quarta-feira, 10 de outubro de 2012

ADHT: Defesa Hetero

ADHT: Defesa Hetero


Sobre Paul Serieux também não encontramos nenhuma palavrinha no site do Conselho Federal de Psicologia. Então, vamos aqui com um longo trecho de um artigo, “A interpretação delirante e a mente revolucionária”

Posted: 10 Oct 2012 02:43 PM PDT

 

ADHT: o artigo nos fornece explicações sobre um tipo de delírio. É uma análise de comportamentos de grupos de pessoas que possuem "visões de mundo". Deliciem-se. Reconhecerão este comportamento, quase com certeza, em algumas pessoas e grupos, entidades, políticos, etc, etc, etc.

NEOATEISMO, UM DELÍRIO

Trecho, íntegra aqui.

A interpretação delirante

Logo de primeira acabei conhecendo a interpretação delirante ao estudar a mentalidade revolucionária, portanto os créditos para ambos os conhecimentos vêm de Olavo de Carvalho, que tem teorizado a respeito desta última. O caso é que para que Olavo teorizasse a respeito da mentalidade revolucionária, ele precisou tratar também da síndrome que a origina, que é a interpretação delirante, que foi descrita originalmente pelo psiquiatra francês Paul Sérieux em 1909, no livro "Les Folies Raisonnantes. Le Délire d'Interprétation".

É importante não confundir a interpretação delirante com a alucinação em si, pois vejam como Sérieux a descreve:

Enquanto em geral as psicoses demenciais sistematizadas repousam sobre perturbações sensoriais predominantes e quase permanentes, todos os casos que aqui reunimos são, quase que exclusivamente, baseados em interpretações delirantes; as alucinações, sempre episódicas quando existem, não desempenham neles papel quase nenhum [...] A 'interpretação delirante' é um raciocínio falso que tem por ponto de partida uma sensação real, um fato exato, o qual, em virtude de associações de idéias ligadas às tendências, à afetividade, assume, com a ajuda de induções e deduções erradas, uma significação pessoal para o doente… A interpretação delirante distingue-se da alucinação e da ilusão, que são perturbações sensoriais. Difere também da idéia delirante, concepção imaginária, inventada ponto por ponto, não deduzida de um fato observado.

Já nessa introdução, ficou claro que autor já exibe a distinção entre interpretação delirante da mera interpretação falsa, que seria o erro vulgar. Aqui estão as razões apontadas pelo autor:

  • (1) "O erro é, no mais das vezes, retificável; a interpretação delirante, incorrigível."
  • (2) "O erro permanece isolado, circunscrito; a interpretação delirante tende à difusão, à irradiação, ela se associa a idéias análogas e se organiza em sistema."

Vou dar alguns exemplos de como funciona o que foi abordado acima.

Imagine que você, ao andar pelo campo, de madrugada, encontre um lençol preso ao varal esvoaçante e o atribua a um um espírito ou fantasma. Isso é um exemplo básico de "erro" de percepção, ou até uma variante simplória da alucinação. Seja lá como for, se alguém demonstrar que o que havia ali era apenas um lençol, a pessoa então deverá descartar a hipótese de que ali havia um espírito, pois os fatos não comprovaram a teoria (do espírito).

Essa é a diferença fundamental para que possamos prosseguir. Não podemos confundir a interpretação delirante com alucinações e ilusões.

Da mesma forma, não podemos confundir a interpretação delirante com a idéia delirante. Um exemplo de idéia delirante seria a situação em que um sujeito começa a suspeitar de que seu sócio o estaria enganando, sem nenhum indício ou motivo para isso, e cria em sua mente uma história e até eventos que dessem uma explicação para o caso de fraude. Mas de onde ele tirou esse caso? Somente de sua mente. Isso é um caso de idéia delirante, mas não interpretação delirante.

Não se deve confundir também com a fantasia deliberada. Por exemplo, imaginemos um casal que tem uma fantasia sexual, na qual ele é um advogado que gosta de se vestir de marinheiro durante a relação sexual. Obviamente que ele e ela sabem que ele não é um marinheiro, mas esta é uma crença temporária aceita apenas por curtição. Após a relação sexual, o casal saberá que ele não era um marinheiro. Isto é uma fantasia, deliberada, e não uma interpretação delirante.

Vejamos então o que não é interpretação delirante:

  • (a) Uma alucinação
  • (b) Uma ilusão (no sentido de uma miragem)
  • (c) Uma fantasia deliberada
  • (d) Uma idéia completamente falsa criada a partir da pura imaginação.

Se então definimos o que NÃO É interpretação delirante, vamos então nos atentar ao que é.

Uma forma de explicar a interpretação delirante de um jeito mais simples pode ser: "A atitude formal de alguém que, ao identificar fatos que não se adequam às suas teorias, define que o problema está com os fatos, e não com a teoria".

O termo "teoria" que uso aqui não é simplesmente na acepção de uma teoria científica, mas qualquer modelo explicativo que alguém faça para a realidade. Obviamente tal modelo pode ser adaptado de uma teoria científica (ou pseudo-científica), ou uma teoria qualquer, ou simplesmente uma explicação popular. O importante, para qualificar isso como interpretação delirante, é que esta pessoa, mesmo com informações para identificar que a sua teoria não é mais válida, prossiga distorcendo ou ignorando os fatos para continuar a aceitá-la. Enfim, a paixão pela idéia, explicação ou teoria é o que vale, e não os fatos. A não ser que os fatos comprovem a teoria. Nesse caso, o adepto da interpretação delirante, faz o aceite seletivo de fatos.

Um exemplo evidente disso é o comportamento dos petralhas em relação às denúncias do Mensalão. O petralha conhece os fatos que mostram que o Lula poderia ser até objeto de impeachment, mas ele ainda assim vilaniza aqueles que noticiam o mensalão, e até inocenta o Lula. Ou seja, para ele o que vale é a teoria de que o Lula é um mito, o representante do "povo", portanto ausente de defeitos morais, e não os fatos. Enfim, interpretação delirante.

A coisa fica bem fácil de identificar, inclusive, na variação dos cristãos self-service que é o cristão manso. Um cristão manso diz que "sempre se deve dar a outra face", e acredita nisso de forma literal e da forma mais ingênua possível. Logo, em algumas comunidades, nota-se este tipo de cristão (que, como já dito, não representa o cristianismo, mas apenas uma parte deles) acha linda a idéia de que "a mansidão" é uma das coisas mais belas a serem demonstradas. Aí tornam-se vulneráveis. Eis que você lança na frente dele alguns desafios, e ele se irrita, e revida. Ué, mas aí a mansidão não vale? Só vale em alguns momentos? É claro que em muitos casos eles até ignoram esse tipo de questionamento, pois isso são fatos que derrubam sua teoria. E, como já dito, para eles os fatos devem ser ignorados.

Claro que eu preciso tratar de exemplos de neo ateus, e nesse caso eu poderia escrever um livro somente com exemplos do delírio de interpretação que os acomete. Vamos, portanto, avaliar somente alguns.

Um neo ateu pode dizer que a ciência abrange toda a realidade. Obviamente, que basta você demonstrar a ele que isso não é verdade, e que temos já de cara como falsear essa alegação apenas com um dentre vários exemplos possíveis, no caso a metafísica. Mostramos a ele que as definições científicas não afirmam que a ciência abrange toda a realidade. Uma resposta dele pode ser: "ah, mas um dia talvez poderá". Quer dizer, ele cria uma esperança na mente dele, e a divulga como se fosse fato, pois ele já está na fase de ignorar os fatos, pois o que importa para ele é a crença de que "ciência abrange toda a realidade". Recentemente, neste blog, um comentarista neo ateu disse o seguinte: "A metafísica estuda outra realidade. Uma realidade maior.". É claro que eu tive que lhe perguntar: "Seria então a realidade da ciência uma realidade menor?". É claro que ele buscava truques linguísticos para que a sua crença de que "a ciência abrange toda a realidade" fosse mantida em sua mente. Mais um exemplo de que os fatos são ignorados em prol da idéia na qual ele acredita. E, lembrando da observação do Dr. Seriéux, é possível que expliquemos 100 a 200 vezes para ele a diferença entre "realidade observável e tangível" de "realidade em si" que ele continuará mantendo sua crença. Ela é, neste caso, mais um exemplo da interpretação delirante.

