ZENIT
O mundo visto de Roma
Portugues semanal - 23 de setembro de 2012
Santa Sé
- Terceiro livro de Ratzinger sobre Jesus será lançado no natal
O foco agora é a infância de Cristo nos evangelhos - Bispos transferidos para Mogi das Cruzes e Santarém
Nomeções de Bento XVI - Não se pode estar, de fato, a serviço dos homens, sem ser primeiro servo de Deus
Bento XVI recebe em audiência os prelados participantes da conferência organizada pela Congregação para os Bispos e as Igrejas Orientais - Celebrações presididas por Bento XVI em outubro e novembro
Divulgação do Calendário - Telegrama do papa ao rabino chefe de Roma
Augúrios de paz e bem pelas celebrações judaicas
Liturgia e Vida Cristã
- Por que a confissão ao menos uma vez por ano?
Pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual, aponta uma resposta
Pequeninos do Senhor
- Falar de Deus aos pequeninos desde a concepção
Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla
Jornada Mundial da Juventude Rio 2013
- Jovens da Oceania/ Papua Nova Guiné se preparam para o Ano da Fé e para a JMJ Rio2013
Núncio apostólico encontra jovens da arquidiocese de Rabaul - De Taizé ao Rio de Janeiro
Encontro de sacerdotes e educadores neste sábado quer preparar jornadas juvenis - Um ano de peregrinação da Cruz e do Ícone da JMJ no Brasil
Símbolos da Jornada Mundial da Juventude enriquecem a evangelização
Comunicar a fé hoje
- Rádio, TV e jornais católicos na Amazônia
Uma entrevista com padre Enrico Uggé, sacerdote do PIME (Parte I) - Documentário sobre o concílio explica a sua importância às gerações mais jovens
Entrevistas com cardeais, bispos e um jovem Karol Wojtyla - Rádio, TV e jornais católicos na amazônia
Uma entrevista com padre Enrico Uggé, sacerdote do PIME (Parte II)
Homens e Mulheres de Fé
- Um "frei burro" com profunda sabedoria teológica
Memória litúrgica de São José de Cupertino, padroeiro dos estudantes
Familia e Vida
- Desembargador questiona a questão da vida no novo código penal
Palavras de Roberval Casemiro Belinati, desembargador do TJDFT na audiência pública de instalação da frente parlamentar em defesa da vida - Estilo sóbrio de vida familiar para uma nova evangelização
Para uma nova evangelização, a família torna-se sujeito da missão ao testemunhar um estilo de vida cristão diante dos diversos cenários da atualidade
Mundo
- Conselho Pontifício Justiça e Paz organiza missa de sufrágio pelo cardeal Van Thuan
Partida do servo de Deus completa dez anos - Em busca da Mona Lisa: encontrada importante sepultura
Datação será verificada por exame de carbono-14 - Concurso internacional Veritas et Amor 2012
Cerimônia de premiação é marcada para março de 2013 - Tenazes na luta pela paz: mensagem dos bispos católicos da Terra Santa no ano novo judaico
Bispos tiveram assembleia em Belém - Polônia, Rússia e Nossa Senhora de Czestochowa
Publicada pesquisa histórica de Peter Anderson, importante fonte para redescobrir as raízes do diálogo entre as religiões - Caritas Internacional lança plataforma para servir melhor aos pobres
Cardeal Rodríguez Maradiaga apresenta a Caritas Baobab - Vida e família nas eleições dos EUA
A corrida para a Casa Branca também se disputa no terreno dos valores não negociáveis
Entrevistas
- Bispos franceses em visita "ad limina" ao Papa
Entrevista com cardeal André Vingt-Trois, presidente da Conferência Episcopal Francesa
Angelus
- "A lógica de Deus é sempre outra com relação à nossa
Palavras do Papa durante a oração do Angelus
Audiência de quarta-feira
- O mundo de hoje precisa de sinais claros e fortes de diálogo e cooperação
As palavras de Bento XVI na Audiência Geral de quarta-feira
ANÙNCIOS
Santa Sé
Terceiro livro de Ratzinger sobre Jesus será lançado no natal
O foco agora é a infância de Cristo nos evangelhos
VATICANO, sexta-feira, 21 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - A Livraria Editora Vaticana (LEV) e a editora italiana Rizzoli assinaram hoje um acordo para a publicação do livro de Bento XVI sobre a infância de Jesus nos evangelhos.
A LEV confia à Rizzoli a venda internacional dos direitos sobre a obra. Na Itália, o volume previsto para ser lançado até o natal em todas as livrarias é uma coedição LEV-Rizzoli. Juntamente com a edição italiana, está prevista ainda a alemã, publicada pela Herder, editora histórica de Joseph Ratzinger. O trabalho para publicar o livro simultaneamente nas línguas de maior difusão do planeta é intenso.
O título definitivo do livro, porém, ainda não foi divulgado.
Joseph Ratzinger – Bento XVI orientou a sua pesquisa científica e o seu trabalho a tornar conhecida "a pessoa e a mensagem de Jesus".
Este novo e aguardado livro sobre a figura de Jesus nos relatos evangélicos da infância, que constitui a conclusão dos dois títulos precedentes, é visto como de grande importância do ponto de vista da teologia e da ciência.
Os volumes anteriores da trilogia de Bento XVI são "Jesus de Nazaré" (2007) e "Jesus de Nazaré - da entrada em Jerusalém até a Ressurreição" (2011).
Fonte: VIS
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Bispos transferidos para Mogi das Cruzes e Santarém
Nomeções de Bento XVI
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 19 de setembro de 2012 (ZENIT.org)- O Santo Padre, papa Bento XVI, nomeou nesta quarta-feira (19) Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes e Dom Flavio Giovenale, SDB, Bispo da Diocese de Santarém.
Dom Pedro Luiz Stringhini nasceu em 1953, na cidade de Laranjal Paulista (SP). Foi ordenado em 2001, como bispo auxiliar de São Paulo, Região Belém, onde ficou ate 2009, quando foi nomeado bispo de Franca. Além disso, dom Stringhini foi presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz (2007 a2011). Na diocese de Mogi das Cruzes, dom Pedro Stringhini sucederá a dom José Airton dos Santos, transferido para a arquidiocese de Campinas (SP), em fevereiro desse ano.
Dom Flávio Giovenale nasceu em 1954, em Murello, Itália. Foi ordenado bispo de Abaetetuba em 1997. Foi secretário (1999-2003), vice-presidente (2003-2004) e presidente (2004-2007) do Regional Norte 2 da CNBB. Antes, trabalhou na Pastoral Vocacional no Pará entre 1982 e 1983. Foi Reitor do Seminário Menor em Manaus de1986 a1989. Foi Reitor do Seminário Maior em Manaus de1990 a1991. Foi Ecônomo da Província de1992 a1997. Também foi Procurador Missionário para o Brasil de1994 a1997. Dom Flávio sucederá, na diocese de Santarém, dom Esmeraldo Farias Barreto, transferido em dezembro de 2011 para a arquidiocese de Porto Velho (RO).
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Não se pode estar, de fato, a serviço dos homens, sem ser primeiro servo de Deus
Bento XVI recebe em audiência os prelados participantes da conferência organizada pela Congregação para os Bispos e as Igrejas Orientais
CASTEL GANDOLFO, quinta-feira, 20 de setembro de 2012(ZENIT.org) – O Ano da Fé, o 50º aniversário de abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II , a 13ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Nova evangelização, os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica são ocasiões” para reforçar a fé”.
Estas foram palavras do papa Bento XVI durante a audiência com os Bispos de recente nomeação, participantes do congresso promovido pela Congregação para os Bispos e as Igrejas Orientais. “O reunir-se em Roma, no início de vosso serviço episcopal -destacou o Papa- , é um momento propício para fazer uma experiência concreta da comunicação e da comunhão entre vós, e, no encontro com o Sucessor de Pedro, alimentar o senso de responsabilidade por toda a Igreja”.
O Santo Padre convidou os bispos a “promover e sustentar “um compromisso mais determinado da Igreja a favor da nova evangelização para redescobrir a alegria no crer e reencontrar o entusiasmo do comunicar a fé” (Lett. ap. Porta fidei, 7).
O convite é aquele de “favorecer e alimentar a comunhão e a colaboração entre todas as realidades de suas dioceses”. A evangelização, de fato, explicou Bento XVI “não é trabalho de alguns especialistas, mas de todo o Povo de Deus, sob orientação dos Pastores”, por isso, “cada fiel com a comunidade eclesial, deve sentir-se responsável pelo anúncio e pelo testemunho do Evangelho”.
A Nova Evangelização é, definitivamente, um produto do Concílio Vaticano II, tanto é verdade que o beato João XXIII, em seu discurso no encerramento do 1° período do Concilio, via como um “novo Pentecostes que iria florescer a Igreja na sua riqueza interior e no seu estender-se maternalmente a todos os campos da atividade humana”.
Aquele “novo Pentecostes, apesar da dificuldade dos tempos, estenderam-se, atingindo a vida da Igreja em todas as suas expressões: da institucional à espiritual, da participação dos fiéis leigos na Igreja ao florescimento carismático e de santidade”.
Impossível “não lembrar do próprio Beato João XXIII e do Beato João Paulo II, e de tantos bispos, sacerdotes, consagrados e leigos, que têm feito o belo rosto da Igreja em nosso tempo”.
Os pastores de hoje, disse o Papa dirigindo-se aos bispos recebidos em audiência, herdaram este patrimônio “de doutrina, de espiritualidade e de santidade” e a isso devem buscar “para formar na fé os vossos fiéis”.
Encorajo-vos, portanto – prosseguiu- a estarem comprometidos com todos, de acordo com as diferentes idades e condições de vida, sejam apresentados os conteúdos essenciais da fé, de forma sistemática e orgânica, para responder também às questões colocadas pelo nosso mundo tecnológico e globalizado”.
Para isso é fundamental o Catecismo da Igreja Católica, “norma segura para o ensinamento da fé e da comunhão no único credo. A realidade em que vivemos exige que o cristão tenha uma sólida formação!”.
Neste contexto, o Bispo, é a primeira testemunha da fé e deve oferecer o “exemplo de uma vida vivida na confiança em Deus”. Ele, se deseja “ser autêntico mestre e arauto da fé, deve viver” como “homem de Deus”.
“Eucaristia” e “oração” são a “dúplice refeição”pela qual o pastor pode atingir a “linfa vital para o ministério”. Com relação aos sacerdotes, os bispos devem mostrar caridade, com “aquele amor paterno que sabe apoiar, encorajar e perdoar”.
A caridade do Bom Pastor deve ser também dirigida aos pobres e sofredores, às famílias, aos rapazes e jovens, com especial cuidado para com os “seminaristas”, que devem ser “formados humanamente, espiritualmente, teologicamente e pastoralmente, de modo que a comunidade possa ter Pastores maduros e alegres e que guiem seguramente na fé”.
O Santo Padre, então, concluiu a Audiência recordando a seguinte frase de São Paulo: “Busque a justiça, a fé, a caridade, a paz...Um servo do Senhor não deve ser rude, mas ser gentil com todos, capaz de ensinar, paciente, suportar os males” (2 Tm 2,22-25).
(Trad.:MEM)
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Celebrações presididas por Bento XVI em outubro e novembro
Divulgação do Calendário
CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 21 de setembro de 2012(ZENIT.org) – O Serviço de Informação do Vaticano (VIS) divulgou hoje o calendário das celebrações presididas pelo Santo Padre, o papa Bento XVI, nos meses de outubro e novembro de 2012.
Em outubro a programação do Santo Padre, o papa Bento XVI, começa dia 04 com a Visita ao Santuário da Santa Casa de Loreto;
No domingo (07) - XXVII Domingo "per annum" - na Praça de São Pedro, às 9h30, será a Missa de abertura do Sínodo dos Bispos e a proclamação como "Doutor da Igreja" de São João de Ávila e Santa Hildegard de Bingen;
Quinta-feira (11), na Praça de São Pedro, às 10 horas, acontecerá a Missa de abertura do Ano da Fé
Domingo (21) - XXIX Domingo "per annum" - na Praça de São Pedro, às 9h30, Missa e Canonização dos Beatos: James Berthieu, Pedro Calungsod, Giovanni Battista Piamarta, Maria do Carmo Sallés y Barangueras, Marianne Cope, Catherine Tekakwitha, Anna Schäffer;
Domingo (28) - XXX Domingo "per annum"- na Basílica Vaticana, às 9h30, Santa Missa para a conclusão do Sínodo dos Bispos;
Em novembro o calendário do Santo Padre começa na sexta-feira (02) com a celebração de todos os fiéis defuntos na Gruta do Vaticano, às 18, e um momento de oração para os Papas falecidos;
No Sábado (03) na Basílica de São Pedro, no Altar da Cátedra, às 11h30 - Santa Missa pelas almas dos Cardeais e Bispos falecidos durante o ano.
MEM
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Telegrama do papa ao rabino chefe de Roma
Augúrios de paz e bem pelas celebrações judaicas
VATICANO, quinta-feira, 20 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Reproduzimos a seguir o telegrama que o Santo Padre enviou ao Dr. Riccardo Di Segni, rabino chefe da comunidade judaica de Roma, por ocasião das festas judaicas do Rosh Ha-Shanah 5773 (ano novo), Yom Kippur (dia do perdão) e Sukkot (festa dos tabernáculos), que acontecem nestes dias.
"Dirijo os meus sinceros augúrios de paz e de bem a você e a toda a comunidade judaica de Roma, invocando do Altíssimo abundantes bênçãos para o novo ano e desejando que os judeus e cristãos, crescendo na estima e na amizade mútua, testemunhem no mundo os valores que brotam da adoração do Deus Único".
