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    domingo, 30 de setembro de 2012

    [ZP120930] O mundo visto de Roma

    ZENIT

    O mundo visto de Roma

    Portugues semanal - 30 de setembro de 2012

    Santa Sé

    Liturgia e Vida Cristã

    Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

    Jornada Mundial da Juventude Rio 2013

    Comunicar a fé hoje

    Brasil

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    Audiência de quarta-feira


    ANÙNCIOS


    Santa Sé


    Memória de São Galo: convite a refletir sobre a urgência da evangelização na Europa
    Mensagem do papa aos participantes da Assembleia Plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa

    ST. GALLEN, Suíça, sexta-feira, 28 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - "A memória de São Galo e da sua obra, na véspera da assembleia sinodal sobre a Nova Evangelização, será um estímulo" para olhar "com fé e esperança para a grande messe que são os povos da Europa, na esteira do concílio ecumênico Vaticano II e dos ensinamentos dos papas que o implementaram".

    Este fato foi sublinhado pelo papa Bento XVI, em mensagem por ocasião da Assembleia Plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, que ocorre de 27 a 30 de setembro em St. Gallen, na Suíça.

    Na mensagem, lida na abertura dos trabalhos, o papa convida a "retomar a lição magistral do Servo de Deus Paulo VI na Evangelii nuntiandi e a diretriz do beato João Paulo II na carta apostólica Novo millennio ineunte, à luz do magistério e tendo em vista o próximo Ano da Fé".

    Em mensagem enviada ao presidente da conferência episcopal, cardeal Peter Erdo, através do Secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, o papa convida a Igreja na Europa "a refletir sobre a tarefa perene de evangelização e a sua urgência atual, renovada". Bento XVI também exorta a seguir a experiência de São Galo, que ensina que "a mensagem cristã é semeada e toma raiz onde é vivida autêntica e eloquentemente pela comunidade".

    O plenário se realiza em Sankt Gallen, sede da secretaria do episcopado europeu desde 1978, para comemorar o aniversário de 1.400 anos da chegada de São Galo ao cantão homônimo. São Galo era discípulo de São Columbano, que, da Irlanda, partiu com outros discípulos em missão de evangelização do continente.

    Após uma doença o obrigar a parar perto de Arbon, ele decidiu se dedicar à vida de eremita. Sua fama de santidade atraiu muitos ao seu redor e fez nascer uma comunidade monástica que, por sua vez, se tornou o coração de missões adicionais no seio de muitos povos.

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    Desenvolvimento e progresso da Nova Evangelização
    Bento XVI confia intenções de oração para o mês de outubto

    CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 28 setembro de 2012 (ZENIT.org) - As intenções de oração proposta a cada mês pelo Santo Padre são sempre duas: uma geral e uma missionária.

    As intenções confiadas ao Apostolado da Oração para o mês de outubro, que começa na segunda-feira, são as seguintes:

    "Pelo desenvolvimento e o progresso da Nova Evangelização nos países de antiga tradição cristã", diz a geral.

    A intenção missionária: "Para que a celebração do Dia Mundial das Missões seja uma oportunidade para um renovado compromisso com a evangelização."

    (Trad.MEM)

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    Santa Sé adere a Convenção da ONU sobre prevenção e repressão de crimes contra diplomatas
    Comunicado da Sala de Imprensa do Vaticano

    CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 (ZENIT.org): Em comunicado, a Santa Sé anunciou que o arcebispo Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados, entregou ao Secretário Geral das Nações Unidas na tarde de 26 de setembro o instrumento de adesão à convenção sobre prevenção e repressão de crimes contra os beneficiários de proteção internacional, o que inclui os agentes diplomáticos.

    "Com este passo, em nome próprio e do Estado da Cidade do Vaticano, a Santa Sé declara que pretende continuar a contribuir de forma concreta com o compromisso global de prevenir e combater os crimes contra diplomatas".

    "O instrumento de adesão também ressalta que a promoção dos valores da justiça, da fraternidade e da paz entre os povos são particularmente caros à Santa Sé e exigem a observância do estado de direito, assim como o respeito pelos direitos humanos. Nesta perspectiva, a adesão à convenção confirma a atenção da Santa Sé aos instrumentos internacionais de cooperação judiciária em matéria criminal, que, como a presente convenção, constituem uma garantia efetiva contra as atividades criminosas que ameaçam a paz e a dignidade do homem".

    "Portanto, esta decisão não manifesta apenas o desejo da Santa Sé de colaborar e tutelar adequadamente o pessoal diplomático, em particular os diplomatas credenciados junto a ela, mas também ajuda a comunidade internacional a manter a guarda contra o risco de terrorismo. Finalmente, a iniciativa está em sintonia com o processo iniciado há certo tempo para adaptar o sistema jurídico vaticano aos mais altos padrões internacionais destinados a combater esse grave flagelo".

    (Trad.ZENIT)

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    Liturgia e Vida Cristã


    Por que e quais penitências na confissão?
    A penitência sinal de conversão

    Pe. Edward McNamara

    ROMA, sexta-feira, 28 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Um sacerdote americano enviou a seguinte pergunta para o padre Edward McNamara:

    Poderia comentar quais poderiam ser as penitências apropriadas e/ou adequadas no sacramento da reconciliação? Eu tendo a manter-me no tradicional “Pai Nosso” e “Ave Maria”, mas sinto que, por vezes, são inadequados. Um colega meu dá penitências muito mais “difíceis” como a via sacra, a oração de dois ou três terços, a leitura de certos salmos ou outros textos da escritura.

    Muitos dos seus penitentes geralmente retornam sem terem conseguido completar a sua penitência e ficam preocupados. Como jovem sacerdote tinham me aconselhado dar penitências que as pessoas pudessem cumprir antes de sair da igreja. - H.J., Peabody, Massachusetts

    Padre McNamara respondeu:

    Antes de mais nada é preciso sublinhar que qualquer penitência é intrinsecamente inadequada para expiar completamente os nossos pecados. A gravidade de todo pecado é muito superior do que a nossa possibilidade de reparar a falta de amor a Deus. O maravilhoso da confissão é a generosidade de Deus ao oferecer-nos a reconciliação e ao restabelecer conosco uma amizade.

    A Igreja limita-se a instruir os padres a proporem penitências apropriadas, que correspondam à natureza de cada caso. O hábito de impor a oração como sinal de penitência não é uma simples fórmula; mais ainda, justamente por ser oração, é um sinal de renovação da graça naquelas almas que fazem a oração autêntica, possível e digna.

    Ao impor uma penitência adequada existem vários fatores a serem levados em conta.

    Primeiro é preciso considerar a natureza do pecado, dado que as penitências querem ser tentativas de consertá-los. Os pecados mais graves precisam portanto de penitências mais severas, a fim de despertar a consciência e sensibilizá-la com respeito à sua gravidade, especialmente quando esses pecados se repetem muitas vezes. Pecados de injustiça, como o furto ou a difamação devem também ser reparados por meio de alguma forma de restituição de bens ou do bom nome da pessoa. É importante considerar também a natureza do penitente, pois não existe uma "tarifa automática" correspondente a certos pecados.

    Na medida do possível, um sacerdote deve julgar a espessura espiritual da pessoa que se confessa com ele antes de atribuir a penitência apropriada. Normalmente se manifesta através da forma em que ocorre a mesma confissão. Uma pessoa que tem uma grande ressonância espiritual e que vem de uma sólida formação cristã, se beneficiará mais de uma penitência como ler a escritura, recitar os salmos ou realizar atos de devoção.

    Quando uma pessoa ao invés disso tem um conhecimento menos profundo da fé, e não está habituada a certas práticas como o terço, a Via Sacra ou o jejum, provavelmente melhor não impor tais penitências, porque poderiam gerar apenas frustrações.

    A regra de que a penitência deveria ser realizada antes mesmo de sair da Igreja, aplica-se especialmente a este tipo de penitências. Se o padre pensa que a habitual "Ave Maria" e "Pai Nosso" são inadequadas em certos casos particulares, então poderia impor uma penitência viável mas menos formal. Por exemplo poderia dizer ao penitente visitar o Santíssimo Sacramento ou um altar dedicado à Virgem Maria por um determinado período de tempo, e nesta atmosfera de intimidade, agradecer pelo perdão obtido e pedir ajuda para superar uma culpa particular.

    Esta última forma de penitência é especialmente útil para aquelas almas que talvez tenham estado distantes da confissão por muito tempo e que foram movidas por uma graça especial a buscar novamente o sacramento.

    Às vezes a penitência pode ser em si uma forma de conversão. Há uma anedota que conta a história de um sacerdote que ouviu um grupo de jovens despreocupados que tinham feito uma aposta na qual o perdedor deveria se confessar. Sabendo disso, quando um dos jovens veio para a confissão, o sacerdote sentou-se no confessionário, e impôs como penitência diante do grande crucifixo da Igreja e repetir 20 vezes: "Você fez isso por mim, e eu não me importo". No início, o jovem repetiu essa frase de uma forma confiante, em seguida, começou a repetí-la mais lentamente, e finalmente terminou em lágrimas. Para este jovem garoto a confissão foi o início de um caminho de conversão que o levou a se tornar o arcebispo de Paris.

    Dúvidas sobre os temas litúrgicos? Escreva-nos! liturgia.zenit@zenit.org

    [Tradução do Italiano por Thácio Siqueira]

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    Conferência Nacional dos Bispos do Brasil


    Candidatos são adversários, não inimigos
    Nota da CNBB sobre as eleições Municipais 2012

    Por Thácio Siqueira

    BRASILIA, sexta-feira, 28 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Em uma coletiva de Imprensa, ontem (27), a Presidência da CNBB apresentou uma mensagem sobre as eleições municipais e realizou o lançamento da Campanha Missionária 2012, organizada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), cujo tema é “Brasil missionário partilha a tua fé”.