Outro exemplo é quando um neo ateu diz que a religião é a causa principal de genocídios ou coisas do tipo. Eis então que mostramos a ele os genocídios na Rússia e na China, que, em números, são praticamente os campeões da era moderna. Ele recebe a informação, mas diz que o ateísmo com certeza é inocente disso, e que, se os crimes ocorreram, foi em nome de qualquer outra coisa menos ateísmo. Mas como, se mostramos a ele que a base do discurso comunista era sustentada pelo discurso ateísta? É claro que o neo ateu ignorará o fato de que, assim como o teísmo, o ateísmo também foi usado por retóricos mal intencionados para cometer crimes. A teoria de que ele tem de que religião é causa PRINCIPAL de genocídios não funcionaria mais. O que ele pode fazer, então? Um truque de mágica que os vi cometendo é dizer que, se havia a luta contra a religião, e a negação da religião, então isso seria feito de maneira dedicada, e, portanto, seria um tipo de religião. Acreditem se quiser, já vi esse tipo de truque retórico várias vezes. Como se vê, ele ignora os fatos e acredita em qualquer maquiagem e edição de fatos que os gurus fornecem a ele. A idéia na qual ele crê é mantida, os fatos são ignorados. Mais uma vez: interpretação delirante.

O curioso de tudo isso é que ao debatermos com pessoas assim, não estamos trocando mais informação, pois a informação não importa para quem possui uma mente acometida de delírios de interpretação. Qualquer fato que você mostre, contradizendo as teorias na qual ele acredita, serão sumariamente ignorados ou distorcidos.

É por isso que, quando discuto com neo ateus, assumo o paradigma do desmascaramento e não da discussão no mesmo nível em que discutimos com um amigo receptivo. O importante passa a ser o público, pois este pode até considerar a informação. É obvio que se dentre o público existir alguém de mentalidade revolucionária, este poderá sumariamente ignorar qualquer informação que negue suas teorias.

Usando uma abordagem mais técnica, a interpretação delirante constitui uma entidade psicopatológica autônoma, uma psicose delirante crônica, sistematizada, de caráter não alucinatório (agradeço à fonte do siteAdversus Hæreses, que também listou os itens imediatamente abaixo citados). Ela é caracterizada por:

  • 1) Multiplicidade e organização de interpretações delirantes
  • 2) Ausência ou penúria de alucinações (contingentes)
  • 3) Persistência da lucidez e da atividade psíquica
  • 4) Evolução através da extensão progressiva das interpretações
  • 5) Incurabilidade, sem demência terminal.

Se até agora é evidente que podemos identificar a interpretação delirante, não é difícil notar que grande parte do trabalho de alguém que refute as idéias do neo ateísmo poderia se basear em identificar se há erros, fraudes, distorções, falácias e estratégias erísticas em ocorrência no discurso de autores como Dawkins, Hitchens, Dennett e Harris, ou até nos textos de seus leitores (que podem segui-los letra por letra), identificar os fatos que mostram que o que existe neles é realmente só um delírio e depois disso expor ao público. Mas não expor a eles, pois os fatos para o doente já não tem nenhuma importância, a não ser os fatos que confirmem a idéia.

Se já sabemos então o que é uma interpretação delirante, precisamos a partir de agora entender a mentalidade revolucionária.

A mentalidade revolucionária, por Olavo de Carvalho

Para facilitar a compreensão do que abordaremos aqui, vamos a uma forma de identificar a mentalidade revolucionária.

Antes vimos que a interpretação delirante é a "crença em uma ou mais idéias que não são confirmadas pelos fatos, mas que são aceitas com tal fervor que todo e qualquer fato que negue a idéia será ignorado ou manipulado, de forma que a idéia continue sendo aceita pelo indivíduo".

Vamos então a 3 elementos que, segundo Olavo de Carvalho, definem a mentalidade revolucionária. O primeiro seria a inversão da percepção de tempo. Segundo Olavo:

As pessoas normais consideram que o passado é algo imutável e que o futuro é algo de contingente ― "o passado está enterrado e o futuro a Deus pertence", diz o senso-comum. A mente revolucionária não raciocina desta forma: para ela, o futuro utópico é um objectivo que será inexoravelmente atingido ― o futuro utópico é uma certeza; não pode ser mudado. Por outro lado, a mente revolucionária considera que o passado pode ser mudado (e ferozmente denunciado!) através da reinterpretação da História por via do desconstrucionismo ideológico (Nietzsche → Gramsci → Heidegger → Sartre → Foucault → Derrida → Habermas). Em suma: o futuro é uma certeza, e o passado uma contingência ― isto é, o reviralho total.

Isso, aliás, explica exatamente como funcionam os processos psicológicos de Christopher Hitchens quando ele resolve denunciar a religião por "crimes do passado". Já mostrei como funciona esse estratagema aqui, e é importante ressaltar que  Dawkins e Harris também recorrem à essa técnica constantemente. Para eles não importam os fatos do passado, mas sim o futuro utópico imaginado, de paz, graças ao ateísmo, e portanto o passado tem que ser denunciado por causa da religião. Para eles não importa maquiar as informações sobre a Inquisição, exagerando nos números e alterando dados. A regra é básica. O futuro utópico, de um mundo de justiça e paz, por causa do ateísmo, não pode ser mudado, esse é um axioma deste tipo de mente. Mas o passado terá que ser associado à religião, e por causa disso duramente criticado. Desconstrucionismo ideológico, conforme citado por Olavo, e historicismo absoluto serão as ferramentas para realizar esse tipo de manipulação.

Entretanto, nenhum exempo é mais gritante do que o de Daniel Dennett. Ele vive em um mundo, que, como sabemos, é em sua maioria religiosa. Ele cria uma idéia na qual todos os religiosos tivessem que se apresentar para um comitê de ateus, para que estes definam qual a melhor religião a ser utilizada, ou até decidam abolir o uso da religião. Em suma, ele já visualiza um futuro no qual a maioria é ateísta (ou ecumênica, ou  nova era, ou qualquer coisa neste sentido), e estes julgarão os religiosos e dirão no que eles devem acreditar. Quer dizer, ele visualiza o mundo futuro utópico dele, e já age como se esse mundo existisse.

O segundo elemento é a inversão da moral, que assim é explicado por Olavo:

Em função da crença num futuro utópico dado como certo e determinado, em direção ao qual a sociedade caminha sem qualquer possibilidade de desvio, a mente revolucionária acredita que esse futuro utópico inexorável é isento de "mal" ― esse futuro será perfeito, isento de erros humanos. Por isso, em função desse futuro utópico certo e dado como adquirido, todos os meios utilizados para atingir a inexorabilidade desse futuro estão, à partida, justificados. Trata-se de uma moral teleológica: os fins justificam todos os meios possíveis.

Mais uma vez, isso é facilmente observável na campanha neo ateísta. Notem, por exemplo, como John Hartung promete um mundo de maravilhas, e diz que devemos tomar cuidado com a religião para não impedir a chegada à esse mundo. Ora, qualquer iniciativa em direção a essa utopia é, para esse tipo de mentalidade, completamente isenta de "mal". A partir daí, todos os meios utilizados para atingir esse futuro já estão justificados. Temos aqui, portanto, uma explicação para o fato de que, dentre os que assumiram o paradigma neo ateísta, não há nenhum senso de crítica em relação a qualquer atitude que eles defendem, e todas já são consideradas moralmente aceitáveis. Richard Dawkins diz que os pais não devem ter mais o direito de ensinar seus valores aos filhos. Qual é o nível de aceitação dessa idéia perante os neo ateus? Praticamente absoluto, pois todos os meios para atingir o tal futuro inexorável são válidos. Sam Harris sugere a aniquilação de países para eliminar algumas religiões. Claro que isso é considerado não só justificável como moralmente impecável por grande parte dos neo ateus. Todos esses comportamentos são plenamente explicados por essa abordagem de Olavo de Carvalho.

Para concluir, o terceiro elemento é a inversão do sujeito-objeto, como segue:

A culpa dos atos de horror causados pela mente revolucionária é sempre das vítimas, porque estas não compreenderam as noções revolucionárias que levariam ao inexorável futuro perfeito e destituído de qualquer "mal". As vítimas da mente revolucionária não foram assassinadas: antes suicidaram-se, e a ação da mente revolucionária é a que obedece sem remissão a uma verdade dialética imbuída de uma certeza científica que clama pela necessidade desse futuro sem "mal" ― portanto, a ação da mente revolucionária é impessoal, isenta de culpa ou de quaisquer responsabilidades morais ou legais nos actos criminosos que comete. Segundo a mente revolucionária, as pessoas assassinadas por Che Guevara ou por Hitler, foram elas próprias as culpadas da sua morte (suicidaram-se), por se terem recusado a compreender a inexorabilidade do futuro sem "mal" de que os revolucionários seriam simples executores providenciais.