Fonte: VIS
Liturgia e Vida Cristã
Por que a confissão ao menos uma vez por ano?
Pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual, aponta uma resposta
ROMA, sexta-feira, 21 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Este artigo abre a coluna Liturgia e Vida Cristã, a novidade semanal de ZENIT, aos cuidados do pe. Edward McNamara, LC, professor de teologia e diretor espiritual.
Muitos sacerdotes recomendam a confissão pelo menos uma vez ao ano, conforme é indicado pelo número 2042 do Catecismo da Igreja Católica. Outros sacerdotes dizem que a confissão não é necessária se não se cometeram pecados graves. Assim, quem avalia que não cometeu nenhum pecado grave acaba não se confessando nem mesmo uma vez por ano. Pe. Edward, qual é a sua opinião a este propósito?
Pe. Edward: Eu acho que podemos encontrar a resposta olhando para os diferentes contextos.
Em primeiro lugar: "Os fiéis são obrigados a confessar, de acordo com tipo e número, todos os pecados graves cometidos depois do batismo e ainda não diretamente perdoados pelo poder das chaves da Igreja, nem acusados em confissão individual, dos quais tenha consciência depois de um diligente exame".
"§ 2. Recomenda-se aos fiéis confessar também os pecados veniais".
O cânon 989 indica que o tempo máximo para cumprir a exigência é de um ano. Muitos intérpretes do direito canônico consideram que a obrigação se aplica apenas aos pecados mais graves. Supondo-se que uma pessoa não tenha cometido pecados mortais, este cânon não se aplicaria a ela.
Vemos também que o catecismo, no número 1457, menciona o cânon 989 e aborda a necessidade de confessar os pecados graves antes de receber a comunhão.
No número 2042, o catecismo se refere de novo ao cânon 989 na nota de rodapé, sob a perspectiva da vocação do homem e da sua vida no espírito, considerando o segundo preceito como um requisito mínimo para o crescimento espiritual.
Por esta razão, o segundo preceito não fala de "pecados graves ou mortais" e é prescritivo, havendo pecado grave ou não. Portanto, o número 2042 do catecismo diz que a confissão anual "garante a preparação para a eucaristia por meio da recepção do sacramento da reconciliação, que continua a obra de conversão e de perdão do batismo".
Aqui, a confissão não é vista apenas como um meio necessário para sermos absolvidos do pecado mortal, mas como uma das formas habituais, se não necessárias, para o progresso espiritual.
O compêndio do catecismo também não faz nenhuma menção à necessidade de pecado mortal para que a confissão seja obrigatória ao menos uma vez por ano. No número 432, ele formula o preceito da seguinte forma: “Confessar os pecados, recebendo o sacramento da reconciliação, pelo menos uma vez ao ano”.
Assim, tanto o catecismo quanto o compêndio descem da teoria canônica à realidade da vida cristã. A ideia de que a obrigação canônica de se confessar uma vez por ano exista somente em caso de pecado grave é boa no papel, mas a experiência de muitos diretores espirituais nos ensina que é raro que se evite o pecado grave durante um ano ou mais do que um ano.
Sem dúvida, nos casos em que uma pessoa consegue evitar os pecados graves no decorrer de vários anos, é porque ela regularmente e frequentemente confessa os seus pecados veniais e usa o sacramento da reconciliação para crescer na sensibilidade da consciência e no amor de Deus. Essas almas também usam outros meios de progresso espiritual, como a oração frequente, comungar regularmente e fazer obras de caridade.
Temos que notar ainda que o dever de se confessar uma vez por ano não recai em quem não pode fazê-lo, seja por causa da idade, de doença ou de outros motivos justos.
A dificuldade a respeito deste assunto pode nascer da grande redução sofrida pelo conceito de pecado mortal, a ponto de ele nem ser mais entendido como tal. Muitas vezes, as pessoas o confundem com a violação do sexto mandamento.
Nós, sacerdotes, temos que lembrar aos fiéis e a nós mesmos que há sete pecados capitais (orgulho, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça) e que cada um deles envenena a alma de maneira diferente.
Além de tudo isto, a obrigação da confissão uma vez por ano ajuda todos nós a lutar contra o pecado da presunção diante do julgamento divino.
Dúvidas sobre os temas litúrgicos? Escreva-nos! liturgia.zenit@zenit.org
Pequeninos do Senhor
Falar de Deus aos pequeninos desde a concepção
Coluna de orientação catequética aos cuidados de Rachel Lemos Abdalla
Por Rachel Abdalla*
CAMPINAS, quinta-feira, 20 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Apresentamos aos nossos leitores a coluna "Pequeninos do Senhor"; Essa nova coluna de reflexão e formação, organizada por Rachel Lemus Abdalla, será publicada todas as quintas-feiras, de quinze em quinze dias.
Com experiência de 15 anos na área da catequese, Rachel Abdalla é fundadora e presidente da Associação Pequeninos do Senhor.
Clique aqui para ler na íntegra a entrevista realizada por ZENIT à Rachel Abdalla no dia 24 de Agosto desse ano.
***
O Pequeninos do Senhor acredita na importância de caminhar lado a lado com Jesus para o crescimento da fé, desde pequenino. Entendemos que é no dia a dia que os pequeninos aprendem os valores cristãos e desenvolvem a sua fé na pessoa de Jesus Cristo, através dos exemplos que observam de seus pais e orientadores. Os sete primeiros anos de vida tratam de uma fase fundamental da existência humana e é considerado o momento mais importante da formação do caráter, da personalidade , da afetividade e dos valores; momento em que a formação psicológica da criança é desenvolvida e todas as suas experiências vividas até então serão assimiladas e servirão de base para suas condutas durante o resto da vida.
Mas, como fazer essa caminhada cristã enquanto a criança está sendo gerada?
Tudo começa desde a concepção! O bebê está sendo formado nas entranhas de sua mãe, ou seja, no mais íntimo do seu ser, onde reside o Sopro Divino do amor, que está gerando esta nova vida. Neste tempo de formação, a mãe é responsável pelo desenvolvimento não só físico do seu bebê, alimentando-se adequadamente para que ele seja nutrido; mas, é responsável, também, pela nutrição emocional e espiritual que inicia-se neste tempo. A fé é algo que transcende o entendimento, mas que pode ser sentida e vivenciada desde a concepção do ser humano, pois a criatura é fruto do Criador e, portanto, fala e compreende a mesma linguagem. Por isso, rezar todos os dias para que o bebê ouça a voz de sua mãe e o seu louvor a Deus, faz com que ele também louve o Senhor por seu intermédio.
A mamãe deve conversar com o seu bebê, contar a ele tudo o que vê, com os olhos e com o coração, sobre as maravilhas feitas pelo Criador! Tentar explicar as cores do céu, como é a natureza, o arco-íris; falar sobre os passarinhos que voam, a variedade de peixinhos nos mares e a beleza dos animais. Falar também, da sensação de frio e de calor; da chuva que cai do céu e das nuvens que lá se formam... e principalmente, falar do amor que sente pelo seu bebê e o quanto ele é esperado. O bebê vai conhecer o mundo, primeiramente, por tudo o que a mãe conta, principalmente através da emoção que ela passa ao descrevê-lo. Esta percepção vai existir sempre e isso fará com que ele, durante a sua vida, acredite naquilo que não pode ver, mas que de fato existe, porque ele aprendeu a ter fé, a esperar para ver o que ainda não é visível aos olhos, mas que já pode ser sentido no coração. Esse exercício deve acontecer também após o nascimento. Desta forma o vínculo entre mãe, filho e Deus com certeza será fortalecido.
*Rachel Lemos Abdalla é Fundadora e presidente da Associação católica Pequeninos do Senhor e Coordenadora da Catequese de família da paróquia Nossa Senhora das Dores em Campinas, São Paulo.
Contato: contato@pequeninosdosenhor.com.br
site: www.pequeninosdosenhor.com.br
Quem quiser enviar perguntas ou expressar opiniões sobre os temas tocados pela coluna organizada por Rachel Lemos Abdalla pode escrever para: rachel.abdalla@pequeninosdosenhor.com.br
Jornada Mundial da Juventude Rio 2013
Jovens da Oceania/ Papua Nova Guiné se preparam para o Ano da Fé e para a JMJ Rio2013
Núncio apostólico encontra jovens da arquidiocese de Rabaul
ROMA, segunda-feira, 17 de setembro de 2012(ZENIT.org) - O Ano da Fé é "uma ocasião para renovar e revitalizar a nossa fé católica, e isso pode ser mais fácil para os jovens da Papua Nova Guiné seguindo os passos do Beato Peter To Rot, modelo de fé de nossos tempos": com estas palavras o Núncio Apostólico na Papua Nova Guiné e Ilhas Salomão, o Arcebispo Santo Gangemi, dirigiu-se aos jovens da Arquidiocese de Rabaul.
A notícia publicada pela Agencia Fides informa que o Núncio encontrou os jovens alguns dias atrás, numa visita aos centros juvenis de várias paróquias e realidades laicas. Lembrando que o "Ano da fé está para chegar, visto que será aberto pelo Papa Bento XVI em 11 de outubro próximo", Dom Gangemi exortou os líderes das comunidades juvenis "a serem responsáveis nas diferentes realidades eclesiais, promovendo uma participação ativa" na vida pastoral.
Os jovens estavam engajados num programa especial de formação, organizado pela Comissão para a Juventude, da Conferência Episcopal de Papua Nova Guiné e Ilhas Salomão – continua a nota - . Eles escolheram dois Patronos especiais: o Beato Peter To Rot e Santa Maria Goretti.
Peter To Rot, leigo catequista e mártir foi eleito padroeiro da Jornada Mundial da Juventude Austrália 2008. Durante a II Guerra Mundial, seu povoado, Rakunai, foi ocupado pelos japoneses, e os missionários foram presos, mas To Rot assumiu a responsabilidade da vida espiritual de seus concidadãos. Quando as autoridades legalizaram a poligamia, o Beato Peter a recusou. Ele foi morto com uma injeção em julho de 1945 por um médico japonês. Foi o primeiro beato da Papua elevado à glória dos altares em 17 de janeiro de 1995 por João Paulo II.
Atualmente, sob a orientação de Pe. Shanti Puthussery, PIME, responsável pela Comissão Episcopal para a Juventude, os jovens de 22 dioceses de Papua e Salomão, estão seguindo um percurso de preparação para a "Jornada Mundial da Juventude", que se realizará no Rio de Janeiro em 2013.
MEM
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De Taizé ao Rio de Janeiro
Encontro de sacerdotes e educadores neste sábado quer preparar jornadas juvenis
ROMA, quinta-feira, 20 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - "Rumo à Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro - Do Encontro Europeu de Jovens de Taizé para a Jornada Mundial da Juventude" é o tema da reunião dos animadores da pastoral juvenil da diocese de Roma, que acontece neste sábado, 22, no Pontifício Seminário Romano Maior.
O evento começará com uma oração conduzida pelo bispo auxiliar, dom Matteo Zuppi. O tema central é a organização do 35º Encontro Europeu da Juventude, promovido pela Comunidade de Taizé em parceria com a diocese de Roma, que, de 28 de dezembro de 2012 a 2 de janeiro de 2013, levará cerca de 50 mil jovens de toda a Europa até Roma.
As informações são do diretor do serviço diocesano da pastoral da juventude, pe. Maurizio Mirilli, que acrescenta: "Nos próximos dias, os irmãos de Taizé, com os jovens do serviço diocesano, vão definir os detalhes do acolhimento nas paróquias, nas comunidades religiosas e nas famílias na capital, e identificar os voluntários que trabalharão no encontro".
Os irmãos de Taizé palestrarão sobre "A peregrinação da confiança sobre a terra", estabelecida há 35 anos pelo fundador da Comunidade de Taizé, o irmão Roger, morto em 16 de agosto de 2005 aos 90 anos.
O grande evento europeu servirá para preparar o terreno para a próxima Jornada Mundial da Juventude, a ser realizada de 23 a 28 de julho de 2013 no Rio de Janeiro. A JMJ será o tema da apresentação do pároco de Santa Bárbara, pe. Paolo Boumis, missionário no Brasil de 2008 até 2011. As conclusões serão expostas pelo pe. Maurizio Mirilli, que também apresentará as iniciativas do novo programa do serviço diocesano para a pastoral juvenil.
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Um ano de peregrinação da Cruz e do Ícone da JMJ no Brasil
Símbolos da Jornada Mundial da Juventude enriquecem a evangelização
ROMA, terça-feira, 18 de setembro de 2012(ZENIT.org) – Ao concluir a Missa de envio na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Madrid, Bento XVI anunciou que a seguinte JMJ seria na cidade do Rio de Janeiro e disse: "Antes de nos despedirmos e depois que os jovens da Espanha entregarem aos do Brasil a cruz das Jornadas Mundiais da Juventude, como Sucessor de Pedro confio a todos aqui presentes esta grande tarefa: levem o conhecimento e o amor de Cristo por todo mundo".
Há um ano em peregrinação pelo Brasil os símbolos da JMJ ajudam os jovens a cumprir a missão confiada por Bento XVI. “Já experimentamos um enriquecimento da evangelização no Brasil, através da passagem dos Símbolos da Jornada. Uma forte perspectiva de esperança e de um futuro melhor são transmitidos a todos quando a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora passam por locais de sofrimento e exclusão. Presídios, casas de recuperação de dependentes químicos, orfanatos, praças públicas onde vivem usuários de drogas, todos se sentem acolhidos pelo mistério da Cruz de Cristo”, afirma padre Toninho, assessor nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude e responsável pela peregrinação dos Símbolos, em notícia divulgada pelo site Rio2013.com.
