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From: Claudinha <clau.md25@gmail.com>
Date: Sun, 7 Oct 2012 20:41:12 -0300
Subject: [dv-catolico] Imaculada Conceição de Maria.
To: estudantes-da-biblia@yahoogrupos.com.br
Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo" (Lc 1,28)
http://www.veritatis.com.br/images/stories/apologetica/imaculada_conceicao_2
00_208.jpgA Imaculada Conceição da Virgem Maria é uma Verdade, que a Igreja
discerniu com o tempo, assim como o fez ao ensinar que Cristo possui duas
naturezas (a humana e a divina). Neste opúsculo, na medida que o Senhor nos
permitir, procuraremos expor esta doutrina mostrando sua perfeita comunhão
com as Sagradas Escrituras.
A Doutrina
O credo na Imaculada Conceição da Virgem Maria consiste em que Deus no
momento da conceição da Virgem (união da alma com o corpo) impediu que sua
alma (criada por Deus) fosse manchada pelo corpo, que possuía o germe
corrompido do pecado original. Deus fez isso pelos méritos de Cristo, a fim
de preparar o tabernáculo onde Cristo entraria e chegaria ao mundo.
O Testemunho de São Lucas
Uma das provas da imaculada conceição da Virgem Maria está na saudação do
Anjo Gabriel. São Lucas, ao registrar que a Maria é ?cheia de graça?
utilizada a palavra grega ?charitoo?, que é utilizada na Sagrada Escritura
para designar a Graça no sentido pleno ou em toda sua plenitude.
Por esta razão, São Jerônimo, o maior especialista cristão nas línguas
sagradas, no séc. IV ao traduzir as Escrituras para o latim (versão
conhecida como Vulgata), traduziu a expressão grega como "gratia plena", que
em português seria ?graça plena?.
Que plenitude da Graça era essa que Maria alcançou? Era a Graça original, a
Graça perdida no tempo em a nossa natureza humana não estava sujeita ao
pecado, mas caiu nele por livre escolha.
Deus ao preservar a Virgem da transmissão do pecado original, a transforma
em uma Nova Eva, Mãe da Igreja e dos Cristãos.
A Necessidade da Imaculada Conceição
O pecado é a ofensa a Deus, ele O entristece, desta forma, a Segunda Pessoa
da Trindade não poderia ser concebido em um ventre sujeito ao pecado. Ora,
quando recebemos alguém em nossa casa procuramos deixar a casa em ordem,
limpa, para que nossos convidados se sintam bem, se sintam acolhidos.
Devemos entender a imaculada conceição da Virgem, como esta arrumação,
providenciada pelo próprio Deus, pelos méritos de Cristo, para que Ele
pudesse se encarnar.
Uma figura da Imaculada Conceição está no livro de Josué, onde lemos:
"Eis que a arca da aliança do Senhor de toda a terra vai atravessar diante
de vós o Jordão. Tomai doze homens, um de cada tribo de Israel. Logo que os
sacerdotes que levam a arca de Javé, o Senhor de toda a terra, tiverem
tocado com a planta dos seus pés as águas do Jordão, estas serão cortadas, e
as águas que vêm de cima pararão, amontoando-se. O povo dobrou suas tendas e
dispôs-se a passar o Jordão, tendo diante de si os sacerdotes que marchavam
na frente do povo levando a arca. No momento em que os portadores da arca
chegaram ao rio e os sacerdotes mergulharam os seus pés na beira do rio - o
Jordão estava transbordante e inundava suas margens durante todo o tempo da
ceifa -,as águas que vinham de cima detiveram-se e amontoaram-se em uma
grande extensão, até perto de Adom, localidade situada nas proximidades de
Sartã; e as águas que desciam para o mar da planície, o mar Salgado, foram
completamente separadas. O povo atravessou defronte de Jericó" (Js 3,11-16)
(grifos meus).
Da mesma forma como nos tempos de Josué, o Senhor impediu que as águas do
Jordão tocassem a Arca da Aliança, o Senhor também impediu que as torrentes
do pecado original tocassem a alma da Virgem no momento de sua conceição,
com o fim único de preparar o tabernáculo pelo qual Cristo viria.