E como vemos esse exemplo em neo ateus? O neo ateísmo já foi criticado por muitos, inclusive alguns ateus, por seu radicalismo. O fato é que os neo ateus não assumem nenhuma crítica e não aceitam ser culpados de absolutamente nada, pois consideram que a sua existência é CULPA da religião, que segundo eles causa males à sociedade. Vários neo ateus, defensores portanto da campanha neo ateísta, dizem que todos os seus atos estão a priori isentos de mal, e a culpa é dos religiosos. Daniel Dennett usa este recurso, ao sugerir que os crimes de religiosos sejam punidos de forma mais grave do que os não-religiosos. E ele age como se isso fosse moralmente aceitável, pois qualquer atitude sua, independente do grau de preconceito, até criminoso, é isenta de culpa, pois a culpa é somente dos religiosos.

É exatamente assim que funciona esse tipo de mente, de forma que é uma explicação muito sólida associarmos a mentalidade revolucionária ao neo ateísmo. Na verdade, podemos associar a mentalidade revolucionária principalmente ao marxismo, e como veremos a frente o neo ateísmo é apenas o carro-chefe dentre as sub-ideologias do marxismo (*). O importante é notar que o neo ateísmo, por sua associação e origem comportamental diretamente derivada do marxismo, assumiu todos os paradigmas típicos da mentidade revolucionária. Se você quiser saber como moralmente um marxista é, basta entender como é moralmente um neo ateísta. E vice-versa.

Lembremos que os três elementos acima ainda não dão a definição da mentalidade revolucionária. Eis então que ela segue, diretamente a partir de Olavo:

"Mentalidade revolucionária" é o estado de espírito, permanente ou transitório, no qual um indivíduo ou grupo se crê habilitado a remoldar o conjunto da sociedade – senão a natureza humana em geral – por meio da ação política; e acredita que, como agente ou portador de um futuro melhor, está acima de todo julgamento pela humanidade presente ou passada, só tendo satisfações a prestar ao "tribunal da História". Mas o tribunal da História é, por definição, a própria sociedade futura que esse indivíduo ou grupo diz representar no presente; e, como essa sociedade não pode testemunhar ou julgar senão através desse seu mesmo representante, é claro que este se torna assim não apenas o único juiz soberano de seus próprios atos, mas o juiz de toda a humanidade, passada, presente ou futura. Habilitado a acusar e condenar todas as leis, instituições, crenças, valores, costumes, ações e obras de todas as épocas sem poder ser por sua vez julgado por nenhuma delas, ele está tão acima da humanidade histórica que não é inexato chamá-lo de Super-Homem. Autoglorificação do Super-Homem, a mentalidade revolucionária é totalitária e genocida em si, independentemente dos conteúdos ideológicos de que se preencha em diferentes circunstâncias e ocasiões.

Se alguns poderiam questionar o fato de que o neo ateísmo é "totalitário e genocida em si", que antes repensem um pouco do que já foi dito até aqui:

  • (a) a idéia de Richard Dawkins de retirar o direito dos pais educarem os filhos é totalitária
  • (b) assim como a idéia de Daniel Dennett, de ter comitês para definirem qual a melhor religião, e sugerir intervenção do estado neste "controle" das religiões, é totalitária
  • (c) ao passo que a idéia de Sam Harris de explodir países com um determinado tipo de religião não pode ser desassociada de uma idéia genocida

E não há como dourar a pílula. Mesmo que alguns neo ateus possam dizer "ah, eu não quero a intervenção do estado, e não quero genocídios, não concordo tanto com Harris assim", isso não muda o fato de que ele defende e apóia as idéias dos ideológos que pregam tais idéias e por eles são tratados como "seres não passíveis de crítica". Eles fazem patrulhamento ideológico em cima de quem criticar esses autores. Aliás, até a desculpa que normalmente os neo ateus dão quando os absurdos desses autores são denunciados geralmente é típica de uma interpretação delirante.

Olavo prossegue, brilhantemente, nos avisando do risco da mentalidade revolucionária:

Recusando-se a prestar satisfações senão a um futuro hipotético de sua própria invenção e firmemente disposto a destruir pela astúcia ou pela força todo obstáculo que se oponha à remoldagem do mundo à sua própria imagem e semelhança, o revolucionário é o inimigo máximo da espécie humana, perto do qual os tiranos e conquistadores da antigüidade impressionam pela modéstia das suas pretensões e por uma notável circunspecção no emprego dos meios [...] O advento do revolucionário ao primeiro plano do cenário histórico – fenômeno que começa a perfilar-se por volta do século XV e se manifesta com toda a clareza no fim do século XVIII – inaugura a era do totalitarismo, das guerras mundiais e do genocídio permanente. Ao longo de dois séculos, os movimentos revolucionários, as guerras empreendidas por eles e o morticínio de populações civis necessário à consolidação do seu poder mataram muito mais gente do que a totalidade dos conflitos bélicos, epidemias terremotos e catástrofes naturais de qualquer espécie desde o início da história do mundo. O movimento revolucionário é o flagelo maior que já se abateu sobre a espécie humana desde o seu advento sobre a Terra.

Antes de tudo, já é o momento de antecipar uma possível objeção. Não se deve confundir a mentalidade revolucionária com o termo "revolução". Por exemplo, sempre que surge uma nova teoria de grande porte temos uma revolução na ciência. Até o movimento protestante pode ser chamado de uma revolução em aspectos religiosos. Mas nenhum dos dois implica em mentalidade revolucionária, pois se baseavam apenas em mudanças em TEMAS ESPECÍFICOS, nada dizendo em relação a remodelação do ser humano, um futuro utópico em terra, e ausência de julgamento sob seus atos, em direção ao futuro utópico. Não se deve confundir pessoas de mentalidade revolucionária com muitas das pessoas que atuaram em revoluções ao longo da ciência ou de outras áreas de conhecimento ao longo da história humana.

Já antecipo isso, para evitar uma possível reclamação, como "se alguém critica a mentalidade revolucionária, deverá criticar também Einstein, Aristóteles, Kant, Newton, Martin Luther King e outros". Nada mais falso.

Usando a explicação acima do Olavo, vamos caracterizar o que normalmente compõe mentalidade revolucionária, na maioria dos casos:

  • (a) promessa de um futuro utópico, inexorável
  • (b) ausência completa de julgamento moral para os atos do grupo que defende essa idéia, pois ela é tão bela que os fins justificam os meios
  • (c) remodelação do conceito de ser humano, na busca do super-homem
  • (d) ambições globais
  • (e) sensação de ser um agente da luta por esse futuro

Não há nada disso nas iniciativas de Martin Luther King ou nos estudos de Isaac Newton.

Mentalidade revolucionária é que caracteriza gente como Karl Marx, Vladimir Lenin, Adolf Hitler e Antonio Gramsci, e, no contexto do neo ateísmo, Richard Dawkins, Christopher Hitchens, Daniel Dennett e Sam Harris.

Uma dica para identificamos alguém de mentalidade revolucionária:

  • (1) Veja se o sujeito promete um "futuro maravilhoso", usando de termos como "salvação da humanidade"
  • (2) Veja se o sujeito age como se não tivesse que prestar satisfações em relação à moralidade de seus atos, sendo que os únicos atos decentes são aqueles em prol de tal "futuro maravilhoso", e os atos indecentes são aqueles que estariam contra esse futuro
  • (3) Presença da interpretação delirante quando ele trata os fatos que possivelmente refutam a idéia prometida em (1) ou as alegações sustentadas de acordo com o item (2)

Em todos os elementos citados como exemplos da mentalidade revolucionária, isso está identificado. E os leitores e seguidores desse pessoal TAMBÉM tornam-se exemplos de mentalidade revolucionária, pois adentram normalmente em sua militância.