A cruz de madeira de 3,8 metros foi construída e colocada como símbolo da fé católica, perto do altar principal na Basílica de São Pedro durante o Ano Santo da Redenção (Semana Santa de 1983 à Semana Santa de 1984). No final daquele ano, depois de fechar a Porta Santa, o Papa João Paulo II deu essa cruz como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade. Quem a recebeu, em nome de toda a juventude, foram os jovens do Centro Juvenil Internacional São Lourenço, em Roma.
Padre Toninho, destaca, também, que a presença do Ícone Mariano leva um alento aos que sofrem. “Em cada local, a presença maternal da Virgem Maria deixa uma marca que impressiona e que conduz à Sagrada Escritura. Em muitos locais, com a passagem dos sinais, vimos o fortalecimento da Lectio Divina”.
O ícone de Nossa Senhora, “Salus Populi Romani”, uma cópia contemporânea de um antigo e sagrado ícone encontrado na primeira e maior basílica para Maria a Mãe de Deus, no Ocidente, Santa Maria Maior, foi entregue aos jovens em 2003 pelo Papa João Paulo II como um segundo símbolo de fé para ser levado pelo mundo, acompanhando a cruz da JMJ.
MEM
Comunicar a fé hoje
Rádio, TV e jornais católicos na Amazônia
Uma entrevista com padre Enrico Uggé, sacerdote do PIME (Parte I)
Por padre Piero Gheddo
ROMA, segunda-feira, 17 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Padre Enrico Uggé, sacerdote do PIME desde 1970 (veio do seminário diocesano de Lodi), está em Parintins desde Março de 1972 e tem trabalhado principalmente entre os índios Sateré-Mawé, estudando língua e cultura, evangelizando e fundando a escola técnica São Pedro na área reservada para essa tribo. É um promotor acérrimo dos modernos meios de comunicação para difundir o Evangelho e formar os cristãos. Eu o entrevistei no dia 10 de setembro de 2012 em Milão. Aqui está a entrevista.
Pe. Gheddo: Como é que nasceu este compromisso?
Padre Enrico Uggé: Quando em 1990 mons. Risatti me chamou das aldeias dos índios e me confiou a Rádio Alvorada, me apaixonei rapidamente por este desafio. Para os índios nas florestas e ao longo dos rios a rádio era quase o único meio para manter o contato com o resto do mundo. Levei a sério o compromisso e agradecendo a Deus houve um progresso rápido. Às ondas médias da Rádio adicionamos as curtas. Temos um raio de escuta de 400 km e com as ondas curtas também nos captam as rádio-amadores da Finlândia.
Na Amazônia há a rede católica "Rádio Notícia da Amazônia" que com 20 rádios cobre de Manaus ao Macapá, e dá notícias amazônicas, que para aquela imensa região são importantes; estamos também unidos com a Onda, a rede das 800 rádios católicas brasileiras, e podemos republicar programas e noticiários da R.C.R (Centro Rede Católica das Rádios). No Brasil a Igreja procura potenciar os seus instrumentos de comunicação e nós em Parintins estamos bem aparelhados e investimos na qualificação dos nossos jornalistas.
Em Belém um outro missionário do PIME Pe. Claudio Pighin tem uma importante e respeitada escola de comunicações.
Pe. Gheddo: A vossa rádio é generalista? E quantas horas trasmitem por dia?
Padre Enrico Uggé: A nossa vai das 5h da manhã ás 10h da tarde, o nosso lema é “informar- formar-divertir”. Eu sou o diretor da programação, a minha tarefa é seguir e orientar os programas, dando muita importância às notícias bem feitas, controladas, interessantes.
A Amazônia ainda é uma área isolada, as pessoas querem ouvir as novidades. Depois vem a formação porque somos uma rádio católica, mas não cheia de terços e orações. Cada domingo transmitirmos a Missa, depois as orações, as catequeses, as conferências religiosas. Nas manhãs de domingo tenho uma breve gravação que explica o Evangelho do dia, muito escutada principalmente pelos catequistas que devem ir às aldeias sem sacerdotes e reunir as pessoas, orar e explicar o Evangelho. Não é tanto uma explicação doutrinal, mas um discurso para animar as aldeias e os catequistas na Palavra de Deus, na beleza da fé. A nossa rádio é uma das mais importantes entre as católicas no Brasil porque está constituída por profissionais e bem orientada na fidelidade à Igreja e na leitura cristã dos acontecimentos.
Pe. Gheddo: Como foi que da rádio se passou para o jornal?
Padre Enrico Uggé: Em maio de 1994 eu comecei o semanário Novo Horizonte para ter pessoas que estudassem, escrevessem, preparassem por escrito os nossos programas e fizessem o jornal que no geral tem 12 páginas semanais. Nos primeiros tempos da Prelazia com Mons. Cerqua tinha um jornal, mas depois parou. Hoje existem escolas em todos os lugares, os brasileiros lêem mais do que no passado e sentiu-se a necessidade de uma ferramenta que preservasse as notícias e os textos importantes e que fosse lido. Rádio e jornal estão no mesmo nível e se ajudam mutuamente.
Depois nasceu a televisão católica em Parintins. Estamos conectados com os dois canais católicos de TV brasileiros, Canção Nova (dos carismáticos) e Rede Vida (da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e também com Nossa Senhora de Nazaré, a televisão de Belém que nos abriu espaços para fazer nossos programas. Nos tornamos quase que uma sucursal da TV de Belém que nos dá mais espaço para se tornar a TV de Parintins que já tem 120 mil habitantes, e isso é importante porque a rainha da comunicação é a televisão. É uma TV muito vista principalmente das 11h à 1h que faz muito calor e na Amazônia as pessoas estão tranquilas em casa vendo TV.
A nossa importância é a nível regional. Nós fazemos o telejornal. A TV requer mais do jornal e da rádio, é necessário ter pessoas preparadas para falar na TV e não é fácil. Nos assistem muito porque há notícias locais. No final temos três minutos para o comentário sobre a notícia mais importante. Estou convencido da importância de uma TV como a nossa (como da rádio, das outras coisas). Na igreja aparecem 20%, mas e todos os outros? A maioria vê a televisão católica e esta é a verdadeira evangelização. Até hoje somos o único telejornal local de Parintins.
Pe. Gheddo: Vocês também envolvem quem vos segue na rádio, televisão e jornal?
Padre Enrico Uggé: Trabalhamos com paixão, não só eu, mas os redatores e colaboradores, tentamos transmitir a fé e a visão de fé da vida. Temos iniciativas para envolver as pessoas, por exemplo, fizemos o Natal das crianças, organizamos torneios de futebol e de futebol de salão também para tirar das ruas muitos jovens. Rádio, TV e telejornal são da Fundação Evangelii Nuntiandi, juridicamente separada da diocese, pois se fechasse não cairia tudo encima da diocese. Mas, existem também alguns programas religiosos durante a semana, para a família, os esposos, os noivos, os enfermos, preparados por colaboradores também religiosos fora da redação. Todos os dias temos meia hora para as crianças que estão nas aldeias, nos rios, isoladas, que não vêem mais nada para eles. É um programa emocionante que ensina algo para as crianças. Há uma professora que fala, narra uma história, ou também fala de Jesus e da Mamãe do Céu ou também explica os bons modos, depois as crianças escrevem, vêem ao nosso encontro, nos enviam as suas tarefas. Nós valorizamos os momentos importantes da comunidade, acompanhamos a vida das pessoas e isso é o segredo para nos fazer escutar.
Pe. Gheddo: Vocês também têm publicidade paga?
Padre Enrico Uggé: Fazemos que todos falem um pouco. Para sustentar-nos, alugamos alguma meia hora a algum ente ou grupo que tem interesse em falar, por exemplo, a prefeitura, os entes estatais que trabalham em Parintins e informam das coisas que fazem. Há um regulamente para quem fala, não ofender ou acusar ninguém, dizer a verdade, etc. Dizemos ao prefeito: olha, se você disser que asfaltou as estradas e não é verdadeiro, nós o diremos aos ouvintes. Não alugamos a partidos políticos, mas entes públicos e também privados, depois damos tempos gratuitos para as escolas, hospitais, associações de voluntariado, campanhas para a vacinação. Os políticos podem falar por algum tempo, mas primeiro gravam para ter um controle e se termina no tempo estabelecido. Por lei temos que manter por alguns meses grandes fitas de gravação de tudo o que transmitimos, depois podem ser reutilizadas. Isto porque alguém poderia reclamar de uma transmissão e seja necessário reouvi-la. Também a parte técnica de rádio e televisão é difícil. Estamos bem isolados, a cidade mais próxima é Manaus a 500 Km pelo rio.
[Tradução do Italiano por Thácio Lincon Siqueira]
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Documentário sobre o concílio explica a sua importância às gerações mais jovens
Entrevistas com cardeais, bispos e um jovem Karol Wojtyla
Luca Marcolivio
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 18 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Às portas do cinquentenário do início do concílio Vaticano II, o Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, em parceria com a agência Micromegas Comunicação, apresentou ontem em Roma um documentário sobre o evento histórico, a ser veiculado por televisões de todo o mundo.
A transmissão começa no próximo dia 11 de outubro, conjuntamente com o início do Ano da Fé e na data do cinquentenário da abertura do concílio. O documentário, em HD, dura 12 horas e procura reconstruir o clima histórico, teológico, cultural e até mesmo emocional de um evento que marcou profundamente não só a história da Igreja, mas a do mundo contemporâneo.
As imagens pertencem à filmoteca vaticana, que dispõe de aproximadamente 200 horas de filmagens originais precedentes à abertura do concílio.
“Inicialmente, a tentação foi fazer um produto ‘autocelebrativo’, selecionando os momentos mais importantes arquivados no material da filmoteca”, explicou dom Claudio Maria Celli, presidente do Pontifício Conselho, na conferência de imprensa.
“Mas quisemos enriquecer o documentário mostrando entrevistas com cardeais e patriarcas de todo o mundo. A intenção era entender como o concílio era recebido também na África, na América Latina e nas Igrejas orientais. Foram os próprios cardeais que indicaram a chave de leitura dos documentos mais importantes do concílio, oferecendo um panorama cultural e eclesial muito rico”.
Os altos prelados entrevistados são catorze. Entre eles, o cardeal Walter Kasper, presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos; o cardeal Antonio Cañizares, da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos; o cardeal Donald Wuerl, arcebispo de Washington; o cardeal André Vingt-Trois, arcebispo de Paris; dom Béchara Pierre Rai, patriarca de Antioquia dos Maronitas, e dom Loris Capovilla, secretário particular emérito do papa João XXIII.
Não se trata “exclusivamente de mostrar imagens”, prosseguiu Celli. “O objetivo é contar a história do concílio para quem não o viveu, ajudar quem não estava presente e o conhece pouco a entender a sua riqueza”.
Entre as imagens mais eloquentes, a entrevista com um jovem Karok Wojtyla. “É sugestivo escutar a voz dele falando em latim durante uma das sessões”, comenta Celli.
A realização do documentário durou quase um ano e exigiu mais dois meses de pós-produção, envolvendo um grupo de 50 pessoas.
O set foi preparado pelos estúdios Micromegas de Roma, com filmagens em lugares significativos do Vaticano, como o Arquivo Secreto, a Biblioteca Apostólica, a Basílica de São Pedro, a Capela Sistina, as Salas de Rafael e as grutas vaticanas.
Dom Celli acrescenta que o documentário será transmitido pela Rádio Televisão Italiana (RAI) em dois episódios de uma hora e cinquenta minutos cada. Devido à considerável duração, somente uma parte do filme será reproduzida pelo canal.
O passo seguinte será editar um DVD de 4 ou 5 discos, de acordo com as exigências das Igrejas locais e das conferências episcopais.
O Pontifício Conselho fará contatos com as principais redes de televisão do mundo para distribuir o documentário, que também será projetado aos padres sinodais durante o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização, programado para os dias7 a28 de outubro próximo.
(Trad.ZENIT)
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Rádio, TV e jornais católicos na amazônia
Uma entrevista com padre Enrico Uggé, sacerdote do PIME (Parte II)
Por padre Piero Gheddo
ROMA, terça-feira, 18 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Apresentamos a segunda parte da entrevista com padre Enrico Uggé. O sacerdote do PIME desde 1970 (proveniente do seminário diocesano de Lodi) está em Paritins. Desde março de 1972 trabalhou especialmente entre os índios Sateré-Mawé, estudando a língua e a cultura, evangelizando e fundando a escola técnica São Pedro no território dentro da área reservada para esta tribo. É um promotor acérrimo dos modernos meios de comunicação para difundir o Evangelho e formar os cristãos.
Padre Gheddo: Você é o diretor e animador?
Padre Enrico Uggé: Diretor é uma mulher, uma grande figura, Raimunda Ribeiro, 45 anos de vida na rádio e não se casou para dedicar-se totalmente à rádio. Quando nasceu a Rádio Alvorada, o bispo mons. Arcangelo Cerqua a tinha enviado para o Rio de Janeiro para fazer estudos. Apaixonou-se pelo seu trabalho. É bem orientada na fé. Eu faço o papel do sacerdote, animador e orientador dos programas. Ela enfrenta e resolve todos os problemas, jurídicos, de relações com as autoridades e com o público. Para as leis que existem a doutora Ribeiro é a ideal. É necessário sempre seguir as regras porque somos muito controlados, por exemplo para os direitos de autor das canções que transmitimos, sempre, no final do mês pagamos os direitos. E também o trabalho administrativo. Esta senhora é providencial mas tem um trabalho muito difícil. Agora tem a ajuda de duas colaboradoras que há dez anos trabalham na rádio e na televisão.
Padre Gheddo: todos os que trabalham na empresa são católicos?
