Trecho do excelente tratado teológico A Trindade, de Agostinho de Hipona (354-430 d.C), do Livro 1, Capítulo 6. Neste trecho Agostinho prova que Jesus é Deus assim como o Pai, sendo consubstancial (mesma substância) a Ele.
Aqueles que afirmaram que nosso Senhor Jesus Cristo não é Deus, ou que não é verdadeiro Deus, ou que não é um só Deus com o Pai, ou que não é imortal por ser mutável sejam convencidos de seu erro pelo claríssimo testemunho e pela afirmação unânime dos Livros santos, dos quais são estas palavras: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus" (Jo.1.1). Está claro que nós reconhecemos o Verbo de Deus como o Filho único do Pai, do qual se diz depois: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo.1.14), em referência ao nascimento pela sua encarnação, ocorrida no tempo, tendo a Virgem como mãe.
Nessa passagem, o evangelista declara que o Verbo não é somente Deus, mas consubstancial ao Pai, pois, após dizer: "E o Verbo era Deus", acrescenta: "No princípio, ele estava com Deus. Tudo foi feito por ele e sem ele nada foi feito do que existe" (Jo.1.2-3). Diz "tudo", de modo a incluir tudo o que foi criado, ou seja, todas as criaturas. Consta aí claramente que não foi criado aquele por quem tudo foi criado. E se não foi criado, não é criatura, e se não é criatura, é consubstancial ao Pai. Toda substância que não é Deus, é criatura, e a que não é criatura, é Deus. E se o Filho não é consubstancial ao Pai, é uma substância criada; e se é uma substância criada, todas as coisas não foram feitas por ele. Ora, está escrito: "Tudo foi feito por ele"; portanto, é consubstancial ao Pai. Assim, não é somente Deus, mas verdadeiro Deus.
Bibliografia: A Trindade, Agostinho de Hipona, Editora Paulus
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Postcommunio Súmpsimus. Dómine, sacridona mystérii, humíliter deprécantes, ut, quae in tui commemoratiónem nos fácere praecepísti, in nostrae profíciant infirmitátis auxílium: Qui vivis.
"RECUAR DIANTE DO INIMIGO, OU CALAR-SE QUANDO DE TODA PARTE SE ERGUE TANTO ALARIDO CONTRA A VERDADE, É PRÓPRIO DE HOMEM COVARDE OU DE QUEM VACILA NO FUNDAMENTO DE SUA CRENÇA. QUALQUER DESTAS COISAS É VERGONHOSA EM SI; É INJURIOSA A DEUS; É INCOMPATÍVEL COM A SALVAÇÃO TANTO DOS INDIVÍDUOS, COMO DA SOCIEDADE, E SÓ É VANTAJOSA AOS INIMIGOS DA FÉ, PORQUE NADA ESTIMULA TANTO A AUDÁCIA DOS MAUS, COMO A PUSILANIMIDADE DOS BONS" –
[PAPA LEÃO XIII , ENCÍCLICA SAPIENTIAE CHRISTIANAE , DE 10 DE JANEIRO DE 1890]