Olavo de Carvalho explica mais a respeito de como não confundir a mentalidade revolucionária com o termo genérico usado para "revolução":

O socialismo e o nazismo são revolucionários não porque propõem respectivamente o predomínio de uma classe ou de uma raça, mas porque fazem dessas bandeiras os princípios de uma remodelagem radical não só da ordem política, mas de toda a vida humana. Os malefícios que prenunciam se tornam universalmente ameaçadores porque não se apresentam como respostas locais a situações momentâneas, mas como mandamentos universais imbuídos da autoridade de refazer o mundo segundo o molde de uma hipotética perfeição futura. A Ku-Klux-Klan é tão racista quanto o nazismo, mas não é revolucionária porque não tem nenhum projeto de alcance mundial. Por essa razão seria ridículo compará-la, em periculosidade, ao movimento nazista. Ela é um problema policial puro e simples. [...] Por isso mesmo é preciso enfatizar que o sentido aqui atribuído ao termo "revolução" é ao mesmo tempo mais amplo e mais preciso do que a palavra tem em geral na historiografia e nas ciências sociais presentemente existentes. Muitos processos sócio-políticos usualmente denominados "revoluções" não são "revolucionários" de fato, porque não participam da mentalidade revolucionária, não visam à remodelagem integral da sociedade, da cultura e da espécie humana, mas se destinam unicamente à modificação de situações locais e momentâneas, idealmente para melhor. Não é necessariamente revolucionária, por exemplo, a rebelião política destinada apenas a romper os laços entre um país e outro. Nem é revolucionária a simples derrubada de um regime tirânico com o objetivo de nivelar uma nação às liberdades já desfrutadas pelos povos em torno. Mesmo que esses empreendimentos empreguem recursos bélicos de larga escala e provoquem modificações espetaculares, não são revoluções, porque nada ambicionam senão à correção de males imediatos ou mesmo o retorno a uma situação anterior perdida.

Aliás, a explicação abaixo nos mostra por que devemos suspeitar de quando os quatro cavaleiros do neo ateísmo dizem que prometem uma "difusão de racionalidade" que deve abranger toda a espécie humana:

O que caracteriza inconfundivelmente o movimento revolucionário é que sobrepõe a autoridade de um futuro hipotético ao julgamento de toda a espécie humana, presente ou passada. A revolução é, por sua própria natureza, totalitária e universalmente expansiva: não há aspecto da vida humana que ela não pretenda submeter ao seu poder, não há região do globo a que ela não pretenda estender os tentáculos da sua influência.

Vejam como isso explica perfeitamente todo o material dos livros desse pessoal. Eles não pensam em termos locais, mas sim globais.

O que é mais importante é também notar que o fato de Richard Dawkins ficar o tempo todo fazendo palestras ou escrevendo livros não é aquilo que o torna menos perigoso do que um líder político genocida. Veremos, em breve, que a revolução cultural ajuda a implementar, no momento certo, a revolução por armas. Isso será tratado nas partes 3, 4 e 5 deste ensaio, quando tratarei o marxismo cultural, os estágios de subversão e a estratégia gramsciana. Pelo momento, é importante notar que não podemos considerar alguém menos perigoso, no quesito de mentalidade revolucionária, apenas por não pegar em armas. Olavo nos diz mais a respeito disso:

Se, nesse sentido, vários movimentos político-militares de vastas proporções devem ser excluídos do conceito de "revolução", devem ser incluídos nele, em contrapartida, vários movimentos aparentemente pacíficos e de natureza puramente intelectual e cultural, cuja evolução no tempo os leve a constituir-se em poderes políticos com pretensões de impor universalmente novos padrões de pensamento e conduta por meios burocráticos, judiciais e policiais.

Olavo termina concluindo falando daquilo que ele define como um antídoto à mentalidade revolucionária, que seria a mentalidade contra-revolucionária, ou conservadora:

A essência da mentalidade contra-revolucionária ou conservadora é a aversão a qualquer projeto de transformação abrangente, a recusa obstinada de intervir na sociedade como um todo, o respeito quase religioso pelos processos sociais regionais, espontâneos e de longo prazo, a negação de toda autoridade aos porta-vozes do futuro hipotético. [...] Nesse sentido, o autor destas linhas é estritamente conservador. Entre outros motivos, porque acredita que só o ponto de vista conservador pode fornecer uma visão realista do processo histórico, já que se baseia na experiência do passado e não em conjeturações de futuro. Toda historiografia revolucionária é fraudulenta na base, porque interpreta e distorce o passado segundo o molde de um futuro hipotético e aliás indefinível. Não é uma coincidência que os maiores historiadores de todas as épocas tenham sido sempre conservadores. Se, considerada em si mesma e nos valores que defende, a mentalidade contra-revolucionária deve ser chamada propriamente "conservadora", é evidente que, do ponto de vista das suas relações com o inimigo, ela é estritamente "reacionária". Ser reacionário é reagir da maneira mais intransigente e hostil à ambição diabólica de mandar no mundo.

No que concordo plenamente com Olavo. É por isso que temos que expandir nossa abordagem e explicar em como a mentalidade revolucionária é oposta à mentalidade conservadora.

É justo pensar que no site do CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA nós encontraríamos farto material sobre PSICOPATIA e SOCIOPATIA, não é? A ADHT: DefesaHetero acredita nisto, que o site do conselho de uma profissão tenha material sobre… a profissão. O que encontramos FARTAMENTE, entretanto, foi materil sobre “CONTROLE DA MÍDIA”. Vejam com seus olhos clicando nos links abaixo

Posted: 10 Oct 2012 02:28 PM PDT

 

Pesquisa sobre SOCIOPATIA: http://site.cfp.org.br/?cat=todos&s=psicopatia&submit=Buscar

Pesquisa ssobre PSICOPATIA: http://site.cfp.org.br/?cat=todos&s=psicopatia&submit=Buscar

Pesquisa sobre CONTROLE DA MÍDIA: http://site.cfp.org.br/?cat=todos&s=CONTROLE+DA+M%C3%8DDIA&submit=Buscar

Lembram-se da MARISA LOBO, psicóloga CRISTÃ, e de Luciano Garrido, psicólogo não-atuante que não se rasga em elogios ao Conselho Federal de Psicologia e as tentativas de calar-lhes a boca? Está explicado agora?

Já que CFP não nos fala sobre PSICOPATIA/SOCIOPATIA vamos deixar a Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva nos explicar.

Atentem para esta entrevista do começo ao fim: O SOCIOPATA/PSICOPATA vive para ter PODER, STATUS E DIVERSÃO. Qualquer semelhança com alguns "atores" da política, futebol, entidades, etc, etc, etc. deste país com toda a certeza não é mera coincidência.

Jo Soares entrevista Dra Ana Beatriz Silva - Mentes Perigosas

 



SINOPSE:

Os psicopatas são frios, calculistas, insensíveis, inescrupulosos, transgressores de regras sociais e absolutamente livres de constrangimentos ou julgamentos morais internos. Eles são capazes de passar por cima de qualquer pessoa apenas para satisfazer seus próprios interesses. Mas ao contrário do que pensamos, não são loucos, nem mesmo apresentam qualquer tipo de desorientação. Eles sabem exatamente o que estão fazendo.

Mentes Perigosas nos mostra em linguagem fluida e acessível quem são estas pessoas que vivem entre nós, se parecem fisicamente conosco, mas definitivamente não são como nós.

Published on Jun 12, 2012 by anabeatrizbsilva

Entrevista no programa do Jô Soares, com a psiquiatra Dra Ana Beatriz Barbosa Silva sobre psicopatia - tema do livro Mentes Perigosas: o psicopata mora o lado.

Programa: Programa do Jô (Rede Globo)
Exibido em: 08.06.12
Participação: cantor Fiuk

Contatos - Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva:
http://www.medicinadocomportamento.com.br
anabeatriz@medicinadocomportamento.com.br
http://twitter.com/anabeatrizpsi
http://twitter.com/mcomport
http://www.youtube.com/user/anabeatrizbsilva

Edição de Vídeo:
MIRIAN PIROLO E GIL SARMENTO
Supervídeo Produtora: http://www.supervideopro.com.br

MAIS SOBRE O LIVRO NO SITE DA AUTORA: http://www.medicinadocomportamento.com.br/dra_ana_beatriz_barbosa_silva_livros_sinopse2.php

No artigo anterior (*) fizemos uma pergunta. A resposta é SIM!!! Conselho Federal de Psicologia e psicólogos tentam impedir pesquisa com homicidas

Posted: 10 Oct 2012 01:50 PM PDT

 

(*) o artigo citado:  "Conselho FEDERAL de Psicologia não quer (artigo de 2008) que a ciência investigue as causas da criminalidade e do comportamento agressivo de adolescentes homicidas por meio de mapeamento cerebral, estudo genético e testes psicológicos??? Ah sim, os "direitos humanos". Ou CFP é bom mesmo para gayzificar a população universal e censurar quem não o aplaude."