Padre Enrico Uggé: No geral sim, mas já tivemos um batista e também alguns não-crentes. No último sábado do mês os funcionários fazem comigo um pequeno retiro espiritual das 8h às 11h, rezamos, lemos a Palavra de Deus e refletimos em algum tema; em seguida, temos as reuniões dos programadores, o espaço para o bispo que a cada semana dá a sua mensagem pastoral na Rádio e na TV, também o entrevistamos quando tem algo a dizer para as pessoas. Depois há programas alegres, música e cantos, esporte e diversão.
Padre Gheddo: como é que se organizam economicamente?
Padre Enrico Uggé: estamos nas mãos da Providência, conseguimos não fechar no vermelho, mas não sei como fazemos. Houve um tempo em que era mais fácil, hoje se torna sempre mais difícil por causa da burocracia e também pelas ajudas que recebemos da Itália. O 25% dos custos são suportados pela ajuda italiana, o resto é produzido pela mesma rádio. As ofertas diminuem porque quando se pede para os leprosos, os órfãos e as adoções chegam, mas quando se fala de rádio e de jornal, na Itália se arrecada pouco ou nada. No entanto o rádio tem uma importância grandíssima para a evangelização e para a formação cristã de todos. Como Igreja, não chegamos mais a todos, enquanto o rádio não apenas chega a todos, mas chega quando estão sentados e podem refletir.
Também para a formação das crianças, o rádio é importante. Fizemos por dois anos, mas custa muito, o Natal das crianças, os nossos Reis Magos distribuiram 15 000 presentes para as crianças pobres. Um mês antes do Natal enviei 800 estudantes da escola superior a visitarem as famílias da periferia mais pobre de Parintins, às crianças de 10 anos pra baixo foi dado um cartãozinho carimbado e assinado valendo o seu presente de Natal. Descobrimos que existem crianças pobres que nunca receberam um presente!
Padre Gheddo: Como é que aconteceu esta festa das crianças e quem eram os Reis Magos?
Padre Enrico Uggé: Também no Brasil é moda o Papai Noel que não se sabe quem seja ou o que represente. Nós falamos dos Reis Magos que levaram os seus dons para Jesus e que agora pelo Natal os darão às crianças mais pobres. Propus aos policiais da cidade que fossem à cavalo no dia de Natal vestidos de Reis Magos. Três aceitaram com entusiasmo. Na tarde anterior fizemos um grande espetáculo de cantos, músicas, danças, cenas de teatro e vieram muitas pessoas. Na tarde do dia seguinte, que era um domingo, reunimos cerca de 15 mil crianças pobres e paupérrimas com as suas mães no grande estádio de Parintins. Falei dos Reis Magos que levam os presentes a Jesus Criança e depois disse que estavam chegando e eis que chegam os três policiais a cavalo que realmente pareciam três Reis Magos e detrás deles a escolta de guardas e furgões e camionetes emprestadas para trazer os sacos dos presentinhos, enquanto a banda musical da polícia tocava uma marchinha. Nâo posso te dizer a felicidade, os aplausos, os gritos, os pulos de alegria daquelas crianças e criancinhas!
Padre Gheddo: Quais presentes vocês distribuiram?
Padre Enrico Uggé: Presentes pobres obtidos em parte no comércio e lojas de Manaus, em parte comprados com as ajudas que me chegam de benfeitores de paróquias na Itália, onde tenho um irmão sacerdote, Don Abel, pároco na diocese de Lodi. Para a distribuição dos presentes ainda vieram os 800 jovens e mulheres que tinham feito o questionário nas periferias, as crianças com as mães divididas em setores de mil. Por criança que não pôde vir veio a mãe ou outro familiar que com o cartãozinho do convite retirava o presentinho. Cada criança recebeu de um Rei Mago ou de um estudante do superior o seu saquinho colorido com uma boneca, um boneco, brinquedos e outras coisas que as crianças gostam. Todos muito felizes e as pessoas perguntando: como fazem para distribuir 15 000 presentinhos?".
Padre Gheddo: como fizeram para ter 15 000 crianças?
Padre Enrico Uggé: Com o poder da rádio, jornal e televisão. São meios que chegam a todos e deveriam explicar bem o que é o Natal, os Reis Magos, o dom que levam às crianças e depois convocá-los... foi necessário um pouco de tempo. Este natal para as crianças foi realizado durante dois anos, não consecutivos, e graças a Deus teve grande sucesso. Agora paramos um pouco, principalmente porque custa muito para as nossas pequenas finanças. Nós Igreja devemos entender ainda o valor destes modernos meios de comunicação que influem também na cultura popular.
(Fim)
Você também pode ler a primeira parte dessa entrevista.
[Tradução do Italiano por Thácio Siqueira]
Homens e Mulheres de Fé
Um "frei burro" com profunda sabedoria teológica
Memória litúrgica de São José de Cupertino, padroeiro dos estudantes
Peter Barbini
ROMA, terça-feira, 18 de setembro, 2012 (ZENIT.org) - Em 2003, foi celebrado o IV centenário do nascimento de São José de Cupertino, santo que a Igreja celebra hoje a memória litúrgica.Neste santo "brilha a sabedoria das crianças e o espírito das bem-aventuranças", que indica "a estrada que leva a autêntica alegria, mesmo em meio às dificuldades e tribulações", "uma alegria que vem do alto, e nasce do amor a Deus e ao próximo "estas foram as palavras proferidas na ocasião pelo Beato João Paulo II. Não existem palavras mais adequadas para descrever a vida do santo pugliese que ainda hoje contagia com seu amor quem se aproxima.
Nascido em uma família de origem humilde, em 17 de junho de 1603, Giuseppe Desa - este é o nome jurídico - aos 25 anos foi ordenado sacerdote e admitido na Ordem dos Frades Menores Conventuais da região da Puglia, Itália.
Amor, simplicidade, humildade e sacrifício distinguiram a vida deste frei que passava os dias em orações incessantes e longas meditações. Em qualquer tarefa que realizava seus olhos estavam sempre no céu e qualquer ação sua era realizada para consecução das virtudes celestiais.
São José de Cupertino é muito conhecido pelos frequentes momentos de êxtase que o levava a sair do chão, permanecendo assim por um longo tempo; por isso foi acusado de messianismo e submetido ao tribunal da Inquisição, que o considerou inocente, mas por prudência por parte de seus superiores, ele foi afastado de sua Ordem por cerca de 20 anos e transferido primeiramente para Assis, em seguida, para o Convento dos Capuchinhos de Pietrarubbia e, finalmente, para Fossombrone. Somente em 1657 pode retornar para sua Ordem, vivendo serenamente os últimos anos de sua vida no convento de Osimo, onde morreu e onde ainda é preservado o seu corpo num caixão.
São José de Cupertino teve uma vida simples, mas não fácil, e até mesmo o hábito, como dizem, foi conquistado com grande dificuldade. Tornar-se sacerdote, como ainda hoje, exigia uma educação adequada que, o futuro santo absolutamente não tinha (os hagiógrafos dizem que ele realmente não era muito adepto ao estudo), em parte, por causa de uma doença que o obrigou a abandonar os estudos, quando havia apenas começado, com sete anos. A sua recuperação, aos 15 anos de idade, foi atribuída a Nossa Senhora das Graças de Galatone, de quem ele permaneceu devoto por toda a vida. Foi durante esse tempo que no coração de José ficou marcado o desejo de consagrar sua vida a Cristo, servindo como padre franciscano.
A falta de instrução, no entanto, não intimidou o jovem José em responder ao "chamado" de Deus, e com muita humildade, compromisso e horas exaustivas de estudo, ajudado por seu tio, também ele um frade franciscano e conhecido teólogo na época, foi aprovado com êxito em todas as provas, graças à intercessão milagrosa da Virgem Maria, a quem José rezava assiduamente. Conta-se, de fato, que, antes de fazer o exame para se tornar diácono, Nossa Senhora apareceu-lhe em sonho, entregando-o uma passagem da Sagrada Escritura sobre a qual foi interrogado.
A história mais conhecida, no entanto, relata como José foi capaz de passar o último exame, antes de ser ordenado sacerdote, mesmo sem ser interrogado, uma vez que o Bispo decidiu promover todos os candidatos depois de constatar a boa preparação dos primeiros estudantes. Foi providencial, já que todos sabiam o programa perfeitamente, exceto José. Por estes e muitos outros motivos em 1753, ano da sua beatificação, os estudantes católicos o escolheu como santo padroeiro.
É interessante notar que, apesar de São José de Cupertino nunca ter sido um homem de cultura, ele costumava ser chamado de "frei burro", no decorrer de sua vida, ele se confrontava frequentemente com brilhantes teólogos, professores e intelectuais que ficavam impressionados com as respostas deste frade, tão simples, mas que possuía em si um profunda sabedoria teológica de eficácia incomparável. Não por acaso muitos o escolheram como mestre espiritual: príncipes, nobres, reis, sacerdotes, cardeais, bispos e até papas, como Urbano VIII e Inocêncio X.
"São José de Cupertino encoraja o mundo da cultura, especialmente a escola, a fundar o conhecimento humano sobre a sabedoria de Deus", disse João Paulo II, recordando, com estas palavras, que este amor para com Deus e a a busca contínua pelo divino, levaram o humilde frei "analfabeto" a compor poemas, "parábolas" e canções, como o famoso Cântico do Bem, que até mesmo ele nunca teria sonhado em escrever.
São José de Cupertino, na essência, é a prova de que para Deus nada é impossível. Um exemplo de como o Senhor pode fazer coisas consideradas humanamente impossíveis e impensáveis. Prova de que, se alguém faz a vontade de Deus e confia totalmente nEle, não terá nada a temer e que o Senhor lhe dará forças para enfrentar qualquer tipo de "negócio".
(Trad.MEM)
Familia e Vida
Desembargador questiona a questão da vida no novo código penal
Palavras de Roberval Casemiro Belinati, desembargador do TJDFT na audiência pública de instalação da frente parlamentar em defesa da vida
Por Thácio Siqueira
BRASILIA, quarta-feira, 19 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - No dia 13 de setembro, Dr. Roberval Casemiro Belinati, Desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, concedeu uma conferência aos deputados, representantes de diversos movimentos, associações e entidades civis e religiosas que promovem a vida, e demais pessoas presentes.
A conferência se realizou durante a Audiência Pública de instalação da frente parlamentar em defesa da vida, com destaque para o tema do novo código penal brasileiro.
Também Coordenador-Geral do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do TJDFT e Professor de Direito Penal do UniCeub, Dr. Belinati, começou "agradecendo a Comissão de Bioética da Arquidiocese de Brasília pelo convite para representá-la neste evento".
Em suas palavras abordou diversos temas relacionados à vida como: aborto, ortotanásia e eutanásia, infanticídio, induzimento ao suicídio, terrorismo e invasão de terras, descriminalização do uso de drogas, prostituição infantil, disparidade na aplicação das penas e aumento da pena máxima para 40 anos.
No que se refere ao aborto o desembargador relata que “Verifica-se que o Projeto do Novo Código Penal reduz ainda mais as penas já tão reduzidas”.
Segundo o desembargador: “As maiores mudanças, porém, estão no artigo 128. Ele deixa de começar por “não se pune o aborto” e passa a começar por “não há crime de aborto”. O que hoje são hipóteses de não aplicação da pena (escusas absolutórias) passa a ser hipóteses de exclusão do crime.”
Dentre as inúmeras razões jurídicas contra o aborto, destacou o Dr. Belinati: “O direito à vida é cláusula pétrea, que não pode ser modificada por emenda constitucional, por lei ordinária e muito menos por um código penal”. E também disse que “O aborto, além de ofender a Carta Magna, macula o Código Civil Brasileiro, no seu artigo 2º, que proclama que “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.”
A sociedade brasileira espera com ansiedade a reforma do Código Penal que está em vigor desde 1942, conclui o Dr. Belinati, porém, deseja “uma reforma profunda, bem estudada, bem discutida, sem pressa e sem vaidade", disse o desembargador.
Publicamos a seguir o texto na íntegra:
***
Aborto
Verifica-se que o Projeto do Novo Código Penal reduz ainda mais as penas já tão reduzidas. O aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento, atualmente punido com detenção de um a três anos, passa a ter pena de prisão de seis meses a dois anos (art. 125). O terceiro que provoca aborto com o consentimento da gestante, atualmente punido com reclusão de um a quatro anos, passa a sofrer pena de prisão de seis meses a dois anos (art. 126). Se o aborto for provocado sem o consentimento da gestante, o terceiro é punido com prisão, de quatro a dez anos (art. 127). Curiosamente, ele recebe um aumento de pena de um a dois terços se, “em consequência do aborto ou da tentativa de aborto, resultar má formação do feto sobrevivente” (art. 127,§1º). Esse parágrafo parece ter sido incluído para estimular o aborteiro a fazer abortos “bem feitos”, evitando que, por “descuido”, ele deixe a criança com vida e má formada.
As maiores mudanças, porém, estão no artigo 128. Ele deixa de começar por “não se pune o aborto” e passa a começar por “não há crime de aborto”. O que hoje são hipóteses de não aplicação da pena (escusas absolutórias) passa a ser hipóteses de exclusão do crime. E a lista é tremendamente alargada. Basta que haja risco à “saúde” (e não apenas à “vida”) da gestante (inciso I), que haja “violação da dignidade sexual” (inciso II), que a criança sofra anomalia grave, incluindo a anencefalia (inciso III) ou simplesmente que haja vontade da gestante de abortar (inciso IV). Neste último inciso o aborto é livre até a décima segunda semana (três meses). Basta que um médico ou psicólogo ateste que a gestante não tem condições “psicológicas” (!) de arcar com a maternidade.
