TEOLOGIA DO APOCALIPSE
O Apocalipse é rico em conteúdo teológico.
Exprime a fé da Igreja Apostólica na sua mais avançada fase...
A doutrina do Corpo Místico (l Cor. 12/12 ss), que no 4º Evangelho aparece sob a alegoria da videira e dos ramos (Jo.15/1 ss), recebe aqui novas imagens : Cristo está no meio das sete lâmpadas (1/13) e tem na Sua mão direita sete estrelas (1/16), símbolos de sete igrejas que personificam a totalidade da Igreja.
Cristo e a Igreja formam uma só coisa.
Cristo é apresentado do mesmo plano que Javé, com iguais atributos.
Ele é "Senhor dos senhores e Rei dos reis".
Aquele que tem "um nome que ninguém conhece a não ser Ele mesmo" (cf. 1/7.8.18; 5/13; 7/10; 19/16).
A História da Salvação continua a desenvolver-se no tempo da Igreja, sob o controlo da Providência.
Por isso, acontecimentos como o Êxodo, pragas, teofanias, destruição da Babilónia, etc. servem de pano de fundo para apresentar as novas intervenções de Deus na História.
A existência de anjos e demónios, o juízo de Deus sobre bons e maus, o castigo destes e a glória daqueles, a ressurreição futura, etc., são realidades fortemente atestadas no Apocalipse. (Difusora Bíblica).
APOCALIPSE (Revelação)
O Livro do Apocalipse é o único Livro profético do Novo Testamento.
O nome, derivado do grego, significa o descobrir de coisas escondidas.
Este Livro foi escrito, provavelmente durante o reinado do Imperador Romano Domiciano, portanto, por volta do Ano 95.
O seu autor tem sido considerado tradicionalmente S. João Evangelista, o mesmo autor do quarto Evangelho.
Todavia há uma grande diferença no estilo literário de um e do outro, exactamente porque este é um Livro profético.
É totalmente um Livro que se destina a revelar, pelo que em muitos países lhe chamam o Livro da Revelação.
Pretende revelar e desenvolver os grandes acontecimentos finais escatológicos da história da humanidade.
Assim, apresenta o cumprimento das promessas feitas por Cristo:
- "Quando vier o Espírito de Verdade, Ele guiar-vos-á para a verdade total, porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e anunciar-vos-á o que há-de vir". (Jo.16/73 ).
E apresentará a exactidão da vida cristã em consequência do acto redentor de Cristo.
Afirma que Cristo, pela Sua Morte, Ressurreição e Ascensão ao céu, se tornou o juiz escatológico, pelo que já se encontra à entrada, para o cumprimento da Sua promessa.
- "Eis que estou à porta e bato : Se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele Comigo. Ao que vencer conceder-lhe-ei que se sente Comigo no Meu trono, assim como Eu venci e Me sentei com Meu Pai no Seu trono". (Ap.3/20-21).
O conteúdo do Apocalipse é difícil de entender por causa do seu simbolismo e das suas referências indirectas, mas, na verdade ele está escrito e bem planeado.
Além do Prólogo e do Epílogo, apresenta sete secções principais.
As cinco primeiras têm sete pontos cada uma, e as outras duas são uma introdução a mais sete.
Depois do Prólogo, apresenta as sete cartas às sete Igrejas de : Ásia, Éfeso, Smirna, Pérgamo, Tiatira, Sardis, Filadélfia e Laodiceia.
Algumas são felicitadas e outras censuradas.
Depois fala de sete selos que só o Cordeiro pode abrir :
- "E vi na mão direita do que estava sentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos". (Apc.5/1).
Os primeiros seis selos do livro misterioso, significam guerra, luta, fome, perseguição e perturbação nas estrelas do céu enquanto o último selo introduz a visão do justo que será marcada pela bem-aventurança, e serve como introdução às próximas sete trombetas :
- "Quando ele abriu o sétimo selo, fez-se no Céu um silêncio de cerca de meia hora. - Depois vi os sete Anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhe dadas sete trombetas". (Ap.8/1).
Sopradas por Anjos, as quatro primeiras trombetas causarão perturbações cósmicas na terra, nos oceanos, nos rios e entre os corpos celestes; e as últimas três trombetas anunciam as angústias que hão-de vir: praga de gafanhotos demoníacos, diabólicos cavaleiros ; e depois o culto celestial.
Estas trombetas também introduzirão a próxima série de sete Sinais, que são :
- A mulher (interpretada como a Igreja;
- A Besta do mar (interpretada como o poder imperial) que persegue o justo;
- A Besta da terra (interpretada como o falso profeta), que serve as outras Bestas;
- A Virgem (interpretada como o eleito) que será companheiro do Cordeiro;
- Os Três Arautos ;
- Os Ceifeiros angélicos;
- Os Sete Anjos que traziam as Sete Pragas e as Sete Taças donde saía a cólera de Deus.
E tudo isto foi seguido pela queda da Babilónia, a consumação da vinda de Cristo como Guerreiro Divino; O Triunfo sobre Satanás; O Julgamento Final; A Abertura da Jerusalém Celeste.
Tudo foi escrito para confirmar a verdade dos acontecimentos escatológicos.
A história da Salvação continua a desenvolver-se no tempo da Igreja, sob o controlo da Divina Providência.
Por isso, acontecimentos como pragas, teofanias, destruição da Babilónia, perturbações cósmicas e intervenção de figuras mitológicas, etc, servem de pano de fundo para apresentar as novas intervenções de Deus na História.
A existência de Anjos e demónios, o juízo de Deus sobre bons e maus, o castigo de uns e a glória dos outros, a ressurreição futura, etc., são realidades fortemente atestadas no Apocalipse.
O Apocalipse pertence a um género literário especial, muito em voga nos ambientes judeus a partir do século II a.C. e é um tipo de literatura próprio das épocas de perseguição.
Procura descobrir os caminhos de Deus sobre o futuro, a fim de consolar os oprimidos, infundindo-lhes coragem com a certeza de que a vitória final será dos bons.
O estilo apocalíptico caracteriza-se por imagens grandiosas e simbólicas constituídas por elementos da natureza e apresentados em forma de visões, que se enquadra perfeitamente na mentalidade semita, e não admira que nem sempre nos seja muito clara a mensagem do Apocalipse.
Nascimento
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]