Por isso o escritor sagrado deixou registrado: "Porém, já veio Cristo, Sumo
Sacerdote dos bens vindouros. E através de um tabernáculo mais excelente e
mais perfeito, não construído por mãos humanas (isto é, não deste mundo)"
(Hb 9,11) (grifos meus).
Se a Virgem não foi preparada para ser a Mãe do Salvador, ela de forma
alguma seria "um tabernáculo mais excelente e mais perfeito ".
Respondendo às objeções
1 - A Bíblia afirma que todos pecaram
Alguns apresentam como principal objeção à Imaculada Conceição, as seguintes
palavras de São Paulo: "com efeito, todos pecaram e todos estão privados da
glória de Deus" (Rm 3,23).
Essa é uma lei geral, mas sabemos que existem exceções a leis gerais. Por
exemplo, também está escrito: "Como está determinado que os homens morram
uma só vez, e logo em seguida vem o juízo" (Hb 9,27).
No entanto o morto que Elizeu ressuscitou, Lázaro, a filha do Centurião, e
tantos outros exemplos de pessoas que foram ressuscitadas, morreram duas
vezes.
Devemos nos lembrar que São Paulo escreveu em grego. Onde lemos "todos" ele
utilizou a palavra "pas" que também possui sentido mais geral. Esta palavra
designa cada indivíduo de um gênero ou grupo se precedida do mesmo, caso
contrário ela tem sentido coletivo de forma geral.
Por exemplo, em Mt 1,17 lemos: "Portanto, [todas] as gerações, desde Abraão
até Davi, são quatorze. Desde Davi até o cativeiro de Babilônia, quatorze
gerações. E, depois do cativeiro até Cristo, quatorze gerações" (Mt 1,17).
No português, a palavra "todas" (que coloquei entre colchetes) não aparece,
mas ela está presente no original grego, onde o versículo começa da seguinte
forma: "oun pas genea". A expressão "pas genea" significa "todas as
gerações". Assim o escritor sagrado quer deixar bem claro que de Abraão até
Davi, TODAS as gerações sem exceção foram quatorze.
"Sua fama espalhou-se por toda a Síria: traziam-lhe [todos] os doentes e os
enfermos, os possessos, os lunáticos, os paralíticos. E ele curava a todos"
(Mt 4,24).
Assim como no exemplo anterior, a palavra "todos" que não aparece no
português, está presente no original grego. A expressão "todos os doentes"
foi escrita em grego como "pas kakos echo". Aqui também o escritor sagrado
quer deixar bem claro que Jesus curou TODOS os doentes que lhe trouxeram,
sem exceção.
Já que demonstramos o uso de "pas" na totalidade, vamos demonstrar o uso de
forma geral.
Por exemplo, ainda em Mateus lemos: "Sereis odiados de todos por causa de
meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo" (Mt 10,22). Em
grego o versículo começa da seguinte forma: "kai esomai miseo hupo pas dia
mou onouma". A expressão "hupo pas dia mou onouma" significa "por todos por
causa do meu nome ".
Aqui o evangelista está se referindo a "todos" de forma geral, não a todos
sem exceção, pois, nem todos os homens odiaram os cristãos por causa de
Cristo.
O que queremos demonstrar é que "pas" como foi empregado por São Paulo, não
tem o sentido de TODAS as pessoas sem exceção, mas significa as pessoas de
forma geral. Além do mais, se quisermos dar a "pas" um emprego que o
Apóstolo não deu e que pela exegese bíblica ela não tem, cairíamos em
heresia, pois deveríamos afirmar que Cristo também pecou, já que também era
homem. Se "todos" são todos os homens, por conseqüência deveremos negaremos
que Cristo é verdadeiro homem. Se Cristo foi exceção, por quê não poderá ter
havido outras exceções? Estaria Deus limitado a operar tal milagre?