Razões jurídicas contra o aborto
A proposta pela liberação do aborto, em qualquer caso, não pode prosperar, pois, em primeiro lugar, ofende a Deus, que fez o homem e a mulher à sua imagem e semelhança e os abençoou dizendo: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28). E determinou: “Não matarás.” (Êxodo , 20,13).
O aborto é o assassinato de um ser humano, é o homicídio de um ser indefeso e inocente.
O direito à vida é direito fundamental, desde a concepção até a morte natural.
Cada pessoa é um dom valioso de Deus e é única, insubstituível e irrepetível.
O direito à vida é o primeiro entre todos os direitos.
A ciência médica ensina que com doze semanas de gestação o bebê já está bem formado. Todos os sistemas orgânicos funcionam. Ele já respira e urina. O corpinho da criança já está bem evoluído e possui até impressões digitais. Quando sua mãe dorme, o bebê também dorme, mas quando a mãe desce uma escada, ele ouve um ruído forte e acorda. Com doze semanas de gestação, o bebê sente dor e é sensível à luz, ao calor e ao barulho. Eliminá-lo não significa destruir um monte de células sem vida humana, conforme alguns afirmam. Significa sim o assassinato de um ser humano inocente e indefeso.
Não podemos admitir que os grandes matem os pequenos, os fortes eliminem os fracos e os conscientes destruam os inconscientes. Este preceito deve ser observado em qualquer tempo pelas civilizações inteligentes.
A Constituição Federal garante a todos os brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida.
Não importa se o nascituro apresenta deficiência física, cerebral, anomalia grave, se vai viver somente por alguns instantes, se vai ser rico ou pobre. Em qualquer circunstância o nascituro tem o direito de nascer e de viver.
O direito à vida é cláusula pétrea, que não pode ser modificada por emenda constitucional, por lei ordinária e muito menos por um código penal.
O aborto, além de ofender a Carta Magna, macula o Código Civil Brasileiro, no seu artigo 2º, que proclama que “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.”
Antes de nascer, o nascituro já é protegido pelo direito civil, e depois de nascer, será sujeito de direitos e deveres.
O aborto desrespeita o Estatuto da Criança e do Adolescente, que alerta que “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida”.
O Estado tem obrigação de oferecer condições para a gestante ter o filho sadio e para que o filho desenvolva-se dignamente. Não tem o direito de oferecer condições para a mãe matar o filho.
O aborto também ofende a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, o Pacto de São José da Costa Rica, que o Brasil acolheu, e que diz que “toda pessoa tem o direito de que respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente”.
O extermínio de seres inocentes e indefesos também viola a Convenção sobre os Direitos da Criança, que o Brasil adotou da Assembléia Geral das Nações Unidas. Ela preceitua que “toda criança tem o direito inerente à vida.”
Igualmente desrespeita o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, que também declara que “o direito à vida é inerente à pessoa humana. Este direito deverá ser protegido por lei. Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida.”
Ora, defender a vida humana não é questão meramente religiosa, como alguns afirmam. Defender a vida humana é respeitar a Deus, é respeitar o semelhante, é observar o direito brasileiro, o direito internacional, é, acima de tudo, amar.
Além do aspecto jurídico, nenhuma razão social pode justificar a prática do aborto, sendo inaceitável a alegação de que o aborto é necessário para controlar a natalidade, para combater a pobreza, para combater a fome, para combater o desemprego, para melhorar a raça, para solucionar conflito decorrente de infidelidade conjugal, para resolver gravidez não desejada ou para não permitir o nascimento de pessoa com deficiência. Todos esses argumentos são absurdos!
Infeliz ainda é a alegação de que a mulher é dona de seu corpo e deve ter liberdade para decidir sobre a continuidade ou não da gravidez. Ora, a mulher é uma pessoa e o feto é outra. Ela tem o dom sagrado de gerar o filho, mas não tem o direito de matá-lo. Esse argumento é falso, não é verdadeiro!
Também não é correta a alegação de que a liberação do aborto no Brasil reduziria a taxa de mortalidade materna, diminuiria o número de abortos e proporcionaria grande economia para os cofres públicos. Se na clandestinidade são praticados milhares de abortos, provavelmente mais de um milhão por ano, imagine o que aconteceria após a liberação?
A liberação do aborto só iria favorecer a “indústria do aborto” e seria um prêmio para aqueles que desejam se enriquecer, ganhar muito dinheiro com o assassinato de seres inocentes e indefesos.
Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, paga-se de100 a1.200 dólares por um aborto. Imagine uma clínica realizando de10 a20 abortos por dia, quanto lucraria com o hediondo crime!
O Congresso Nacional deve tomar o máximo de cuidado para não ser iludido por aqueles que representam os interesses do poder econômico e desejam fazer fortuna com a liberação do aborto.
Eutanásia e ortotanásia
Outro dispositivo que precisa ser excluído do Projeto do Novo Código Penal refere-se à concessão de perdão judicial a quem pratica eutanásia em pessoa da família ou em alguém com quem se mantém estreitos laços de afeição, conforme está expresso no § 1º do artigo 122.
A extinção da punibilidade neste caso poderia estimular a prática da eutanásia, sobretudo para fins egoísticos, para favorecer, por exemplo, a abertura de inventário, para adiantar o pagamento de pensão, o recebimento dos bens do falecido, para fazer cessar o cansaço físico do responsável pelos cuidados do doente, enfim condutas absolutamente inaceitáveis e reprováveis.
Por essa razão não pode o Estado tolerar a eutanásia, pois, em sentido contrário, milhares de doentes correrão o risco de serem assassinados por pessoas da própria família, sob a falsa alegação de compaixão ou piedade.
A pessoa gravemente doente normalmente não tem condições físicas nem psicológicas para decidir sobre o seu próprio destino, daí ser inaceitável a alegação de que o ato foi praticado para atender a seu pedido, para abreviar-lhe o sofrimento.
Deixar de punir com prisão aquele que mata, seja por piedade ou compaixão, é violentar a Constituição Federal brasileira.
Também não pode o Estado deixar de punir com prisão aquele que pratica a ortotanásia, isto é, a ação daquele que deixa de oferecer tratamento ao doente, em estado irreversível, para não prolongar a sua vida, segundo o disposto no § 2º do referido artigo 122.
Ora, ninguém tem o direito de suprimir a vida a não ser Deus.
Infanticídio indígena
Há tribos indígenas que costumam matar recém-nascidos quando estes, por algum motivo, são considerados uma maldição. De acordo com o projeto, tais crianças ficam sem proteção penal, desde que se comprove que o índio agiu “de acordo com os costumes, crenças e tradições de seu povo” (art. 36). Isto precisa ser revisto e modificado para não se permitir o extermínio de recém-nascidos indígenas.
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Também é necessária a exclusão dos §§ 1º e 2º do artigo 123 do Projeto do Novo Código Penal, que autorizam a concessão de perdão judicial no caso de eutanásia ou ortotanásia no auxílio a suicídio.
No cenário internacional
Por essas razões, a prática da eutanásia é rejeitada na maioria dos países do mundo, sendo pouquíssimos os que a aceitam, como a Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Na Suíça, por exemplo, admite-se o chamado “suicídio assistido”, que se diferencia da eutanásia porque nesta o agente é responsável pelo procedimento que abrevia a vida do paciente, enquanto naquela o agente apenas fornece os meios necessários para que o paciente tire a própria vida, o que tem gerado inclusive o chamado “turismo da morte”, em que pessoas se deslocam à Suíça para se submeterem a essa prática. Não se pode admitir que aconteça o mesmo no Brasil.
Terrorismo e invasão de terras
O terrorismo é criminalizado (art. 239). Mas as condutas descritas (sequestrar, incendiar, saquear, depredar, explodir...) deixam de constituir crime de terrorismo se “movidas por propósitos sociais ou reivindicatórios” (art. 239, §7º). Os invasores de terra são favorecidos, uma vez que “a simples inversão da posse do bem não caracteriza, por si só, a consumação do delito” (art. 24, parágrafo único).
Descriminalização do uso de droga
Outra proposta que deve ser excluída do Projeto do Novo Código Penal refere-se à descriminalização do porte ou plantio de drogas para uso próprio, prevista nos §§ 2º, 3º e 4º do artigo 212, assim redigidos:
§ 2º Não há crime se o agente:
I – adquire, guarda, tem em depósito, transporta ou traz consigo drogas para consumo pessoal;
II – semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de drogas para consumo pessoal.
§ 3º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, à conduta, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, bem como às circunstâncias sociais e pessoais do agente.
§ 4º Salvo prova em contrário, presume-se a destinação da droga para uso pessoal quando a quantidade apreendida for suficiente para o consumo médio individual por cinco dias, conforme definido pela autoridade administrativa de saúde.
A liberação do consumo de drogas traria conseqüências ainda mais nefastas, pois é sabido que a droga aniquila o usuário, faz sofrer a sua família e causa enormes danos e prejuízos a sociedade.
Seria ingênuo pensar que a descriminalização não aumentaria o consumo e o tráfico. Há poucos dias, a imprensa divulgou estatística informando que o Brasil já é o segundo maior consumidor de drogas do mundo. Imagine o que aconteceria se a droga fosse amplamente liberada!
O problema é de saúde pública e de segurança pública, porque o consumo e o tráfico são os maiores responsáveis pelo aumento da violência e da criminalidade.
O Estado tem obrigação de implantar políticas públicas para combater o tráfico e o consumo de substâncias entorpecentes, e jamais criar condições para a sua legalização.
Prostituição infantil
Atualmente comete estupro de vulnerável quem pratica conjunção carnal com menor de 14 anos (art. 217-A, CP). O projeto baixa a idade: só considera vulnerável a pessoa que tenha “até doze anos”. Isso vale para o estupro de vulnerável (art. 186), manipulação ou introdução de objetos em vulnerável (art. 187) e molestamento sexual de vulnerável (art. 188).
Deixa de ser crime manter casa de prostituição (art. 229, CP) ou tirar proveito da prostituição alheia (art. 230, CP). Quanto ao favorecimento da prostituição ou da exploração sexual de vulnerável, a redação é ainda mais assustadora: só será crime se a vítima for “menor de doze anos” (art. 189). Deixa de ser crime, portanto, a exploração sexual de crianças a partir de doze anos. Isto precisa ser modificado.
Disparidade na aplicação das penas
Segundo a linha ideológica do PLS 236/2012, o ser humano vale menos que os animais. A omissão de socorro a uma pessoa (art. 132) é punida com prisão, de um a seis meses, ou multa. A omissão de socorro a um animal (art. 394) é punida com prisão, de um a quatro anos. Conduzir um veículo sem habilitação, pondo em risco a segurança de pessoas (art. 204) é conduta punida com prisão, de um a dois anos. Transportar um animal em condições inadequadas, pondo em risco sua saúde ou integridade física (art. 392), é conduta punida com prisão, de um a quatro anos.
Os ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre não podem ser vendidos, adquiridos, transportados nem guardados, sob pena de prisão, de dois a quatro anos (art. 388, §1º, III). Os embriões humanos, porém, podem ser comercializados, submetidos à engenharia genética ou clonados sem qualquer sanção penal, uma vez que ficam revogados (art. 544) os artigos24 a29 de Lei de Biossegurança (Lei 11.101/2005).
Mais um exemplo na disparidade na aplicação das penas: matar ou caçar algum animal silvestre sem permissão da autoridade competente será punido com dois a quatro anos de prisão. A pena poderá chegar a 12 anos se o crime for praticado com exercício de caça profissional, segundo o artigo 388. No entanto, matar um ser humano indefeso ou inocente, no ventre da mãe, pelo aborto, disposto nos artigos 125 e126, apena de prisão será de seis meses a dois anos.
Essa disparidade precisa ser corrigida, pois a vida humana é o maior bem que Deus concedeu aos homens e merece maior proteção por parte do Estado, com punições mais severas para aqueles que a ofendem.
A pena legalmente cominada indica a importância que a ordem jurídica atribui ao preceito e ao bem jurídico tutelado, e quanto maior a importância do valor jurídico violado, maior deve ser a pena cominada ao crime.
Pena máxima de 40 anos
Outra parte do Projeto do Novo Código Penal que precisa ser modificada refere-se ao aumento do limite máximo de trinta para quarenta anos de prisão, no caso de unificação da pena, sobrevindo condenação por fato posterior, conforme está expresso no § 2º do artigo 91.
Obrigar o condenado a cumprir até 40 anos de prisão é estabelecer prisão perpétua, é decretar a pena de morte progressiva, em flagrante desrespeito ao direito constitucional da dignidade humana.
Raríssimos presos conseguem suportar no cárcere o limite máximo de 30 anos, previsto na legislação em vigor. Imagine aumentar esse prazo para 40 anos!
Não se está defendo a impunidade daqueles que cometem crimes quando já encarcerados, mas é a oportunidade para reclamar a adoção de políticas públicas mais eficientes que combatam a criminalidade e auxiliem com mais resultados a reeducação dos condenados. A simples majoração das penas tem sido insuficiente para esse fim.
Conclusão
A sociedade brasileira está ansiosa pela reforma do Código Penal Brasileiro, que data de 1940 e está em vigor desde 1942, com inúmeras modificações.
Mas espera uma reforma profunda, bem estudada, bem discutida, sem pressa e sem vaidade.
Aguarda, sobretudo, uma reforma sem aberrações, uma reforma verdadeira, que reconheça o direito à vida humana como o maior dentre todos os demais direitos.
Confiamos que a Frente Parlamentarem Defesa da Vida, instalada neste egrégio Parlamento, estará em permanente vigília, com o apoio da sociedade do Distrito Federal, para defender o respeito e a preservação da vida humana.
Que Deus abençoe a todos!