 

JORNAL DA CIÊNCIA

26. Psicólogos tentam impedir pesquisa com homicidas

Grupo apoiado por sociólogos e educadores ataca projeto gaúcho que pretende investigar base biológica da violência. Cientistas querem analisar adolescentes infratores com mapeamento cerebral; notícia motivou abaixo-assinado contra pesquisa

Rafael Garcia escreve para a "Folha de SP":

Um grupo de mais de cem pessoas, que inclui psicólogos, advogados, antropólogos e educadores, quer tentar impedir a realização de um projeto de pesquisa que pretende mapear o cérebro de 50 adolescentes homicidas em Porto Alegre (RS). A reação contra os cientistas que lideram a proposta cresceu a partir de dezembro passado, quando um abaixo-assinado acompanhado de uma nota de repúdio de autoria coletiva começou a circular.
A versão mais atual do documento está assinada por 101 pessoas, incluindo integrantes do CFP (Conselho Federal de Psicologia) e de conselhos regionais. Baseada em reportagem publicada pela Folha em 26 de novembro último, a nota compara a pesquisa a "práticas de extermínio" e de motivação "eugenista".

Dois dos líderes do projeto que está sendo criticado são o neurocientista Jaderson da Costa, da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), e o geneticista Renato Zamora Flores, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Um aluno de mestrado no grupo é o secretário da Saúde do Estado, Osmar Terra, deputado federal licenciado pelo PMDB.

A intenção dos cientistas é analisar em uma mesma pesquisa aspectos neurobiológicos, psicológicos e sociais do comportamento violento, tendo como foco de pesquisa um grupo de internos da Fase (antiga Febem gaúcha).

O projeto de pesquisa ainda não foi protocolado no comitê de ética da PUC-RS, que vai avaliá-lo, mas alguns signatários da nota de repúdio já estão organizando uma reação. "A gente pretende evitar que ele se realize", diz Ana Luiza Castro, psicóloga do Juizado da Infância e Juventude de Porto Alegre. "Entendemos que ele fere o Estatuto da Criança e do Adolescente e fere os direitos humanos porque parte desse princípio: liga a violência a um determinado grupo social."

Castro, que foi diretora da Fase no governo Olívio Dutra (PT), diz que pretende tentar barrar a pesquisa recorrendo à própria PUC-RS e, se não der certo, estuda ir ao juizado o ou ao Ministério Público.

"O estatuto fala de garantias, de reeducação e de reinserção social dos adolescentes", diz a psicóloga. "Nós não entendemos em que medida esse tipo de estudo pode ajudar nisso."

Para Jaderson da Costa, os signatários do abaixo-assinado aderiram ao movimento por desinformação ou por não compreenderem a reportagem sobre a pesquisa.

"O que eles assimilaram foi que nós estaríamos sendo reducionistas, procurando simplesmente uma base neurobiológica e desprezando qualquer outro fator", diz Costa. "Na realidade, é um projeto que visa mesmo ver bases neurobiológicas, neurológicas e genéticas, mas não descuida dos aspectos neuropsicológicos, psiquiátricos, emocionais e sociais."

Segundo o neurocientista, a reação contrária à pesquisa se deve a uma vertente acadêmica que rejeita a incorporação da neurobiologia no estudo do comportamento humano. "Existe uma corrente retrógrada, que quer manter o conhecimento como está", diz. "Mas o foro para resolver essas coisas não é esse bate-boca com abaixo-assinado. O foro é a academia, a discussão acadêmica."

Leia abaixo a nota de repúdio contra a pesquisa com adolescentes homicidas:

"É com tristeza e preocupação que recebemos a notícia de que universidades de grande visibilidade na vida acadêmica brasileira estão destinando recursos e investimentos para velhas práticas de exclusão e de extermínio.

A notícia de que a PUC-RS e a UFRGS vão realizar estudos e mapeamentos de ressonância magnética no cérebro de 50 adolescentes infratores para analisar aspectos neurológicos que seriam causadores de suas práticas de infração nos remete às mais arcaicas e retrógradas práticas eugenistas do início do século 20.

Privilegiar aspectos biológicos para a compreensão dos atos infracionais dos adolescentes em detrimento de análises que levem em conta os jogos de poder-saber que se constituem na complexa realidade brasileira e que provocam tais fenômenos é ratificar sob o agasalho da ciência que os adolescentes são o princípio, o meio e o fim do problema, identificando-os seja como "inimigo interno" seja como "perigo biológico", desconhecendo toda a luta pelos direitos das crianças e dos adolescentes, que culminou na aprovação da legislação em vigor, o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Pensar o fenômeno da violência no Brasil de hoje é construir um pensamento complexo, que leve em consideração as redes que são cada vez mais fragmentadas, o medo do futuro cada vez mais concreto e a ausência de instituições que de fato construam alianças com as populações mais excluídas.

É falar da corrupção que produz morte e isolamento e da precariedade das políticas públicas, sejam elas as políticas sociais básicas como educação e saúde, sejam elas as medidas sócio-educativas ou de proteção especial.

Enquanto a Universidade se colocar como um ente externo que apenas fragmenta, analisa e estuda este real, sem entender e analisar suas reais implicações na produção desta realidade, a porta continuará aberta para a disseminação de práticas excludentes, de realidades genocidas, de estudos que mantêm as coisas como estão.

Violência não é apenas o cometimento do ato infracional do adolescente, mas também todas aquelas ações que disseminam perspectivas e práticas que reforçam a exclusão, o medo, a morte.

Triste universidade esta que ainda se mobiliza para este tipo de estudo, esquecendo-se que a Proteção Integral que embasa o ECA compreende a criança e o adolescente não apenas como "sujeito de direitos" mas também como "pessoa em desenvolvimento" -o que por si já é suficiente para não engessar o adolescente em uma identidade qualquer, seja ela de "violento" ou "incorrigível".

A universidade brasileira pode desejar um outro futuro: o de estar à altura de nossas crianças e adolescentes
."

Veja quem assina a nota: http://www.ciespi.org.br/portugues/noticias-006.htm (link fora do ar). ADHT: ou no FÓRUM DA MARCHA DA MACONHA, lugar bem adequado para a publicação. Vejam a notinha de rodapé da "rapaziada":

"REPASSEM
Esta pesquisa já foi parar no Fantástico de domingo dia 27/01/08. A população desavisada deu adesão as idéias "explicativas" dos pesquisadores da PUC/RGS e UFRGS !!
Estamos diante de uma nova ideologia da 'raça pura"?"

Aqui - http://forum.marchadamaconha.org/index.php?showtopic=104 - ou abaixo:

Assinam a Nota:

1. Ana Maria Falcão de Aragão Sadalla - Departamento de Psicologia
Educacional Faculdade de Educação Universidade Estadual de Campinas;
2. Angel Pino - psicólogo e criminólogo, professor da Unicamp;
3. Antonio Carlos Amorim - Faculdade de Educação/Unicamp;
4. Antonio Miguel - Professor da FE-UNICAMP;
5. Associação Excola;
6. Áurea M. Guimarães - F.E. - Unicamp;
7. Carlos Eduardo Albuquerque Miranda - Professor da FE - UNICAMP;
8. Carlos Eduardo Millen Grosso - Mestre em História pela PUC-RS;
9. Carmen Lucia Soares- Professora da FE e FEF-UNICAMP;
10. Centro Internacional de Estudos e Pesquisas sobre a Infância - CIESPI;
11. Childhope Brasil- Dayse Tozzato (Diretora-Presidente);
12. Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia
do Rio de Janeiro - CDH/CRP-05;
13. Comissão de Direitos Humanos do CRP 06 (São Paulo);
14. Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de
Psicologia - CNDH/CFP;
15. Cristina Rauter - Professora da Universidade Federal Fluminense / UFF;
16. Curso de Especialização em Psicologia Jurídica da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro/ UERJ;
17. Daniel Damiani - 1° Diretor de Assistência Estudantil da UNE;
18. Dario Fiorentini - Professor da FE-UNICAMP;
19. Des. Siro Darlan de Oliveira - Presidente do CEDCA/RJ;
20. Edgard de Assis Carvalho- Professor; Coordenador do Núcleo de
Estudos da Complexidade da PUC/SP;
21. Ezequiel Theodoro da Silva - Unicamp;
22. Fernanda Rodrigues da Guia - Acadêmica de Psicologia da UFF -
Estagiária da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de
Janeiro;
23. Fundação Centro de Defesa dos Direitos Humanos Bento
Rubião
24. Gaudêncio Frigotto - Professor do Programa de Pós-Graduação em
Políticas Públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
PPFH/UERJ;
25. Grupo Atitude! Protagonismo Juvenil - Porto Alegre;
26. Gustavo Duarte de Almeida - Mestrando em Psicologia pela
Universidade Federal Fluminense (UFF)
27. Helena Costa Lopes de Freitas - Profa. Aposentada UNICAMP;
28. Heloísa Helena Pimenta Rocha FE-UNICAMP;
29. Irme Bonamigo -Psicologia/UNOCHAPECÓ
30. Jaime Silva - Professor de Ensino Médio e mestrando em Políticas
Públicas e Formação Humana - UERJ
31. Janne Calhau Mourão - Psicóloga - Projeto Clínico-Grupal TNM- RJ;
32. Jeferson Pereira, ONG Orselit - Porto Alegre;
33. José Claudinei Lombardi - Professor da FE UNICAMP; Coordenador
do Grupo de Estudos e Pesquisas HISTEDBR;
34. Késia D'Almeida - Pedagoga da Creche da Fundação Oswaldo Cruz;
35. Klelia Canabrava Aleixo. Professora da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais;
36. Lenir Nascimento da Silva - Pediatra da Creche da Fundação Oswaldo
Cruz/FIOCRUZ;
37. Luci Banks Leite-Professora FE-UNICAMP;
38. Luciene Naiff - UNIVERSO;
39. Luís Gustavo Franco, advogado e professor de Direito da Criança
e do Adolescente da UNDB - São Luís/MA;
40. Luiz Fernandes de Oliveira - CAp UERJ, FAETEC e PUC-Rio;
41. Lygia Santa Maria Ayres - psicóloga, pesquisadora da UFF e
conselheira presidente da Comissão de Orientação e Etica do CRP RJ;
42. Marcelo Cafrune, advogado, mestrando em Direito na UFSC;
43. Marcelo Dalla Vecchia - Professor da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul (UFMS);
44. Marcha Mundial das Mulheres
45. Márcia Badaró - Conselheira do Conselho Regional de Psicologia
do Rio de Janeiro (CRP-05);
46. Margareth Silva Rodrigues Alves - Historiadora - Diretora do Arquivo
Histórico da Câmara Municipal de Cabo Frio - Mestranda do Programa
de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro. PPFH/UERJ;
47. Maria da Conceição Xavier de Almeida- Professora; Coordenadora do
Grupo de Estudos da Complexidade da UFRN;
48. Maria das Graças de Carvalho Henriques Áspera - Psicóloga da
FUNDAC - Fundação da Criança e do Adolescente (Bahia);
49. Maria Helena Salgado Bagnato;
50. Maria Helena Zamora - Professora da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro / PUC-Rio;
51. Marília Denardin Budó - RG 1063484909 - Mestrado em Direito - UFSC
Isis de Jesus Garcia - Mestranda UFSC Direito;
52. Marisa Fefferman - Instituto de Saúde/SES/SP
53. Mônica Lins - Colégio de Aplicação da UERJ;
54. Nuances - grupo pela livre expressão sexual - Porto Alegre;
55. Núcleo de Pesquisas Políticias que produzem educação (NUPE) da UERJ
56. Patrícia Trópia Professora da PUC-Campinas;
57. Pedro Paulo Gastalho de Bicalho - Vice-presidente do Conselho
Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-05) e professor da
Universidade Federal do Rio de Janeiro/ UFRJ;
58. Programa Cidadania e Direitos Humanos da Universidade do Estado
do Rio de Janeiro - PCDH/UERJ;
59. Programa Pró-Adolescente da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro/ UERJ;
60. Rafael L. F. da C. Schincariol - mestrando em direito pela UFSC;
61. Raquel de Almeida Moraes - Doutora em Educação pela Unicamp -
Professora da Universidade de Brasília - Programa de Pós-Graduação em
Educação;
62. Regina Maria Bastos Ferreira - Professora da Universidade
Comunitária Regional de Chapecó/SC;
63. Regina Maria de Souza - docente da Faculdade de Educação da UNICAMP;
64. Rita de Cássia Fagundes - Educadora - Agente Jovem - Cascavel/PR;
65. Simone Brandão Souza - Coordenação de Serviço Social - SEAP - RJ;
66. Solange da Silva Moreira - Assistente Social do Instituto Phillipe
Pinel
67. Tatiana Machado - Marcha Mundial de Mulheres;
68. Themis - Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero - Porto Alegre.
69. Maria Theresa da Costa Barros - Pós-Doutoranda do Instituto de
Medicina Social da UERJ - Grupo de Pesquisa - Juventudes, Violências e
Subjetivações sob patrocínio da FAPERJ
70. Ceniriani Vargas da Silva - MNLM - Movimento Nacional de Luta pela Moradia
71. André de Jesus - MHHOB - Movimento Hip Hop Organizado Brasileiro
72. Sabrina Santos Brum - Circulando Informação e Arte Urbana
73. João Paulo Pontes - Conselheiro Temática Cultura - Orçamento
Participativo - Porto Alegre
74. Rede Juventudes de Porto Alegre
75. Lindomar Expedito Silva Darós (CRP-RJ coordenador regional do
CREPOP e psicólogo concursado do quadro do TJRJ-VIJI/São Gonçalo)
76. Estela Scheinvar, UERJ/UFF
77. Grupo Tortura Nunca Mais, Rio de Janeiro - GTNM/RJ
78. Mirian Brasil Corrêa , Prof. Titular Ens. Fund. II, E.E. Nicéia
Albarello Ferrari (Diadema-SP) e EMEF Bernardo O´Higgins (São Paulo-SP
79. Helio Luz - delegado de polícia
80. Milton Barbosa- Movimento Negro Unificado
81. Miriam Schenker- CLAVES/FIOCRUZ
82. Rita de Cássia de Araújo, Assistente Social do Centro de Referência da
Criança e do Adolescente - Ipiranga - São Paulo - SP.
83. Mauricio Antunes Tavares - Fundação Joaquim Nabuco-FUNDAJ
84. Marcia Ramos, psicóloga, caps infantil da Mooca. SP
85. Projeto Meninos e Meninas de Rua, unidades de Guarulhos e São Bernardo
do Campo
86. Eduardo Ponte Brandão - Psicólogo do TJ-RJ, professor da UCAM e IBMR
87. Mariane Ceron (Psicóloga Pós PSA IPUSP e professora da Saúde
Pública UNIFESP)
88. Maria Cristina G. Vicentin e Miriam Debieux Rosa- Coordenadoras
do Núcleo de Pesquisa "Violências: sujeito e política" do Programa de
Estudos
Pós-graduados em Psicologia Social da PUC-SP
89. Marisa de Fátima Lomba de Farias - Faculdade de Ciências Humanas da
Universidade Federal da Grande Dourados.
90. Alexandre Magno Teixeira de Carvalho - Sanitarista Educação &
Saúde/SESDEC-RJ, professor do AprenderSaúde/comunidade de aprendizagem
on-line.
91. Elizabeth Carvalho Benjó - Terapeuta Ocupacional/HEGV-RJ.
92. Lucimar Weil - Coordenadora do CEDECA PE NA TABA / AMAZONAS
93. Sandra dos Santos- Cedeca/BA
94. Marcelo da Siveira Campos - Mestrando em Ciência Política Unicamp
95. Otilia e Paulo Arantes (FFLCH USP)
96. Mirian Giannella - Observatório da Clínica (SP) - Caxingui,
Butantã, São Paulo, capital
97. Givanildo Manoel da Silva - Fórum Estadual de Defesa dos
Direitos da Criança e do Adolescente
98. Dênis Roberto da Silva Petuco - Redutor de danos e cientista social
99. ABORDA - Associação Brasileira de Redutoras e Redutores de Danos
100. Márcia Aparecida Gomes - Professora Ed. Infantil da Rede Municipal de
Contagem e Pedagoga das séries finais do E.F. da E.E. Confrade Antônio
Pedro de Castro - Contagem/MG
101. Vilmar Ezequiel dos Santos - Aluno de Pós-Graduação da EEUSP
102. Viviane Ribeiro - Docente de Psicologia Juridica da Faculdade
Uniamérica de Foz do
Iguaçu-PR
103. Dayse Cesar Franco Bernardi e equipe de coordenação do Curso de
Especialização em Psicologia Jurídica do Instituto Sedes Sapintiae de
São Paulo.
104. Graça Áspera
105. CEDECA Interlagos
106. Elizabeth Araújo Lima - Doutora em Psicologia Clínica, Professora do
Curso de Terapia Ocupacional da FMUSP
107. Franklin Leopoldo e Silva - Professor do Departamento de
Filosofia da FFLCH da USP
108. CEDECA/Instituto de Acesso à Justiça - (Porto Alegre)
109. Leila Maria Ferreira Salles - Depto de Educação, UNESP/RC
110. Sérgio Roclaw Basbaum -- Professor do Depto de Computação da PUC-SP
111- Carlos Alberto de Mattos Ferreira - Psicanalista, Fonoaudiólogo, Psicomotricista e Assessor da Pos-Graduação do UNI-IBMR-RJ
112- Anna Alice Mendes Schroeder - Médica, Professora do Departamento de Saúde e Sociedade da UFF.
113 - Jussara Calmon R. S. Soares - Farmacêutica, Doutora em Saúde Coletiva, Prof. do Depto. de Saúde e Sociedade, Inst. Saúde da Comun./UFF