Lamento muito, mas Rm 3,23 não pode ser usado para negar a Imaculada
Conceição da Virgem Maria.
2 - Maria não pode ser imaculada, pois afirma que Deus é seu Salvador
Outra tentativa para negar a Imaculada Conceição da Virgem, são as palavras
dela mesma conforme o testemunho de São Lucas: "E Maria disse: Minha alma
glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador"
(Lc 1,46-47).
Sinceramente, eu não vejo como a Graça de Deus operada na Virgem possa negar
que este mesmo Deus seja seu o Salvador. Seria o mesmo que dizer que Deus
não é o salvador de Elias, por tê-lo arrebatado em vida.
Um bombeiro que tira alguém soterrado em um buraco ou que impede que alguém
caia e seja soterrado em um buraco, por acaso não foi o salvador de ambas as
vidas?
Muitos cristãos crêem que Moisés não morreu de fato, devido ao mistério que
a Escritura coloca sobre sua morte. Se Deus realmente ressuscitou Moisés,
por acaso deixou Ele de ser seu Salvador?
São Paulo no ensina que "Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e
também é vã a vossa fé" (1 Cor 15,14) e ainda "E se Cristo não ressuscitou,
é inútil a vossa fé, e ainda estais em vossos pecados" (1 Cor 15,17).
Isso mostra que Jesus se tornou nosso Salvador após Sua morte e
ressurreição. Então, como Deus poderia ter sido o Salvador da Virgem no
momento da anunciação? A resposta é simples: da mesma forma como foi o
Salvador de Elias e Moisés, isto é, através de uma operação extra-ordinária
da Sua Graça. Desta forma, as palavras da Virgem Maria não negam o milagre
nela operado, ao contrário, só o confirmam, pois ela declara que Deus é o
seu Salvador, mesmo antes do mesmo ter nascido, morrido e ressuscitado.
3 - Jesus não necessitaria que Sua Mãe fosse imaculada, pois poderia operar
na Sua própria conceição o milagre que os católicos crêem que foi operado na
Virgem.
Primeiramente, com exceção dos Adventistas, todos os cristãos concordam que
Jesus era imaculado. E isto está mesmo presente no ensinamento Paulino, onde
lemos:
"Porque vós sabeis que não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que
tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição
de vossos pais, mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado e
sem defeito algum, aquele que foi predestinado antes da criação do mundo e
que nos últimos tempos foi manifestado por amor de vós" (1 Pd 18-20) (grifos
meus).
Uma coisa é ter pecado em Adão e outra coisa é pecar pessoalmente. Pecar em
Adão é nascer com a mancha do pecado original. Pecar pessoalmente é cometer
algum pecado.
São Paulo quando afirma que Jesus era imaculado, testifica que Ele em sua
natureza humana não possuía a mácula do pecado original, por isso chama o
Senhor de "o Cordeiro imaculado". E para confirmar que Jesus não possuía o
"defeito de fabricação" que a natureza humana herdou de Adão, complementando
"e sem defeito algum". Então São Paulo nos ensina que Jesus é "o Cordeiro
imaculado e sem defeito algum" do pecado de Adão.
É verdade que o mesmo milagre que nós católicos cremos que Jesus operou em
Sua Mãe, ele poderia ter operado na sua própria conceição. Mas como já
expomos, e queremos lembrar, o pecado é a ofensa a Ele, por isso ele JAMAIS
poderia ser concebido num ventre sujeito ao pecado.
Também devemos lembrar que o "precioso sangue de Cristo" é o mesmo sangue de
Maria. Os cromossomos do Senhor são 100% marianos.
Por isto, Salomão inspirado pelo Espírito Santo profetizou sobre a
encarnação do Verbo: "A Sabedoria não entrará na alma perversa, nem habitará
no corpo sujeito ao pecado" (Sb 1,4). E por esta mesma razão o autor de
Hebreus, chama o ventre de Maria de "um tabernáculo mais excelente e mais
perfeito, não construído por mãos humanas (isto é, não deste mundo)" (cf. Hb
9,11).
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]