    Participaram da coletiva o Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, presidente da CNBB; Dom José Belisário da Silva, vice-presidente; Dom Leonardo Steiner, secretário geral da Conferência; como também Dom Sérgio Braschi, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial; e Pe. Camilo Pauletti, presidente das Pontifícias Obras Missionárias.

    A carta entitulada “Eleições Municipais 2012 – Voto cosciente e limpo”, que será enviada para as mais de 8000 paróquias do Brasil, “louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e toma sobre si o peso de tal cargo”. Estimula também “os eleitores/as, inclusive os que não têm obrigação de votar, a comparecerem às urnas no dia das eleições para aí depositar seu voto limpo”, lembrando que o voto é um dever do cidadão.

    As duas leis: “a lei que combate a compra de votos (9840/1999) e a lei da Ficha Limpa (135/2010), ambas nascidas da mobilização popular, são instrumentos que têm mostrado sua eficácia na tarefa de impedir os corruptos de ocuparem cargos públicos”, cita o documento.

    A vigilância pelo cumprimento dessas leis deve-se especialmente às Instituições como a “Justiça Eleitoral, nos níveis Federal, Estadual e Municipal, bem como o Ministério Público”, ainda que não deixa ser uma tarefa de todos.

    “O político deve cumprir seu mandato, no Executivo ou no Legislativo, para todos, indepentende das opções ideológicas, partidárias ou qualquer outra legítima opção que cada eleitor possa fazer”, diz a carta, incentivando cada eleitor, passada as eleições, a acompanharem os candidatos votados no cumprimento das promessas feitas.

    Por último, a carta faz menção à contínua violência acontecida durante esse período de eleições, lembrando que “As eleições são uma festa da democracia” e que “todo recurso à violência é inadmissível”. E acrescenta: “Candidatos são adversários, não inimigos”.

    Publicamos a seguir a nota na íntegra:

    ***

    Eleições Municipais 2012 - Voto consciente e limpo

    O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília de 25 a 27 de setembro, considerando as eleições municipais do próximo mês de outubro, vem reforçar a importância desse momento para o fortalecimento da democracia brasileira. Estas eleições têm característica própria por desencadear um processo de maior participação em que os candidatos são mais próximos dos eleitores e também por debater questões que atingem de forma direta o cotidiano da vida do povo.

    A Igreja louva e aprecia o trabalho de quantos se dedicam ao bem da nação e tomam sobre si o peso de tal cargo, em serviço de todas as pessoas (cf. GS 75). Saudamos, portanto, os candidatos e candidatas que, nesta ótica, apresentam seu nome para concorrer a um cargo eleitoral. Nascido da consciência e do desejo de servir com vistas à construção do bem comum, este gesto corrobora o verdadeiro sentido da atividade política.

    Estimulamos os eleitores/as, inclusive os que não têm a obrigação de votar, a comparecerem às urnas no dia das eleições para aí depositar seu voto limpo. O voto, mais que um direito, é um dever do cidadão e expressa sua corresponsabilidade na construção de uma sociedade justa e igualitária. Todos os cidadãos se lembrem do direito e simultaneamente do dever que têm de fazer uso do seu voto livre em vista da promoção do bem comum (cf. GS 75).

    A lei que combate a compra de votos (9840/1999) e a lei da Ficha Limpa (135/2010), ambas nascidas da mobilização popular, são instrumentos que têm mostrado sua eficácia na tarefa de impedir os corruptos de ocuparem cargos públicos. A esses instrumentos deve associar-se a consciência de cada eleitor tanto na hora de votar, escolhendo bem seu candidato, quanto na aplicação destas leis, denunciando candidatos, partidos, militantes cuja prática se enquadre no que elas prescrevem.

    A vigilância por eleições limpas e transparentes é tarefa de todos, porém, têm especial responsabilidade instituições como a Justiça Eleitoral, nos níveis Federal, Estadual e Municipal, bem como o Ministério Público. Destas instâncias espera-se a plena aplicação das leis que combatem a corrupção eleitoral, fruto do anseio popular. O resgate da ética na política e o fim da corrupção eleitoral merecem nossa permanente atenção.

    O político deve cumprir seu mandato, no Executivo ou no Legislativo, para todos, independente das opções ideológicas, partidárias ou qualquer outra legítima opção que cada eleitor possa fazer. Incentivamos a sociedade organizada e cada eleitor em particular, passadas as eleições, a acompanharem a gestão dos eleitos, mantendo o controle social sobre seus mandatos e cobrando deles o cumprimento das propostas apresentadas durante a campanha. Quanto mais se intensifica a participação popular na gestão pública, tanto mais se assegura a construção de uma sociedade democrática.

    As eleições são uma festa da democracia que nasce da paixão política. O recurso à violência, que marca a campanha eleitoral em muitos municípios, é inadmissível: candidatos são adversários, não inimigos. A divisão, alimentada pelo ódio e pela vingança, contradiz o principio evangélico do amor ao próximo e do perdão, fere a dignidade humana e desrespeita as normas básicas da sadia convivência civil, que deve orientar toda militância política. Do contrário, como buscar o bem comum, princípio definidor da política?

    A Deus elevemos nossas preces a fim de que as eleições reanimem a esperança do povo brasileiro  e que, candidatos e eleitores, juntos, sonhem um país melhor, humano e fraterno, com justiça social.

    Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, abençoe nossa Pátria!

    Brasília, 27 de setembro de 2012

    Cardeal Raymundo Damasceno Assis
    Arcebispo de Aparecida
    Presidente da CNBB

    Dom José Belisário da Silva
    Arcebispo de São Luís
    Vice-presidente da CNBB

    Dom Leonardo Ulrich Steiner
    Bispo Auxiliar de Brasília
    Secretário Geral da CNBB

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    Jornada Mundial da Juventude Rio 2013


    Do Encontro Europeu dos Jovens de Taizé à JMJ Rio2013
    Bento XVI receberá jovens da Comunidade de Taizé durante encontro a Roma

    Por Maria Emília Marega

    ROMA, quinta-feira, 27 de setembro de 2012(ZENIT.org) – O Serviço Diocesano para a Pastoral da Juventude de Roma promoveu o encontro “Rumo ao Rio de Janeiro – Do Encontro Europeu dos Jovens de Taizé à Jornada Mundial da Juventude”, em preparação para a JMJ Rio2013, juntamente com a Comunidade de Taizé.

    Há 35 anos a Comunidade Ecumênica de Taizé realiza anualmente o “Encontro Europeu dos Jovens de Taizé”. A idéia do fundador, Irmão Roger, morto em 2005, é de uma peregrinação de confiança através da terra, explicou a ZENIT o irmão David que está em Roma especialmente para organizar o Evento.

    Durante todo o ano a Comunidade acolhe muitos jovens na pequena aldeia de Taizé, na França, para uma experiência de oração, retiro, reflexão e encontro. “O irmão Roger compreendeu ao ouvir estes jovens, que era importante também proporcionar espaços em que pudessem descobrir e conhecer a realidade concreta de uma igreja local numa grande cidade”, afirmou irmão David.

    O Encontro Internacional acontece todos os anos em uma grande metrópole européia, entre o Natal e o Ano Novo, onde os jovens são acolhidos pela igreja local: famílias, paróquias e comunidades religiosas.

    A programação é intensa, são três momentos de oração comunitária: um momento de reflexão em pequenos grupos, um momento de descoberta da realidade paroquial local e workshop.

    Este ano o Encontro Europeu dos Jovens de Taizé será em Roma e haverá visita às Catacumbas, concerto, um workshop sobre ciência e fé, e reflexões bíblicas em diferentes igrejas da cidade. As orações da tarde serão realizadas nas quatro basílicas papais de Roma, onde os jovens poderão cantar com tranquilidade os cantos da Comunidade de Taizé.

    A grande novidade para este ano será o encontro com Bento XVI. O Papa, logo no início do encontro, dia 29 de dezembro às 18 da tarde, irá acolher os jovens para um momento de oração na Basílica de São Pedro.

    “Taizé é uma Comunidade Ecumênica, mas que busca, de fato, uma reconciliação, está em comunhão com a Igreja”, afirmou irmão David. “O papa João XXIII dizia ao irmão Roger que a Igreja Católica é como círculos concêntricos cada vez maiores, e nós, nos situamos nestes espaços. Sendo uma comunidade ecumênica acolhemos irmãos de diferentes Igrejas, e procuramos reunir jovens católicos com jovens protestantes e ortodoxos, que querem caminhar na mesma direção: ao encontro com Cristo e ao serviço dos irmãos”.

    Um dos sinais concreto de comunhão é a participação dos jovens de Taizé nas Jornadas Mundiais da Juventude com o Papa. “Desde a primeira JMJ estamos presentes, durante a própria Jornada animamos um espaço de oração, e vamos fazê-lo também no Rio de Janeiro”, comentou irmão David. “Durante todo o ano procuramos falar com os jovens desta oportunidade de viver a JMJ, e o Encontro Europeu de Roma será uma importante etapa em preparação para a JMJ Rio 2013. Os jovens terão a oportunidade de viver alguns meses antes esta experiência de Igreja Universal”. 

