quarta-feira, 28 de novembro de 2012

[Catolicos a Caminho] Algumas notas rápidas sobre os abusos litúrgicos na comunidade Canção Nova - Everth Queiroz Oliveira

Algumas notas rápidas sobre os abusos litúrgicos na comunidade Canção Nova

by Everth Queiroz Oliveira

Os abusos litúrgicos que aconteceram este fim de semana em Cachoeira Paulista causaram o maior bafafá aqui, no blog, e nas redes sociais. Trata-se, porém, de uma polêmica que não tem razão de ser. A coisa é muito simples: pode ser resolvida em um rápido silogismo. A Canção Nova, como comunidade católica que é, deve obediência às leis e normas da Igreja referentes à celebração da Liturgia. E estas apontam que “o Mistério da Eucaristia é demasiado grande para que alguém possa permitir tratá-lo ao seu arbítrio pessoal” (Instrução Redemptionis Sacramentum, n. 11). C’est fini.

Está tudo muito claro, mas os defensores do indefensável ficam revoltados: dizem que estamos julgando, que não podemos falar dos erros e abusos, porque “a Canção Nova já trouxe muitas pessoas de volta ao seio da Igreja”. Chegam mesmo a rasgar as vestes e insinuar algo do tipo: O que seria da Igreja sem a Renovação Carismática? Ou: O que seria do catolicismo no Brasil sem a Canção Nova?

Não vou nem me demorar no absurdo das duas últimas sentenças, afinal, esta ideia de que a Igreja só está firme graças a um ou outro movimento particular repugna ao próprio atributo de universalidade inerente ao Corpo Místico de Cristo. O que o pessoal não compreende – ou parece não querer entender – é que não estamos criticando o trabalho de evangelização da Canção Nova. Estamos falando de coisas bem pontuais: abusos litúrgicos. E, independente de onde venham, estes devem ser denunciados.

Outra válvula de escape que muitos utilizaram foi partir para a defesa do homem sertanejo. – Ah, o homem sertanejo simples teme muito mais a Deus que vocês, que ficam julgando a Canção Nova... – Novamente: não é disto que estamos falando. A comunidade Canção Nova pode fazer acampamentos temáticos à vontade: acampamentos sertanejos, voltados à juventude, voltados para a família, que seja. Não é este o problema. O problema é introduzir na Liturgia elementos que são estranhos à Sua essência divina, sobrenatural. E isto não sou eu, blogueiro católico, quem falo. Isto é o ensinamento do Papa e da Igreja. Vamos a mais uma dose de Redemptionis Sacramentum. Agora, n. 114.

“Nas Missas dominicais da paróquia, como ‘comunidade eucarística’, é normal que se encontrem os grupos, movimentos, associações e as pequenas comunidades religiosas presentes nela. Embora seja lícito celebrar a Missa, de acordo com as normas do direito, para grupos particulares, estes grupos, de nenhuma maneira, estão isentos de observar fielmente as normas litúrgicas.”

Quer fazer Missa para a Pastoral da Juventude, do Imigrante ou da Terra? Sem problemas, mas, foca no Missal e respeita as normas litúrgicas! Os fiéis têm o direito a uma Missa bem celebrada, de acordo com o que dispõem os ensinamentos da Santa Igreja.

Afinal, ninguém gostaria de entrar numa igreja, para assistir ao Santo Sacrifício, e acabar se deparando com isto:

 

A foto acima é de uma Missa “afro” celebrada este mês, na diocese de São João Del Rei, em Minas Gerais, por ocasião do Dia da Consciência Negra. A página da diocese no Facebook publicou muitas outras – e não demorou para que muitos fiéis católicos fizessem seu protesto. Afinal, como já dizia um velho adágio latino, lex orandi, lex credendi – a lei da oração é a lei da fé. Se nós verdadeiramente cremos que a Liturgia da Santa Missa é a atualização do Sacrifício de Cristo na Cruz, precisamos participar dela com piedade, devoção e respeito. Sabemos, são coisas de que muitos sacerdotes e agentes de pastoral têm se esquecido, mas cujo resgate é sempre necessário. Está em jogo a própria vitalidade da nossa fé.

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]