Muito Obrigado.
Desembargador Roberval Casemiro Belinati
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Estilo sóbrio de vida familiar para uma nova evangelização
Para uma nova evangelização, a família torna-se sujeito da missão ao testemunhar um estilo de vida cristão diante dos diversos cenários da atualidade
Por Rafael Fornasier*
BRASILIA, segunda-feira, 17 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Em 2003, foi realizada a experiência de um Congresso Internacional para a Nova Evangelização em Viena, iniciativa abraçada e encabeçada por quatro cardeais: Christoph Schönborn (Viena) Jean-Marie Lustiger (Paris), Godfried Danneels (Bruxelas) e José da Cruz Policarpo (Portugal), aos quais se juntou em seguida o Cardial Péter Erdo (Budapeste). Durante os congressos, sucessivamente realizados em várias capitais européias, o falecido Cardeal Jean-Marie Lustiger insistira na necessidade de se viver, numa época de significativas mudanças, um “nouvel art de vivre” (uma nova arte de viver), um novo estilo de vida cristão, face aos diversos desafios contemporâneos.
Com efeito, esses congressos abriram um importante caminho de reflexão e partilha de experiências para o próximo Sínodo dos Bispos, que acontecerá em Roma de 7 a 28 de outubro, sobre a Nova Evangelização.
No Instrumentum laboris (texto de trabalho) preparado para o Sínodo e disponibilizado em várias línguas, apontam-se vários cenários como “lugares de anúncio do Evangelho e de experiência eclesial” (cf. Instrumentum laboris, 51). Um dos cenários individuados é o econômico. O Papa Bento, no Angelus de 12 de novembro de 2006, convidava cada pessoa e cada família a adotar um estilo de vida e de consumo diante dos desafios que já se apresentavam naquele momento, mas que se tornaram mais prementes nos últimos anos com a crise econômica e também ética. Cabe à pessoa e à família viver e anunciar uma nova arte de vida, um modus vivendi cristão que implica a simplicidade e um estilo de vida feito de escolhas humildes e sob o ideal evangélico da pobreza em vista de novas relações humanas que garantam, de fato, a preservação do meio ambiente e do próprio ser humano no seu habitat, no seu ethos próprio.
Para a nova evangelização, a família pode dar um belo testemunho em relação à utilização dos bens materiais e em suas relações interpessoais; em relação ao modo de propor e assumir o trabalho e prover à suas necessidades; em relação à economia, no sentido de uma boa administração da casa, do lar face à proposta consumista que pretende saciar a todo o custo a busca de bem-estar, prazer e satisfação da humanidade.
A partir de uma reflexão do Cardial de Milão, Dom Angelo Scola, num debate realizado antes do VII Encontro Mundial das Famílias com o Papa Bento XVI, pode-se afirmar que a família tem capacidade de levar uma mensagem ao mundo a respeito da relação entre necessidades materiais e a satisfação humana. O Cardeal Scola afirmara: “A necessidade é com muita frequência interpretada como direito exclusivo ao bem-estar. Essa é, ao invés, antes de tudo sinal de fragilidade. Se não se reconhece isso, a necessidade se transforma em pretexto e se torna fonte de domínio. De fato, a experiência da fragilidade não é resolvível pela lógica da dilatação indefinida do consumo: nada do que consumimos está em grau de remediar a estrutural “falta” (necessidade) que caracteriza o modo humano de estar no mundo. Pretender uma satisfação total através do consumo é um mito tecnocrático. Mesmo se a sua própria proposta parece ter atualmente esmorecido, este mito volta a ser incessantemente reproposto. Está, de fato, claro que o pretexto de recorrer ao consumo indiscriminado tem um custo humano, além do ambiental, de incalculável alcance, que cada vez menos pode conduzir à satisfação e à felicidade, muito menos àquela dos poucos que ainda dele se beneficiam.” (O texto está integralmente publicado na Revista Vida e Família, a revista da Pastoral Familiar no Brasil. Para adquiri-la, ligue para (61) 34432900 ou visite o site www.cnpf.org.br)
Portanto, para uma nova evangelização, a família torna-se sujeito da missão ao testemunhar um estilo de vida cristão diante dos diversos cenários da atualidade. O seu estilo de vida sóbrio, num mundo que contrariamente exalta o consumo e o ter, é verdadeiramente um válido instrumento para anunciar o Evangelho e testemunhar a fé (cf. Instrumentum laboris, 71). Isso se manifesta pela caridade inventiva de seus membros, pela arte de reinventar as situações a fim de que a família continue aberta ao dom, às relações livres, responsáveis e comprometidas no tempo, à acolhida da vida e do outro, ao cuidado e defesa da vida desde a concepção até o seu fim natural, à partilha, ao serviço, à solidariedade e ao amor para com os homens e mulheres de nosso tempo.
*Pe. Rafael Cerqueira Fornasier é sacerdote da Arquidiocese de Niterói, membro da Comunidade Emanuel, mestre em Antropologia Teológica e assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB.
Mundo
Conselho Pontifício Justiça e Paz organiza missa de sufrágio pelo cardeal Van Thuan
Partida do servo de Deus completa dez anos
ROMA, segunda-feira, 17 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Na última sexta-feira, 14, foi celebrada na capital italiana uma missa de sufrágio em memória do servo de Deus cardeal François Xavier Nguyên Van Thuân, por ocasião do 10° aniversário da sua partida à Casa do Pai.
A cerimônia, presidida pelo cardeal Peter Turkson, sucessor do servo de Deus na presidência do Conselho Pontifício Justiça e Paz, aconteceu na basílica de Santa Maria della Scala, que foi a sede titular do cardeal vietnamita, hoje em processo de canonização.
ZENIT entrevistou em julho o postulador da causa de beatificação, doutor Waldery Hilgeman. A entrevista pode ser relida em http://www.zenit.org/article-30904?l=portuguese.
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Em busca da Mona Lisa: encontrada importante sepultura
Datação será verificada por exame de carbono-14
FLORENÇA, segunda-feira, 17 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - "Atrás do altar de São Francisco, que data de finais do século XV, foram achados restos mortais provavelmente de uma mulher. Poderia tratar-se da nobre florentina Maria del Riccio ou Lisa Gherardini, enterrada em 1542 no convento. É possível que, um nível mais abaixo, haja também um segundo esqueleto".
Silvano Vinceti, chefe do Comitê de Bens Históricos, Culturais e Ambientais, comenta a última descoberta do antigo convento de Santa Úrsula, onde o governo da província de Florença está fazendo novas escavações.
"Pelo período histórico de referência e pela localização dos restos mortais, esta é a descoberta mais importante desde o início das escavações, já que pode mesmo remontar à época de Lisa Gherardini, esposa do rico comerciante Francesco del Giocondo".
"O exame de carbono-14 vai nos mostrar a datação do esqueleto, que deve ser da metade do século XVI. Depois faremos um exame histológico para determinar a idade da morte e, finalmente, a análise do DNA para comparar com o de um dos filhos de Lisa Gherardini. Só então saberemos se estamos diante dos restos mortais da Mona Lisa, a primeira modelo usada por Leonardo para criar a Mona Lisa".
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Concurso internacional Veritas et Amor 2012
Cerimônia de premiação é marcada para março de 2013
Por Antonio D'Angiò
ROMA, segunda-feira, 17 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Desde 13 de setembro está disponível no site www.circolosantommaso.it o anúncio da terceira edição do Concurso Veritas et Amor, promovido pela organização sem fins lucrativos Círculo de São Tomás de Aquino, para jovens de até 35 anos de idade. O objetivo do concurso é promover a figura e o pensamento de Tomás de Aquino.
O Círculo foi fundado em 2009, no 35º aniversário da visita do papa Paulo VI à cidade de Aquino, em 1974. A finalidade da organização é realizar um projeto cultural baseado na doutrina cristã e aberto às novas linguagens da cultura e da arte.
O concurso Veritas et Amor é dividido em duas seções, Cultura e Arte. A primeira abrange monografias e teses de licença e de doutorado, tanto em filosofia e teologia quanto em direito, economia, ciência política e áreas afins, publicadas ou defendidas a partir de 2005. A segunda seção, Arte, é reservada a trabalhos de linguagem artística clássica ou contemporânea, como pintura, escultura, performance, vídeo-arte, etc.
As obras devem ter como objeto a vida e o pensamento de Tomás de Aquino. Os trabalhos devem ser enviados até 30 de novembro, para os participantes na seção Cultura, e até 31 de dezembro, na seção Arte.
Os vencedores de ambas as seções, cuja cerimônia de premiação será realizada em março de 2013, receberão uma bolsa de € 3.000 e a oportunidade de expor seus trabalhos em Aquino.
Os patrocinadores do evento são instituições religiosas e empresas financeiras. Entre as instituições religiosas estão a diocese de Sora-Aquino-Pontecorvo, o Pontifício Conselho para a Cultura, o Projeto Cultural da Igreja Italiana e duas Pontifícias Academias. Entre as empresas, contribuem a Fundação Generali e o Banco Popular de Cassinate.
A comissão julgadora da seção Cultura é composta por estudiosos da filosofia de Tomás de Aquino, como Lluis Clavel, Walter Senner, Manlio Sodi, Antonio Fazio e o filósofo Francesco D'Agostino. Já a comissão da seção Arte é composta pelo artista Roberto Almagno e por Micol Forti, dos Museus do Vaticano.
Em 2012, a cerimônia de concessão das bolsas foi incluída no protocolo de entrega do prêmio Tocha de Ouro ao emérito presidente do Banco da Itália, Antonio Fazio, que, na ocasião, palestrou sobre "Crise, Desenvolvimento e Bem Comum".
A participação na cerimônia de encerramento em março de 2013 oferece duas outras experiências culturais, que continuam colocando a pequena Aquino na rota de eventos importantes.
A primeira é a possibilidade de chegar à cidade percorrendo parte da estrada descrita no guia "O Caminho de São Bento", com cenários da vida de São Tomás indicados em etapas que vão de Arpino a Roccasecca em Monte Cassino. É o percurso final de uma viagem de 16 dias de Núrsia a Subiaco em Cassino.
A segunda experiência é a oportunidade de rever o sarcófago de alabastro com a corrida das quadrigas no Circo Máximo (século II d.C.), roubado nos primeiros dias de setembro de 1992, reencontrado em julho do ano passado e colocado novamente em exposição em Aquino.
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Tenazes na luta pela paz: mensagem dos bispos católicos da Terra Santa no ano novo judaico
Bispos tiveram assembleia em Belém
BELÉM, terça-feira, 18 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Empenho para trabalhar com ainda mais determinação na promoção da justiça e da paz: este é o convite dos bispos católicos da Terra Santa, em mensagem divulgada por ocasião do ano novo judaico.
Uma recente assembleia reuniu os líderes católicos que, no contexto eclesial, são chamados de “ordinários” daquela região, isto é, os bispos diocesanos e todos aqueles que, mesmo interinamente, foram nomeados para dirigir uma comunidade equiparável a uma diocese. O conceito de “ordinários” também se aplica aos líderes católicos que, em dioceses ou comunidades, têm o poder executivo ordinário, ou seja, os vigários gerais e episcopais. O termo vale ainda para os superiores maiores de institutos religiosos clericais de direito pontifício e de sociedades clericais de vida apostólica de direito pontifício, que têm, ao menos, poder executivo ordinário, em relação aos membros das suas congregações.
Em 2012, o ano novo judaico caiu na madrugada de 16 para 17 de setembro, momento em que iniciaram os dez dias penitenciais durante os quais os judeus avaliam as próprias ações do ano que termina, pedindo perdão a Deus pelas faltas cometidas.
A assembleia plenária dos ordinários católicos de diversos ritos cuja jurisdição se encontra no território da Terra Santa, dirigindo-se “a todos os nossos irmãos e irmãs judeus”, expressa o desejo de que “o ano judaico de 5.773 seja um novo ano abençoado”. Ao rezar juntos por Israel e pelo mundo, os ordinários exortam “a trabalhar cada dia com mais coragem e tenacidade em prol da justiça e da paz, do perdão e da reconciliação”.
A assembleia plenária, que tradicionalmente se realiza a cada semestre, aconteceu na sede dos padres de Betharram,em Belém. Apósa última reunião em Nazaré, os chefes das Igrejas da Terra Santa voltaram a analisar uma série de questões sobre o futuro.
O presidente Fouad Twal, patriarca de Jerusalém dos Latinos, fez um discurso animador aos participantes, que realizaram uma série de reflexões sobre encontros internacionais recentes que também contaram com a participação dos ordinários católicos da Terra Santa. Entre eles, em particular, o Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, o Encontro Mundial das Famílias, em Milão, e o Congresso Eucarístico Internacional, em Dublin.
O Ano da Fé, de 11 de outubro de 2012 até 24 de novembro de 2013, foi um dos temas centrais abordados. O padre David Neuhaus, vigário patriarcal da comunidade católica de idioma hebraico, ofereceu reflexões sobre a carta apostólica Porta Fidei, com que Bento XVI convoca o Ano da Fé, dando espaço para propostas e iniciativas.
Os representantes da Caritas apresentaram suas atividades na Jordânia, em Jerusalém e no Chipre. Foram abordados ainda os problemas jurídicos levantados pela Congregação para a Doutrina da Fé e a celebração da páscoa segundo o calendário juliano.
A reunião terminou com a missa de início do ano escolar, com a presença dos alunos das escolas cristãs, conjuntamente com a abertura da assembleia plenária. Em 11 de setembro, os ordinários já tinham divulgado um comunicado de felicitações pela nomeação do arcebispo Giuseppe Lazzarotto como núncio apostólico em Israel e Chipre e como delegado apostólico em Jerusalém e na Palestina. “Que o seu serviço entre nós seja uma bênção para a nossa Igreja”.