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    Jovens de Roma serão acolhidos pela diocese de Fortaleza na JMJ Rio2013
    Entrevista com Dom Maurizio Mirilli, diretor diocesano para a pastoral da juventude de Roma

    Por Maria Emília Marega

    ROMA, terça-feira, 25 de setembro de 2012(ZENIT.org) – Dom Maurizio Mirilli, diretor do Serviço Diocesano para a Pastoral da Juventude do Vicariato de Roma, esteve no Brasil para conhecer melhor a realidade local e definir algumas propostas para os jovens da diocese de Roma que irão participar da Jornada Mundial da Juventude(JMJ) que será realizada de 23 a 28 de julho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro.

    ZENIT conversou com Dom Maurizio para saber quais foram as impressões sobre o Brasil e as novidades sobre a JMJ Rio2013 que ele trouxe para Roma.

    ZENIT: Como foi a viagem ao Brasil?

    Dom Maurizio Mirilli: Visitei o Rio de Janeiro e a cidade de Fortaleza. No Rio conheci algumas pessoas que trabalham na organização da JMJ Rio2013 e observei muito. Em Fortaleza visitei algumas atividades desenvolvidas pela Comunidade Católica Shalom: casas que acolhem pessoas carentes, dependentes químicos, e participei do Festival Halleluya.

    ZENIT: O que chamou mais a atenção do senhor?

    Dom Maurizio Mirilli: Foi a minha primeira viagem ao Brasil e por isso observei muito, era importante entender a realidade local. Posso dizer que já estou com saudade porque tem muitas coisas belas para ver. O que me chamou muito a atenção foi o acolhimento dos brasileiros, o calor humano, mas sobretudo, fiquei muito impressionado com o frescor de uma Igreja jovem, entusiasmada, cheia de iniciativas, corajosa, capaz de anunciar o Evangelho sem medo.

    ZENIT: Muitos dizem que este entusiasmo da Igreja no Brasil é superficial. O que o senhor teria a dizer?

    Dom Maurizio Mirilli: Eu percebi que existem excessos, mas não exclui o muito que há de belo e de positivo. Eu vi uma ‘igreja de massa’ que muitas vezes pode ser superficial, mas vi muitas pessoas que escolheram viver radicalmente o Evangelho e que doaram e doam a vida pelo Evangelho, não é preciso generalizar.

    ZENIT: A JMJ Rio2013 traz a novidade da Semana Missionária. Como será essa experiência?

    Dom Maurizio Mirilli: Os jovens vão experimentar a maneira de evangelizar e de ser missionário no Brasil. Será um tempo para entender, observar, participar e partilhar com os brasileiros; buscar idéias e aprender algumas coisas para que também nós aqui em Roma possamos ser mais missionários, e mais corajosos na evangelização.

    ZENIT: Onde será a Semana Missionária dos jovens da diocese de Roma no Brasil?

    Dom Maurizio Mirilli: A diocese de Roma escolheu Fortaleza. Pela amizade com a Comunidade Católica Shalom, desenvolvida através da colaboração que há muitos anos vivemos aqui em Roma, nos foi proposto o acolhimento em Fortaleza, que é o coração e a sede da Comunidade. Acompanharemos todos os momentos junto com a diocese, com o Bispo e a Igreja local.

    ZENIT: Qual é a maior motivação dos jovens italianos para ir à JMJ Rio2013? E qual o maior desafio?

    Dom Maurizio Mirilli: A grande motivação é o próprio país, o Brasil. Não tem um jovem com quem eu tenha conversado que não tenha demonstrado curiosidade, interesse, e o desejo de conhecer o Brasil. Falo de jovens que têm fé, mas também de jovens que não crêem. Existem grandes dificuldades econômicas que impossibilitam muitos jovens de ir tão longe, mas já existem muitas iniciativas para ajudá-los.

    ZENIT: Uma das iniciativas da pastoral da juventude de Roma é a arrecadação de verbas através da venda do livro ‘365 motivos para não ter medo’ de sua autoria, certo?

    Dom Maurizio Mirilli: Sim. Em termos econômicos a arrecadação com a venda dos livros ajudará a financiar a viagem de alguns jovens da diocese de Roma. Mas também o conteúdo do livro: um comentário para cada dia do ano, de caráter prático, com passagens bíblicas escolhidas por tema, ajudará na preparação para a JMJ Rio2013. É um livro que fala de como superar muitos medos sofridos pelos jovens hoje em dia. A palavra de Deus nos ajuda, todos os dias, a encontrar consolação para todos os nossos medos.

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    Comunicar a fé hoje


    Instituto Hesed: cantar as misericórdias do Senhor
    Entrevista com Ir. Kelly Patrícia, cantora, compositora e uma das fundadoras do Instituto Hesed

    Por Thácio Siqueira

    FORTALEZA, quarta-feira, 26 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Uma vida dedicada a experimentar, viver e " cantar as misericórdias do Senhor”, por meio da oração, adoração, contemplação, expiação, celebração, ação de graças e missão. Assim é a vida de Ir. Kelly Patrícia e todos que fazem o Instituto Hesed (palavra hebraica que significa misericórdia), um instituto cuja espiritualidade está na busca da união com Deus e foi fundado por Ir. Jane Madeleine e Ir. Kelly Patrícia.

    Com o carisma na misericórdia espiritual e corporal, o Instituto Hesed leva oração a vários cantos do Brasil e do exterior através da música, buscando proporcionar experiências de paz, reencontro com Deus e o chamado vocacional.

    No ano de 2011 Ir. Kelly Patricia foi premiada com o Troféu Louvemos o Senhor, prêmio nacional de música católica, nas categorias de Melhor cantora do ano e Melhor Gravação do Ano, com o álbum Busca de Deus. Nesse mesmo ano ganhou o Disco de ouro da gravadora Canção Nova pelo CD Viver de Fé.

    Cada dia mais conhecida pelos jovens do Brasil e do mundo pelo seu trabalho de evangelização, a Ir. Kelly Patricia concedeu aos leitores de ZENIT uma entrevista, que publicamos a seguir.

    ***

    ZENIT: Quando foi que a música se tornou instrumento de evangelização para você?

    Ir Kelly Patricia: Quando com 13 anos comecei a tocar e cantar no Ministério de Música da Paróquia, e numa maior amplitude quando começamos a gravar os primeiros K7 em 1991.

    ZENIT: Você mesma compõe? Como vem a inspiração?

    Ir Kelly Patricia: Sim, a maioria das músicas. Em momentos diversos como: de oração ou quando algumas vezes pego o violão e começo a tocar alguma coisa, ou quando me deparo em algum momento de leitura espiritual, me deparo com algum texto que me eleva e sinto vontade de divulgá-lo através da música.

    ZENIT: Por que São João da Cruz, na maioria das suas letras?

    Ir Kelly Patricia: São João da Cruz fez parte desde os primórdios de minha caminhada espiritual, então ele sempre é inspiração para mim e como me faz bem quero partilhar o que de espiritualidade dele eu desfruto com meus irmãos por meio da música. Mas não somente ele, outros santos também tem este mesmo papel: Santa Teresinha, Santa Teresa de Jesus, Santa Faustina, etc.

    ZENIT: De todas as suas composições, qual é a que você sente que mais tem ajudado os jovens?

    Ir Kelly Patricia: No momento presente, pra mim está bem claro, que a música TENTAÇÃO tem feito parte da vida de muitos jovens.

    ZENIT: De onde surgiu a inspiração dessa música?

    Ir Kelly Patricia: A inspiração veio primeiro pelo estado do mundo atual. Queria falar do antagonismo das propostas que são feitas pelos 3 inimigos da nossa salvação, o mundo referindo-me aos prazeres ilícitos, aos desejos desordenados, a ganância, egoísmo, etc, o próprio demônio, e  a carne, ou seja, a própria inclinação para o pecado. Tudo isso em contraposição a vontade de Deus que é a única que nos traz a felicidade permanente. O clipe surgiu de conversas com outras irmãs e idéias foram surgindo para formar a mensagem de música mais clara e acessível a muitas pessoas.

    ZENIT: Você fundou uma comunidade? Como está o processo de aprovação? Só existe o ramo feminino? Como um jovem pode entrar em contato para conhecer?

    Ir Kelly Patricia: O Instituto Hesed foi iniciado pela Madre Jane Madeleine e por mim, e é uma Família Eclesial composta por dois ramos, o masculino e o feminino. Os jovens podem conhecer melhor e entrar em contato acessando o nosso site www.institutohesed.org.br

    ZENIT: O Brasil será sede da JMJ 2013 e estamos a um ano do evento. Como o Instituto que você fundou está se preparando para levar essa música e espiritualidade para a juventude do mundo?

    Ir Kelly Patricia: Estamos em primeiro lugar nos preparando para JMJ 2013 rezando e intercedendo por este maravilhoso evento, por todos os jovens que participarão e por todos que trabalham e trabalharão nele. E no âmbito da evangelização pela música estamos gravando um novo CD chamado Filhos da Luz, que pretende continuar o caminho que o CD Busca de Deus iniciou, neste tentamos mostrar que, o que o coração humano deseja, no mais íntimo, é Deus, mesmo sem saber e, até as vezes, de maneira equivocada todos buscam a Deus, e mais que isso, procuramos mostrar como encontrá-Lo. Como consequência, quem O buscou e O encontrou, deverá ser e viver como um(a) Filho(a) da Luz, é esse o tema e o caminho espiritual que o novo CD quer indicar.

    Para maiores informações: ir.teresamaria@hotmail.com

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    Surgem novas idéias para construir a paróquia missionária, que pediu Aparecida
    Entrevista com um pároco no Nordeste de Brasil

    Por Thácio Siqueira

    RECIFE, terça-feira, 25 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Uma nova proposta de paróquia missionária, à luz de Aparecida, é que o Pe. Héctor Ruiz, missionário mexicano no Brasil, propõem numa entrevista a ZENIT. 

