É de aconselhar que se leia primeiro toda a Liturgia da Palavra.
SOLENIDADE DE JESUS CRISTO REI E SENHOR DO UNIVERSO - ANO B !
(Último Domingo do Ano Litúrgico)
A Liturgia da Palavra da Solenidade de Jesus Cristo Rei e Senhor do Universo – B, apresenta-nos Cristo que Torna Livres os Homens.
A realeza de Cristo reflecte-se na Igreja, não no seu esplendor ou poderio social, mas na vivência da justiça e da caridade.
Tal como Cristo, a Igreja tem um reino diferente enquanto respeita a liberdade e a responsabilidade do homem.
Jesus de Nazaré apresentou-Se como um rei, mas cujo Reino não é deste mundo.
A 1ª Leitura, do profeta Daniel é de índole apocalíptica, aparecendo-nos a mensagem do Messias envolta em conceitos e realidades de todos conhecidas – rei, sacerdote, profeta.
Anuncia-se o Reino de Deus que um dia chegará, libertando o povo do exílio.
- "Foi-Lhe entregue o domínio, a majestade e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram".(1ª Leitura).
Todas as leituras propostas para a Liturgia da Palavra de hoje, ajudam-nos a compreender a profunda natureza da Realeza de Jesus Cristo.
Durante toda a sua vida pública, Jesus teve extremo cuidado para que não se desse uma interpretação política à sua missão.
Várias vezes querem fazê-l'O rei, mas Ele sempre se afasta.
O Reino de Jesus é um Reino diferente, com um trono diferente, como proclama o Salmo Responsorial :
- "O Senhor é rei num trono de luz".
A 2ª Leitura, é do Apocalipse, que foi escrito no tempo do imperador Diocleciano, um dos grandes perseguidores da Igreja.
S. João, procura transmitir aos seus leitores um certo optimismo e confiança por forma a não se deixar confundir no meio do sofrimento..
- "Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Soberano dos reis da Terra...nos libertou do pecado e fez de nós um Reino de sacerdotes, para o Seu Deus e Seu Pal".(1ª Leitura).
Cristo é o princípio e o fim, o Alfa e o Ómega.
É o rei da criação porque só Ele é a imagem de Deus invisível, e a realização do desígnio criador, dependente unicamente dele.
O Evangelho é também de S. João, e diz-nos que um dos títulos Bíblicos, atribuídos ao Messias, é o de Rei.
Jesus, porém, recusou-se sempre a aceitá-lo, sabendo-se embora Rei.
A sua realeza é inteiramente diferente da que lhe pretendem atribuir as multidões.
O Triunfalismo não O seduz.
Diante de Pilatos confessa-se Rei, não deste mundo, mas de um povo universal onde todos os homens de boa vontade têm lugar.
- «O Meu Reino não é deste mundo. Se o Meu Reino fosse deste mundo, os Meus guardas lutariam, para que Eu não fosse entregue aos Judeus».(Evangelho).
É a revelação do amor de Deus em toda a sua extensão, mas incarnado na humildade, diferente também do triunfalismo da Igreja quando esta for a negação do mistério da cruz.
É, portanto, pela nossa fidelidade a Cristo, que este critério de um Reino que não é deste mundo se pode aplicar a cada um de nós, no plano da Realeza Universal de Cristo-Rei.
Rei coroado de Espinhos !
Esta expressão refere-se à Realeza humana e à Divindade de Cristo, segundo a palavra dos Evangelhos :
- "Hosana ao Filho de David ! Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor"! (Mt.21,9).(cf.Mc.11,10; Lc.19,38).
S. João é mais explícito, acrescentando :
- "O Rei de Israel" ! (Jo. 12,13).
O Anjo Gabriel anuncia a Maria o plano de salvação de Deus :
- "Será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus dar-Lhe-á o trono de Seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o Seu reinado não terá fim". (Lc. 1,32).
No Antigo Testamento abundam as referências a Deus como Rei :
- "Foi para nós que Ele ditou a lei de Moisés; e ela será a herança da imunidade de Jacob. Tornou-se assim, Rei de Yechurum".(Dt.33,4-5).
- "Não reinarei sobre vós, nem reinará meu filho; é o Senhor que será o vosso Re"i.(Jz. 8,23).
- "Eu sou o Senhor, vosso Santo, o criador de Israel, vosso Re"i. (Is. 3,15).
Todavia, estes e outros textos do Antigo Testamento, não são os antecedentes críticos para o uso desta expressão no Novo Testamento.
Com base nas Escrituras, e segundo o ensino tradicional da Igreja, Cristo é Rei :
* 1 - Pela sua filiação divina como Filho de Deus.
* 2 - Pela Redenção, em cumprimento das promessas para o fim da nossa vida e pela paz final.
* 3 - Pelo Seu poder de Legislador e juiz :
Em 1925 o papa Pio XII, pela sua Encíclica Quas Primas, confirmou a doutrina da Realeza de Cristo instituindo a Festa litúrgica de Cristo Rei para ser celebrada, nessa altura, no último domingo de Outubro e que presentemente se celebra no último domingo do Ano Litúrgico.
Estamos, portanto, na semana de Cristo Rei, por ter sido o último Domingo do Ano Litúrgico B, e no próximo domingo será o 1º Domingo do Advento – C.
No Decreto do Vaticano II sobre o Ministério e a Vida dos Sacerdotes, diz-se :
- Os presbíteros, em virtude da sagrada ordenação e da missão que recebem das mãos dos Bispos, são promovidos ao serviço de Cristo mestre, sacerdote e Rei...(PO 1).
Eis o vosso Rei ! Devo crucificar o vosso Rei ?
Cristo-Rei é como a meta para todos aqueles que forem incluídos no plano da História da Salvação.
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Sobre o Reino de Deus, diz o Catecismo da Igreja Católica :
2816. – No Novo Testamento, a mesma palavra «basileia» pode traduzir-se por realeza (nome abstracto), reino (nome concreto) ou reinado (nome de acção). O Reino de Deus é anterior a nós. Aproximou-se de nós no Verbo Encarnado, foi anunciado através de todo o Evangelho e veio até nós na Morte e Ressurreição de Cristo. O Reino de Deus vem desde a Última Ceia e, na Eucaristia, está no meio de nós. O Reino virá na glória, quando Cristo o entregar ao Pai.
É mesmo possível que o reino de Deus signifique Cristo em pessoa. Ele por quem todos os dias chamamos, e cuja vinda queremos apressar pela nossa espera. Do mesmo modo que Ele é a nossa Ressurreição, pois n'Ele ressuscitamos, pode ser também o Reino de Deus porque n'Ele reinaremos. (S.Cipr.).
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