(Folha de SP, 21/1)

Conselho FEDERAL de Psicologia não quer (artigo de 2008) que a ciência investigue as causas da criminalidade e do comportamento agressivo de adolescentes homicidas por meio de mapeamento cerebral, estudo genético e testes psicológicos???? Ah sim, os “direitos humanos”. Ou CFP é bom mesmo para gayzificar a população universal e censurar quem não o aplaude.

Posted: 10 Oct 2012 12:52 PM PDT

 

Em atigo anterior (http://defesa-hetero.blogspot.com.br/2012/10/cfp-manda-recado-aos-familiares.html) postamos:

"CFP manda recado aos "próximos" molestadores de crianças: SE DEPENDER DE NÓS, CFP, O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, IMPEDIREMOS AS CRIANÇAS MOLESTADAS/VIOLENTADAS DE DELATAREM VOCÊS"

 

AGORA ENCONTRAMOS ESTA PÉROLA DO ATIVISMO DEMONÍACO:

 

23/04/2008 - 15:49, atualizado em 23/04/2008 - 15:49

DO SITE DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA

Manifesto público sobre pesquisa de "mapeamento cerebral"

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) atua e possui reconhecimento público nos espaços de defesa dos direitos de crianças e adolescentes – como o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) e o Fórum Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (FNDCA). A instituição tem sido solicitada a se posicionar em relação a um projeto de pesquisa que vem sendo divulgado, desde novembro de 2007, pelos meios de comunicação. Esse projeto, coordenado por pesquisadores da UFRGS e da PUC-RS, pretende estudar as causas da criminalidade e do comportamento agressivo de "50 adolescentes homicidas" (autores de ato infracional) e internados na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE) de Porto Alegre, por meio de mapeamento cerebral, estudo genético e testes psicológicos.

Vêm ocorrendo debates mediados pela imprensa envolvendo declarações dos pesquisadores responsáveis pelo projeto e de professores universitários, pesquisadores e pessoas participantes de movimentos sociais de defesa dos direitos da infância e adolescência. Apesar de termos solicitado aos pesquisadores responsáveis pelo estudo cópia do referido projeto, por meio do Ofício N.º 110-08/dir-CFP/2008 de 28/01/2008, reiterado pelo Ofício N.º 302-08/dir-CFP – 12/03/2008, ainda não tivemos acesso a ele e, portanto, não podemos emitir opinião definitiva sobre o projeto. Entretanto, em relação às informações veiculadas pelos meios de comunicação sobre a pesquisa em tela e, de forma geral, em relação a qualquer pesquisa sobre o tema em debate, faremos alguns comentários que julgamos necessários explicitando nossa posição a seguir.

Em primeiro lugar, ressaltamos a importância da pesquisa científica para o enfrentamento de problemas sociais e a necessidade de investimentos em pesquisas no âmbito da infância e adolescência. Contudo, chamamos atenção para o fato de que a ciência não é neutra e as pesquisas científicas estão inseridas em um contexto político-social- temporal. Sabemos que, em nome da ciência já foram cometidas atrocidades e que, para o próprio progresso da ciência, o que é feito em seu nome pode e deve ser discutido e questionado, dentro e fora da academia, tanto no que diz respeito aos efeitos que poderão advir dos procedimentos de pesquisa e das escolhas metodológicas quanto da responsabilidade social dos pesquisadores. Acreditamos que a sociedade brasileira preze os princípios democráticos e a formação cidadã, reconhecendo a co-responsabilidade de todos na construção permanente de um país melhor para todos. Portanto, a responsabilidade social e a ética também devem compor o pano de fundo das investigações científicas e da prática de cientistas e pesquisadores. Nesse sentido, desde 1996, os projetos de pesquisa propostos no país e que envolvam seres humanos, devem ser submetidos à apreciação de um comitê de ética em pesquisa a fim de proteger e garantir os direitos dos participantes. Por exemplo, as análises desses projetos de pesquisa levam em consideração a existência ou não de impacto positivo para os sujeitos que consentem em participar de um estudo experimental.

A história da Ética em Pesquisa nos remete à lembrança do uso arbitrário de seres humanos, em campos de concentração, campos de refugiados, prisões e situações institucionais diversas, nas quais as relações de poder e interesses ideológicos tiveram total prevalência sobre os direitos das pessoas. Muitas vezes, na atualidade, tais fatos são mencionados apenas como um "recorte histórico situado no passado". Contudo, lembramos, que foi a partir da reação a esses fatos do "passado", para que nunca mais viessem a acontecer, que se deu a construção da Ética em Pesquisa sob a ótica dos direitos humanos.

Sabemos também que, na atualidade, abusos perpetrados nas relações de poder não estão banidos. Se repudiamos tais fatos no passado, como não repudiá-los no presente?

Por qual ótica vemos as pesquisas feitas nas prisões, hospitais, centros educacionais e outros âmbitos semelhantes? As relações de poder, que estão presentes e atravessam tais pesquisas, são vistas de forma crítica, na atualidade? Os pesquisadores, detentores de saberes reconhecidos institucionalmente e pertencentes a classes sociais distintas daqueles que são os sujeitos das pesquisas – e, portanto, em posições de poder e de autoridade totalmente assimétrica em relação a essas pessoas – levam sempre em consideração tais questões (éticas) que atravessam o campo pesquisado? Existirá impacto positivo para os sujeitos que consentirão em participar do estudo? Ter-se-á rompido com o viés de tratar a ciência como campo de interesse apenas do pesquisador ou da instituição (acadêmica ou não) envolvidos? Em termos éticos e sob o ponto de vista de sua responsabilidade social, pode um projeto de pesquisa reforçar estereótipos?

Tendo feito os esclarecimentos imperiosos, expostos acima, apresentamos o posicionamento do CFP sobre as discussões assistidas na mídia com relação à temática:

Consideramos inadequado: (1) do ponto de vista teórico e legal, utilizar termos como 'psicopata', 'sociopatas', 'mentes criminosas' para se referir a todos os adolescentes autores de ato infracional. Tais expressões apenas reforçam estereótipos – como aqueles que já marcam os adolescentes privados de liberdade; (2) confrontar razões biológicas e genéticas com razões culturais e sociais, de forma polarizada, simplificando a compreensão de fenômenos complexos como é o caso das questões relacionadas à violência e responsabilizando unicamente o sujeito por atos violentos. Não por acaso, e em sua esmagadora maioria, tais adolescentes pertencem às camadas mais pobres da população.

Entendemos, também, que a pesquisa situa "o ato criminoso" como um fato individual, de responsabilidade do sujeito e não como um fenômeno extremamente complexo.

Nesse sentido, o Conselho Federal de Psicologia reafirma o seu propósito de defesa intransigente dos Direitos Humanos de crianças e adolescentes enquanto sujeitos de direito e atores sociais que exigem respeito, especialmente em sua condição peculiar de seres ainda em desenvolvimento.