    Pe. Héctor, em anterior entrevista a ZENIT falou sobre o seu trabalho contra a miséria e a fome das crianças brasileiras. (Cfr. clicando aqui). 

    ***

    ZENIT: Pe. Héctor, o senhor é pároco desta paróquia pernambucana em São Lourenço da Mata há 12 anos. Sabemos que o senhor faz missões com o seu povo, mas poderíamos dizer que a sua paróquia é missionária simplesmente por isso?

    PE HÉCTOR: Certamente o CELAM em Aparecida não nos pediu simplesmente fazer missões. Mas fazer paróquias missionárias que é algo muito maior. Não posso dizer que a minha paróquia seja cem por cento missionária. Mas temos conseguido muito nesse sentido.

    ZENIT: O que é que tem e o que é o que falta?

    PE HÉCTOR: O que temos é um ideal claro e um esforço perseverante. Nessa linha temos conseguido bastante.  O que nos falta é uma resposta mais generosa e decidida por parte de alguns paroquianos.

    ZENIT: Como assim?

    PE HÉCTOR: Em nosso intuito para que a paróquia seja missionária necessitam-se três elementos fundamentais: Espiritualidade, estruturação e técnica na ação. Em quanto à espiritualidade temos insistido ao povo de Deus, aos grupos, para que a sua religiosidade termine na pergunta: “Que posso fazer por Deus e pelos meus irmãos?” Temos rezado e meditado bastante com eles  sobre esse fato de sermos todos missionários.

    ZENIT: E em quanto à estrutura?

    PE HÉCOTOR: Temos dois grupos na base: a “Juventude Missionária” e “a família missionária” que tem como objetivo primário alimentar a espiritualidade missionária na paróquia; e como objetivo secundário coordenar todas as atividades missionárias dos movimentos na paróquia, como: Legião de Maria, Encontro de Irmãos, RCC... ou outros grupos missionários que vem de fora. Estes dois grupos formam o COMIPA (Comissão missionária paroquial) e coordenam a Pastoral missionária. São eles, também, que, depois de uma missão, distribuem as fichas às pastorais correspondentes.

    ZENIT: Como assim? Quais fichas?

    PE HÉCTOR: As fichas são um elemento  importantíssimo para nós na área da técnica da ação: Optamos para que em cada casa visitada, se faça um levantamento sobre a situação sacramental dos moradores: Se estão casados, se receberam o batismo, a crisma... e se tem desejos de receber estes sacramentos. Deste modo, quando termina uma missão, uma quantidade grande de fichas fica com a Pastoral missionária. Esta as distribui entre as pastorais correspondentes. De tal modo, que cada pastoral se coloca em ação para ir “re-visitar “ às famílias interessadas.

    ZENIT: Então uma missão termina empurrando todas as pastorais da paróquia?

     PE HÉCTOR: Com certeza. Uma missão simples, termina movimentando toda a paróquia. Por isso a paróquia termina sendo uma paróquia missionária e não simplesmente uma paróquia que faz missões. A missão dá o pontapé inicial dessa grande partida missionária.

    ZENIT: Me poderia dizer brevemente alguns dos frutos desta pastoral missionária concebida deste modo?

    PE HÉCTOR: Fazemos, pelo menos, oito missões por ano, conseguindo muita conscientização sobre a Igreja e sobre a fé católica em inúmeras pessoas afastadas; O número de sacramentos recebidos tem tido um aumento considerável... E a cada ano são mais os leigos que se dispõem a participar da missão paroquial, que celebramos no dia mundial das missões. Nesse dia se convida a todo o povo de Deus a dedicar esse dia para “missionar”. O ano passado conseguimos mandar às ruas da cidade 875 missionários e o ano anterior 640. Neste município que tem ao redor de 45,000 habitantes na sua cabeça, acredito que está bem. Uma semana antes damos aos diferentes grupos a formação técnica. Deus nos tem abençoado neste campo missionário! 

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    Brasil


    Detentos paraenses recebem visita de Nossa Senhora de Nazaré
    Em preparação ao Círio de Nazaré Arquidiocese de Belém lembra ensinamento bíblico: eu estava na prisão e fostes me visitar (Mt 25, 36)

    Por Alan de Jesus

    BELÉM DO PARÁ, quarta-feira, 26 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Mesmo longe do convívio social os detentos das casas penais no Pará não abandonam sua fé e buscam, por meio da interseção de Nossa Senhora, conseguir a liberdade e o perdão de Deus. Até a realização de uma das maiores manifestações católicas do mundo, o Círio de Nazaré, 16 estabelecimentos penitenciários paraenses receberão a visita da Imagem Peregrina da Virgem, a mesma que, no segundo domingo de outubro, reúne mais de dois milhões de fiéis em Belém durante procissão. No dia 27 deste mês, o Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, levará a imagem da representação da mãe de Jesus para o Presídio Estadual Metropolitano II, à rodovia BR 316. A ação é uma iniciativa da Arquidiocese de Belém, Diretoria do Círio de Nazaré e Pastoral Carcerária Arquidiocesana.

    Dados do levantamento feito pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, mostram que o Pará tinha em dezembro de 2011 uma população carcerária de 12.205. Esse deve ser, em média, o número de detentos que receberão as bênçãos da “Rainha da Amazônia” durante os dias que antecedem o “Natal dos Paraenses”. Só no Presídio Estadual Metropolitano II, a Arquidiocese espera evangelizar sua população carcerária, que hoje, segundo dados do Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público do Pará, é de 250 pessoas.

    De acordo com o Arcebispo de Belém, Dom Alberto, as visitas “são um meio de evangelização dos encarcerados que entram em contato com o exemplo de Maria”. Já para o coordenador da Pastoral Carcerária da Arquidiocesana, Diácono Ademir Silva, a religião auxiliar o processo de re-socialização. “A Igreja quer, com a ajuda de Maria, contribuir com a re-socialização dos encarcerados”, afirma.

    Para o Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém, Dom Teodoro Mendes, que também está fazendo visita aos estabelecimentos penitenciários, a imagem de Nossa Senhora remete aos cristãos à figura da mãe do Salvador. “Quando Maria foi visitar Izabel ela se sentiu honrada e expressou: ‘como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?!’. Esse é também o sentimento dos fiéis que se encontram em alguma penitenciária”, explicou. “Nossa visita expressa a nossa solidariedade”, frisou. 

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    Homens e Mulheres de Fé


    Nem feminista nem sinodista
    Maria Voce mostra que "o desafio de Emaús" foi vencido

    Antonio Gaspari

    ROMA, segunda-feira, 24 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Ninguém imaginou que ela seria eleita. Nem ela própria. Fora do movimento dos Focolares, era desconhecida. Dentro do movimento, não fazia parte do grupo das fundadoras. Mas em 7 de julho de 2008, quatro meses depois da partida de Chiara Lubich para o céu, 496 delegados de todo o mundo elegeram Maria Voce como a nova presidente mundial do movimento dos Focolares.

    Mulher tão discreta quanto forte e determinada, Voce tinha setenta e um anos de idade ao ser eleita. Nasceuem Aiello Calabroe foi a primeira mulher advogada na região da Calábria. Está nos Focolares desde 1959, foi responsável pelo movimento na Turquia durante seis anos e ajudou Chiara Lubich a revisar os estatutos. Era conhecida entre os membros do movimento como Emaús.

    No livro "O desafio de Emaús", escrito por Paolo Loriga e Michele Zanzucchi, apresentado neste último 22 de setembro em Loppiano, Maria Voce conta que nunca lhe passou pela mente ser eleita para continuar o carisma de Chiara Lubich. "Quando as preferências começaram a cair sobre o meu nome, eu senti o perigo de acabar eleita".

    Com o movimento ainda sob os efeitos da perda da líder carismática, a otimista e corajosa Voce se retirou até a capela e disse a Deus: "Aqui estou. Estou pronta".

    Logo que se começa a conversar com Maria Voce, percebe-se que ela é uma mulher forte na fé. No livro, ela conta que o pai, a fim de mantê-la em casa, não queria mandá-la estudar fora do povoado.Em Ajello Calabronão havia professores, mas Voce estudou por conta própria e passou nas provas do ginásio.

    Voce também mostra grande liberdade na compreensão do carisma que Deus oferece, distinguindo-a das pessoas que o espalham. Ela conheceu os Focolares de uma forma simples, a convite de amigos universitários. Queria casar e ter filhos. Resistiu à ideia de entrar no movimento. Não se sentia particularmente atraída pelo carisma de Chiara Lubich.

    Diz o livro: "Eu não fui atrás de Chiara, mesmo sabendo que sou sua herdeira como presidente do movimento. Eu fui atrás de Deus, de Jesus dentro do movimento. Foi isto que Chiara inspirou e provocou".

    E mais: "Eu não sou presidente porque Chiara me nomeou, mas porque é a vontade de Deus. Ele deu a Chiara o dom da unidade para mim e para todos os outros, e eu sigo a Ele".

    Maria Voce está certa de que a sua eleição marca uma nova fase do movimento, uma descontinuidade que exige a encarnação e a institucionalização do carisma.

    Segundo a presidente dos Focolares, é preciso "iniciar e dar mais substância ao que Chiara nos mostrou na sua visão profética (...) para realizar a obra em horizontes que ainda estão inexplorados e que nós vamos descobrir juntos".

    No encontro de Loppiano, neste fim de semana, Voce foi entrevistada por Lucetta Scaraffia, de L’Osservatore Romano, e pelo vaticanista Marco Politi, do jornal Il Fatto.

