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    domingo, 7 de outubro de 2012

    [catolicos_respondem] FÉ E RAZÃO

     

     

                   

      E RAZÃO

     

    Ao iniciarmos o Ano da Fé ou "A PORTA DA FÉ" temos que reflectir antecipadamente no que é a Fé para colhermos devidamente os efeitos de um Ano Inteiro a tentar aprofundar a nossa fé para nossa edificação pessoal e para a comunicarmos ao mundo que nos rodeia.

     

    Esta expressão tem um sentido objectivo e um sentido subjectivo :

    1- Refere-se ao conjunto das verdades salvíficas contidas na Escritura, nos Símbolos da Fé, nas definições conciliares, nos ensinamentos do Magistério e nos escritos dos Padres, Doutores e Santos da Igreja (fides quæ creditur).

    2- Refere-se a um acto ou disposição pelo qual estas doutrinas são aceites ou acreditadas, (fides qua creditur).

    Neste segundo sentido, a é uma das três virtudes infusas teologais.

    Juntamente com a Esperança e a Caridade, a constitui o lado operativo da vida da graça santificante na pessoa humana.

    A , no seu sentido comum, mesmo fora do contexto religioso, significa convicção, compromisso, confiança, em relação a princípios ou realidades que se não podem ver claramente ou provar rigorosamente.

    A vida humana permanece numa grande dimensão da Fé, porque nas nossas frequentes e contínuas transacções e investigações, aceitamos muitas coisas que nunca podemos verificar, para não corrermos o risco de sermos perfeitamente cépticos.

    No sentido religioso, o crente sabe e aceita pela que o Universo, como um TODO, não pode ser controlado por forças irracionais ou pelas forças do mal, mas por uma força benevolente e pessoal que está por detrás de todas as coisas.

    A esta força de um poder pessoal e benevolente, nós chamamos Deus.

    No sentido teológico a significa a convicção de que Deus Se revelou a Si mesmo e o confiante compromisso de que Ele nos chama e nos leva num caminho de salvação a que nós devemos corresponder.

     Crer significa aceitar com a nossa mente o que alguém nos diz com verdade.

    Nós acreditamos porque depositamos confiança na pessoa que nos fala, pelos conhecimentos que ela tem, e temos a certeza de que ela sabe o que diz.

    Quando a pessoa em quem nós acreditamos é uma pessoa humana, temos uma Humana. Mas quando acreditamos em Deus, nós temos uma Fé Divina.

    Toda a expressão Creio em Deus tem dois significados :

    * Primeiro que tudo acreditamos em Deus porque sabemos, pela simples razão, que Deus existe, e que Ele, mais que ninguém, deve ser acreditado.

    Ele nunca nos pode enganar porque é um Deus infinitamente bom, e não nos pode enganar porque é um Deus Omnisciente, isto é, infinito em sabedoria.

    * Depois acreditamos também em Deus porque aceitamos a Sua doutrina, e nela está tudo quanto Ele nos quis revelar a respeito de Si mesmo e a respeito da Sua vontade, quanto a nós, isto é, ao ser humano.

    A é um Dom de Deus porque assenta na Revelação e a Revelação é também um Dom de Deus.

    Todavia, o acto de fé pressupõe, não apenas que Deus oferece, mas também que o homem livremente quer aceitar.

    É importante sublinhar que o nosso conhecimento a respeito de Deus, não vem apenas pela nossa Fé.

    Nós podemos conhecer a Deus pela nossa razão, isto é, saber que Deus existe, quando vemos e reflectimos nas maravilhas da criação.

    Já S. Paulo disse aos pagãos do seu tempo :

    - 'Porquanto, o que de Deus se pode conhecer é para eles manifesto, desde a criação do mundo. As Suas perfeições invisíveis, tanto o Seu eterno poder como a Sua divindade, tornam-se visíveis, quando as Suas obras são consideradas pela inteligência, de modo que não se podem desculpar'.(Rom. 1/19).

    A é, no fundo, uma forma de conhecimento.

    É um conhecimento racional porque nós conhecemos a Deus pela nossa razão.

    Também podemos provar pela razão o que Deus nos revelou a respeito de Si mesmo, pensando nos milagres que fez, para que todos acreditassem n'Ele.

    Mas a dá-nos ainda um conhecimento superior quando, por ela, nós sabemos o que nunca conseguiríamos saber pela razão.

    Por este motivo, tem mais valor a crença de uma criança de seis anos do que a descrença de um sábio de sessenta.

    Ou, como diz S. Paulo :

    - "Considerando-se sábios, tornam-se néscios, e trocaram a glória de Deus incorruptível por figuras de homem corruptível, de aves, de quadrúpedes e de répteis". (Rom.1/22).

    Certamente que é necessária a humildade da nossa inteligência para aceitar a divina Revelação, mas a recompensa da é lucidez de espírito para a qual não há qualquer semelhança na erudição humana.

                                       

                                                                     John

                                                                Nascimento

     

     

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