 

____________________

 

MAS ESTA PESSOA AQUI O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA DEFENDE:

brincarem e pornô

Lula, o mito criado pelo MENSALÃO a desconstruir

Posted: 10 Oct 2012 12:32 PM PDT

STF condena José Dirceu

Posted: 10 Oct 2012 11:46 AM PDT

 

09 de Outubro de 2012

Julgamento do mensalão

 

A condenação de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares e a velocidade média de julgamento dos ministros são os assuntos de Augusto Nunes, Carlos Graieb, Marco Antonio Villa e Reinaldo Azevedo.

O MITO LULA, A ERA DO FASCISMO NO BRASIL

Posted: 10 Oct 2012 10:49 AM PDT

 

Published on Oct 9, 2012 by revoltadosonline

Ninguém melhor para falar sobre o operário que nunca foi padrão e hj é, O CHEFE do maior esquema de corrupção do Brasil...

Este vídeo tem que ser visto e compartilhado por todos os BRASILEIROS DE BEM, que lutam e trabalham para sobreviver em um país onde o crime compensa e o FASCISMO É FASCINANTE QUE DEIXA GENTE IGNORANTE FASCINADA...

O jurista e ex-partidário e político do PT, Dr. Hélio Bicudo, revela que o programa da Bolsa Família é a MAIOR COMPRA DE VOTOS deste país, assim como fala sobre os motivos que o levaram a sair do PT e a VOLTA DA CENSURA NO BRASIL DO PT, ele também fala sobre a luta o que é direita e esquerda no Brasil...

ASSISTA, COMPARTILHE-O E REVOLTE-SE, POIS O BRASIL AGRADECERÁ IMENSAMENTE QUANDO NOS LIVRARMOS DESTA QUADRILHA QUE ESTÁ NO PODER...

Parada Gay 2009: Conselho Regional de Psicologia de São Paulo PATROCIONOU um carro de som!!!

Posted: 10 Oct 2012 10:45 AM PDT

 

REFLITAM:

JESUS CRISTO NOSSO SENHOR NÃO PODE!!! MAS PROMOVER O HOMOSSEXUALISMO ATRAVÉS DE APOIO À PARADA GAY – COMO PODEM VER ABAIXO – PODE, NÃO TEM PROBLEMA.


Uploaded by CaioFenicchia on Jun 27, 2009

Com o single Disturbia de Rihanna, o carro do conselho regional de psicologia de SP fez a galera dançar muuuito!!!

 

REFLITAM AINDA MAIS COM ESTE VÍDEO. PRESTEM ATENÇÃO NAS PARTICIPANTES E NOS CARGOS QUE OCUPAM E COMO ELAS SE DIZEM PREOCUPADAS COM A EROTIZAÇÃO DAS CRIANÇAS ATRAVÉS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.

Published on May 18, 2012 by confederalpsicologia

O Ver TV do dia 16/05 debateu o tema "Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes". Convidados do programa discutiram a forma com que a televisão brasileira aborda o assunto, principalmente em reportagens jornalísticas veiculadas que apelam para o sensacionalismo, além dos que são acusadas de estimularem a erotização precoce. O programa contou com a presença de Raquel Morena (Observatório da Mulher), Iole Ribeiro (Conselho Federal de Psicologia e presidente do CRP/NO) e Cenise Monte Vicente (presidente do conselho diretor Agência de Notícias do Direito da Infância).

TV Câmara no Facebook
http://www.facebook.com/tvcamara

TV Câmara no Twitter
http://www.twitter.com/tvcamara

 

A CONCLUSÃO É ÓBVIA:

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA NÃO QUEREM CRIANÇAS HETEROSSEXUALIZADAS, MAS CRIANÇAS HOMOSSEXUALIZADAS PELA EXPOSIÇÃO E PROPAGANDA DAS PARADAS GAY BRASIL AFORA NÃO TEM PROBLEMA, MUITO PELO CONTRÁRIO. A HOMOSSEXUALIZAÇÃO DAS CRIANÇAS VIA PUBLICIDADE NA MÍDIA É PATROCINADA – NO MÍNIMO - PELA "FILIAL" DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA EM SÃO PAULO.

CRP-DF intima Luciano Garrido devido a artigo publicado no MSM

Posted: 09 Oct 2012 08:11 PM PDT

 
 
 

Uploaded by Agloqueflugesola on Oct 28, 2011

Olavo de Carvalho fala sobre a relação do CFP com o PT e o Movimento Gay.
ISSO É UMA VERGONHA !!!!!!

 


MÍDIA SEM MÁSCARA

ESCRITO POR KLAUBER CRISTOFEN PIRES | 08 OUTUBRO 2012
ARTIGOS – DIREITO

garridoConselho Regional de Psicologia do Distrito Federal intima o psicólogo cristão Luciano Garrido a "prestar esclarecimentos" sobre o artigo Carta Aberta aos Psicólogos do Brasil, publicado no Mídia Sem Máscara.

Comentário de Klauber Cristofen Pires: Os leitores assíduos conhecem o conceito que dou a todos os conselhos de classe e ordens profissionais, inclusive a OAB: Não passam de cartéis legalizados, descendentes que são das antigas guildas e corporações de ofício. No Brasil, ascenderam de legítimas e úteis associações privadas a temerosas e parasitárias autarquias, que mais funcionam à moda de estados paralelos, legiferando, tributando e exercendo a mais plena auto-executoriedade com o mais absoluto desdém à representatividade popular, à Constituição e às leis.

Ludwig von Mises já havia detectado o fenômeno que denominou de "socialismo das guildas", que "pretendiam instaurar, segundo palavras dos Webbs, "o direito de autodeterminação de cada profissão". Entretanto, como muito bem antecipado pelo mestre austríaco, "as guildas monopolísticas não precisam temer a competição; gozam do direito inalienável de exclusividade no seu setor de produção. De servidores do consumidor transformam-se em senhores. Ficam livres para recorrer a práticas que favorecem seus membros às custas do resto da população." (Mises, Ação Humana, p. 1115 a 1117).

O caso do sistema Conselho de Psicologia tem se mostrado particularmente emblemático: de forma contumaz e ostensiva, tem sequestrado os direitos políticos dos seus associados, e sem qualquer autorização destes e absolutamente contra suas próprias disposições estatutárias e regulamentares, tem-se posto a drapejar diversas bandeiras da ideologia esquerdista, como o feminismo, especialmente no que tange à questão do aborto, bem como o gayzismo e até a censura, eufemística e camaleonicamente denominada de "controle social dos meios de comunicação", ao mesmo tempo em que persegue quaisquer vozes discordantes, como foi o caso das psicólogas cristãs Marisa Lobo e Rozângela Justino, e agora, como o psicólogo e colaborador do Mídia Sem Máscara Luciano Garrido.

Por estes motivos, tenho denunciado que tal instituição comete pelo menos três crimes pavorosos, entre os quais:

1 - Abuso de poder, por arvorar-se na pretensão de direito de censurar os psicólogos. Desde quando uma reles autarquia tem o poder de legislar sobre direito de liberdade de expressão - uma garantia individual fundamental solidificada na Constituição como cláusula pétrea e independente de ulterior regulamentação? Para quem tem alguma dúvida, aí está:

Art 5º, Inc IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; e

§1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

2 - Falsidade Ideológica: o sistema Conselhos de Psicologia (FCP e CRP's), bem como quaisquer outros conselhos de outras categorias, não são partidos políticos, tampouco associações privadas do tipo "think-tanks"; logo, não possuem autorização e nem sequer legitimidade para adotar determinadas posturas políticas em nome da totalidade dos seus associados. No entanto, a infiltração de uma ativa militância política tem sido constatável de forma cada vez mais escandalosa nestas instituições, minando perigosamente o processo democrático do país e volatilizando o que restava de lisura, isenção e idoneidade.

3 – Prevaricação: É sabido que as próprias disposições estatutárias e regulamentares proíbem tais organismos de imiscuírem-se em questões políticas, e no entanto tais cláusulas normativas são pisoteadas por franco protagonismo exercido não apenas por psicólogos em si, mas pelas pessoas que exercem as funções de direção destes órgãos, justamente porque investidas nessa qualidade, e comparando-se, em contraste, com a franca censura e perseguição aos profissionais da categoria que têm objeções e que se mostram dissidentes, configura-se aí o flagrante da prevaricação, que consiste em valer-se do cargo para "retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal".

Aqui vai um apelo direto ao Ministério Público Federal, bem como aos parlamentares comprometidos com a defesa da liberdade e da democracia: impeçam esta verdadeira usurpação da titularidade dos direitos políticos dos cidadãos submetidos ao curralismo político por conta de suas respectivas profissões.

CFP-DF-Garrido

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]