    Scaraffia pediu que Voce apoiasse as suas posições sobre a necessidade de uma presença maior e mais autorizada das mulheres na Igreja e na sociedade. Na Igreja, Scaraffia gostaria da presença de uma mulher cardeal em um conclave próximo.

    A presidente dos Focolares explicou que o "gênio feminino" tem autoridade, mas não necessariamente precisa ocupar cargos de poder formal.

    A este respeito, falou da Virgem Maria e da sua presença na Igreja, "presença que é o máximo do amor; mas Maria também é Rainha, com um poder e autoridade na Igreja primitiva que fazia os outros se reunirem em torno dela. Ela não estava no comando, mas mantinha todos juntos, inclusive os apóstolos, inclusive Pedro".

    Marco Politi pediu que Voce apoiasse a proposta do cardeal Martini de organizar uma espécie de concílio Vaticano III, que, a seu ver, poderia resolver muitos problemas da Igreja.

    Maria Voce observou que, antes de pensarem um Vaticano III, "ainda temos muito a viver e realizar do extraordinário patrimônio do Vaticano II".

    Para a presidente dos Focolares, "a questão não é reunir de novo todos os bispos em Roma (...). O que é necessário é mais trabalho nas conferências episcopais, com sínodos locais, para concretizar a real recepção do concílio Vaticano II".

    Politi e Scaraffia tentaram mover a presidente dos Focolares para posições diferentes, mas ela, com graça e bondade, mostrou toda a sua liberdade e originalidade, a grandeza de uma mulher que não tem receios.

    Maria Voce afirmou, em dado momento: "Nós não precisamos ter medo, porque é Deus quem faz a história".

    (Trad.ZENIT)

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    Cultura


    Evangelização: um choque elétrico do mundo de hoje
    O cardeal Ravasi fala do evento Pátio dos gentios em Assis, do Sínodo e de um novo modo de evangelizar que deve ser refletido também numa renovada didática de ensino

    Por Salvatore Cernuzio

    ROMA, terça-feira, 25 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - No final da conferência de apresentação do Pátio dos Gentios, “Deus esse desconhecido. Diálogo entre crentes e não-crentes”, que acontecerá do 5 ao 6 de outubro, em Assis, ZENIT entrevistou o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura.

    ***

    ZENIT: O evento do Pátio dos gentios foi um evento de pré-evangelização que criou um terreno fértil para o iminente Sínodo dos bispos dedicado à Nova Evangelização. O que espera, no entanto, o Pátio dos Gentios, da grande assembleia de outubro?

    CARDEAL RAVASI: Além do fato de que o mesmo Sínodo cita o Pátio dos Gentios no Instrumentum laboris, o que nós esperamos é que a apresentação da fé aconteça de uma forma, com uma linguagem, o mais compreensível possível, não somente para os fiéis mas também para o horizonte cultural geral. Ou seja, que não seja somente auto-referencial ou ligado a fórmulas que, embora valiosas, já são ultrapassadas.

    Eis aqui a importância da comunicação da fé, que é aquilo que, de certa forma, fazemos também nós, sem porém querer evangelizar.

    ZENIT: E nesta direção, qual poderia ser uma fórmula eficaz para vencer também aquele mar de indiferença que o senhor, durante a conferência, acusou ser a atitude mais perigosa do mundo atual?

    Cardeal Ravasi: Acho que, para vencer o "nevoeiro" de superficialidade, de banalidade, de indiferença generalizada, haja duas estradas. Uma delas é a adotada por algumas Igrejas americanas, especialmente protestantes, que é o propor o essencial, o mínimo, compromentendo-se, especialmente, no lado da caridade, do voluntariado e do compromisso social. Este é certamente um componente importante, mas, na minha opinião, insuficiente, porque a Igreja não é uma "agência de caridade".

    O outro caminho, porém, é aquele das verdades últimas, ou seja, da coragem de colocar sobre a mesa, em linguagem acessível, os temas da vida, da morte, do bem, do mal, da justiça, do sofrimento, do amor.

    Todas essas perguntas, ou seja, que são depositadas em todas as pessoas e que re-emergem quando atravessam um sofrimento como,  por exemplo, um familiar que morre de câncer ou também quando se apaixonam, estão em contato com a beleza e assim por diante. Tais questões precisam ser repropostas com uma linguagem incisiva e culturalmente eficaz: é o único caminho para fazer que a humanidade encontre uma resposta. Só assim a superficialidade seria mexida como por um eletro-choque.

    ZENIT: No encontro de Assis haverá um diálogo entre o senhor e o presidente Giorgio Napolitano. Qual é a função do Presidente da República no diálogo entre crentes e não-crentes?

    Cardeal Ravasi: Representa dois componentes fundamentais: por um lado, encarna a figura da Itália em todas as suas dimensões e portanto de um País da grande tradição cristã. É a voz de uma itália que sempre tem no panorama da tradição cultural o tema religioso. Não é possível entrar numa pinacoteca ou numa cidade sem “encontrar-se” com catedrais, monumentos, pinturas que evocam o sagrado.

    Por outro lado, o presidente Napolitano representa uma grande personalidade que repropôs os valores, também no meio da degradação cultural, social e política. Ele insiste muitas vezes, especialmente com os jovens, no tema dos grandes valores. É bem aí que se cria uma sintonia: quando ambos começamos a questionar-nos temas fundamentais para a mesma sociedade.

    ZENIT: Nestes dias, o Ministro da Educação, Francesco Profumo, à margem de uma conferência do Miur, falou de uma revisão de temas como religião e geografia, considerando já a forte presença nas escolas de alunos de diferentes culturas e religiões. Qual é a sua opinião sobre esta questão?

    Cardeal Ravasi: Acho que seja definitivamente importante renovar a didática, antes de mais nada, no método. Pensamos agora sobre o como a comunicação ocorre, não com o papel escrito ou a caneta como na minha infância, mas com a tecnologia e outras formas diferentes. Mesmo nos conteúdos, no entanto, é preciso uma renovação! Existem componentes que são fundamentais, que não podem ser ignorados, não só para a religião, mas também para as ciências. Ao mesmo tempo, no entanto, há sempre novas questões: pensemos nos problemas da Bioética, termo que há 50 anos nem sequer existia. Acho que, portanto, o ensinamento da religião, de modo correto, na base da mensagem evangélica e dos grandes ensinamentos cristãos, que sempre devem ser transmitidos, deve entrelaçar-se com a mudança da sociedade e com a evolução dos tempos e da cultura.

    ZENIT: Na perspectiva de uma transmissão inovadora e, ao mesmo tempo, essencial da cultura, como se encaixa um evento dedicado a Dante, como o que o senhor anunciou para o dia 12 de Novembro na Igreja do Gesù, em Roma?

    Cardeal Ravasi: Tudo conforme o que dissemos até agora. A herança que nós temos é tão grande e gloriosa que não pode ser considerada uma coisa do passado, marginal ou que deva ser jogada fora. É uma das bases mais fecundas. Lembremos, porém, que o método é fundamental, no sentido de que um evento de tal importância cultural não deve ser apresentado como uma operação filológica, mas como estímulo sobre o qual construir além. Expressa melhor esse conceito as palavras do filósofo Bernardo di Chartres: "Nós somos anões nos ombros de gigantes, mas é por isso que podemos ver mais longe."

    [Trad. TS]

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    Familia e Vida


    EUA: casamento ameaçado e desvalorizado (Parte 1)
    Dom John Myers, arcebispo de Newark, publica uma carta pastoral sobre o matrimônio

    Junno Arocho

    ROMA, quarta-feira, 26 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Nos últimos anos, o casamento tem sido assunto de debate constante. Na atual temporada eleitoral norte-americana, os apoiadores do casamento entre pessoas do mesmo sexo vieram conquistando gradualmente mais influência na política e no showbiz. Já as pessoas que se opõem a ele estão sendo alvo de fortes críticas, a ponto de ser acusadas de intolerância por darem apoio ao casamento tradicional.

    A Igreja Católica nos Estados Unidos não se manteve em silêncio, apesar das tentativas dos defensores do casamento gay de desacreditá-la. O arcebispo John J. Myers, de Newark, New Jersey, por exemplo, publicou ontem uma carta pastoral sobre a definição, a finalidade e a santidade do sacramento do matrimônio, usando os escritos de filósofos religiosos e laicos.

    Como chefe de uma das maiores dioceses dos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de católicos, Myers decidiu ajudar os fiéis a "formarem suas próprias ideias" sobre o sacramento do matrimônio.

    ZENIT o entrevistou.

    O que o levou a escrever uma carta pastoral sobre o casamento?

    Dom Myers: Eu trabalhei nisto durante um certo tempo, porque o casamento é um dos fundamentos de qualquer sociedade e é essencial para a Igreja. Na nossa sociedade, ele é desvalorizado de muitas maneiras, seja por algumas ações do governo, seja por pressões culturais e pelas preferências das pessoas. A minha preocupação é que as pessoas realmente vivam o mistério do sacramento do matrimônio, e que todos nós tenhamos a firmeza necessária para mantê-lo estável na sociedade e para criar os filhos adequadamente. Eu tinha em mente todas essas questões quando comecei a escrever a carta pastoral, faz vários meses.

    Qual é o estado do casamento nos Estados Unidos hoje?