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Polônia, Rússia e Nossa Senhora de Czestochowa
Publicada pesquisa histórica de Peter Anderson, importante fonte para redescobrir as raízes do diálogo entre as religiões
Por Mariusz Frukacz
CZESTOCHOWA, quarta-feira, 19 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - "Polônia, Rússia e Nossa Senhora de Czestochowa" é o título do livro histórico de Peter Anderson, resultado de um trabalho de cerca de 31 anos. A oportunidade de atualizar e publicar o volume se concretizou por ocasião da assinatura da mensagem comum entre a Igreja Católica na Polônia e a Igreja Ortodoxa Russa, em 17 de agosto, em Varsóvia.
"Há vários temas na minha pesquisa histórica, mas o mais importante é o papel da Mãe de Deus nos acontecimentos associados com o povo polonês e russo, e, em geral, a relação entre ortodoxos e católicos". A história "também enfatiza o papel de João Paulo II, falando dos seus esforços para se aproximar da Rússia e da ortodoxia. O terceiro assunto é o vínculo espiritual que existe entre a Rússia e a Polônia graças à Virgem Maria".
O livro, com prefácio de Kallistos, metropolitana de Diokleia, é enriquecido por uma cronologia detalhada das fontes, que pode contribuir com o trabalho dos historiadores e pesquisadores de espiritualidade para aprofundar o difícil tema do diálogo entre as religiões.
"O livro de Peter Anderson é uma importante contribuição para o diálogo cristão. Esta publicação nos lembra que precisamos aprender a entender uns aos outros", diz o prefácio de Kallistos.
"Há diferenças, algumas graves, que continuam a causar problemas na relação entre a ortodoxia e o catolicismo", escreve o metropolita. Mas isto "não deve nos impedir de ver as muitas coisas em comum, como a nossa fé em um Deus Trino e em Cristo, nosso Salvador, verdadeiro e perfeito Deus, verdadeiro e perfeito homem".
Kallistos recorda, na conclusão do prefácio, que "é fundamental a devoção a Maria, venerada pelos católicos e ortodoxos, como Mãe de Deus sempre Virgem".
As relações entre a Polônia e a Rússia através de Nossa Senhora de Czestochowa têm uma longa história. Basta recordar a visita de 24 de setembro de 2009 dos monges do convento de Ostashkov, em Jasna Góra, ao santuário da Virgem Negra de Czestochowa.
No momento da oração mariana chamada "Apelo de Jasna Góra", na capela de Nossa Senhora, a delegação da Igreja Ortodoxa Russa era liderada por Arkady Gubanow, prior do mosteiro ortodoxo de São Nil em Stolobienskoje, na região de Twer.
Durante a oração, o arcebispo metropolitano de Czestochowa, dom Stanislaw Nowak, e o padre Izydor Matuszewski, prior geral dos padres paulinos guardiões do santuário, entregaram uma cópia do Ícone de Nossa Senhora de Czestochowa para a delegação ortodoxa russa.
"Este santo ícone da Virgem Negra é um sinal da nossa proximidade espiritual e um símbolo dos dois pulmões da Europa, o Oriente e o Ocidente, como ensinava o beato João Paulo II", disse dom Nowak durante a cerimônia de entrega do ícone.
Em 15 de julho deste ano, houve ainda uma breve reunião em Katyn, lugar que, no início da Segunda Guerra Mundial, foi palco de um massacre trágico. O chefe da Igreja Ortodoxa Russa, Kirill I, tinha visitado o local em sua viagem pastoral à diocese de Smolensk e ali consagrou a nova igreja ortodoxa da Ressurreição de Cristo.
Ainda na perspectiva do diálogo entre a Polônia e a Rússia mediante Nossa Senhora de Czestochowa, podemos considerar a VI Jornada Mundial da Juventude, em Jasna Góra, em agosto de 1991. Sob a liderança de João Paulo II, aquela Jornada Mundial da Juventude contou pela primeira vez com a participação dos jovens da Europa Oriental e da Rússia.
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Caritas Internacional lança plataforma para servir melhor aos pobres
Cardeal Rodríguez Maradiaga apresenta a Caritas Baobab
ROMA, sexta-feira, 21 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - O presidente da Caritas Internationalis, cardeal Rodríguez Maradiaga, lançou uma nova plataforma interna de internet denominada Caritas Baobab, para que os membros da Caritas de todo o mundo trabalhem interconectados.
Integrando equipes de mais de 160 países, a Caritas Baobab modernizará o sistema de comunicações da Caritas e a sua capacidade de responder tempestivamente às catástrofes naturais e outras emergências, coordenar as iniciativas de incidência, facilitar a capacitação e compartilhar recursos.
“A Caritas Baobab oferece tecnologia de vanguarda para ajudar a servir melhor aos pobres”, diz o cardeal. “Quanto mais eficaz for a nossa resposta às emergências, mais sofrimentos vamos prevenir. Quanto maior o número de pessoas que pudermos mobilizar em torno de uma questão, mais oportunidades vamos ter de conseguir mudanças. No mundo moderno, contar com informação rápida e precisa é um fator fundamental para o sucesso”.
A Caritas Baobab pretende intercomunicar as pessoas envolvidas em determinados projetos, propondo soluções e trabalhando em equipe para realizá-los. O sistema Caritas Baobab, ou simplesmente Baobab, foi desenvolvido pela Caritas da Alemanha.
O responsável pelas Comunicações Internas, Andreas Brender, afirma: “Durante milhares de anos, as comunidades se reuniram debaixo de uma árvore para compartilhar problemas e discutir soluções. Provavelmente, esta é a melhor maneira de se comunicar. Mas nós não podemos fazer mais isso, porque somos uma confederação mundial. Então criamos uma árvore virtual, que é a Caritas Baobab [Baobad, ou baobá em português, é a exótica árvore africana, famosa no Brasil por ser mencionada no best seller O Pequeno Príncipe]. Ela é fácil de usar, não importa onde você esteja. Funciona criando grupos de trabalho sobre determinados assuntos e reunindo os participantes virtualmente através da internet. Passamos com sucesso pela etapa piloto e agora vem o verdadeiro desafio: que todo o pessoal, nos diversos níveis e dimensões, use ao máximo a plataforma no seu trabalho”.
Para mais informação: www.caritas.org.
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Vida e família nas eleições dos EUA
A corrida para a Casa Branca também se disputa no terreno dos valores não negociáveis
Por Donata Fontana
ROMA, terça-feira, 18 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - O desafio para as eleições presidenciais dos EUA se disputa também no terreno dos valores em defesa da vida e família, ainda que indiretamente.
Os Republicanos - na convenção do Partido de algumas semanas atrás – alertaram os eleitores contra o “sistema Nações Unidas”, denunciando problemáticas burocráticas, influências econômicas e políticas e a “vergonhosa colaboração da UNFPA com o programa chinês de aborto coercitivo”. Por outro lado, o partido Democrático parece responder, apresentando o sucesso de Obama de ter restaurado a liderança dos EUA dentro da ONU e apoiando, em alta voz, as tendências das Nações Unidas a equiparar os casais homossexuais às famílias “tradicionais”.
Para ajudar na escolha dos eleitores poderiam desempenhar um papel interessante, além do mais, também as posições dos dois grupos no que diz respeito à ratificação de alguns tratados da ONU para a proteção dos direitos das crianças, das mulheres e das pessoas com deficiência.
Estão, de fato, sendo consideradas pelas subcomissões "Assuntos Estrangeiros" do Senado e do Congresso alguns rascunhos de Convenções Internacionais elaboradas pelas Nações Unidas: o seu conteúdo, entre linhas, corre um sério risco de perigo ideológico.
São muitos, nos Estados Unidos, os especialistas de política e de direito interno que chamam a atenção por causa da tendenciosidade e ambiguidade dos testos da ONU, sobretudo quando, para combater as discriminações das mulheres, conta com o c.d. "Direitos reprodutivos" e quando se consolida a ideia de que os pais podem escolher “piedosamente” pela vida ou a morte do próprio filho com síndrome de Down, recém-nascido, com aquela tendência que está se afirmando como “eutanásia neonatal”.
Só para dar um exemplo: a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD) já foi aprovada pelo Senado em julho. A emenda proposta pelos Republicanos – por meio do senador Rubio – com a intenção de evitar que a Convenção estenda nos EUA o “direito ao aborto” se o feto apresenta deficiências psico-físicas, foi rejeitada pelo voto contrário dos senadores Democráticos.
Também foi demonstrado que vocábulos como “saúde sexual e reprodutiva” foram inseridos no texto da CRPD pelos proponentes ignorando a oposição dos representantes de quase 23 Estados; e também, onde nunca se fala explicitamente de aborto - como no caso da ratificanda Convenção das Nações Unidas contra as discriminações das mulheres – a experiência mostra que, com base nos Tratados aprovados, as Agências da ONU poderiam continuar a exercer pressão sobre os legisladores nacionais para a legalização ou expandir a interrupção voluntária da gravidez, como já acontecido em muitos Estados da África e da América centro-meridional.
Um olhar sobre um horizonte um pouco mais amplo, de fato, poderia ajudar a escolha de muitos norte-americanos diante da próxima ficha eleitoral.
[Trad.TS]
Entrevistas
Bispos franceses em visita "ad limina" ao Papa
Entrevista com cardeal André Vingt-Trois, presidente da Conferência Episcopal Francesa
ROMA, terça-feira, 18 de setembro, 2012 (ZENIT.org) - Os bispos franceses das províncias de Rouen, Rennes, Poitiers, Tours e Bordeaux estarão em Roma de 20 a 29 de setembro. Será o primeiro grupo de prelados em visita "ad limina" ao Papa Bento XVI.
O segundo grupo inclui as províncias de Lille, Reims, Paris, Besançon, Dijon com as dioceses de Estrasburgo e Metz, o Ordinariato Militar e os Ordinários das Igrejas orientais na França, serão recebidos de 12 a 22 de novembro 2012. O terceiro grupo, composto pelas províncias de Clermont, Lyon, Marselha, Montpellier e Toulouse, será recebido de 23 novembro a 3 de dezembro de 2012.
Apesar do disseminado processo de secularização na França, 75% da população (cerca de 47.132 mil) é católica. Os muçulmanos são 1,8% (5 milhões), os protestantes luteranos- reformados e evangélicos, 2,5% (1,6 milhões), os judeus 1,1% (625.000) Ortodoxos 0,7% (4 -500.000).
A questão religiosa na França passa por muitos problemas. Para tentar entender os desafios que os bispos franceses irão discutir com o Papa Bento XVI apresentamos uma entrevista com o cardeal André Vingt-Trois, presidente da Conferência Episcopal Francesa.
O que os bispos franceses esperam a partir desta visita?
Cardeal André Vingt-Trois: A visita ad limina é uma peregrinação: Vamos em peregrinação ao túmulo dos Apóstolos. Para os bispos é um momento comunitário e de encontro com o Santo Padre e seus colaboradores. Esperamos muito deste encontro com os colaboradores do Papa, é claro.
Quais são os principais desafios pastorais "dentro"da Igreja francesa?
Cardeal André Vingt-Trois: O principal desafio é a missão da Igreja de anunciar o Evangelho em nossa sociedade secularizada e, portanto, estimular o espírito missionário dos cristãos para que contribuam generosamente com a nova evangelização e anunciem o Evangelho para o mundo ao seu redor.
E como estão sendo enfrentados estes desafios: o declínio da prática religiosa dos católicos, a diminuição das vocações, o envelhecimento do clero?
Cardeal André Vingt-Trois: O declínio de vocações é um problema antigo. Tentamos atualizar constantemente nossa atividade pastoral entre os jovens, mas, obviamente, precisamos rever a organização das estruturas paroquiais que nasceram em uma sociedade rural, onde a população vivia em torno do campanário, uma realidade completamente diferente da atual. Estamos tentando criar novos centros de vida cristã que atraiam as pessoas.
Como se posicionam os bispos franceses em relação aos desafios da sociedade e ao debate político?
Cardeal André Vingt-Trois: Seguimos muito de perto o que está acontecendo. Estamos em diálogo constante com os líderes políticos e da sociedade civil. Acima de tudo, chamamos os cristãos às prórpias responsabilidades em diferentes áreas da vida pública, tanto a nível político como social. Devem intervir e estar presente para levar um testemunho convincente do Evangelho e a mensagem de Cristo no atual contexto social.
Como a igreja francesa celebrará o 50 º aniversário do Concílio Vaticano II?
Cardeal André Vingt-Trois: Nós já começamos. Em 24 e 25 de Março, tendo em vista o Ano da Fé, convidamos todas as dioceses francesas a participar de um encontro nacional em Lourdes, onde estiveram presente mais de 2.000 delegados diocesanos e em outubro cada diocese irá organizar na sua própria região, diversas iniciativas e eventos para a abertura deste Ano especial. Além disso, estamos organizando numerosas peregrinações a Roma e já temos subsídios pastorais.
Qual "impacto" terá o Ano da Fé na França?
Cardeal André Vingt-Trois: Esperamos que seja, acima de tudo, um tempo de graça em que os cristãos possam ter consciência da participação deles na comunhão da Igreja, e também uma oportunidade para redescobrir a força da profissão de fé batismal, de modo que o apego a Cristo se torne mais visível em suas vidas.
O que o senhor pode nos dizer sobre as relações com outras comunidades religiosas e em particular com os muçulmanos?
