sábado, 17 de novembro de 2012

[Catolicos a Caminho] Escuta da Palavra e Meditação - 19/11/2012 - Você está curado porque teve

 

Leituras do dia:

Ap 1,1-4; 2,1-5
Sl 1
ESCUTA DA PALAVRA - VER
Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 18,35-43

 
"Jesus já estava chegando perto da cidade de Jericó. Acontece que um cego estava sentado na beira do caminho, pedindo esmola. Quando ouviu a multidão passando, ele perguntou o que era aquilo.
- É Jesus de Nazaré que está passando! - responderam.
Aí o cego começou a gritar:
- Jesus, Filho de Davi, tenha pena de mim!
As pessoas que iam na frente o repreenderam e mandaram que ele calasse a boca. Mas ele gritava ainda mais:
- Filho de Davi, tenha pena de mim!
Jesus parou e mandou que trouxessem o cego. Quando ele chegou perto, Jesus perguntou:
- O que é que você quer que eu faça?
- Senhor, eu quero ver de novo! - respondeu ele.
Então Jesus disse:
- Veja! Você está curado porque teve fé.
No mesmo instante o homem começou a ver e, dando glória a Deus, foi seguindo Jesus. E todos os que viram isso começaram a louvar a Deus.
" 

MEDITAÇÃO - JULGAR
(O que diz o texto para mim?)
 
Meditação: 
 
O evangelho de hoje descreve a chegada de Jesus a Jericó. É a última parada antes de subir a Jerusalém, onde chegará o "êxodo" de Jesus como ele anunciou em sua Transfiguração (Lc 9,31) e ao longo de sua caminhada até Jerusalém (Lc 9,44; 18,31-33).

Jesus e os discípulos caminham para Jerusalém, onde ocorrerá o desfecho de seu ministério com sua pregação entre os peregrinos e a repressão que o levará a morte de cruz.

Jesus, pressentindo o que ocorreria, já advertira os discípulos por três vezes (três "anúncios da Paixão" - Lc 9,22; 9,44; 18,32-33). Estes estão apegados à concepção de que Jesus seria o poderoso messias davídico e Jesus procurava demove-los desta idéia.

Segundo a narração de São Marcos, Jesus encontra-se em viagem rumo a Jerusalém, deixando atrás de si Cesaréia de Filipe, ao norte da Galiléia.
 
Como nunca perdia um só segundo nem oportunidade, Ele aproveitará esse percurso para ir instruindo seus discípulos, a fim de torná-los aptos à grande missão que lhes caberá, uma vez fundada a Igreja.
 
Ao iniciar-se essa caminhada, uma grande multidão se junta aos discípulos, sempre desejosa de assistir a mais algum milagre, ou de ouvir as maravilhas transbordantes dos lábios do Mestre. Como primeiro ato desse trajeto, está a cura de um cego.

Por que Marcos e Lucas fazem referência a um só cego? Uma boa maioria dos exegetas opina ser provável que os cegos eram dois, conforme Mateus indica, mas um deles devia ser muito conhecido, a ponto de Marcos tê-lo posto em cena com seu nome próprio.


Quanto ao lugar onde se teria dado o milagre, as explicações, se bem que diversas, visam fazer uma aproximação entre os Evangelistas, concluindo em favor de um único acontecimento.


Quase nunca faltam a essas cenas evangélicas os aspectos carregados de cores, característicos do Oriente. Os costumes, marcados por um temperamento borbulhante e nada retraído, se refletem tanto na atitude do cego Bartimeu como na reação da multidão contra os gritos dele.


A cegueira, quer seja física, quer espiritual, é um mal indolor. A perda da vista, apesar de nos impedir de nos guiarmos nos espaços físicos segundo nossas próprias deliberações e usando de nossa autonomia, inclina-nos à humildade e submissão aos outros, a confiar em seu auxílio. Por isso, quando bem aceita, ela pode ser um excelente meio de santificação. Muito pelo contrário, a cegueira espiritual priva-nos de elementos fundamentais para nossa salvação - como são as misericórdias que desprezamos - e nos faz correr terríveis riscos, enquanto acumulamos as iras de Deus.


A Bartimeu lhe faltava um dos elementos essenciais para enriquecer-se, por isso caiu inevitavelmente na pobreza passando a viver de esmolas.
 
Ao cego de Deus, entretanto, é possível fazer fortuna; porém, debaixo deste ponto de vista, é ele ainda mais digno de pena: quando se fecharem definitivamente para a luz do dia seus olhos carnais, os espirituais de imediato se abrirão, mas quão tarde será, para ele, ver a grande dimensão de sua real miséria em todo o seu horror. E, tomara, não seja essa a hora do desespero.


Esse é o momento de imitar o pobre Bartimeu. O próprio Jesus continua aqui, nos tabernáculos das igrejas. Por que não aproveitar uma ocasião para d'Ele me aproximar e pedir-Lhe o milagre? Devo temer a Jesus que passa e não volta, e bradar continuamente, porque Ele ouve melhor os desejos abrasados.


Tenhamos por certo este princípio: sempre que um cego de Deus abraça o caminho da conversão, "a multidão" tenta dissuadi-lo de prosseguir, fazendo todo o possível para lhe criar obstáculos. Infelizmente, a essa "multidão" de mundanos se associa a multidão de seus próprios pecados e paixões, para fazê-lo silenciar.
 
Também aqui, é oportuno imitar a atitude de Bartimeu, ou seja, não só não ceder às pressões, como até, pelo contrário, redobrar em ardor, esperança e desejos. Dessa forma, não tardará a comprovar a realidade da convicção do Apóstolo: "Tudo posso n'Aquele que me conforta!" (Fl 4, 13).