    Dom Myers: Não precisa de percepção extra-sensorial para entender que o casamento está ameaçado e desvalorizado nos Estados Unidos. Embora existam muitos casamentos felizes, também existe muita gente que não se preocupa em se casar, e muitos divórcios e outras visões do casamento que o reduzem a uma simples relação sentimental entre os parceiros. Isso não corresponde à visão da Igreja sobre o casamento, como compromisso de um homem e de uma mulher numa relação estável e aberta aos filhos, na qual as crianças sejam educadas de forma adequada e tenham o apoio emocional e a ajuda que só uma união forte pode oferecer. Eu sei que isso é verdade para mim e para aqueles que conheceram a “boa vida de família” como uma das coisas mais importantes da sua trajetória.

    Na carta, o senhor afirma que "tanto filósofos religiosos quanto laicos reconheceram desde tempos antigos a existência do direito natural". O que leva os defensores do "casamento" de mesmo sexo a negar o direito natural, especialmente quando afirmam que as tendências homossexuais são genéticas?

    Dom Myers: Em primeiro lugar, eu não tenho a pretensão de conhecer todas as complexas causas que podem estar envolvidas na inclinação homossexual de uma pessoa. Eu sei que, no casamento, você entende que Deus criou a nós e o nosso mundo por uma razão precisa, e por isso se torna responsabilidade nossa usar os dons que Ele nos deu. Muitos daqueles que se colocam na posição oposta não admitem nem sequer a transcendência. Eles pensam que são o centro do seu universo moral particular e que podem definir o casamento ou qualquer outra coisa do jeito que quiserem. Este é um erro profundo, e os filósofos, de Platão a Aristóteles, de Cícero a São Tomás de Aquino, e mesmo Martin Luther King, destacaram que as leis da sociedade têm que estar de acordo com as leis da natureza, que são a ordem que Deus estabeleceu.

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    Mundo


    Entre liberdade e responsabilidade: uma sociedade de oportunidade e justiça
    Chancengerechte Gesellschaft: um documento da Conferência Episcopal Alemã que merece atenção

    Giovanni Patriarca

    ROMA, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Já se passou mais de um ano desde que a Comissão de Assuntos Sociais da Conferência Episcopal Alemã publicou um texto que trouxe muitos pontos de reflexão para a sociedade civil e contribuiu para avivar o debate sobre a Doutrina Social da Igreja.

    O documento, significativamente intitulado Chancengerechte Gesellschaft. Leitbild fuer eine Freiheitliche Ordnung (Sociedade justa nas oportunidades. Modelo para uma ordem de liberdade), não teve a devida publicidade nos demais países e passou quase despercebido.

    O texto merece ser conhecido ao menos por causa das passagens em que a pontual análise crítica da situação contemporânea conta com uma resposta baseada não apenas na exegese histórica aprofundada, mas também num compromisso positivo com a melhoria das relações comunitárias, sociais e econômicas.

    Se a liberdade é a “palavra fascinante” (Faszinationswort) da modernidade, não podemos interpretá-la erroneamente absolutizando-a ou privando-a de qualquer referência moral, porque a sua dinâmica progressiva se esgotaria sem a reflexividade para com o outro. Este aspecto é particularmente significativo em uma sociedade pluralista, que respeita e reconhece as muitas novas maneiras de interpretar a realidade. Sem dúvida, a "liberdade responsável" se torna o menor divisor comum para o desenvolvimento integral da personalidade e para o respeito pelas regras básicas da convivência civil.

    Esta responsabilidade se expressa em três níveis: responsabilidade pessoal, responsabilidade para com a comunidade e responsabilidade social. O princípio da solidariedade é exercido gradualmente tanto no respeito próprio quanto no posterior diálogo construtivo com a própria comunidade "restrita" e, depois, com o conjunto da sociedade. Esta passagem revela uma subsidiariedade ordenada e respeitosa dos vínculos estabelecidos com uma abertura às novas ou possíveis perspectivas diversas.

    No encontro propositivo entre subsidiariedade, responsabilidade e solidariedade, é oferecida, em primeiro lugar, uma série de oportunidades que o indivíduo-pessoa é chamado a captar através do trabalho diário, da partilha de tarefas e do respeito pelas regras.

    Uma sociedade aberta às oportunidades é uma comunidade projetada para o futuro, em que devem ser garantidos o melhoramento dos padrões educativos com medidas destinadas a remover os eventuais obstáculos à inclusão e à integração, o cumprimento de regras básicas nas relações de trabalho com a defesa do universo das novas competências e a garantia de projetos para a reabilitação e requalificação profissional dos desempregados, bem como uma atenção maior para as "perspectivas geracionais" em uma sociedade caracterizada por altos índices de envelhecimento e taxas muito baixas de natalidade.

    A estes aspectos acrescenta-se, ainda, a necessidade de fortalecer um tecido social integrado e aberto em um contexto de presença histórica migratória, em que as diferentes tradições culturais e religiosas são chamadas a conviver no respeito mútuo, na tolerância e na colaboração ativa.

    O documento, de 27 de junho de 2011, pode ser lido  no site da Conferência Episcopal Alemã (DBK), no endereço

    http://www.dbk.de/fileadmin/redaktion/diverse_downloads/presse/KO_034.pdf

    (Trad.ZENIT)

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    Entrevistas


    EUA: o casamento está ameaçado e desvalorizado (Parte 2)
    Arcebispo John Myers divulga carta pastoral sobre o casamento

    Junno Arocho

    ROMA, quinta-feira, 27 de setembro de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos a segunda parte da entrevista com dom John J. Myers, arcebispo de Newark, Nova Jersey, uma das maiores dioceses dos Estados Unidos. Myers fala de sua carta pastoral sobre a santidade e a definição do casamento e sobre a situação deste sacramento nos EUA.

    ZENIT:Na sua carta, o senhor afirma que o casamento é desvalorizado por vários fatores: pelo governo, por figuras proeminentes, mas especialmente pela mídia e pelo mundo do entretenimento. Há muitas publicações que tentam dar ao "casamento" entre pessoas do mesmo sexo uma luz positiva, e essas publicações exercem bastante influência na sociedade. Como arcebispo de Newark, como o senhor anuncia o evangelho neste ambiente difícil, em que as pessoas são tão condicionadas pela sociedade?

    Dom Myers: Nós, sacerdotes, somos chamados a anunciar a verdade em todas as ocasiões, oportuna ou “inoportunamente”. Assim, ajudamos as pessoas a preparar os seus filhos para o batismo e para o casamento, e, nas nossas escolas, em nossos programas de catequese, nos muitos apostolados, tentamos ser fiéis ao evangelho que Jesus Cristo confiou à Igreja. A minha arquidiocese se uniu às outras de Nova Jersey para se opor a qualquer ação que possa minar o casamento, e pretendemos continuar nesta rota. A minha carta pastoral parte do desejo de que as pessoas entendam, a partir da revelação da palavra de Deus, mas também simplesmente pelo entendimento da natureza humana e de um maior conhecimento de si mesmas, que é desta maneira que nós fomos feitos por Deus e que é nesta direção que Ele nos guia, esperando a nossa felicidade e a nossa estabilidade.

    ZENIT:Neste contexto da influência da sociedade, muitas pessoas argumentam que os "casamentos" homossexuais são comparáveis ​​ao movimento pelos direitos civis dos anos 60. Qual é o seu pensamento sobre isso?

    Dom Myers: Eu acho que é um absurdo. Ninguém tem um direito absoluto de exigir que um Estado ou qualquer outra pessoa viole a lei de Deus e da natureza. Lamento muito esta situação e discordo profundamente de quem diz isso. Falou-se muito de figuras públicas, de pessoas da mídia, celebridades, etc. Sem querer ser muito duro no meu julgamento, eu acho que não deveríamos dar tanta atenção a eles, que já são objeto de reportagens demais. A vida dessas pessoas é tão pública que elas chegam a acreditar que são o centro de um universo que elas podem determinar do jeito que quiserem, sem referências ao transcendente nem a Deus. Isso é um erro muito grave. É um absurdo pensar que as uniões homossexuais possam ser chamadas de casamento, em qualquer sentido da palavra. O casamento é a união entre homem e mulher, há séculos, em todas as culturas, e é um compromisso constante, aberto à vida. As uniões do mesmo sexo nunca poderão ser chamadas de casamento nem ser tratadas como tal, não importa qual é o status legal que elas consigam.

    ZENIT:O casamento se tornou um dos assuntos mais quentes das próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos. O que o senhor acha do clima político na América do Norte sobre esta questão?

    Dom Myers: As pessoas de um certo pensamento político seguem esta corrente na tentativa de conseguir mais votos, mas nem sequer estão convencidas do que estão fazendo. As pessoas pertencentes a outra corrente política, por sua vez, reconhecem que todos temos que aceitar a natureza do casamento como ela foi feita por Deus, porque este é o fundamento de uma sociedade forte e estável, em que as famílias podem florescer e as crianças podem crescer felizes.

    ZENIT:Muitos leitores de ZENIT acompanham de perto os assuntos relacionados com o matrimônio. O senhor tem alguma mensagem especial para eles?

    Dom Myers: A minha mensagem é de manter a rota, ouvir o convite de São Paulo a proclamar a verdade em todos os momentos, adequados e “inadequados”. Fazendo isso, mesmo com dificuldades e com o risco de ser injustamente chamados de "fanáticos", nós podemos permanecer fieis à palavra de Deus e à natureza humana.

    (Trad.ZENIT)

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    Análise


    Quatro Constituições Conciliares (Parte II)
    Mons. Vitaliano explica as quatro Constituições do Concílio Vaticano II

    CRATO, segunda-feira, 24 de setembro de 2012 (ZENIT.org) – Publicamos a seguir a segunda parte do artigo que Mons. Vitaliano escreveu na sexta-feira, sobre as quatro Constituições do Vaticano II. Para ler a primeira parte clique aqui (http://www.zenit.org/article-31359?l=portuguese)

    Constituição Dogmática sobre a Revelação: Dei Verbum, 18 de Novembro de 1965.

