ORAÇÕES E MILAGRES MEDIEVAIS |
Posted: 01 Sep 2012 11:30 PM PDT
Captivo de um pêrro moiro Em terras de moiraria Debaixo de duros ferros, Um pobre cristão vivia. Negro pão e água turva Só lhe davam por medida De manhã até à tarde A um moinho moia; E à noite o perro infiel, Com medo que lhe fugisse, N'um caixão grande o fechava, Muito forte em demasia. Depois, em cima deitado, Em tom de mofa dizia, Como quem Deus não conhece, Esta horrível heresia: - Livre-se d'aqui agora A tua Virgem Maria! Chorava o pobre cristão, Mas seus males não carpia. A blasfêmia que escutava Era o que só lhe doía. Todo em lágrimas banhado, Desta maneira dizia: – Senhora! Que não castigas
Se ele bem A invocava Melhor a Senhora o ouvia. Uma noite à meia noite, O caixão que se movia! Sem que ninguém lhe tocasse, Ao mar direito corria! O moiro, no melhor sono Em cima d'ele dormia. Adeus, terra de moirama! A terra ao largo fugia... Assim três noites vogaram, Três noites e mais dois dias! O moiro, como encantado, Do sono não se bulia. Já desponta a manhã clara, Manhã do terceiro dia! Novas areias se mostram, Novos céus, nova alegria! Já perto se ouve roncar O mar pela penedia. O ladrar de muitos cães Por toda a costa se ouvia. Da torre o galo três vezes Este milagre anuncia! Os sinos do campanário Repicavam à porfia, Sem que ninguém os tangesse,
Com os sinos acorda o moiro, Sem atinar com o que via. Já muito contrito e humilhado Para o captivo dizia: – Cristão, que terra é esta De tão alta senhoria? Na tua terra, cristão, Cantam galos à porfia, Tocam sinos, ladram cães, Logo ao despertar do dia? – Esta terra sei que é minha, Mas eu não a conhecia... Na minha terra, senhor, Cantam cães, repicam sinos, Logo ao despontar do dia... – Ergue-se, cristão, perdoa-me Todo o mal que eu te fazia: Ontem eras meu escravo Teu servo seu n'este dia. Já todos vão, já se partem, Caminho da santa ermida; O moiro, por Deus tocado, D'esta maneira dizia: – Oh Mãe de Deus poderosa, Piedosa Virgem Maria, Perdoa-me os meus pecados Que eu cristão me tornaria!
Toda a gente ali corria; Com seus gibões encarnados Os da justiça assistiam. Eis que aos pés da Virgem Santa D'água uma fonte se abria; Tão cristalina e tão pura; Que linda que ela corria! Com esta água bendita Água de tanta valia, Foi logo ali batizado O moiro da Babaria. E para maior milagre, Ao cabo de sete dias Mesmo no meio das águas Um verde freixo nascia Tão copadinho e tão verde, Oh que bem que parecia! Desde então ficou a Virgem Tendo grande romaria; De Portugal e Castela Todos, ali, corre em seu dia. (Fonte: Alberto Pimentel, "História do Culto de Nossa Senhora em Portugal") GLÓRIA CRUZADAS CASTELOS CATEDRAIS HEROIS CONTOS CIDADE SIMBOLOS |
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]