"Senhor, que eu veja!", deve ser o pedido de quem esteja imerso na tibieza e, sobretudo, de quem é cego de Deus. Bartimeu não pediu a fé, porque já a possuía.
 
Sua cegueira era simplesmente física. Examinemos nossas necessidades espirituais e peçamos tudo a Jesus. Sem duvidar, aguardemos até mesmo o milagre, pois Ele nos assegura: "Tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Eu o farei" (Jo 14, 13).


O número dos que sofrem de cegueira física, no mundo, é insignificante, em comparação com os cegos espirituais. A cegueira de coração atinge uma quantidade assustadora de pessoas em nossos dias. A fé vai se tornando privilégio de minorias.
 
Há cegos não só nos caminhos da salvação, mas até mesmo nas vias da piedade. Estes levam uma vida pseudotranqüila, submersos nos perigos da tibieza; cometem faltas, mas conseguem muitas vezes, através de inúmeros sofismas, adormecer suas consciências, não experimentando mais os benéficos remorsos. Confessam-se por pura rotina, comungam sem dar o devido valor à substância do Sacramento Eucarístico, rezam sem devoção...


Há cegos entre os que abraçaram o caminho da perfeição, mas deixaram de aspirar a ela, contentando-se com uma espiritualidade medíocre, esquálida e infrutuosa. Eles nada fazem para atingi- la, procurando-a onde ela jamais se encontra.


Enfim, para não ser cego de Deus, é preciso ser puro de coração. Uma das principais causas da cegueira de nossos dias é a impureza.
 
Jesus diz, no Sermão da Montanha: "Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus" (Mt 5, 8). Não se trata exclusivamente da virtude da castidade, mas, muito, da reta intenção de nossos desejos. Tanto uma quanto a outra vão-se tornando raras a cada novo dia, nesta era de progressiva cegueira de Deus.


São essas algumas das razões pelas quais a humanidade necessita voltar- se urgentemente para a Mãe de Deus, apresentando por meio d'Ela, ao Divino Redentor, o mesmo pedido de Bartimeu: "Senhor, que eu veja!"

 
Reflexão Apostólica:
 
Quanto vale insistir em algo que queremos muito?

É nítido e notório que nem tudo que desejamos estará facilmente acessível e tão pouco nossa vida será fácil ao ponto de "darmos ao luxo" colocarmos os pés para cima e esperar que aconteça o que sonhei, desejei,…

O evangelho de hoje nos apresenta um exemplo bem nítido dessa situação que abordei, onde um homem cego luta uma batalha desleal: contra o que vive ( a cegueira) e a indiferença dos que o cercam.

Por viver num mundo de escuridão e sons aquele homem dependia muito do que lhe dizia aqueles que podiam enxergar. Sua vida era pautada sob os olhos daqueles que estavam ao seu redor e como é difícil viver esse tipo de vida! Não consegue ver o que estou falando?

Cada um de nós carrega sobre si suas próprias cegueiras, erros e fragilidades e como é difícil viver sabendo que elas existem e nos limitam. Quem nunca encontrou barreiras para buscar um emprego melhor ou pedir um aumento de salário em virtude da timidez ou do medo? Quem nunca sofreu calado por não conseguir a palavra certa na hora certa? Se temos tantas cegueiras particulares que nos impedem de crescer, imagine o quanto é ruim quando os que nos cercam desistiram de acreditar.

Uma pessoa desacreditada pode fazer outra perder a esperança, mas alguém que insiste em lutar pode fazer muitos voltar a sonhar.

Tudo isso nos faz perguntar: quanto aos meus sonhos e projetos, ainda acredito neles? Qual é o seu sonho?

Ambicionamos o que não podemos pagar, sonhamos com coisas improváveis, mas sonhos são feitos para que tenhamos metas e por mais equivocados que sejam eles nos movem. Quais são eles?

Muitas vezes sem perceber nossos sonhos são os mesmos que Deus desejava, mas nem sempre temos tempo e a devida coragem para realizá-los daí caímos na frustração, no arrependimento, no abatimento… Aquele homem sentado, já havia perdido a vontade de sonhar e com ela, a esperança também se esvaía. É fato: muita gente esta nesse momento assim.

Precisamos ter a atitude dele e não desistir mesmo que barreiras surjam. Abismos ou simples pedras que podem estar mais cegas que nós mesmos, cuja esperança de algo melhor foi-se à medida que passou a desacreditar em si próprio. "(…) As pessoas que iam a frente o repreenderam e mandaram que ele calasse a boca. Mas ele gritava ainda mais".

Não desista dos seus sonhos… Deus sempre ouve nossos sussurros, imagine nossos gritos!

 
ORAÇÃO
(O que o Evangelho de hoje me leva a dizer a Deus?)
 
Oração: Pai, infunde em mim uma fé profunda como a do pobre cego, cujo desejo de ser curado por Jesus levou-o a se abrir para a verdadeira visão que leva à salvação.
 

REGRA VIDA e MISSÃO (AGIR)
(Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Como vou vivê-lo na missão?)
 
Propósito: Enxergar Jesus no meio de nós.             
 
RETIRO - CONTEMPLAÇÃO
(Para onde Deus quer me conduzir?)
 
- Mergulhar no mistério de Deus.
- Passar da cabeça para o coração (Silêncio).
- Saborear Deus. Repousar em Deus.
- Ver a realidade com os olhos de Deus.

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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.

"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]