    Documento de fundamental importância para a compreensão da Palavra de Deus e da relação com o Magistério da Igreja. Deus tem falado aos homens. O Cristo, Palavra (Verbo) de Deus, por quem todas as coisas foram criadas, é a plenitude da Revelação. A Constituição mostra como na Sagrada Escritura se encontra a Palavra de Deus fixada por escrito sob a inspiração do Espírito Santo, enquanto que a Palavra de Deus, confiada por Cristo aos Apóstolos, é transmitida pela Tradição integralmente aos sucessores dos apóstolos. A Hierarquia tem a tarefa de interpretar autenticamente a Palavra de Deus. Este aspecto é analisado no segundo capítulo (n. 7-10). O problema que mais ocupou a Assembleia Conciliar foi exatamente o das fontes da Revelação: só a Sagrada Escritura ou também a Tradição (a interpretação da Igreja ao longo dos séculos). O texto estabeleceu que existem duas fontes da Revelação: a S. Escritura e a Tradição da Igreja. Alguns passos fundamentais: "Relação entre a Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura. A Sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, decorrente ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma só coisa e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto que foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a Sagrada Tradição, por sua vez transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos...  Disso resulta que a Igreja não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência (n. 9). Relação de uma e outra com a Igreja e com o Magistério eclesiástico.  A sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só depósito sagrado da palavra de Deus, confiado à Igreja...Porém, o encargo de interpretar autênticamente a palavra de Deus escrita ou contida na Tradição, foi confiado só ao magistério vivo da Igreja, cuja autoridade é exercida em nome de Jesus Cristo. Este magistério não está acima da palavra de Deus, mas sim ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido... É claro, portanto, que a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja, segundo o sapientíssimo desígnio de Deus, de tal maneira se unem e se associam que um sem o outro não se mantém, e todos juntos, cada um a seu modo, sob a ação do mesmo Espírito Santo, contribuem eficazmente para a salvação das almas”.  Finalmente, a Constituição enfatiza o papel fundamental que deve ter as Escrituras em toda a vida da Igreja.

    Constituição sobre a Igreja no mundo do nosso tempo: Gaudium et Spes, 7 de Dezembro de 1965.

    Esta Constituição está formada por uma primeira parte sobre a vocação do homem, e por uma segunda sobre alguns problemas mais urgentes. Uma introdução descreve primeiramente a condição do mundo de hoje, com as suas profundas transformações, as suas esperanças e os seus medos. A Igreja quer captar tudo o que seja sinal da presença e da vontade de Deus nos acontecimentos, nas exigências e aspirações dos homens. A primeira parte responde a algumas perguntas: o que a Igreja acha da dignidade do homem, o que se deve recomendar para a edificação da sociedade moderna, qual é o significado último da atividade humana. Finalmente, no último capítulo discute o papel que a Igreja quer desempenhar no mundo contemporâneo.

    A segunda parte estuda sucessivamente a dignidade do matrimônio e da família, a promoção da cultura, da vida econômica e social, a vida da comunidade política, e por fim a paz e a promoção da comunidade das nações.

    A Igreja em tudo isso, ainda que consciente de suas limitações, propõe-se a esta finalidade: ajudar com a sua luz onde for possível; ajudar com a sua esperança; a sua mão na mão dos homens, abertamente, para salvar o homem.

    * Mons. Vitaliano Mattioli, nasceu em Roma em 1938, realizou estudos clássicos, filosóficos e jurídicos. Foi professor na Universidade Urbaniana e na Escola Clássica Apollinaire de Roma e Redator da revista "Palestra del Clero". Atualmente é missionário Fidei Donum na diocese de Crato, no Brasil.

    [Trad. TS]

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    Angelus


    "Deus pode realizar coisas boas e até prodigiosas mesmo fora de seu círculo"
    Palavras de Bento XVI ao recitar o Angelus

    CASTEL GANDOLFO, 30 de setembro de 2012(ZENIT.org) – Apresentamos as palavras de Bento XVI dirigidas aos fiéis e peregrinos reunidosem Castel Gandolfopor ocasião da tradicional oração mariana do Angelus.

    Queridos irmãos e irmãs!

    O Evangelho deste domingo apresenta um daqueles episódios da vida de Cristo, que, apesar de ser considerado, por assim dizer, en passant, contêm um profundo significado (cf. Mc 9,38-41). É o fato de que um tal, que não era sequaz de Jesus, havia expulsado demônios em seu nome. O apóstolo João, jovem e zeloso, queria impedir-lo, mas Jesus não o permite, pelo contrário, aproveita a oportunidade para ensinar a seus discípulos que Deus pode realizar coisas boas e até prodigiosas mesmo fora de seu círculo, e que é possível cooperar com a causa do Reino de Deus de várias maneiras, até mesmo oferecendo um copo de água a um missionário (v. 41).

    Santo Agostinho escreve a respeito: ​​"Assim como na Católica – ou seja, na Igreja – é possível encontrar algo não católico, assim também fora da Igreja Católica pode haver algo de católico" (Agostinho, Sobre o batismo contra os donatistas: PL 43, VII, 39 , 77). Portanto, os membros da Igreja não devem sentir ciúme, mas sentir alegria se alguém fora da comunidade faz o bem em nome de Cristo, desde que seja feito com retidão de intenção e com respeito. Inclusive dentro da própria Igreja, pode existir, às vezes, dificuldade de valorizar e apreciar, em espírito de comunhão profunda, as coisas boas feitas por várias realidades eclesiais. Em vez disso, devemos ser sempre capazes de nos apreciar e nos estimar mutuamente, louvando ao Senhor pela infinita ‘fantasia’ com a qual atua na Igreja e no mundo.

    Na liturgia de hoje ressoa também o ataque do apóstolo Tiago contra os ricos desonestos, que põem sua confiança nas riquezas acumuladas pela força da opressão (cf. Tiago 5,1-6). A este respeito, Cesário de Arles, afirma em discurso: "A riqueza não pode fazer mal a um homem bom, porque a doa com misericórdia, assim como não pode ajudar um homem mau, enquanto a conserva com avidez ou a desperdiça na dissipação "(Sermão 35, 4). As palavras do apóstolo Tiago, enquanto nos advertem da inútil busca por bens materiais, constituem um poderoso chamado a usá-los na perspectiva da solidariedade e do bem comum, agindo sempre com justiça e moralidade, em todos os níveis.

    Caros amigos, por intercessão da Bem-Aventurada Virgem Maria, rezemos para que saibamos alegrarmo-nos por cada gesto e iniciativa de bem, sem inveja ou ciúme, e usar sabiamente os bens terrenos na busca contínua dos bens eternos.

    (Apelo)

    Acompanho  com afeto e preocupação as vicissitudes da população do Leste da Republica Democrática do Congo, objeto, nestes dias, de atenção também da parte duma reunião de alto nível nas Nações Unidas. Estou particularmente próximo dos refugiados, das mulheres e crianças, que por causa de persistentes confrontos armados são submetidos a sofrimentos, violências e profundo mal-estar. Invoco Deus, a fim de que se encontrem vias pacíficas de diálogo e de proteção de tantos inocentes e a fim de que a paz retorne logo, fundada na justiça, e seja retomada a convivência fraterna daquela população tão provada, assim como em toda aquela Região.

    (Trad.:MEM)

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    Audiência de quarta-feira


    Vivemos bem a liturgia somente se permanecemos em atitude de oração
    Catequese de Bento XVI na Audiência Geral de quarta- feira

    CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 26 de setembro de 2012(ZENIT.org)- Apresentamos a catequese de Bento XVI durante Audiência Geral desta quarta-feira(26) dirigida aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

    Nestes meses fizemos um caminho à luz da Palavra de Deus, para aprender a rezar de modo sempre mais autêntico, olhando para algumas grandes figuras do Antigo Testamento, dos Salmos, das Cartas de São Paulo e do Apocalipse, mas sobretudo, olhando para a experiência única e fundamental de Jesus, no seu relacionamento com o Pai celeste. Na verdade, somente em Cristo o homem se torna capaz de unir-se a Deus com a profundidade e a intimidade de um filho no confronto de um pai que o ama, somente  Nele podemos nos voltar com toda a verdade a Deus chamando-O afetuosamente “Abbá, Pai”. Como os Apóstolos, também nós repetimos nestas semanas e repetimos a Jesus hoje: “Senhor, ensinai-nos a rezar” (Lc 11,1).

    Além disso, para aprender a viver ainda mais intensamente a relação pessoal com Deus, aprendemos a invocar o Espírito Santo, primeiro dom do Ressuscitado aos que crêem, porque é Ele que “vem em auxílio à nossa fraqueza: nós não sabemos como rezar de modo conveniente” (Rm 8,26), diz São Paulo, e nós sabemos como ele tem razão.

    A esse ponto, depois de uma longa série de catequeses sobre oração na Escritura, podemos nos perguntar: como posso eu deixar-me formar pelo Espírito Santo e assim tornar-me capaz de entrar na atmosfera de Deus, de rezar com Deus? Qual é esta escola na qual Ele me ensina a rezar, vem em auxílio ao meu esforço de dirigir-me de modo justo a Deus? A primeira escola para a oração – como vimos nestas semanas – é a Palavra de Deus, a Sagrada Escritura. A Sagrada Escritura é um permanente diálogo entre Deus e o homem, um diálogo progressivo no qual Deus se mostra sempre mais próximo, no qual podemos conhecer sempre melhor a sua face, a sua voz, o seu ser; e o homem aprende a aceitar o conhecer a Deus, a falar com Deus. Então, nestas semanas, lendo a Sagrada Escritura, buscamos, da Escritura, deste diálogo permanente, aprender como podemos entrar em contato com Deus.

