FÉ SEM OBRAS
(10).- EUCARISTIA, COMUNHÃO E ESPIRITUALIDADE ! "O verdadeiro coração do mistério da Eucaristia é a Comunhão".
Todos os que pretendem a unidade da Igreja encontram a razão mais forte para hastearem o dia em que todos sejam capazes de partilhar da Eucaristia.
Esse é o ideal de todo o movimento ecuménico.
Esta não é uma tarefa fácil porque será sempre um gesto simbólico de uma unidade interminável, e porque a essência da Igreja é a de um povo reunido para partilhar a Comunhão no Senhor.
Por todo o tempo em que este facto é demonstrado pelo sinal de uma realidade indesejável – a Igreja dividida – a Eucaristia nunca será plenamente o que ela deve ser.
O problema não será simplesmente o de uma Igreja dividida, mas sim o de uma Eucaristia não autêntica.
O pão deveria ser o sinal da comunhão de todos os que são um só no Baptismo e na fé em Cristo.
Se houver Cristãos que não sejam um só na fé e no Baptismo e que não possam partilhar o pão, isto significa que alguma coisa está errada com a Igreja e com a Eucaristia.
Os Teólogos e os Liturgistas têm tentado mostrar as implicações da comunhão para uma realidade social.
Mas nós não podemos compreender perfeitamente o imperativo social da Eucaristia enquanto não compreendermos plenamente as suas implicações teológicas.
Todo os nossos esforços para trabalharmos em conjunto para o bem do mundo têm necessidade de crescer para o conhecimento profundo da comunhão com o Corpo de Cristo.
S. Paulo lembra-o na sua carta aos Efésios :
- "Porque ninguém jamais aborreceu a sua própria carne; pelo contrário, nutre-a e cuida dela, como também Cristo o faz à Sua Igreja, pois somos membros do Seu Corpo".(Ef,5,29).
O verdadeiro coração do mistério da Eucaristia é a Comunhão.
A nossa comunhão com Cristo é que torna real a nossa vida cristã.
Ela é o fruto do sacrifício da Eucaristia e o ideal da vida cristã, como disse S. Paulo :
- "Porque, para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro".(Fil.1,21).
Mas Cristo só pode preencher as nossas vidas se elas estiverem vazias de auto-suficiência, vazias de pecado e vazias de nós mesmos.
O mais que seja possível, Cristo deve ser o centro da nossa vida dos nossos pensamentos e das nossas acções - das nossas obras.
A Sua mentalidade e as suas actitudes deveriam caracterizar os nossos pensamentos e as nossas acções, como disse S. Paulo :
- "Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus".(Fil.2,5).
Para o Vaticano II a Eucaristia é a fonte e cumo da fé cristã.
Ela é a fonte das nossas actividades apostólicas e o lugar onde nós rendemos a Cristo, a nossa vida e as nossas acções para que Ele as ofereça ao Pai que nos dá o seu Espírito e a nossa vida atinge as maiores dimensões.
Vivendo da Eucaristia, não podemos deixar de dar à nossa fé todas as nossas obras para que todos partilhemos do mesmo pão.
Se não pudermos apresentar sobre o altar todos os nossos actos como testemunhos da nossa fé, não estamos em condições de poder comungar, isto é, não estamos em condições de nos podermos unir a Cristo, porque o Mistério da Eucaristia é a Comunhão.
Nascimento
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