Cardeal André Vingt-Trois: A questão é complexa, porque temos excelentes relações com os líderes das diferentes comunidades religiosas (budistas, muçulmanos, judeus, protestantes ou ortodoxos), com quem temos reuniões regulares e podemos conversar sobre assuntos importantes. As dificuldades são maiores a nível de vida cotidiana, no confronto entre as diferentes formas de expressar a fé. Alguns grupos muçulmanos, mas também alguns grupos católicos e de algumas seções do judaísmo, tendem a expressar a fé de forma mais agressiva do que respeitosa. Então, procuramos ajudar essas pessoas a refletir sobre um aspecto fundamental da liberdade de consciência e religiosa que é de propor a fé e não impor pela força.
Entrevista em francês por Olivier Tosseri - Áudio de Netia –
(Tradução:MEM)
Angelus
"A lógica de Deus é sempre outra com relação à nossa
Palavras do Papa durante a oração do Angelus
CASTEL GANDOLFO, domingo, 23 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Publicamos a seguir as palavras que o Santo Padre Bento XVI dirigiu hoje aos fiéis reunidos em Castel Gandolfo na oração do tradicional Ângelus.
***
Queridos irmãos e irmãs!
No nosso caminho pelo Evangelho de Marcos, domingo passado, entramos na segunda parte, ou seja, na última viagem para Jerusalém e para o climax da missão de Jesus. Depois de que Pedro, em nome dos discípulos, professou a fé Nele reconhecendo-o como o Messias (cfr. Mc 8, 29), Jesus começou a falar abertamente sobre o que lhe acontecerá no final. O Evangelista narra três sucessivas predições da morte e ressurreição, nos capítulos 8, 9 e 10: nesses Jesus anuncia de modo cada vez mais claro o destino que o aguarda e a sua intrínseca necessidade. A passagem desse domingo contêm o segundo destes anúncios. Jesus diz: “O Filho do homem – expressão com a qual se auto denomina – será entregue nas mãos dos homens e o matarão; mas, uma vez morto, depois de três dias ressuscitará” (Marcos 9, 31). Os discípulos “porém não entendiam estas palavras e tinham medo de interrogá-lo” (v. 32).
Na verdade, lendo esta parte da narração de Marcos, fica evidente que entre Jesus e os discípulos há uma profunda distância interior; encontram-se, por assim dizer, em dois patamares diversos, de tal forma que os discursos do Mestre não são compreendidos, ou o são somente superficialmente. O apóstolo Pedro, logo após ter manifestado a sua fé em Jesus, se permite corrigi-lo porque tinha previsto a rejeição e a morte. Depois do segundo anúncio da paixão, os discípulos começam a discutir entre eles quem era o maior (cfr. Mc 9, 34); e depois do terceiro, Tiago e João pedem a Jesus para poder sentar à sua direita e à sua esquerda, quando estiver na glória (cfr. Mc 10, 35-40). Mas existem vários outros sinais desta distância: por exemplo, os discípulos não conseguem curar um menino epiléptico, que em seguida, Jesus cura com o poder da oração (cf. Mc 9,14-29); ou quando apresentam para Jesus crianças, os discípulos as censuram, e Jesus ao contrário, indignado, diz para eles permanecerem e afirma que somente quem é como eles pode entrar no Reino de Deus (cfr. Mc 10,13-16).
O que tudo isso nos diz? Nos lembra que a lógica de Deus é sempre "outra" com relação à nossa, como revelou Deus mesmo por boca do profeta Isaías: "Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, /os vossos caminhos não são os meus caminhos" (Is 55, 8). Por isso, seguir o Senhor requer sempre do homem uma profunda conversão, uma mudança no modo de pensar e de viver, requer abrir o coração à escuta para deixar-se iluminar e transformar interiormente. Um ponto-chave em que Deus e o homem se diferenciam é o orgulho: em Deus não há orgulho, porque Ele é total plenitude e é completamente voltado para amar e doar a vida; em nós homens, no entanto, o orgulho está profundamente enraizado e requer constante vigilância e purificação. Nós, que somos pequenos, desejamos ser grandes, ser os primeiros, enquanto que Deus não teme abaixar-se e fazer-se o último. A Virgem Maria está perfeitamente “sintonizada” com Deus: invoquemo-la com confiança, para que nos ensine a seguir fielmente a Jesus no caminho do amor e da humildade.
[Trad. TS]
Audiência de quarta-feira
O mundo de hoje precisa de sinais claros e fortes de diálogo e cooperação
As palavras de Bento XVI na Audiência Geral de quarta-feira
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 19 de setembro de 2012(ZENIT.org) - Apresentamos as palavras de Bento XVI dirigidas aos fiéis e peregrinos reunidos na Sala Paulo VI para a tradicional Audiência Geral de quarta-feira.
Caros irmãos e irmãs,
Hoje gostaria de voltar brevemente, com o pensamento e com o coração, aos extraordinários dias da viagem apostólica que fiz ao Líbano. Uma viagem que eu realmente queria, apesar das circunstâncias difíceis, considerando que um pai deve estar sempre próximo aos seus filhos quando encontram graves problemas. Fui movido pelo desejo verdadeiro de anunciar a paz que o Senhor ressuscitado deixou aos seus discípulos com as palavras: “Vos dou a minha paz - سَلامي أُعطيكُم » (João 14,27). Esta minha Viagem tinha como propósito principal a assinatura e entrega da Exortação Apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente aos representantes da Comunidades católicas do Oriente Médio, assim como a outras Igrejas e Comunidades eclesiais e também aos Chefes muçulmanos.
Foi um evento eclesial comovente e, ao mesmo tempo, uma ocasião providencial de diálogo vivido em um país complexo, mas emblemático para toda a região, por motivo de sua tradição de convivência e de eficaz colaboração entre os diversos componentes religiosos e sociais. Diante dos sofrimentos e dos dramas que permanecem naquela região do Oriente Médio, manifestei a minha sincera proximidade às aspirações legítimas daquelas queridas populações, levando a eles uma mensagem de encorajamento e de paz. Penso particularmente no terrível conflito que atormenta a Síria, causando, além de milhares de mortes, um fluxo de refugiados que se dispersam na região procurando desesperadamente segurança e futuro; e não esqueço a difícil situação do Iraque. Durante a minha visita, o povo do Líbano e do Oriente Médio – católicos, representantes de outras Igrejas e Comunidades eclesiais e de diversas Comunidades muçulmanas – viveu, com entusiasmo e em um clima descontraído e construtivo, uma importante experiência de respeito recíproco, de compreensão e de fraternidade, que constituem um forte sinal de esperança para toda a humanidade. Mas foi sobretudo o encontro com os fiéis católicos do Líbano e do Oriente Médio, numerosamente presentes, que despertou em minha alma um sentimento de profunda gratidão pelo ardor da fé deles e de seu testemunho.
Agradeço ao Senhor por este dom precioso, que dá esperança para o futuro da Igreja naqueles territórios: jovens, adultos e famílias motivados pelo forte desejo de enraizarem suas vidas em Cristo, permanecerem ancorados ao Evangelho, caminharem juntos na Igreja. Renovo o meu reconhecimento também àqueles que trabalharam incansavelmente por esta minha Visita: os Patriarcas e os Bispos do Líbano com seus colaboradores, a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, as pessoas consagradas, os fiéis leigos, que são uma realidade preciosa e significativa na sociedade libanesa. Pude constatar que as Comunidades católicas libanesas, mediante sua presença milenar e seu empenho cheio de esperança, oferecem uma significativa e valiosa contribuição no dia-a-dia de todos os habitantes do País. Um pensamento grato e respeitoso vai para as Autoridades libanesas, às instituições e associações, aos voluntários e a quantos ofereceram o apoio da oração. Não posso esquecer a cordial acolhida que recebi do Presidente da República, Senhor Michel Sleiman, bem como de várias partes do País e do povo: foi uma acolhida calorosa, segundo a famosa hospitalidade libanesa. Os muçulmanos me acolheram com grande respeito e sincera consideração, sua constante e participante presença deram-me a oportunidade de deixar uma mensagem de diálogo e de colaboração entre Cristianismo e Islamismo: acho que chegou o momento de dar juntos um testemunho sincero e decisivo contra as divisões, contra a violência, contra as guerras. Os católicos, vindos também de Países vizinhos, manifestaram com fervor o seu profundo afeto ao Sucessor de Pedro.
Depois da bela cerimônia na minha chegada ao aeroporto de Beirute, o primeiro encontro foi de particular solenidade: a assinatura da Exortação apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente, na Basílica Greco-Melkita de São Paulo em Harissa. Naquela circunstância convidei os católicos do Oriente Médio a fixarem o olhar em Cristo crucificado para encontrarem a força, também em contextos difíceis e dolorosos, de celebrar a vitória do amor sobre o ódio, do perdão sobre a vingança e da unidade sobre a divisão. A todos assegurei que a Igreja universal está mais perto do que nunca, com o afeto e a oração, às Igrejas no Oriente Médio: esses, mesmo sendo um “pequeno rebanho”, não devem temer, na certeza de que o Senhor está sempre com eles. O Papa não os esquece.
No segundo dia da minha Viagem apostólica encontrei os representantes das Instituições da República e do mundo da cultura, o Corpo diplomático e os Chefes religiosos.A esses, dentre outros, apontei uma via para promover um futuro de paz e de solidariedade: trata-se de trabalhar para que as diferenças culturais, sociais e religiosas cheguem, com o diálogo sincero, em uma nova fraternidade, onde aquilo que une é o sentimento compartilhado de grandeza e dignidade de cada pessoa, cuja vida deve ser sempre defendida e protegida.Nessa mesma jornada tive um encontro com os Chefes das Comunidades religiosas muçulmanas, que se desenvolveu em um espírito de diálogo e de benevolência recíproca. Agradeço a Deus por este encontro. O mundo de hoje precisa de sinais claros e fortes de diálogo e cooperação, do que o Líbano tem sido e deve continuar a ser um exemplo para os países árabes e para o resto do mundo.
À tarde, na residência do Patriarca Maronita, fui recebido com grande entusiasmo por milhares de jovens libaneses e de Países vizinhos, que deram vida a um festivo e orante momento, que permanecerá inesquecível nos coração de muitos. Destaquei a sorte deles de viver naquela parte do mundo que viu Jesus, morto e ressuscitado pela nossa salvação, e o desenvolvimento do cristianismo, exortando-os à fidelidade e ao amor por sua terra, apesar das dificuldades causadas pela falta de estabilidade e segurança. Também os encorajei a serem firmes na fé, confiantes em Cristo, fonte da nossa alegria, e a aprofundarem um relacionamento pessoal mais profundo com Ele na oração, bem como estarem abertos para os grandes ideais de vida, da família, da amizade e da solidariedade.Vendo jovens cristãos e muçulmanos fazendo festa em grande harmonia, encorajei-os a construírem juntos o futuro do Líbano e do Oriente Médio e a oporem-se juntos à violência e à guerra. A concórdia e a reconciliação devem ser mais forte do que as forças da morte.
Na manhã de domingo, houve um momento muito intenso e participativo na Santa Missa no City Center Waterfront de Beirute, acompanhada de cantos evocativos, que caracterizaram também as outras celebrações. Na presença de numerosos Bispos e de uma multidão de fiéis, provenientes de todas as partes do Oriente Médio, quis exortar todos a viverem a fé e a testemunhá-la sem medo, com a consciência de que a vocação do cristão e da Igreja é aquela de levar o Evangelho a todos sem distinção, a exemplo de Jesus. Em um contexto marcado por severos conflitos, chamei a atenção para a necessidade de servir a paz e a justiça, tornando-se instrumentos de reconciliação e construtores de comunhão.Ao término da Celebração eucarística, tive a alegria de entregar a Exortação Apostólica que reúne as conclusões da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio. Através dos Patriarcas e dos Bispos orientais e latinos, os sacerdotes, os consagrados e os leigos, este Documento quer alcançar todos os fiéis daquela querida região, para sustentá-los na fé e na comunhão e levá-los ao tão desejado caminho da nova evangelização. À tarde, na sede do Patriarcado Sírio-católico, tive, então, a alegria de um fraterno encontro ecumênico com os Patriarcas ortodoxos e ortodoxos orientais e representantes daquelas Igrejas, assim como das Comunidades eclesiais.
Caros amigos, os dias passados no Líbano foram uma estupenda manifestação de fé e de intensa religiosidade e um sinal profético de paz.A multidão de crentes provenientes de todo o Oriente Médio teve a oportunidade de refletir, de dialogar e, sobretudo, de rezar juntos, renovando o empenho de enraizar a própria vida em Cristo. Tenho certeza de que o povo libanês, em sua multiforme, mas sólida composição religiosa e social, saberá testemunhar com um novo apreço a verdadeira paz, que nasce da confiança em Deus. Desejo que as várias mensagens de paz e de estima que quis dar, possam ajudar os governantes das regiões a darem passos decisivos em direção a paz e a uma melhor compreensão das relações entre cristãos e muçulmanos. Da minha parte, continuo a acompanhar aquela amada população com a oração, de modo que permaneçam fiéis aos compromissos assumidos. Com a materna intercessão de Maria, venerada em tantos antigos santuários libaneses, confio os frutos desta Visita pastoral, como também os bons propósitos e as justas aspirações de todo o Oriente Médio. Obrigado.
Ao final, o Papa dirigiu a seguinte saudação em português:
Queridos amigos e irmãos de língua portuguesa, que hoje participais neste Encontro com o Sucessor de Pedro: Obrigado pela vossa presença! A todos saúdo, especialmente aos grupos brasileiros de São Paulo, confiando às vossas orações o «pequenino rebanho» dos cristãos do Médio Oriente, para que permaneçam fiéis aos compromissos assumidos e que são também os vossos. Para vós e vossas famílias, a minha Benção!
(MEM)
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Cardeal indica o Filme "Bella" por ser: "um belo testemunho da dignidade da vida humana..."
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]