    Há ainda um outro precioso “espaço”, uma outra preciosa “fonte” para crescer na oração, uma fonte de água viva em estreitíssima relação com a anterior. Refiro-me à liturgia, que é um âmbito privilegiado no qual Deus fala a cada nós, aqui e agora, e espera a nossa resposta.

    O que é a liturgia? Se abrirmos o Catecismo da Igreja Católica – subsídio sempre precioso, direi indispensável – podemos ler que originalmente a palavra “liturgia” significa “serviço da parte do povo e em favor do povo” (n. 1069). Se a teologia cristã tomou esta palavra do mundo grego, o fez obviamente pensando no novo Povo de Deus nascido de Cristo que abriu os seus braços na Cruz para unir os homens na paz do único Deus. “Serviço em favor do povo”, um povo que não existe por si só, mas que se formou graças ao Mistério Pascal de Jesus Cristo. De fato, o Povo de Deus não existe por laços de sangue, de território, de nação, mas nasce sempre da obra do Filho de Deus e da comunhão com o Pai que Ele nos concede.

    O Catecismo indica também que “na tradição cristã (a palavra “liturgia”) quer dizer que o Povo de Deus participa da obra de Deus” (n. 1069), porque o povo de Deus como tal existe somente por obra de Deus.

    Isso nos recordou o próprio desenvolvimento do Concílio Vaticano II, que iniciou seus trabalhos, cinquenta anos atrás, com a discussão do esquema sobre a sagrada liturgia, solenemente aprovado em 4 de dezembro de 1963, o primeiro texto aprovado pelo Concílio. Que o documento sobre a liturgia fosse o primeiro resultado da assembleia conciliar, talvez tenha sido considerado por alguns um acaso. Entre tantos projetos, o texto sobre a sagrada liturgia parecia ser aquele menos controverso, e, por isso mesmo, capaz de constituir uma espécie de exercício para aprender a metodologia do trabalho conciliar. Mas sem dúvida alguma, o que à primeira vista pode parecer um acaso, demonstrou-se como a escolha mais certa, também a partir da hierarquia dos temas e das tarefas mais importantes da Igreja. Iniciando, de fato, com o tema da “liturgia” o Concílio trouxe à luz de modo muito claro o primado de Deus, a sua prioridade absoluta. Antes de tudo Deus: por isso mesmo nos diz a escolha conciliar de partir da liturgia. Onde o olhar sobre Deus não é determinante, todas as outras coisas perdem a sua orientação. O critério fundamental para a liturgia é a sua orientação para Deus, para poder assim participar de sua própria obra.

    Mas podemos nos questionar: qual é esta obra de Deus à qual somos chamados a participar? A resposta que nos oferece a Constituição conciliar sobre a sagrada liturgia é aparentemente dupla. O número 5 nos indica, de fato, que a obra de Deus são as suas ações históricas que nos levam à salvação, culminada na Morte e Ressurreição de Jesus Cristo; mas no número7 aprópria Constituição define a própria celebração da liturgia como “obra de Cristo”. Na verdade, esses dois significados são inseparavelmente ligados. Se nos perguntarmos quem salva o mundo e o homem, a única resposta é: Jesus de Nazaré, Senhor e Cristo, crucificado e ressuscitado. E onde se torna atual para nós, para mim hoje o Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo, que traz a salvação? A resposta é: na ação de Cristo através da Igreja, na liturgia, em particular no Sacramento da Eucaristia, que torna presente a oferta do sacrifício do Filho de Deus, que nos redimiu; no Sacramento da Reconciliação, no qual se passa da morte do pecado à vida nova; e nos outros sacramentos que nos santificam (cfr Presbyterorum ordinis, 5). Assim, o Mistério Pascal da Morte e Ressurreição de Cristo é o centro da teologia litúrgica do Concílio.

    Façamos outro passo adiante e perguntemo-nos: de que modo se torna possível esta atualização do Mistério Pascal de Cristo? O beato Papa João Paulo II, 25 anos após a Constituição Sacrosanctum Concilium, escreveu: “Para atualizar o seu Mistério Pascal, Cristo está sempre presente na sua Igreja, sobretudo nas ações litúrgicas. A liturgia é, por consequência, o lugar privilegiado do encontro dos cristãos com Deus e com aquele que Ele enviou, Jesus Cristo (cfr Gv 17,3)” (Vicesimus quintus annus, n. 7). Nessa mesma linha, lemos no Catecismo da Igreja Católica assim: “Cada celebração sacramental é um encontro dos filhos de Deus com o seu Pai, em Cristo e no Espírito Santo, e tal encontro se apresenta como um diálogo, através de ações e palavras” (n. 1153). Portanto, a primeira exigência para uma boa celebração litúrgica é que seja oração, diálogo com Deus, antes de tudo escuta e então resposta. São Bento, em sua “Regra”, falando da oração dos Salmos, indica aos monges: mens concordet voci, “que a mente concorde com a voz”. O Santo ensina que na oração dos Salmos as palavras devem preceder a nossa mente. Geralmente não acontece assim, primeiro devemos pensar e depois de ter pensado, se converte em palavra.

    Mas aqui, na liturgia, é o inverso, a palavra precede. Deus nos deu a palavra e a sagrada liturgia nos oferece as palavras; devemos entrar no interior das palavras, nos seus significados, acolhê-las em nós, colocar-nos em sintonia com estas palavras; assim nos tornamos filhos de Deus, semelhantes a Deus. Como recorda o Sacrosanctum Concilium, para garantir a plena eficácia da celebração “é necessário que os fiéis se aproximem da sagrada liturgia com reta disposição de espírito, colocando o próprio espírito em consonância com a própria voz e cooperar com a graça divina para não recebê-la em vão” (n. 11). Elemento fundamental, primordial, do diálogo com Deus na liturgia, é a concordância entre o que dizemos com os lábios e o que trazemos no coração. Entrando nas palavras da grande história da oração nós mesmos seremos conformes ao espírito destas palavras e nos tornamos capazes de falar com Deus.

    Nesta linha, gostaria apenas de mencionar um momento que, durante a própria liturgia, nos chama e nos ajuda a encontrar tal concordância, este conformar-se ao que escutamos, dizemos e fazemos na celebração da liturgia. Refiro-me ao convite que faz o Celebrante antes da Oração Eucarística: “Sursum corda”, elevamos nossos corações fora do emaranhado de nossas preocupações, de nossos desejos, de nossas angústias, de nossas distrações. O nosso coração, o íntimo de nós mesmos, deve abrir-se docilmente à Palavra de Deus e recolher-se na oração da Igreja, para receber sua orientação em direção a Deus pelas próprias palavras que escuta e diz. O olhar do coração deve dirigir-se ao Senhor, que está no meio de nós: é uma disposição fundamental.

    Quando vivemos a liturgia com esta atitude de fundo, o nosso coração é como retirado da força da gravidade, que o atrai para baixo, e eleva-se interiormente em direção ao alto, em direção a verdade, ao amor, em direção a Deus. Como recorda o Catecismo da Igreja Católica: “A missão de Cristo e do Espírito Santo que, na Liturgia sacramental da Igreja, anuncia, atualiza e comunica o Mistério da salvação, prossegue no coração que reza. Os Pais da vida espiritual às vezes comparam o coração a um altar” (n. 2655): altare Dei est cor nostrum.

    Caros amigos, celebramos e vivemos bem a liturgia somente se permanecemos em atitude de oração, não se queremos “fazer qualquer coisa”, para nos fazer ver ou agir, mas se voltamos o nosso coração a Deus e estamos em atitude de oração nos unindo ao Mistério de Cristo e ao seu diálogo de Filho com o Pai. O próprio Deus nos ensina a rezar, afirma São Paulo (cfr Rm 8,26). Ele mesmo nos deu as palavras adequadas para nos dirigirmos a Ele, palavras que encontramos no Livro dos Salmos, nas grandes orações da sagrada liturgia e na própria Celebração eucarística. Rezemos ao Senhor para sermos cada dia mais conscientes do fato de que a Liturgia é ação de Deus e do homem; oração que vem do Espírito Santo e de nós, inteiramente voltada ao Pai, em união com o Filho de Deus feito homem (cfr Catecismo da Igreja Católica, n. 2564). Obrigado.

    Ao final, o  Santo Padre dirigiu a seguinte saudação em português:

    Queridos peregrinos de língua portuguesa, a todos vós dirijo uma calorosa saudação! Particularmente, saúdo os membros da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém e todos os grupos vindos do Brasil. Tende por centro da vossa vida de oração a liturgia, que vos une ao Mistério de Cristo e ao Seu diálogo com o Pai, procurando que concordem as palavras de vossos lábios com os sentimentos do coração. E que desça sobre vós as bênçãos de Deus.

    (Trad.MEM)

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    “Se não fosse a Santa Comunhão, eu estaria caindo continuamente. A única coisa que me sustenta é a Santa Comunhão. Dela tiro forças, nela está o meu vigor. Tenho medo da vida, nos dias em que não recebo a Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus, oculto na Hóstia, é tudo para mim. Do Sacrário tiro força, vigor, coragem e luz. Aí busco alívio nos momentos de aflição. Eu não saberia dar glória a Deus, se não tivesse a Eucaristia no meu coração.”



    (Diário de Santa Faustina, n. 1037)

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