[catolicos_respondem] Esclarecimento de Dom Henrique
Caros amigos, recebi este texto:
"Dom Henrique, não o conheço nem li quase nada do que o senhor escreveu. No entanto, chegou a mim um escrito seu em face deste último domingo do tempo comum em que, em determinado momento do texto, o sr. se referiu às ressurreições de Lázaro, do filho da viúva de Naim e da filha de Jairo, como ressurreição em sentido figurado. Eu havia entendido que se tratava de distinguir da Ressurreição da Carne, como a de Jesus, primícias da nossa no último dia, como o senhor explicou depois no texto. No entanto, conhecidos meus passaram a sustentar por e-mail que se tratava de negação de tais ressurreições como retornos efetivos à vida, mas algo diverso disso. Eu citei inclusive o n.º 994 do Catecismo, que chama esses fatos de "restituição da vida", dizendo que são sinal da ressurreição do último dia e preanuncio da sua própria ressurreição e sustentei que era isso que o senhor dizia, mas os debatedores não arredaram pé de seu entendimento e insinuaram que eu não queria enxergar. Por isso, Excelência, gostaria de confirmar ou não o real significado do "sentido figurado" na referida reflexão."
Para esclarecer, dei a seguinte resposta, que torno pública:
"Caro Irmão, não é nada disto. Eu apenas explico que a palavra "ressurreição" não tem sentido unívoco em teologia ou nas Escrituras Sagradas. Eis o que sempre escrevi (o texto seguinte está no meu site há muito tempo:
http://www.domhenrique.com.br/index.php/cursos/314-escatologia-sobre-o-fim-do-mundo-ii):
"Primeiramente é importante fazer uma distinção sobre o modo como o Novo Testamento utiliza apalavra ressurreição. Há três modos de usar o termo "ressurreição":
em sentido figurado: como volta de um morto a esta vida. É o caso da "ressurreição" de Lázaro, da filhinha de Jairo, do filho da viúva de Naim... etc. Aqui não se trata rigorosamente de ressurreição no sentido cristão da palavra, mas de revitalização: ou seja, alguém estava morto e voltou a esta vidinha nossa... e, depois, morrerá novamente!
em sentido neutro: como passo prévio ao juízo: o homem não ficará na morte: ele, quer salvo, quer condenado, continuará vivendo após a morte. Todos "ressuscitarão" para serem julgados! Este não é ainda o sentido teologicamente mais profundo, mais forte e verdadeiro de ressurreição;em sentido teologicamente positivo: como plena participação e configuração à vida de Cristo ressuscitado. Tal ressurreição é reservada somente aos bons. Aqueles que viveram na comunhão com Cristo serão completamente transfigurados, transformados em Cristo ressuscitado: serão como o próprio Cristo: passarão desta vida para uma outra Vida, plena, realizada, eterna! Este último sentido é o que realmente tem importância e faz parte essencial do anúncio cristão; antes, é o próprio centro do Evangelho! Quando dizemos que Cristo ressuscitou e que, nele, nós ressuscitaremos, é neste último sentido que estamos falando! A ressurreição que nos interessa é esta última!"
Como você pode observar, está claro que Lázaro, a filha de Jairo e o filho da Viúva de Naim foram realmente, fisicamente, ressuscitados por Jesus. Mas "ressuscitar" aqui nem de longe tem o sentido profundo que alcançará na ressurreição de Jesus e na nossa: Lázaro e companhia foram arrancados da morte e voltaram a esta vida. A ressurreição de Cristo é algo totalmente diverso: Ele saiu da morte para a Vida eterna na plenitude do Pai! É esta a ressurreição que nos é prometida e que esperamos. Já vi que alguns tolos adaram dizendo bobagens sobre o que escrevi. Estes, ou não sabem ler ou são mal intencionados... A esses, o meu silêncio; com eles nunca perderei tempo, pois deturpam o que está claro porque querem. Sempre escrevo com gosto para católicos sinceros e pessoas de boa vontade. Com essas perco todo o tempo do mundo com a maior satisfação... Como agora faço com você!
Deus o abençoe sempre.
+Henrique
Publicado no Facebook __._,_.___
Atividade nos últimos dias: .
__,_._,___
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]