São maneiras de rezar, segundo São Domingos, sempre realizadas diante de Jesus Crucificado, expressando “uma atitude corporal e espiritual que, intimamente compenetrados, favorecem o recolhimento e o fervor”.

São Domingos rezava “em pé, inclinado para exprimir humildade, deitado no chão para pedir perdão por seus pecados, de joelhos em penitencia para participar dos sofrimentos do Senhor, com os braços abertos olhando para o crucifixo para contemplar o Amor Supremo e olhando para o céu, sentindo-se atraído ao mundo de Deus. Portanto são três formas: em pé, ajoelhado, deitado no chão, mas Sempre com o olhar voltado para o Senhor Crucificado”, prosseguiu Bento XVI.

Ao final da catequese o Papa dirigiu a seguinte saudação em português:

Com paterno afeto, saúdo os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os fiéis da paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Évora. Agradeço a presença e sobretudo a oração que fazeis por mim. Hoje a Igreja recorda São Domingos, de quem se diz que sempre falava de Deus ou com Deus. A oração abre a porta da nossa vida a Deus; e nela Deus ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros, envolvendo a todos na luminosa presença de Deus que nos habita. Sede para vossos familiares e amigos a Bênção de Deus!

Leia a catequese na íntegra:

http://www.zenit.org/article-31007?l=portuguese

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A importância das atitudes externas em nossas orações
As palavras de Bento XVI na Audiência Geral de quarta-feira

CASTEL GANDOLFO, quarta-feira, 08 de agosto de 2012(ZENIT.org) – Apresentamos as palavras de Bento XVI dirigidas aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça da Liberdade, que fica diante de sua residência de férias em Castel Gandolfo.A catequese foi dedicada a São Domingos de Gusmão, que a Igreja recorda hoje, 08 de agosto.

Queridos irmãos e irmãs

Hoje a Igreja celebra a memória de São Domingos de Gusmão, Sacerdote e Fundador da Ordem dos Pregadores, chamados Dominicanos. Numa catequese anterior eu já descrevi esta figura ilustre e a contribuição fundamental que ele trouxe à renovação da Igreja de seu tempo. Hoje, gostaria de destacar um aspecto essencial de sua espiritualidade: a vida de oração. São Domingos era um homem de oração. Apaixonado por Deus, não teve outra aspiração que a salvação das almas, especialmente daquelas que caíram na rede das heresias de seu tempo; imitador de Cristo, encarnou radicalmente os três conselhos evangélicos, unindo à proclamação da Palavra o testemunho de uma vida pobre; sob a inspiração do Espírito Santo, progrediu na via da perfeição cristã. Em todos os momentos, a oração era a força que o renovava e tornava sempre mais fecunda sua obra apostólica.

O Beato Jordão da Saxônia, morto em 1237, seu sucessor como líder da Ordem, escreve: “Durante o dia ninguém se mostrava mais sociável que ele... e por outro lado, à noite, ninguém era mais assíduo que ele na oração. O dia dedicava ao próximo, mas a noite era para Deus” (P.Filippi, São Domingos visto por seus contemporâneos, Bologna 1982, pág. 133). Em São Domingospodemos ver um exemplo de integração harmoniosa entre a contemplação dos mistérios divinos e a atividade apostólica. Segundo alguns testemunhos de pessoas mais próximas, “ele falava sempre com Deus ou de Deus”. Tal observação indica sua profunda comunhão com o Senhor e, ao mesmo tempo, o constante empenho de conduzir os outros a essa comunhão com Deus. Não deixou escritos sobre sua oração, mas a tradição dominicana recolheu e transmitiu sua experiência viva em uma obra intitulada: As nove maneiras de rezar de São Domingos. Este livro foi composto entre 1260 e 1288 por um frade dominicano; isso nos ajuda a entender algo da vida interior do Santo e nos ajuda também, com todas as diferenças, a aprender algo sobre como rezar.

São portanto nove as maneiras de rezar segundo São Domingos e cada uma delas, que realizava sempre diante de Jesus Crucificado, expressa uma atitude corporal e espiritual que, intimamente compenetrados, favorecem o recolhimento e o fervor. Os primeiros sete modos seguem uma linha ascendente, como passos de um caminho, rumo à comunhão com Deus, com a Trindade: São Domingos reza em pé, inclinado para exprimir humildade, deitado no chão para pedir perdão por seus pecados, de joelhos em penitencia para participar dos sofrimentos do Senhor, com os braços abertos olhando para o crucifixo para contemplar o Amor Supremo e olhando para o céu, sentindo-se atraído ao mundo de Deus. Portanto são três formas: em pé, ajoelhado, deitado no chão, mas Sempre com o olhar voltado para o Senhor Crucificado. Os dois últimos aspectos, no entanto, que gostaria de deter-me brevemente, correspondem a duas práticas de piedade geralmente vividas pelo santo. Antes de tudo, a meditação pessoal, onde a oração adquire uma dimensão ainda mais íntima, fervorosa e tranquilizante. No final da recitação da Liturgia das Horas e após a celebração da Missa, São Domingos prolongava a conversa com Deus, sem colocar-se um limite de tempo. Sentado calmamente, recolhia-se numa atitude de escuta, lendo um livro ou olhando para o crucifixo. Vivia tão intensamente estes momentos de relacionamento com Deus que exteriormente era possível compreender suas reações de alegria ou de prantos. Assim, assimilou em si mesmo, meditando, a realidade da fé. Testemunhas dizem que, às vezes, entrava em uma espécie de êxtase, com o rosto transfigurado, mas logo retomava suas atividades diárias, humildemente revigorado pela força que vem do Alto. Depois, a oração durante as viagens de um convento ao outro, recitava as Laudes, ao meio-dia, as Vésperas com os colegas e, atravessando os vales ou colinas, contemplava a beleza da criação. De seu coração jorrava um hino de louvor e agradecimento a Deus por tantos dons, especialmente a maior maravilha: a redenção realizada por Cristo.

Caros amigos, São Domingos lembra-nos que, na origem do testemunho de fé, que todo cristão deve dar em família, no trabalho, na vida social, e até mesmo em momentos de relaxamento, está a oração, o contato pessoal com Deus; somente este relacionamento real com Deus nos dá força para viver intensamente cada acontecimento, especialmente os momentos mais sofridos. Este santo nos lembra também a importância das atitudes externas em nossas orações. O ajoelhar-se, o permanecer em pé diante do Senhor, fixar o olhar no crucifixo, o parar e se recolher em silêncio, não são atitudes secundárias, mas nos ajudam a nos colocar interiormente, toda a pessoa, em relação com Deus. Quero recordar mais uma vez, para a nossa vida espiritual, a necessidade de encontrar diariamente momentos de oração com tranquilidade; devemos aproveitar este momento especialmente durante as férias, ter um pouco de tempo para conversar com Deus. Será também uma maneira de ajudar aqueles que estão mais próximos a entrar nos raios luminosos da presença de Deus, que traz a paz e o amor que todos nós precisamos. Obrigado. 

O Papa dirigiu a seguinte saudação em português:

Com paterno afeto, saúdo os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os fiéis da paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Évora. Agradeço a presença e sobretudo a oração que fazeis por mim. Hoje a Igreja recorda São Domingos, de quem se diz que sempre falava de Deus ou com Deus. A oração abre a porta da nossa vida a Deus; e nela Deus ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros, envolvendo a todos na luminosa presença de Deus que nos habita. Sede para vossos familiares e amigos a Bênção de Deus!

(Tradução:MEM)

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]